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O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído em 31 de dezembro de 1964, pela Lei nº 4.595, com o objetivo de disciplinar e regular a atividade bancária no Brasil.

O sistema bancário brasileiro é formado pelo Conselho Monetário Nacional, a quem compete regulamentar a atividade bancária; pelo Banco Central do Brasil, a quem compete executar referidas normas e fiscalizar as instituições do sistema financeiro; pelo Banco do Brasil S.A.; pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES); e pelas demais instituições financeiras públicas e privadas.

O Conselho Monetário Nacional é um órgão integrante da administração federal direta e veio para substituir o Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito, com o escopo

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IOPS principles of pension private supervision. [S.l.], 2013. Disponível em: <http://www.oecd.org/site/iops/Revised_IOPS_Principles.pdf>. Acesso em: 10 set. 2015.

Princípio Enunciado

1 Objetivos As leis nacionais devem assinalar claramente e explicitar os objetivos para as autoridades supervisoras de pensão. 2 Independência Autoridades supervisoras de pensão devem ter independência operacional.

3 Recursos adequados Autoridades supervisoras de pensão exigem adequados recursos financeiros, humanos e outros. 4 Poderes adequados Autoridades supervisoras de pensão devem ser dotadas de poderes de investigação e de execução necessários para cumprir suas funções e alcançar seus objetivos. 5 Orientação para o risco Supervisão de pensão deve buscar mitigar os maiores riscos potenciais para o sistema de pensão. 6 Proporcionalidade e consistência

Autoridades supervisoras de pensão devem assegurar que as exigências de investigação e execução são proporcionais aos riscos que estão sendo mitigados e que suas ações são consistentes.

7 cooperação Consulta e Autoridades supervisores de pensão devem consultar o sistema supervisionado e cooperar com outras autoridades supervisoras. 8 Confidencialidade Autoridades supervisoras de pensão devem tratar informações confidenciais apropriadamente. 9 Transparência Autoridades supervisoras de pensão devem conduzir suas operações de maneira transparente e tratar informações confidenciais apropriadamente. 10 Governança A autoridade supervisora de pensão deve aderir a seu próprio código de governança e deve ser responsável.

42 de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do país, conforme determinado na Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995.

O CMN sofreu algumas alterações em sua composição ao longo dos anos. Sua composição atual é: (i) Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho; (ii) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; e (iii) Presidente do Banco Central do Brasil.

Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgadas no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil.

Para que o CMN possa executar os objetivos que lhe foram atribuídos, o caput do artigo 4º da Lei nº 4.595/1964 lhe outorgou as seguintes competências, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República.

O CMN é órgão responsável pela edição de normas que estabelecem as regras de investimentos dos fundos de pensão. Para que seja possível compreender o que será abordado no capítulo subsequente é de extrema relevância entender o papel desse órgão e entender as diretrizes que hoje valem para nortear tais investimentos. Entre as suas principais funções, estão, de acordo com Valdir Domeneghetti: (i) adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; (ii) regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; (iii) orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; (iv) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiras; (v) zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e (vi) coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa40.

Na mesma Lei foi criado o Banco Central do Brasil (Bacen), autarquia ligada ao Ministério da Fazenda. Com personalidade jurídica e patrimônio próprios, sua missão é cumprir e fazer cumprir as diretrizes que lhe são atribuídas pela legislação e pelas normas expedidas pelo CMN.

O Bacen é administrado por uma diretoria composta por nove membros, os quais deverão ser brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico- financeiros, todos nomeados pelo Presidente da República.

43 O presidente do Bacen, segundo a Lei nº 11.036, de 22 de dezembro de 2004, é considerado Ministro de Estado e a ele compete definir as competências e as atribuições dos demais diretores.

As entidades fechadas de previdência complementar têm a sua linha de atuação no mercado limitada através das determinações do Conselho Monetário Nacional, sendo cada tipo de investimento e o montante das reservas de cada plano de benefício balizados a partir dos limites impostos pelo Estado. Dessa forma, deverão investir dentro desses parâmetros, buscando sempre superar a meta atuarial.

Cabe observar que a atuação estatal pode vir a ser prejudicial ao crescimento do sistema de previdência complementar no Brasil e suas entidades. Suas reservas garantidoras sempre despertaram interesse por parte do Estado, podendo ser utilizadas como fomento ao desenvolvimento do país, mas podem também vir a atender interesses imediatos.

Nessa linha, Domeneghetti afirma que:

A interferência governamental é um dos fatores que pode comprometer o crescimento sustentado do Sistema de Previdência Complementar no Brasil. Futuros ingressantes (novos participantes em EFPC – Fundos de Pensão recém-criados, principalmente os da previdência associativa) ficariam temerários em aderir a esses planos de benefícios, caso os responsáveis pela regulamentação do sistema (poder público), os quais possuem a obrigação de Estado em garantir a solvência e equilíbrio dessas entidades; procedam de maneira contrária, interferindo nos investimentos das suas reservas garantidoras, invariavelmente como no passado, induzindo alocação em aplicações com baixa liquidez e sem mercado secundário ativo, fato que pode comprometer sensivelmente o equilíbrio atuarial de EFPC – Fundos de Pensão41.

Nota-se que é mantida a imperiosa necessidade de fiscalização e regulamentação das atividades dos fundos de pensão, já que a atuação estatal desmedida acaba por gerar um desequilíbrio que coloca em xeque as entidades previdenciárias privadas. Com o auxílio de todos os agentes responsáveis pelo sistema de previdência complementar, é possível garantir o equilíbrio das entidades, o que contribuirá, em longo prazo, com o desenvolvimento do país.