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Controlo Pós-Natal de rotina (CPósN): O que é, quando, onde e quem?

As práticas de cuidados preventivos e as avaliações de rotina para identificar e gerir ou transferir complicações das mães e dos bebés incluem:

CPósN essencial, de rotina, para todas as mães

• Avaliar e verificar se há hemorragias e controlar a temperatura • Apoiar a amamentação, e analisando os seios para prevenir a mastite

• Manejar a anemia, promover a boa nutrição, as redes mosquiteiras tratadas com insecticida, e administrar suplementos de vitamina A

• Completar, se necessário, a vacinação com toxóide tetânico • Dar conselhos e referir as várias opções de planeamento familiar

• Referenciar os utentes para outras unidades de saúde no caso de complicações como as hemorragias, as infecções ou a depressão pós-natal

• Aconselhar acerca dos sinais de perigo e dos cuidados de saúde domésticos CPósN essencial, de rotina, para todos os recém-nascidos

• Avaliar a presença de sinais de perigo, medir e registar o peso, e controlar a temperatura e a alimentação • Dar apoio às práticas de alimentação óptimas, especialmente a amamentação exclusiva

• Promover a higiene e os cuidados à pele, aos olhos e ao cordão umbilical

•Se os cuidados oftálmicos profilácticos forem uma prática local e não foram aplicados, ainda se podem aplicar até 12 horas depois do parto

•Manter o cordão umbilical limpo e seco

•Identificar infecções superficiais da pele, como o pus que escorra do umbigo, qualquer vermelhidão que se alastre desde o umbigo até à pele, mais de 10 pústulas na pele, inchaços, vermelhidão e dureza na pele, e tratar ou referenciar para uma unidade de saúde se o bebé apresentar também sinais de perigo

• Manter o aquecimento, adiando o primeiro banho do bebé para depois das primeiras 24 horas de vida, mantê-lo encostado à mãe pele-contra-pele e colocando-lhe um capuz

• Insistir no registo do bebé e facilitá-lo

• Dirigir-se a uma unidade de saúde para proceder às vacinações de rotina • Aconselhar sobre os sinais de perigo e os cuidados de saúde em casa

Cuidados adicionais a ter com os bebés com baixo peso à nascença (BPN) ou com os bebés pequenos e outros bebés vulneráveis, como os que nascem de mães seropositivas (duas ou três consultas extra) A maioria das mortes de bebés recém-nascidos ocorre nos de baixo peso, muitos dos quais são prematuros. Não são necessários cuidados intensivos para salvar a maioria destes bebés. Cerca de um terço poderão ser salvos com cuidados simples9que incluem:

• Saber reconhecer a pequena dimensão do bebé

• Avaliar os sinais de perigo e tratá-los ou referenciar a mãe e o bebé para uma unidade de saúde, consoante o for o caso

• Prestar apoio adicional à amamentação, incluindo espremer o leite materno e alimentar com copo ou biberão, se necessário

• Prestar especial atenção às práticas de aquecimento, como a de pele-contra-pele ou o Método Mãe Canguru, MMC • Saber reconhecer e identificar os bebés incapazes de se alimentarem através de amamentação ou de aceitar leite

espremido do peito da mãe, e transferi-los para uma unidade de saúde rapidamente

• Prestar cuidados adicionais aos bebés cujas mães sejam seropositivas, especialmente no que se refere ao apoio à sua alimentação (Secção III capítulo 7)

Identificação precoce e referenciação/manejo em caso de emergências da mãe do bebé Para salvar a vida das mães e dos bebés, é necessária, no caso de complicações graves, a sua detecção, manejo ou referenciação para unidade de saúde apropriada

Sinais de perigo na mãe • Hemorragia excessiva

• Descarga vaginal com mau odor • Febre com ou sem arrepios • Fortes dores abdominais • Cansaço excessivo ou falta de ar

• Mãos, cara e pernas inchadas, com fortes dores de cabeça ou visão turva • Peitos dolorosos, dilatados, ou mamilos doridos, com fissuras ou sanguinolentos Sinais de perigo no bebé

• Convulsões

• Movimentos apenas quando estimulado, ou ausência de movimentos, mesmo quando estimulado • Não se alimentar bem

• Respiração rápida (mais de 60 respirações por minuto), farfalheira ou forte arfar • Febre (acima de 38° C)

• Baixa temperatura corporal (abaixo de 35,5° C),

• Bebé muito pequeno (menos de 1 500 gramas de peso ou nascido dois ou mais meses antes do tempo previsto) • Hemorragias

Há algumas estratégias possíveis para se prestar CPósN e muitas das tarefas rotineiras podem ser delegadas, embora a monitorização e as ligações sejam fundamentais:

• Num serviço de saúde: é mais provável que se preste esta assistência se o parto ocorrer num serviço de saúde, mas mesmo assim as mulheres e os bebés podem não ser contactadas para terem um CPósN eficaz antes de terem alta dos serviços, e mesmo quando as mães vão aos serviços para lá ocorrer o parto, podem regressar nos primeiros dias após terem tido alta

• Em serviços de proximidade: Um assistente especializado pode visitar a casa da parturiente para prestar CPósN à mãe e ao bebé

• Consultas em casa por um trabalhador comunitário de saúde (TCS): Nas localidades onde os sistemas de saúde não sejam tão completos e eficientes e os recursos humanos sejam limitados, certas tarefas podem ser delegadas em TCS que ficam ligados com os serviços de saúde para os casos em que seja necessário referenciar um paciente • Combinação de cuidados de saúde nos serviços e em casa: o CPósN pode ser prestado nos serviços de saúde a seguir

ao parto, em casa durante os primeiros dois a três dias cruciais, e em consultas subsequentes nos serviços de saúde após seis a sete dias e às seis semanas, quando a mãe está mais capaz de sair de casa

Fontes: Adaptado das referências11;12

Nota: Esta informação não tem a intenção de ser um guia clínico pormenorizado O que é o CPósN de rotina? (continuação)

QUANDO e como devem ocorrer as consultas pós-natal?

ONDE se deverá executar o Controlo Pós-Natal e QUEM o pode executar

A data e o número óptimos das consultas pós-natal, especialmente nos locais onde os recursos são poucos, ainda é objecto de debate. Embora ainda não se tenham feito análises sistemáticas em grande escala para determinar este protocolo, têm-se sugerido três ou quatro consultas pós-natal. As consultas devem ser feitas muito cedo porque a maioria das mortes maternas e dos recém-nascidos ocorre na primeira semana, especialmente no primeiro dia, e este período é também a ocasião crucial para promover comportamentos e práticas saudáveis. Cada país deve tomar decisões baseadas no contexto local e nos materiais, produtos e equipamentos de que dispõe, incluindo quem pode prestar os serviços incluídos no pacote de CPósN, e qual o local onde esses serviços podem ser prestados. Como orientação, apresentamos as seguintes directrizes:

• Primeiro contacto:

Se a mãe se encontrar num serviço de saúde, ela e o bebé devem ser avaliados dentro de uma hora a seguir ao parto e de novo antes de terem alta

Devem aconselhar-se as mulheres a permanecerem durante 24 horas nos serviços, especialmente depois de um parto complicado.

Se o parto aconteceu em casa, a primeira consulta deverá ocorrer nas primeiras 24 horas cruciais após o parto • Recomenda-se que haja contactos para seguimento da situação pelo menos cada 2-3 dias, 6-7 dias e às 6 semanas • Devem ocorrer outros contactos adicionais no caso dos bebés que necessitem de cuidados especiais (os que tenham

baixo peso à nascença ou os filhos de mães seropositivas). Nestes casos deverá haver duas ou três consultas além das de rotina

III

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