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CONTROLE SANITÁRIO

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 150-152)

SISTEMA DE CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM COBERTURAS DE AVIÁRIOS

CONTROLE SANITÁRIO

As enfermidades dos ovinos e caprinos surgem de várias origens, como bactérias, vírus, da própria alimentação, de pastagens contaminadas, entre outras.

Para que haja sempre um rebanho em boas condições sanitárias é primordial se ter medidas preventivas, a fim de se evitar perdas econômicas e desgastes fisiológicos muito maiores com os tratamentos dessas enfermidades.

Dentre as doenças mais freqüentes na caprinovinocultura podemos destacar: Foot rot, podridão dos cascos ou pietin

É uma doença altamente contagiosa causada por bactérias. Essa doença caracteriza-se por apresentar a epiderme interdigital e matriz do casco em estado necrosante e acentuado estado de manqueira.

Para o estabelecimento dessa doença, primeiramente há a necessidade da invasão da epiderme interdigital pelo Fusobacterium necrophorum, que é um habitante normal encontrado no trato alimentar dos ovinos que contribui com uma invasão superficial, dando origem a uma dermatite leve ou comumente chamada de “frieira”. Estando o animal com essa invasão superficial, dá-se mais facilmente o estabelecimento do Bacteroides nodosus, agravando a lesão e permitindo que o Fusobacterium necrophorum penetre mais profundamente, destruindo assim o tecido. O agente patogênico pode permanecer com poder infectante por três meses no tecido e vivo por até três anos.

Os animais ficam extremamente debilitados, vindo a ter perdas na qualidade da lã, dificuldades para se alimentar e problemas na monta.

Sua transmissão se dá principalmente em clima úmido, com temperaturas amenas e a presença de animais em estado crônico no rebanho. Sua maior incidência é na primavera e no outono e em anos com excesso de chuvas. A entrada desta doença em uma propriedade é geralmente através da compra de carneiros contaminados, com lesão crônica ou não aparente.

É fundamental aparar os cascos dos animais duas ou três vezes ao ano para evitar um ambiente anaeróbico e propício para a proliferação da doença. Separar os animais infectados e a higienização das instalações também é de vital importância. Para o tratamento preventivo, pode-se realizar a aplicação de uma vacina oleosa denominada FOOT-VAC® ou pedilúvios com a utilização de sulfato de zinco ou formol em solução a 10% (Avila et al., 2006).

Ectima contagioso

É uma doença de pele ou dermatite infecciosa transmissível, que acomete ovinos e caprinos, produzida por um vírus denominado Paravaccina, muito semelhante à varíola. É uma zoonose, ou seja, é transmitida também aos seres humanos. Causa lesões nas bordas dos lábios, podo dermite necrótica, pústulas nas mamas, fase interna das coxas, lábios da vulva e prepúcio. As perdas econômicas são grandes devido aos animais não conseguirem se alimentar normalmente.

A transmissão se dá por contato com animais infectados, sendo os cordeiros os mais suscetíveis à doença. As vias de eliminação da doença são as pústulas, vesículas e

crostas secas. Tendo como portas de entrada a pele, órgãos genitais, mucosas, extremidades das patas.

O tratamento preventivo se dá com a aplicação de uma vacina viva aplicada nos cordeiros/cabritos aos dois meses e no rebanho uma única vez, pois tem ação duradoura. É realizada preferencialmente na parte interna da coxa, onde não houver lã e pêlos, faz-se uma raspagem no local e em seguida aplica-se a vacina. Forma-se no local, dentro de dois a três dias, uma crosta superficial, sendo esta uma reação normal da vacina. Se não formar a crosta, não houve eficácia da vacina (aplicação incorreta) e deve-se efetuar uma nova aplicação.

Para evitar que os animais infectados transmitam o vírus para o rebanho, deve-se isolar os animais doentes, os vacinados e os adquiridos de outras propriedades. É muito importante após a retirada dos animas doentes, realizar uma completa desinfecção das instalações. A doença sendo benigna tem cura espontânea (Machado, 1998).

Toxemia da prenhez

É uma doença metabólica que acomete ovelhas e cabras no terço final da gestação, tendo como causa a má alimentação recebida nesta fase. Ocorre principalmente nas fêmeas com partos múltiplos. Por ter uma baixa ingestão de energia, o organismo mobiliza tecido adiposo e essa excessiva mobilização de gordura não é metabolizada adequadamente pelo fígado, vindo a produzir corpos cetônicos que são responsáveis por alterações patológicas do sistema nervoso central.

As matrizes apresentam os seguintes sintomas: cegueira temporária, isolamento, falta de apetite, ranger de dentes, excessiva salivação e tremores musculares.

O tratamento preventivo se dá com o aumento do nível de nutrição das ovelhas no terço final da gestação, evitando-se movimentação e estresse do rebanho nos últimos dias de gestação. Deve ser evitado também mudanças repentinas na alimentação das matrizes durante a gestação.

Já o tratamento curativo é utilizado por aplicação via endovenosa de glicose a 50% em doses repetidas, num período de dois a três dias e em situações de gravidade realizar cesariana. Na maioria das vezes, esta doença é letal.

Verminoses

São as principais enfermidades acometidas nos ovinos e caprinos de todas as idades. Os vermes que mais atacam essas espécies pertencem aos gêneros Haemonchus e

Trichostrongylus. O primeiro aparece mais frequentemente nas épocas quentes do ano e habita o abomaso dos animais. Por ser um verme sugador, causa anemia severa, inapetência, prostração, diarréia, edema submandibular (papeira), perda na qualidade da lã. Já o Trichostrongylus é um verme que tem maior incidência nos meses de outono e habita o intestino delgado. Estes vermes lesam a mucosa intestinal, provocando a perda de proteínas séricas para a luz do intestino. É um parasita que causa redução do apetite, edema submandibular e diarréia preta e fétida, o que diferencia da diarréia causada pela entrada dos animais na pastagem.

Animais submetidos a restrições alimentares, principalmente no nível de proteína, reduzem a resposta imunitária e, conseqüentemente, tornam-se mais sensíveis as infecções parasitárias.

É importante realizar a seleção de animais resistentes, descontaminação das pastagens, controle químico nas épocas adequadas ao controle da fase parasitária, observando a resistência dos parasitos aos medicamentos utilizados.

Miíases

É uma enfermidade muito comum nos ovinos e caprinos, conhecida popularmente por “bicheira” e que necessita de grande atenção para ser descoberta na fase inicial e evitar problemas mais danosos.

As miíases são afecções causadas pelas larvas das moscas em órgãos e tecidos dos animais. As moscas normalmente realizam a postura em ferimentos recentes, tendo maior incidência nos meses de calor. Causam destruição dos tecidos, odor desagradável, hemorragia, anemia, falta de apetite e isolamento. Pode ser tratada com larvicidas de diversas bases químicas em forma de aerossóis, pomadas ou líquidos. É recomendado observar diariamente as lesões e retirar as larvas para acelerar a cicatrização.

MANEJO DOS CORDEIROS/CABRITOS: DO NASCIMENTO AO ABATE

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 150-152)