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3.1.1GEM Premier 3000 – Gasimetrias

Trata-se de um equipamento (figura 1) que mede uma variedade de parâmetros em sangue total heparinizado. Mede potencial de hidrogénio (pH), pressão parcial de dióxido de carbono (ρCO2), ião sódio (Na+), ião potássio (K+)e ião cálcio (Ca2+) usando sensores potenciométricos. (7) Para além destes, mede uma série de outros parâmetros derivados dos referidos anteriormente, como é o caso do ião bicarbonato (HCO3-).

Figura 1. GEM Premier 3000. Adaptado de (8)

Os métodos potenciométricos medem a força eletromotriz (fem) de células galvânicas, em que o potencial de um dos componentes do par eletrolítico é tomado como resposta às concentrações de espécies iónicas presentes em solução. As condições analíticas são controladas para que a fem dependa apenas da espécie iónica em estudo.

15 Consiste num método eletroquímico em que é medida a diferença de potencial elétrico entre dois elétrodos em condições estáticas (sem passagem de corrente). É feita a medição do potencial de um elétrodo indicador, o de interesse (cátodo) em relação a um elétrodo de referência (ânodo), através de um potenciómetro. (9)

Através de um elétrodo amperimétrico mede também pressão parcial de oxigénio (ρO2), glucose e lactato. (7) A amperometria é uma técnica eletroquímica em que ambos os elétrodos estão ligados a uma fonte de tensão externa. Esta corrente é aplicada ao elétrodo de medição, que faz com que as moléculas do analito em estudo sejam atraídas para esse elétrodo, dando origem a uma reação química. A corrente da célula eletroquímica é medida e é proporcional à concentração de analito presente na amostra. (9)

O aparelho tem cartuchos com todos os componentes necessários para operar, que inclui sensores, soluções, bolsa de descarte e agulha de aspiração. Para além disto, apresenta um sistema de Controlo de Qualidade inteligente (iQM™, do inglês, intelligent Quality Management) de modo a garantir que produz resultados fiáveis sem necessidade de intervenções pelo usuário. (7) O modo de funcionamento é muito simples: após leitura do código de barras, a amostra é aspirada da seringa pelo aparelho e os resultados vão automaticamente para o software.

3.1.2.Dimension

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Integrated Chemistry System

O laboratório usa um sistema de diagnóstico in vitro (figura 1) que mede uma variedade de analitos nos fluidos humanos. O aparelho usa um sistema de cartuchos de reagentes para operar e é constituído por quatro módulos: espetrofotometria, módulo de imunoensaio heterogéneo (HM) módulo QuickLyte® para testar eletrólitos e o módulo de imunoensaios homogéneos de alta sensibilidade (LOCI®). Utiliza técnicas de espetrofotometria, turbidimetria, imunoturbidimetria, quimioluminescência e tecnologia multisensor seletiva de iões para aplicações químicas e imunoquímicas de uso clínico em urina, plasma, soro e LCR. (10)

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Figura 2. Dimension® Integrated Chemistry System. Adaptado de (11).

A espetrofotometria é definida como uma medida da intensidade da luz a um determinado comprimento de onda e baseia-se na capacidade de absorção da radiação. As reações enzimáticas, de oxidação-redução ou colorimétricas, que provoquem uma alteração na absorvância podem ser detetadas por espetrofotometria. (9)

Os imunoensaios baseiam-se na reação entre um antigénio e um anticorpo específico para esse antigénio. O módulo HM realiza imunoensaios enzimáticos, baseados no princípio de sandwich. LOCI® é um módulo automatizado de imunoensaios associado à tecnologia quimioluminescente. (10)

A turbidimetria mede a luz dispersa, em que o aumento da turvação, causada pela presença de partículas em suspensão, causa uma alteração na intensidade da radiação incidente. Assim, a concentração do analito presente na amostra em estudo é tanto maior quanto menor for a quantidade de luz medida. Pode ser utilizada associada a uma reação de imunoprecipitação (imunoturbidimetria), medindo a quantidade de luz que consegue atravessar a amostra na presença de imunocomplexos. (9)

As medições dos eletrólitos utilizam a Tecnologia do Multisensor Integrado (IMT, do inglês, Integrated Multisensor Technology) de deteção indireta das amostras - QuikLYTE® - para desenvolver um potencial elétrico proporcional à atividade de cada ião específico presente na amostra. Os elétrodos estão incorporados no QuikLYTE® Integrated Multisensor e são seletivos para os iões de sódio, potássio e cloreto. No multisensor, é também incorporado um elétrodo de referência. Depois de uma amostra ser posicionada no sensor, os iões estabelecem um equilíbrio com a superfície do elétrodo. É gerado um potencial que é proporcional ao logaritmo da atividade da substância a analisar na amostra. O potencial elétrico gerado numa amostra é comparado com o

17 potencial elétrico gerado numa solução padrão e é calculada a concentração dos iões pretendidos. (12)

O sistema alerta para os índices de hemólise (pode ocorrer elevação de alguns resultados analíticos como o potássio, magnésio, lactato desidrogenase e podem ocorrer interferências analíticas devido à cor da hemoglobina), icterícia (tonalidade amarelada do soro ou plasma devido à bilirrubina, que pode levar à alteração de alguns resultados analíticos) e lipémia (leva à turvação do soro e pode interferir nas técnicas analíticas como a turbidimetria).

As amostras são colocadas no suporte e o equipamento lê o código de barras e processa os testes de modo aleatório. Não é necessário pré-tratamento de reagentes ou da amostra. Os resultados são impressos automaticamente pela impressora acoplada ao aparelho e também enviadas para o sistema de validação do laboratório.

3.1.3.Clinitek Atlas

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O equipamento Clinitek Atlas® (figura 3) é um espetrofotómetro de dispersão que mede a luz refletida para realizar análise química e física da urina. Cada embalagem de reagente contem um rolo de tiras de reagente com zonas reativas independentes, impregnadas com substâncias químicas, que analisam os seguintes parâmetros: glicose, bilirrubina, cetona (ácido acetilacético), sangue oculto, pH, proteínas, urobilinogénio, leucócitos e nitritos. O equipamento analisa por espetrofotometria de refletância, a comprimentos definidos, a cor e intensidade da luz refletida por uma zona reativa após a reação. (13)

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A determinação da gravidade específica da amostra faz-se através do método do índice de refração, em que é determinado o grau de desvio de um feixe de luz que atravessa a solução (índice de refração), proporcional à concentração dos solutos da amostra. A clareza é determinada através da medição da transmissão e dispersão da luz que passa através da amostra. (13)

O scanner de código de barras lê as etiquetas e cada uma é lida no momento em que a amostra no tubo é analisada.

3.1.4.VIDAS

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É um imunoanalisador automático (figura 4) composto por um módulo analítico com cinco secções e com seis posições em cada uma, que permite a realização de diversos testes e parâmetros em simultâneo.

Figura 4. Aparelho VIDAS®. Adaptado de (15).

Funciona da seguinte forma: após identificação do doente através da leitura do código de barras, é inserido na posição da secção escolhida, o cone (fase sólida da reação, sensibilizado com antigénios ou anticorpos) e a barrete de reagente, ao qual se adiciona o soro a testar.

A tecnologia utilizada, que é adaptável a uma ampla gama de ensaios, combina o método ensaio imunoenzimático (EIA, do inglês, enzyme immunoassay) com uma leitura final de fluorescência: tecnologia conhecida como ELFA (do inglês, enzyme linked fluorescent assay). Inicialmente, os anticorpos/antigénios presentes no soro ligam-se aos anticorpos/antigénios fixados no cone. Após uma etapa de lavagem, o conjugado fixa-se aos anticorpos/antigénios específicos presentes no cone, seguido de outra etapa de lavagem que elimina o conjugado não fixado. Na etapa final, a enzima do conjugado

19 catalisa a reação de hidrólise de um substrato, resultando na emissão de fluorescência, proporcional à quantidade analito presente na amostra. (16)