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cuidados a prestar aos recém-nascidos No Mali, um programa contratou avós para instruírem

as comunidades acerca de como fazerem mudanças pequenas e simples para proteger a saúde das mães e dos bebés. As avós conversaram acerca da melhor alimentação, de como prevenir e tratar as infecções, de como manter os bebés aquecidos e secos, e da amamentação precoce. O resultado foi haver menos mortes de recém-nascidos e uma diminuição das práticas prejudiciais, como o excesso de trabalho a que as grávidas se sujeitavam, o dar banho aos bebés passadas apenas seis horas do parto, a aplicação de manteiga de cacau no cordão umbilical do bebé, e dar café aos recém-nascidos. Os maridos ficaram mais receptivos a pagarem serviços médicos e suplementação alimentar durante a gravidez, e até passaram a acompanhar as mulheres às consultas dos serviços de saúde.

Segundo disse uma mãe: “o muro de vergonha entre a sogra e a nora vai-se esbatendo gradualmente; o marido dá dinheiro porque a autorização foi dada pelo seu pai que, por sua vez, foi influenciado pela sua mulher.”

em serviço, de todos os quadros dos serviços de saúde, de modo a que esses curricula incluam o CPósN essencial.21Além disso,

deverão adaptar, divulgar, institucionalizar e implementar políticas de CPósN baseadas em evidências.39Já existem directrizes, materiais

para formação, auxiliares de tarefas e registos pós-natal, tanto para a mãe como para o recém-nascido, mas ainda não estão articulados para constituírem um pacote integrado que possa ser implementado sistematicamente na região. Nos locais onde o CPN tenha sido introduzido com êxito, a cobertura pode ser alargada progressivamente ao longo dos cuidados continuados de saúde para fornecer um pacote focalizado de CPósN. Também se podem criar mensagens fundamentais para o CPósN de modo a que haja convergência com outras mensagens dos serviços de SMNI. Depois da implementação, os Ministérios da Saúde e as partes interessadas deverão pensar em rever as operações relacionadas com os programas, como os

aprovisionamentos de materiais e produtos, e as questões logísticas, assim como as lições entretanto aprendidas.

2. Integrar programas: criar e melhorar as ligações entre a comunidade e os serviços

Interligar os serviços de SMNI com todos os outros níveis de prestação de serviços. Para funcionar bem, o CPósN requer que a assistência à mãe e ao bebé seja coordenada onde quer que os serviços sejam prestados (nas instalações dos serviços de saúde, na comunidade e em casa dos utentes) e também boas ligações para as referenciações, tanto da mãe como do bebé, para outras unidades de saúde. Em muitos casos, é o mesmo profissional de saúde que presta assistência à mãe e ao bebé. Porém, os protocolos e as normas para se combinarem os cuidados de saúde prestados à mãe e ao recém-nascido ainda não chegaram aos serviços de saúde periféricos, ou então há um assistente de saúde infantil que avalia o recém-nascido, mas não teve formação profissional para isso. É portanto imperativo dar a conhecer as directrizes de nível nacional a quem presta os serviços, isto é, aos trabalhadores dos serviços de saúde.

Atribuir poderes e competências à família e aos membros da comunidade. Utilizar programas de planeamento de partos e o CPósN para informar as mães, a família e os membros da comu- nidade sobre as boas práticas de cuidados maternos e neonatais em casa. Materiais simples de comunicação e de aconselhamento podem afastar as famílias das práticas culturais tradicionais e orientá-las para os cuidados de saúde essenciais baseados em evidências e destinados aos recém-nascidos, incluindo o recon- hecimento rápido dos sinais de perigo e a referenciação da mãe e do recém-nascido para unidades de saúde adequadas. Quando se sugere uma alteração dos comportamentos é importante que essa alteração seja negociada e assegurar que os líderes comunitários sejam incluídos no processo.

Providenciar para que haja monitorização, gestão e responsabilidade. Relativamente a diversos programas baseados na comunidade, a monitorização e a garantia de qualidade são os pontos mais fracos e falíveis. Os gestores de programas, assim como os trabalhadores das unidades de saúde de proximidade e dos outros serviços de saúde devem ser apoiados na monitorização de rotina dos TCS e dos voluntários. A fim de manter os TCS motivados e torná-los responsáveis pelos serviços que prestam, a sua remuneração deve basear-se no modo como desempenhem as suas tarefas.

Ponderar a possibilidade de utilização de residências temporárias. As residências temporárias para a maternidade, ligadas aos serviços de saúde, com serviços de cuidados obstétricos de emergência, podem ajudar a reduzir o número de mortes de mães e de bebés, especialmente no que se refere às que vivem longe dos serviços e que têm factores de risco conhecidos, como uma morte neonatal que já anteriormente tenha ocorrido. A mãe e o bebé podem permanecer nessas residências durante três ou quatro dias para se garantir que estejam de boa saúde ao regressarem a casa.

Preencher as lacunas existentes entre o CPósN e o planeamento familiar. Os programas de planeamento familiar deverão aumentar a sua abrangência geográfica e levar os trabalhadores comunitários a coordenar esforços com os profissionais das unidades de saúde (e vice versa). Os programas devem reconhecer e dar resposta à imobilidade física e social da mãe no período pós-natal, assim como à receptividade das mães e dos seus maridos, das avós e de outros membros influentes da família para que aconselhem e prestem apoio. As estratégias de aconselhamento devem ser reorientadas de modo a incluir todos os aspectos dos cuidados aos recém-nascidos.40(Secção III capítulo 1). Criar e dar apoio às parcerias chave. IUtilizar formas criativas para reconhecer e apoiar as parcerias novas e as já existentes entre o governo, os doadores, as organizações não governamentais, os grupos de mulheres, os trabalhadores de saúde tradicionais e as organizações religiosas locais. Ponderar a possibilidade de: • Cativar o apoio e a cooperação de entidades religiosas que muitas

vezes são figuras proeminentes na área da saúde comunitária. • Reconhecer a influência das assistentes tradicionais de partos

e de outros promotores da saúde e convidá-los para se juntarem à “equipa comunitária de saúde” a fim de instruírem os pais e os avós sobre as práticas positivas.

• Alargar a investigação sobre conhecimentos, atitudes e comportamentos, e negociar mudanças de práticas prejudiciais, encorajando em contrapartida as que são benéficas.

3. Melhorar as informações disponíveis para orientar a tomada de decisões relativas aos programas

Melhorar a monitorização do CPósN. Há falta de dados sobre a cobertura do CPósN. Terão de se criar indicadores padrão de monitorização para promover o CPósN como programa

importante dos serviços de SMNI e para avaliar comparações entre países.41Os sistemas regulares de informação sobre os

sistemas de saúde deverão incluir também indicadores relativos ao CPósN. (Caixa III.4.4). Os futuros IDS, por exemplo, e os Inquéritos por cacho de Indicadores Múltiplos (MICS) devem perguntar às mulheres que deram à luz recentemente o que pensam da qualidade e da utilização dos CPósN que receberam, incluindo perguntas sobre quando, onde e quem lhes prestou assistência. Neste momento estão a ser alvo de análise indicadores compostos para os cuidados essenciais aos

III

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