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Comportamento do fluxo educacional e da escolaridade nos municípios da RM

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4.1 Expressões da desigualdade educacional nas Regiões Metropolitanas (RM) de

4.1.1 Comportamento do fluxo educacional e da escolaridade nos municípios da RM

A Região Metropolitana de Goiânia, nos termos da configuração territorial de 31 de dezembro de 2013, se encontra composta pelos municípios listados na tabela a seguir.

Tabela 18: IDHM educação para a Região Metropolitana de Goiânia em 2010

Fonte: Dados PNUD, Ipea e FJP (2014).

Com base nas informações, a desigualdade educacional (IDHM Educação) sintética entre municípios situa-se na ordem de 199 milésimos. Ou seja, a distância que separa as posições extremas implica na necessidade de um crescimento da ordem de 37% em relação ao pior posicionado, Caturaí (0,540), para se aproximar do melhor, Goiânia (0,739), o que corresponde aos milésimos mencionados.

O município em destaque, representado por Abadia de Goiás (0,622), é o que mais se aproxima da média do grupo dos 20 integrantes da RM, o que implica em uma desigualdade média em torno de 19 pontos percentuais. Contudo, a terceira e a sexta coluna, representados pelo subíndice de escolaridade e pela frequência no ensino médio na faixa entre 18 e 20 anos, respectivamente, continuam representando os indicadores educacionais de maior desigualdade entre os entes municipais.

Novamente, no critério subíndice de escolaridade adulta, representado pelos percentuais dos que concluíram o ensino médio com mais de 18 anos, Caturaí (0,370) necessita ampliar melhoras da ordem de 92%, na escolarização dos adultos, visando alcançar o patamar da capital goiana, situado no índice 0,710.

A divisão espacial da RM Goiânia, em função do IDHM educação, pode ser apreciada pelo mapa a seguir, onde três colorações permeiam o mosaico de cores em que se situam os 20 municípios que a integram.

Figura 11: RM Goiânia em relação ao IDHM educação para o ano de 2010

Fonte: PNUD, Ipea e FJP (2014).

De forma semelhante, o fluxo escolar no segmento que representa a faixa entre 18 a 20 anos com o ensino médio concluso, impõe crescimento da ordem de 103% à detentora do menor índice, Goianira (28,230), para se aproximar da melhor colocada, representada por Nova Veneza (57,470).

Em relação ao mapa a seguir apresentado, pode-se visualizar com clareza o município de Goiânia, ao centro da Região Metropolitana, como o detentor do melhor IDHM educação, bem como os seis outros municípios com menores indicadores, pelas áreas mais claras, representados por Guapó e Aragoiânia ao sudoeste, Goianira e Caturaí a noroeste, e Bonfinópolis e Caldazinha ao leste.

Os outros municípios situam-se no patamar intermediário, como Goianápolis e Terezópolis de Goiás, estes fazendo limite com o município de Anápolis, principal polo industrial de Goiás, a capitanear a região goiana entre RM em destaque. Se a ilustração

representasse os indicadores a pouco comentados, em relação à faixa do fluxo escolar dos 18 a 20 anos, ou à escolaridade dos acima de 18 anos, a configuração do novo mapa não mudaria muito.

4.1.2 Comportamento do fluxo escolar e da escolaridade nos municípios do Entorno DF

Na abordagem da outra Região Metropolitana em questão, agora constituída pelos 19 municípios goianos que circundam o quadrilátero geográfico que situa a capital federal no DF, os dados educacionais podem ser vistos pela nova tabela a seguir.

Tabela 19: Componentes educacionais IDHM nos municípios do Entorno DF (2010)

Fonte: PNUD, Ipea e FJP (2014).

Como os dados estão ordenados em forma crescente pela variável da primeira coluna, Valparaíso de Goiás (0,695) é o município goiano do Entorno do DF42 que apresenta os melhores indicadores em IDHM educação, para o ano de 2010. No outro extremo se encontra Padre Bernardo (0,515), que deve ampliar seus investimentos na área e percorrer 35% a mais em suas conquistas para se igualar ao vizinho de melhor posição no ranking.

42 A Região Metropolitana RIDE-DF se compõe dos 19 municípios goianos, do Distrito Federal e de 3

O município intermediário em destaque é representado por Pirenópolis (0,604), importante centro turístico goiano, como o que melhor se aproxima da média em IDHM educação do grupo dos 19 integrantes da Região Metropolitana. O subíndice frequência escolar, um dos dois indicadores a compor o sintético IDHM educação, é o que se apresenta melhor distribuído na região do Entorno. Sua diferença varia em apenas 8%, em relação à frequência escolar, quando comparados os índices extremos da tabela assim ordenada, representado por Padre Bernardo (0,590) e Formosa (0,730).

A relativa homogeneidade na distribuição da educação a compor o referido subíndice, expressa pela cesta de 4 indicadores de fluxo escolar, contudo, remete a duas contradições. A primeira, por não se aplicar a cada uma das quatro componentes mencionadas, como se pode ver em três delas, explícitas nas colunas 4, 5 e 6 da Tabela 19.

Nesse caso, em especial a sexta e última coluna, que mede a frequência do fluxo na faixa de população entre 18 a 20 anos, dos que já concluíram o ensino médio. É possível perceber, mediante um ordenamento desta coluna, que há uma expressiva elasticidade entre os extremos de seus indicadores. Ela pode ser referenciada por Novo Gama (30,41) e Formosa (47,94), agora da ordem de 58% a ser incrementado no menor índice para equipará-lo ao medido pelo vizinho de região.

A segunda contradição, mencionada em relação à homogeneidade relativa do subíndice frequência escolar, tem a ver com o fato de que tal distribuição é saudável, porém, ainda baixa. É o que se comprova ao observar os vários indicadores do município que representa a média dos 19 integrantes do Entorno do DF, Pirenópolis, no quesito IDHM educação.

Nesse indicador, que sintetiza os demais, o município de Pirenópolis (0,604) está aquém da média nacional (0,637). Ressalte-se os melhores resultados que se apresentam em relação ao fluxo das duas faixas etárias de menor idade, entre 5 e 6 e entre 11 e 13 anos, quando superam a marca nacional. Essas contradições sinalizam políticas públicas mais bem concebidas, com vistas à superação da realidade desigual da educação regional.

Como contradições, elas clamam continuidade de ações em andamento, para as faixas etárias de menor idade, e reivindicam expansão em relação a novas oportunidades para a população acima de 15 anos. É o que se vê no novo histograma que se apresenta a seguir, como reforço do que se pleiteia, agora para a Região Metropolitana do Entorno do DF, exclusivamente para os 19 municípios goianos que a integram.

O Gráfico 27 mostra assimetria à direita e média da ordem de 46,60% de escolaridade adulta no fundamental, para a população acima de 18 anos. O histograma indica um

represamento das maiores frequências, situadas à sua direita, em contraponto com 13 dos 19 municípios apresentando baixos indicadores. Implica dizer que menos de 1 em cada 2 trabalhadores goianos, nesse quadro, possui o elementar ensino fundamental completo em 2010.

Gráfico 27: Histograma escolaridade adulta nos entes goianos do Entorno DF 2010

Fonte: PNUD, Ipea e FJP (2014).

Ainda nessa direção, o subíndice que mede a escolaridade adulta da população acima de 18 anos é taxativo em reafirmar o quão carente de oportunidades se encontram esses jovens e adultos. Quando o tema é o acesso desse expressivo contingente populacional à educação elementar dos trabalhadores, historicamente negada em praticamente todas as regiões do País, o subíndice da escolaridade diz muito.

Mas, para não se perder de vista a caminhada de expansão dos últimos 10 anos, quando se contempla o indicador de escolaridade adulta em debate, vale comparar os dados de 2000 a seguir.

No comparativo com o próximo histograma, como mostra a Figura 28, visualiza-se que a primeira década deste século ampliou a média de escolaridade para 46,60%, representando um incremento de aproximados 74% sobre os quase inexpressivos 26,84% do ano de 2000. Nesse ano, apenas 3 municípios da RM goiana do DF possuíam indicadores acima de 34 pontos percentuais.

Gráfico 28: Histograma escolaridade adulta nos entes goianos do Entorno DF 2000

Fonte: PNUD, Ipea e FJP (2014).

Verifica-se que apenas 6 dentre os 19 municípios goianos do entorno ultrapassaram, em 2010, a melhor marca registrada para o ano de 2000, com seus 48,71%. Esta inferência permite dizer que menos de um terço dos entes do entorno do DF superam, em uma década, a distância que os separava em medida de desigualdade em desenvolvimento humano municipal.

Apenas por essa ótica os dados sinalizam para uma desigualdade em IDHM educação da ordem de três décadas, quando, em cada uma delas, um terço dos municípios cumpriria sua missão de ultrapassar aquela melhor marca.

No entanto, em outra análise semelhante entre os histogramas, percebe-se que o caminho percorrido pelos extremos, na década que os separa, possui proporções distintas. Enquanto o extremo à esquerda desloca-se de um indicador de 12,49 para 36,27, o limite superior de melhor IDHM educação se movimenta de 48,71 para 66,26. Significa dizer que a proporção de superação no hiato de desigualdade pelos detentores de menores índices (2,9) é ligeiramente superior ao dobro dos que possuem os melhores indicadores (1,4).

Na realidade, o movimento promovido pelo grupo localizado no limite inferior, para a primeira década do século XXI, foi mais acelerado do que o dos situados no limite superior, o que caracteriza um singular e saudável registro de expansão educacional adulta no período. Para melhor visualizar, a ilustração a seguir mostra o indicador sintético da educação (IDHM) e os 19 municípios que se agregam no Entorno do Distrito Federal.

O mapa mostra em destaque o município de Pirenópolis, como o melhor representante da média do IDHM educação para os municípios da RM do Entorno do DF. Na mesma

coloração, conforme terceira faixa da legenda, ainda se encontram Luziânia e Cidade Ocidental ao sul do DF e o extenso município de Formosa, no nordeste deste. Todos os outros entes municipais situam-se na faixa mais clara, entre 0,500 e 0,599, a exemplo de Abadiânia, último município do Entorno na direção Goiânia, fazendo limite com o município de Anápolis.

Figura 12: Mapa IDHM Educação dos municípios goianos do Entorno do DF em 2010

Fonte: PNUD, Ipea e FJP (2014).

A elaboração de histogramas semelhantes aos acima expostos, agora para a RM de Goiânia, permite visualizar que sua média (48,01) para o ano de 2010 é ligeiramente superior à dos municípios da RM do Entorno do DF, provavelmente pelos altos índices da capital federal que alavancam o grupo. Ao contrário, a taxa de crescimento em relação à média do ano de 2000 (29,30%) situa-se no patamar dos 64%, significando 10 pontos percentuais a menos que o crescimento da RM do Entorno do DF.

Outra associação importante, diz respeito à correlação entre os dois subíndices que compõem o IDHM educação e as duas Regiões Metropolitanas situadas em território goiano. Nesse sentido, dá-se conta de que o percentual de frequência de crianças e jovens na escola em idade certa é largamente superior ao outro subíndice, representado pelo percentual da

população adulta acima de 18 anos com o fundamental completo. Na RM Goiânia a correlação é de 46%, ligeiramente superior a da RM Entorno DF, que é de somente 41 pontos percentuais.

As contradições que o processo histórico de desenvolvimento humano oferece, assim como as convergências de perspectivas e de caminhos percorridos, são essenciais para se pensar o Estado de Goiás, suas instituições e políticas públicas, em especial as do campo educacional. O assunto terá continuidade no último capítulo, com enfoque nas vulnerabilidades, mas, não sem antes uma apreciação das denominadas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH), criação recente da triangulação de trabalhos entre o PNUD, o Ipea e a FJP para a realidade brasileira, como se vê a seguir.

4.2 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) no eixo central de desenvolvimento

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