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Controlo de Qualidade Interno (CQI)

O laboratório adotou o Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Normas da Ordem dos Farmacêuticos e Manual de Boas Práticas Laboratoriais.

O CQI avalia os métodos usados, através da análise de amostras controlo (com valores conhecidos) com o objetivo de garantir a reprodutibilidade dos resultados, a precisão das medições, monitorizar o estado do equipamento e reagentes. O CQI é efetuado com base na construção de cartas de controlo, para os diferentes níveis de controlo dos parâmetros, sendo que, para poder proceder à validação de um parâmetro analisado, é necessário ter o controlo aceitável, de acordo com as regras de Westgard e as necessidades do laboratório. Se os ensaios não cumprem com as regras definidas, o programa produz alertas e neste caso é necessário proceder à identificação do problema que pode ter a ver com lotes de reagentes, amostras degradadas, manutenção do equipamento em falta, entre outros. (9,69)

O laboratório faz a monitorização do CQI através do programa Unity™, em que avalia a performance de cada analito medido, com o objetivo de centralizar a informação num único programa, para o qual todos os equipamentos exportam os dados. A calibração e CQI dos equipamentos usados na Bioquímica encontram-se descritos na tabela 6.

Tabela 6(a). Calibração e CQI dos equipamentos usados na Bioquímica.

Equipamentos Calibração Controlo de Qualidade

Interno

GEM Premier 3000 Tem calibrações

automáticas, através do sistema iQM™.

Quando se reinicializa um analito desseleccionado deve correr-se 2 níveis de soluções de controlo. Quando se muda o cartucho passam-se 4 níveis. Tirando isso, quando o equipamento pede.

Clinitek ATLAS® Calibração com quatro frascos de solução de calibração quando se introduz um novo rolo de reagente e quando o equipamento dá erro.

Há tiras de controlo negativo e positivo para todos os parâmetros, passados todos os dias de manhã.

71 Tabela 6(b). Calibração e CQI dos equipamentos usados na Bioquímica.

Avaliação Externa da Qualidade (AEQ)

A avaliação externa da qualidade avalia o desempenho dos sistemas analíticos de um laboratório, por meio de programas interlaboratoriais realizados por uma entidade externa. Ao participar nestes programas, o laboratório pretende assegurar que os resultados que obtém para os diversos parâmetros analisados se aproximam do valor real, através de comparação entre os laboratórios e promove a confiança nos resultados por parte de todas as partes interessadas, nomeadamente pessoal do laboratório, utentes e clínicos. (9,70)

O laboratório participa em programas de AEQ, nomeadamente o Esquema internacional de Avaliação da Qualidade da Randox (RIQAS, do inglês, Randox International Quality Assessment Scheme) e Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ).

A execução dos ensaios é feita, sempre que possível, logo após receção das amostras de modo a cumprir os requisitos de estabilidade e está sujeita aos mesmos critérios de execução das amostras de rotina. Normalmente os resultados obtidos são enviados por e-mail ou submetidos no site. Qualquer resultado inaceitável deve ser investigado e as medições corretivas documentadas. (70)

Equipamentos Calibração Controlo de Qualidade

Interno Dimension® Integrated

Chemistry System

Quando o lote de reagente muda, quando a data de calibração expira, quando se adiciona um novo método e quando a lâmpada é mudada, para

alguns métodos

dependentes da luz.

System check diário. Todos os dias, 1 nível de controlo de manhã e outro diferente no fim do turno.

Nas urinas, todos os dias 1 nível no inicio do dia. São passados 3 níveis de controlo após calibração.

VIDAS® Quando se muda o lote,

quando a validade expira.

Controlo semanal para cada reagente (1 nível) e quando há calibração.

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4.Microbiologia

Sendo a Microbiologia uma área bastante vasta, os procedimentos, testes e parâmetros a seguir referidos foram divididos de acordo com as seguintes áreas: Bacteriologia, Micologia, Parasitologia e Virologia, sendo que o laboratório foca o diagnóstico na área da Bacteriologia, pelo que as restantes áreas estão pouco aprofundadas neste relatório.

É importante referir que as atividades realizadas nesta área requerem o uso de uma Câmara de Segurança Biológica Classe II, que assegura a manutenção de ar na zona de trabalho, protegendo o operador, o produto a analisar e o ambiente envolvente.

4.1.Equipamentos

4.1.1.VITEK

®

2

O VITEK®2 é um aparelho que realiza identificação de microrganismos e testes de suscetibilidade aos antibióticos (TSA) in vitro, através de cartas VITEK (figura 5). O sistema realiza uma combinação de reações químicas nas cartas de identificação, que permite identificar o organismo em estudo. As cartas para TSA têm uma combinação de fármacos para grupos de microrganismos, nomeadamente GP e GN. Após análise, as estirpes são identificadas como sensíveis, intermédias ou resistentes. (71)

Figura 5. Equipamento VITEK®2. Adaptado de (71)

O TSA deve ser realizado para qualquer microrganismo que seja responsável por um processo infecioso e em que seja necessária a toma de antibiótico, principalmente

73 quando a espécie em estudo é capaz de exibir resistência aos antimicrobianos utilizados mais frequentemente. No caso das Pseudomonas, a carta é diferente da dos outros GP, porque são bactérias produtoras de β-lactamases e já são resistentes a quase todos os β- lactâmicos. (72)

Para a leitura das cartas é necessário realizar suspensões das colónias (com um determinado valor da escala de MacFarland) em tubos colocados num suporte próprio, que é depois colocado no aparelho.

4.1.2.BacT/ALERT® 3D

Aparelho utilizado para detetar a presença de microrganismos no sangue e fluidos corporais estéreis. Os microrganismos metabolizam os substratos existentes no meio de cultura, e se existir produção de CO2, a cor do fundo do frasco de hemocultura muda para um tom mais claro. Caso a cor não se altere após 5 dias, a amostra é considerada negativa. Caso positive, é realizada sementeira em meios de cultura apropriados.

Após leitura do código de barras, os frascos de hemocultura são colocados no equipamento (figura 6), que contem quatro “gavetas” incubadoras, com capacidade de incubação de 240 frascos de hemocultura. (73)

Figura 6.Equipamento BacT/ALERT® 3D. Adaptado de (73)

4.1.3.GenomEra CDX™ system

É um equipamento para testes rotineiros de ADN (ácido desoxirribonucleico) que realiza testes de PCR (reação em cadeia da polimerase, do inglês, polymerase chain reaction) em 50 minutos (figura 7). Não há necessidade de manipular reagentes de PCR

74

pois todos os reagentes estão incorporados nos chips de teste. O analisador lê automaticamente os códigos de barras no inicio da análise. (74)

Figura 7. Equipamento GenomEra CDX™ system. Adaptado de (74).

No laboratório, o aparelho é utilizado para diagnosticar a presença de Clostridium difficile toxinogénico em amostras de fezes.

Clostridium difficile é uma bactéria GP anaeróbia, formadora de esporos. Os sintomas provocados pela bactéria são devido a duas toxinas, A e B. Este teste deteta de forma rápida e específica o gene tcdB (gene que codifica a toxina B de Clostridium difficile). (75)