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4.5 Os limites de alocação

4.5.2 Dos limites de alocação por emissor

Passando aos limites por emissor, esses têm como finalidade diminuir o risco de crédito nos investimentos, evitando, assim, que os fundos concentrem as suas aplicações em empresas que possam ter a sua análise de crédito comprometida, visto que, quanto maior a exposição, maior poderá ser uma eventual perda.

Com a sua limitação baseada nos riscos de cada emissor, não haverá limite para a compra de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dado o seu baixo risco envolvido na negociação.

Porém, o limite será de 10% se o emissor for, nos termos do artigo 41 da Resolução CMN nº 3.792/2009: tesouro estadual ou municipal; companhia aberta com registro na CVM ou assemelhada; organismo multilateral; companhia securitizadora; fundo de investimento em direitos creditórios ou fundo de investimento em cotas de fundo de investimento em direitos creditórios; fundo de índice referenciado em cesta de ações de companhias abertas; SPE; fundo de investimento ou fundo de investimento em cotas de fundo de investimento classificado no segmento de investimentos estruturados; e fundo de investimento ou fundo de investimento em cota de fundo de investimento classificado como dívida externa no segmento investimentos no exterior.

O patrocinador do plano de benefícios também estará vinculado ao percentual de 10%, logo, não poderá o fundo de pensão ser proprietário de mais de 10% de ativos emitidos pelo patrocinador.

87 Para os efeitos da Resolução, consideram-se como um único emissor os integrantes de um mesmo conglomerado econômico ou financeiro, bem como as companhias controladas pelos tesouros estaduais ou municipais.

O conceito correto de grupo econômico a ser utilizado neste caso é o presente no artigo 86 da Instrução CVM nº 409/2004: grupo econômico, assim entendido o composto pelo emissor e por seus controladores, controlados, coligados ou com ele submetidos a controle comum. O controlador é o titular de direitos que asseguram a preponderância nas deliberações e o poder de eleger a maioria dos administradores, direta ou indiretamente; as coligadas são duas pessoas jurídicas, quando uma for titular de 10% ou mais do capital social ou do patrimônio da outra, sem ser sua controladora; e as submetidas a controle comum são duas pessoas jurídicas que tenham o mesmo controlador, direto ou indireto, salvo quando se tratar de companhias abertas com ações negociadas em bolsa de valores em segmento de listagem, que exija, no mínimo, 25% de ações em circulação no mercado.

O limite modifica-se para 25% nos casos descritos no artigo 42, porém a diferença é que, neste dispositivo, considera-se a soma de todos os recursos administrados pelo fundo de pensão, diferentemente do artigo anterior, em que o limite se referia a cada plano por ele administrado.

Art. 42. A EFPC deve observar, considerada a soma dos recursos por ela administrados, o limite de até vinte e cinco por cento:

I - do capital total de uma mesma companhia aberta ou de uma mesma SPE; II - do capital votante de uma mesma companhia aberta;

III - do patrimônio líquido de uma mesma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Bacen; e

IV - do patrimônio líquido de um mesmo:

a) fundo de índice referenciado em cesta de ações de companhias abertas; b) fundo de investimento classificado no segmento de investimentos estruturados; c) fundo de investimento constituído no Brasil que tenha em sua carteira ativos classificados no segmento de investimentos no exterior;

d) fundo de índice do exterior admitido à negociação em bolsa de valores do Brasil; ou

e) fundo de investimento ou fundo de investimento em cota de fundo de investimento classificado como dívida externa no segmento investimentos no exterior. (Incluído pela Resolução Bacen nº 4.275, de 31 de outubro de 2013) V - do patrimônio separado constituído nas emissões de certificado de recebíveis com a adoção de regime fiduciário.

§ 1º. Para fins de verificação dos limites estabelecidos nos incisos I e II devem ser considerados adicionalmente os bônus de subscrição, os recibos de subscrição e as debêntures conversíveis em ações de uma mesma companhia.

§ 2º. Para fins de verificação dos limites estabelecidos neste artigo, devem ser observados os investimentos finais da EFPC, desconsideradas as participações em empresas constituídas exclusivamente com o objetivo de participar, direta ou indiretamente, do capital de companhias abertas.

§ 3º. O limite estabelecido na alínea “b” do inciso IV não se aplica a fundos de investimento em cotas de fundo de investimento desde que suas aplicações observem tais limites.

88 § 4º. O limite estabelecido na alínea “b” do inciso IV não se aplica a fundos de investimento imobiliário que possuam em sua carteira exclusivamente imóveis concluídos e com certidão de habite-se.

§ 5º. A EFPC tem até 60 (sessenta) dias a partir da data de cada integralização para enquadrar-se aos limites previstos no inciso IV do caput.

§ 6º. O limite estabelecido no caput deste artigo pode ser elevado para trinta por cento do capital de uma mesma SPE, desde que constituída exclusivamente para atuar como concessionária, permissionária, arrendatária ou autorizatária. (Incluído pela Resolução Bacen nº 4.275, de 31 de outubro de 2013)

Dessa forma, estão sujeitas ao limite de concentração por emissor de 25%: companhia aberta ou de uma mesma SPE; instituição financeira autorizada a funcionar pelo Bacen; fundo de índice referenciado em cesta de ações de companhias abertas; fundo de investimento classificado no segmento de investimentos estruturados (não se aplica a fundos de investimento em cotas de fundo de investimento desde que as suas aplicações observem tais limites); fundo de investimento constituído no Brasil que tenha em sua carteira ativos classificados no segmento de investimentos no exterior; fundo de índice do exterior admitido à negociação em bolsa de valores do Brasil; fundo de investimento ou fundo de investimento em cota de fundo de investimento classificado como dívida externa no segmento investimentos no exterior; e patrimônio separado constituído nas emissões de certificado de recebíveis com a adoção de regime fiduciário.

Esclarece o § 2º do artigo 42 que devem ser observados os investimentos finais do fundo de pensão para o estabelecimento do limite, desconsiderando as participações em empresas constituídas exclusivamente com o objetivo de participar do capital de outras empresas.

O limite de 25% estabelecido não é válido em relação aos fundos de investimento imobiliário que possuam em sua carteira exclusivamente imóveis concluídos e com certidão de habite-se, uma vez que são mais seguros.

Estabelece ainda o § 6º do artigo 42 que se pode aumentar o limite para 30% de uma mesma SPE, desde que ela atue exclusivamente como concessionária, permissionária, arrendatária ou autorizatária.