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MANEJO DOS CORDEIROS/CABRITOS: DO NASCIMENTO AO ABATE As primeiras horas de vida são de suma importância para o desenvolvimento dos

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 152-155)

SISTEMA DE CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM COBERTURAS DE AVIÁRIOS

MANEJO DOS CORDEIROS/CABRITOS: DO NASCIMENTO AO ABATE As primeiras horas de vida são de suma importância para o desenvolvimento dos

cordeiros e cabritos. A quantidade de gordura marrom, reserva energética adquirida durante a gestação, irá sustenta-lós nas primeiras vinte horas de vida, mantendo a temperatura corporal, já que estes não possuem o sistema termorregulador ativo nas primeiras horas de vida. A ingestão de colostro também é muito importante, pois é através dele que o animal adquirirá anticorpos primordiais ao seu desenvolvimento. Os cordeiros e cabritos possuem maior capacidade de absorção desses anticorpos nas primeiras horas de vida, por isso que a imediata ingestão desse leite enriquecido é essencial. Da mesma forma, esta ingestão inicial é indispensável para a expulsão do mecônio (resíduo da alimentação placentária).

O período imediato após o parto também será preponderante para o desenvolvimento do neonato desde então. Entre as ocasionais observações pós-parto, atenção especial deve ser dada ao comportamento da ovelha frente à recepção de sua cria. Muitas vezes, bastante ocasional em fêmeas primíparas, há a rejeição do filhote devido à falta de experiência. Esta também poderá ocorrer devido à baixa habilidade materna encontrada em alguns animais. O período crítico da união da matriz com a cria é curto, portanto esta não deve ser removida do contato com a mãe logo após o nascimento. Em caso de rejeição, limpar, secar e aquecer o filhote, procurando mantê-lo perto da mãe para forçá- la a aceitá-lo.

O passo seguinte é a desinfecção do umbigo com solução de iodo, evitando assim o aparecimento de eventuais miíases. A castração, descola e assinalamento são etapas que inspiram cuidados e devem ser realizadas no mesmo dia, evitando assim maiores estresses. A castração é uma técnica a ser aplicada em machos destinados ao abate e deve ser realizada até o primeiro mês de vida, preferencialmente. Pode ser realizada com auxílio de burdizo, elastrador, faca ou bisturi, sendo o elastrador o método mais prático, simples, rápido e de menor contaminação, porém causa grande desconforto ao animal nas primeiras horas. Importante lembrar, que num sistema de produção de animais para o abate, quando os animais forem sacrificados antes dos 14 meses, não se faz necessária a castração. Isto, além de evitar um problema de estresse, faz com que o ganho de peso deste animal seja

maior e que a deposição de gordura na carcaça seja menor, o que é de alto interesse comercial. Caso estes animais sejam abatidos um pouco mais tarde, e ainda assim pretende- se obter as vantagens citadas anteriormente, há ainda a ferramenta da castração térmica, que é o recolhimento dos testículos para o interior da cavidade abdominal. Esta técnica faz com que a produção hormonal que proporciona as características desejadas siga ativa, mas a espermatogênese fique comprometida pelo excesso de temperatura. Porém, deve-se tomar cuidado com esta técnica, para que seja executada corretamente e o animal realmente fique sem gametas viáveis.

A descola deve ser utilizada nos ovinos, pois evita o acúmulo de excrementos e terra no períneo e também acidentes com reprodutores na hora da cópula. Nas raças deslanadas a descola não deve ser feita, pois ajuda na repulsão das moscas. Nos machos a descola é feita junto à base e nas fêmeas a cinco centímetros, auxiliando na proteção da vulva contra raios solares e moscas. Pode ser realizada com faca, elastrador ou descolador australiano (com cauterização).

O assinalamento deve ser realizado para maior controle zootécnico de matrizes e reprodutores, pode ser com brinco, mossa ou tatuagem com nanquim. Os animais de alto padrão e pureza racial, normalmente são tatuados e registrados pela A.R.C.O., quando ovinos, e A.B.C.C., quando caprinos.

Passo importante na caprinovinocultura é o momento adequado para se executar o desmame das crias. Pode ser utilizado o desmame precoce (aos 45 dias) quando se deseja uma terminação em confinamento desses animais, desmame normal (aos 90 dias de idade) e o desaleitamento natural, ocorrendo por vontade da fêmea ou de acordo com a ingestão de matéria seca do filhote. Quando se pretende terminar os animais em pastagem, recomenda- se manter os cordeiros/cabritos com a mãe até o momento do abate, pois isto proporciona um ganho de peso muito superior e uma chegada em peso de abate antecipada. Porém, isto gera um desgaste bastante grande para a fêmea, o que pode comprometer a próxima cobertura. Portanto, o produtor vai tomar a decisão de acordo com os seus interesses comerciais.

Os cordeiros/cabritos irão atingir idade de abate de acordo com o peso, o que vai ser diversificado de acordo com o manejo utilizado na propriedade. Normalmente, o produto de melhor aceitação no mercado são animais entre os quatro e oito meses, apresentando peso vivo próximo aos 30 kg e consequentemente, uma carcaça de 12 kg, ocasião esta em que os animais apresentam pouca deposição de gordura sobre a carcaça, marmoreio adequado, maciez e suculência. Produto este de alta qualidade e muito vendável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção de carne ovina e caprina tem participação sócio-econômica crescente nos vários estados da federação brasileira e consolida-se cada vez mais como uma excelente alternativa de diversificação de produção e incremento de renda para os pequenos e médios produtores. A região Sudoeste do Paraná apresenta uma potencialidade invejável para a inserção desta atividade no mercado e já vem apresentando um crescimento acelerado nos últimos anos. O produtor, ao atentar para estas criações, rapidamente tem um ganho financeiro que lhe proporciona meios de aumentar e melhorar o sistema produtivo num todo. Portanto, a caprinovinocultura, além de ser altamente

sustentável, pode trazer esta sustentabilidade aos outros elos da cadeia produtiva, devido à rapidez em seu retorno financeiro.

Para que haja o sucesso desejado no início da atividade e não se tenham surpresas desagradáveis que tragam desânimo para o produtor, basta seguir algumas recomendações vistas neste capítulo e buscar assistência técnica especializada. Da mesma forma, é interessante que haja uma cooperação entre os produtores, para que estes possam unir forças na hora da venda do produto final, evitando-se especulações por parte das empresas frigoríficas e abatedouros. Assim, os produtores do Sudoeste do Paraná que optarem pela caprinovinocultura, terão capacidade para tornarem-se competitivos no mercado regional, nacional e quiçá internacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Barbosa, O.R.; Macedo, F.A.F.; Groes, R.V.G.; Guedes, J.M.F. Zoneamento bioclimático da ovinocultura no Estado do Paraná. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 30, n. 2, p. 454-460, 2001.

Carvalho, P.C.F.; Bonino, J.; Condorelli, E,; [Org.] Pereira Neto, O.A. Práticas em ovinocultura – ferramentas para o sucesso. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Porto Alegre, 2004. 146 p.

Granados, L.B.C. Aspectos gerais da reprodução de caprinos e ovinos. Capacitação dos técnicos e produtores do Norte e Noroeste Fluminense em reprodução de caprinos e ovinos, v. 1, p. 36-78, 2001.

Leite, E.R. Ovinocaprinocultura – a modernização do agronegócio. Empresa Brasileira e Pesquisa Agropecuária, Sobral, 2003, 40 p.

Machado, E.C. Doenças infecciosas em ovinos e caprinos. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UFBA: Salvador. v. 2, 1998, 159 p.

Site da internet: www.ibge.gov.br. Visualizado em 29/07/2007, disponível em [http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pr&tema=pecuaria2005&titulo= Pecu%E1ria%202005].

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Alfredo de Gouvea , Sérgio Miguel Mazzaro , Jean Carlo Possenti ,

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Idalmir dos Santos , José Renato Stangarlin

CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS EM PLANTAS

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