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PRINCIPAIS MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA Cultivos agrícolas de verão com pastagens tropicais perenes (Santa Fé)

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 88-91)

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA (SILP)

PRINCIPAIS MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA Cultivos agrícolas de verão com pastagens tropicais perenes (Santa Fé)

Semeadura de pastagens junto com cultivos anuais (milho) na mesma máquina. Pastagem tem crescimento inicial lento. Quatro ou cinco anos só com pastagem e depois volta à lavoura de novo. Modo barato de implantação da pastagem. Semente junto com o adubo ou linha extra entre as linhas da cultura. Para plantio de soja usa-se um graminicida para suprimir a pastagem (BR central – EMBRAPA).

A semeadura é feita em covas ou em linhas, pode ser com preparo convencional do solo ou em SPD. Na recuperação de pastagens o banco de sementes da forrageira no solo pode ser elevado e resultar em grande competição com o milho. Em área com pastagem de B. brizantha cv. Marandu, com banco de sementes de 25 kg/ha de SPV e preparo convencional do solo, Zimmer et al. (1994), obtiveram reduções na produção do milho de 50% onde houve o retorno espontâneo da braquiaria, em relação à área capinada. O controle parcial da forrageira pode ser feito com herbicidas. Em B. brizantha, Zimmer et al. (2004), obtiveram produção de 5.700 kg/ha de milho com controle total da forrageira, e 4.860 kg/ha de grãos 1.700 kg/ha de MS da forrageira com a aplicação dos herbicidas atrazina + metalaclhor. No cultivo sem controle da braquiaria a produção de milho foi de 3.060 kg/ha e 4.800 kg/ha de MS da forrageira, por ocasião da colheita das culturas.

O controle cultural pode ser benéfico, com redução no espaçamento ou aumento na população de plantas do milho e/ou das outras forrageiras associadas aliado ao manejo adequado. As forrageiras dos gêneros Panicum e Brachiaria mais utilizadas no Brasil têm boa tolerância a sombreamento, pois mesmo com até 50 % da interceptação da luz solar não ocorre redução significativa da sua taxa de crescimento (Carvalho et al.,1999), mas mesmo com sombreamento do milho estas persistem com porte reduzido e aceleram o seu crescimento a partir da maturação e colheita da cultura.

Um aspecto importante que alicerça o plantio consorciado de lavouras anuais e gramíneas forrageiras perenes é o fato que estas últimas apresentam lento acúmulo de massa seca da parte aérea até aproximadamente 50 dias após a emergência, período em que as culturas anuais sofrem maior interferência por competição (Cobucci & Portela, 2003).

Na semeadura conjunta de milho com forrageiras tropicais, adiciona-se as sementes da pastagem perene ao adubo, porque estas têm a capacidade de germinar a profundidades maiores, devido ao alongamento do seu mesocótilo. Em espaçamentos maiores podem ser adicionadas linhas extras da pastagem nas entrelinhas do milho. Para isto podem ser utilizadas semeadoras com caixas independentes, ou semear a pastagem e logo a seguir a cultura. Em áreas onde o cultivo é mecânico ou capina a semeadura pode ser feita junto com estas práticas para favorecer a incorporação das sementes.

O cultivo simultâneo é mais recomendado para regiões com reduções drásticas das chuvas no início do outono, e não é possível o plantio do milho safrinha, ou as culturas de cobertura não tem bom desempenho. Nas regiões tradicionais de produção de milho safrinha, o plantio conjunto de forrageiras segue os mesmos procedimentos, para o plantio em época normal (Zimmer et al., 2007).

Outra forma de uso é a dessecação do capim para plantio direto, formando uma palhada espessa sobre o solo. Isso evita a erosão, impede o crescimento de mato e inibe a ação de fungos, como o causador do mofo branco do feijão. Conseqüentemente, o número

de pulverizações com fungicidas diminui. Outro aspecto positivo é que o processo de degradação da palhada repõe parte dos nutrientes retirados da terra anteriormente (EMBRAPA, 2007).

Cultivos agrícolas de verão e pastagens anuais de inverno

Sistema usado no sul do Brasil e o principal no Sudoeste do Paraná, que consiste em cultivo de soja ou milho no verão e aveia ou azevém no inverno. Plantio consorciado ou em rotação.

Grande parte das áreas no Paraná durante o outono e inverno são utilizadas com cultivo de milho safrinha ou trigo, e outra parte fica em desuso, correspondendo esta cerca de 60 a 70%, onde poderia ser utilizada como produção de forragem para a alimentação animal (Neumann & Lupatini, 2002). Existem muitas espécies que poderiam ser utilizadas, entre elas a aveia (Avena spp.), azevém (Lolium multiflorum), trevo branco (Trifolium spp.) e ervilhaca (Vicia sativa), que apresentam boa qualidade nutricional aos animais e boas características para a formação de palhada sobre o solo.

Na região sudoeste do Paraná aonde esse sistema de integração Lavoura-pecuária vem sendo muito utilizado, observa-se que produtores, principalmente, de leite, semeiam a pastagem em consórcio (aveia preta+azevém), após a colheita da cultura de verão, e mantêm os animais por um período de 4 a 5 meses, antes de tornarem novamente a semeadura da cultua anual (soja, milho etc.).

A utilização das forrageiras das áreas de integração lavoura-pecuária via o manejo dos animais, nas pequenas propriedades leiteiras se dá principalmente de três métodos de pastejo.

Pastejo contínuo, onde a presença contínua de animais, porém com lotação variável. O que determina a quantidade de animais que devem ficar na área é a quantidade de oferta de matéria seca, o que pode ser traduzido pela altura da forrageira.

Outro método de pastejo constantemente utilizado nas propriedades leiteiras em áreas de Integração Lavoura-Pecuária é o pastejo rotativo fixo, em que a área é dividida por meio de cerca elétrica em um número fixo de piquetes.

Nestes piquetes, os animais entram quando se observa um volume de forragem suficiente e são retirados, quando quantidade de forragem atinge um limite inferior geralmente estabelecido pela altura para cada espécie. Na seqüência, passam-se os animais para o piquete seguinte, ainda não pastejado.

Contudo como as áreas de integração lavoura-pecuária não são grandes em extensão, normalmente a divisão de piquetes é feita em um número reduzido, são muitas as propriedades que fazem a divisão em apenas dois piquetes.

O pastejo rotacionado utiliza uma alta carga e lotação animal instantâneo, sobre o piquete durante algumas horas, um dia ou no máximo três dias. Isto pode proporcionar resultados negativos sobre a física do solo, em condições de chuva.

Já o pastejo contínuo em faixas é um sistema de manejo que utiliza cercas móveis. Esta é deslocada de acordo com o tempo que se queira disponibilizar o pasto aos animais. Este tempo pode ser de algumas horas, um, dois ou três dias. Assim como no rotativo fixo, permite controlar o momento da entrada e da saída, baseado na oferta de massa. O consumo da forragem nestas faixas é controlado pelo produtor e pode apresentar alta carga instantânea.

Em todos os métodos de pastejo descritos acima, o grande problema das propriedades é a dificuldade de levar água a área destinada ao processo de integração lavoura-pecuária o que faz com que a grande maioria dos produtores em um dado momento do dia, desloque os animais para uma região em que os mesmos tenham acesso à água. Neste caso os processos de ciclagem de nutrientes, feito por meio da deposição de fezes e urina, são prejudicadas por ser feita próxima dos bebedores e aos estábulos, onde contém forrageiras de baixa qualidade. O bom seria que esses animais permanecessem na pastagem todo período, só sendo retirados para fazer a ordenha.

Apesar no manejo adotado observa-se o vazio forrageiro de outono, e o decréscimo de produção das pastagens perenes de verão durante o período mais frio do ano, a pastagem das áreas de integração lavoura-pecuária se constitui quase que a única reserva de forrageiras da propriedade neste período, fazendo com que ocorra muitas vezes um excesso de lotação de animais, e a entrada dos animais quando a pastagem ainda não tem condições de oferta de forragem suficiente para se manter produtiva ao longo do período de pastoreio.

Aos animais é preciso fornecer água e sombra quando estiverem no pasto, de forma que os bebedouros e locais de sombra ou os abrigos do sol não interfiram na dinâmica das máquinas agrícolas durante os tratos culturais da cultura de verão. Ou seja, os encanamentos hidráulicos dos bebedouros deverão ser enterrados a tal profundidade que não venham atrapalhar os serviços de subsolagem, aração ou qualquer operação que venham denegrir os mesmo. Com relação ao abrigo contra o sol, o aconselhável é que se providencie cobertura móvel (sombrite), que quando terminar os pastejo possa ser removido deixando à área livre, não atrapalhando o transito de máquinas agrícola.

Sistema Ley-Forming

Esse sistema vem sendo empregado na integração Lavoura-Pecuária principalmente no Uruguai há várias décadas, onde há produção de pastagem em rotação simultânea com grão. Três fatores determinam o sucesso deste sistema:

· Recuperação da degradação da terra pelo sistema contínuo de lavoura

· A média do tamanho das fazendas é adequada para o desenvolvimento do sistema · Há uma grande competição em desenvolver uma tecnologia para o desenvolvimento, entretanto o sistema Ley-forming está sendo desafiado pelos agricultores na adequação com o sistema de plantio direto, na introdução de soja em rotação com pastagem.

O sistema Ley-forming segundo Días-Rossello (2007) apresenta grandes benefícios, por isso já vem sendo feito pesquisa desde os anos 60, e tem demonstrado grande sustentabilidade, por pequenos e longos períodos aos produtores de carne, leite e grão.

O desafio dos agricultores que adotam o sistema Ley-forming esta sendo a introdução do plantio direto para as culturas anual, pois o preparo convencional ainda é muito utilizado na maioria das propriedades. Isso torna o solo muito vulnerável a perdas principalmente por erosão.

No Brasil esse sistema também é utilizado no Rio Grande do Sul, por produtores de arroz irrigado, onde depois de colher o arroz e semeado trevo, cornichão e azevém, e permanece com pastagem 3-4 anos e depois volta com arroz novamente.

Integração lavoura-pecuaria nos Estados Unidos

É um sistema não muito difundido. As áreas onde se trabalha o sistema de integração lavoura-pecuária, é próximo há região conhecida como cinturão do milho, fica entre meio as regiões produtoras de grão, carne e leite.

As técnicas de utilização da mesma área para os dois sistemas ainda é pouco desenvolvida, por vários motivos, principalmente por causa das condições climáticas desfavoráveis, que prejudica o desenvolvimento das espécies forrageiras, dificultando a implantação e pastejo da espécie forrageira depois da cultura.

Os principais métodos utilizados são plantio de espécies perenes por dois ou três anos e depois se retorna com culturas anuais. As espécies de pastagens mais utilizadas são Tifton (Cynodon spp), alfafa (Medicago sativa), trigo duplo propósito, festuca (Festuca spp) e trevos (Trifolium spp).

Alternativa é a semeadura de azevém sobre a cultura do milho, isso garante que quando a cultura estiver sendo colhida à pastagem já esteja estabelecida, isto garante um bom adiantamento de pastejo e melhor utilização da forrageira antes de ser coberta pela neve em períodos de frio mais severo.

Nos Estados Unidos segundo Sulc (2007), os produtores de grão não demonstram grande interesse na utilização de sistema misto de produção, visto que a produção de grão por área é muito vantajosa. Já os produtores de leite e carne, cujo o principal sistema é o de gado confinado, buscam a integração, objetivando a busca por alimento pra seu rebanho. Ou seja, interage com o produtor de grão, que trabalha produzindo milho ou alfafa para a suplementação animal, este fornece o milho (silagem ou grão) e em troca recebem o esterco depositado pelos animais, para ser aplicado nesta área produtora, assim, ciclando parte dos nutrientes retirada pela cultura e beneficiando ambos.

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 88-91)