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Dados Estatísticos – Impostos sobre o Património em Portugal

MONTANTE DO IMPOSTO PRAZO

5. Aquisição de prédios classificados como de interesse nacional/público/municipal (Isenção) 438

3.3. Dados Estatísticos – Impostos sobre o Património em Portugal

Na tabela I do Anexo VIII, reproduz-se informação fiscal da OCDE relativa a Portugal e na qual se procura evidenciar a relação dos principais impostos nacionais, quer com o PIB quer com o conjunto das receitas fiscais, referentes aos anos de 2000, 2007 e 2013, anos que escolhemos para comparação pelos seguintes motivos: - ano 2000, pelo facto de, nesse ano, já se encontrar em vigor a CA, o primeiro imposto sobre o património imobiliário em Portugal, dado que, a anterior contribuição predial incidia sobre os rendimentos prediais; - ano 2007, por já se encontrar em vigor o atual IMI e o IMT; ano 2013 – por corresponder ao ano com informação mais recente na análise da OCDE.

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Conforme se poderá visualizar na referida tabela, os impostos sobre o património correspondem aos tributos com menor representação no cômputo das receitas totais do país, onde predominam os impostos sobre o consumo.

Nas estatísticas divulgadas pela AT relativas à área dos impostos sobre o património, mais concretamente, no que diz respeito ao IMI, encontra-se disponível informação respeitante à liquidação efetuada nos anos de 2008, 2009 e 2015, ou seja, referente ao imposto de 2007, 2008 e 2014, respetivamente467.

Tendo por base essa informação, construíram-se as tabelas II a XIV do Anexo VIII, sendo da sua análise que nos ocuparemos seguidamente.

Neste sentido, a tabela II procura evidenciar o número de prédios rústicos e urbanos inscritos na matriz, nos anos considerados, e a sua representatividade face ao total de prédios identificados.

Verifica-se que, em 2014, encontravam-se inscritos na matriz predial 19.700.098 prédios, dos quais 11.584.007 (58,8%) correspondiam a prédios rústicos e 8.116.091 (41,2%) a prédios urbanos.

Ao compararmos os dados dos anos de 2007, 2008 e 2014, conclui-se que, os prédios rústicos têm tido uma representatividade no total dos prédios identificados superior à dos prédios urbanos, numa diferença que, em 2007 e 2008 ascendeu a cerca de 19%, e que, em 2014, desceu para 17.6%, sendo aliás facto que tem acontecido ao longo do tempo, e que vem sendo mencionado nos relatórios técnicos e pela doutrina.

Por outro lado, em cada tipo de prédio (rústico e urbano) inscrito na matriz, podemos apurar qual o número de prédios que se encontra sujeito a IMI, assim como, o número dos que se encontram isentos desse imposto, e ainda a representatividade de ambos no total de cada tipo considerado, dados que se reproduzem na tabela III (v. Anexo VIII), sendo que, do respetivo conteúdo se salientam as seguintes conclusões:

 Em cada um dos anos em causa, o número de prédios rústicos sujeitos a IMI é significativamente superior aos rústicos isentos, representando cerca de 95% do total de prédios rústicos.

467 A informação estatística referida no texto foi consultada em 2016.02.28 e a mesma encontra-se

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 Nos prédios urbanos a diferença entre sujeitos a IMI e isentos é inferior relativamente ao diferencial verificado nos rústicos, representando os prédios isentos, em 2007 e 2008, mais de 20% do total de prédios urbanos, baixando para 14,1% em 2014.

Se atendermos ao valor de imposto liquidado, nos anos de 2008 e 2009, e o compararmos com o número de prédios total, bem como por tipo de prédio (rústico e urbano), chegamos aos dados da tabela IV (v. Anexo VIII).

A mesma comparação não poderá ser feita para 2015, em virtude de não se encontrar disponibilizada a liquidação discriminada por tipo de prédio.

Se na citada tabela III se pode constatar que, os prédios rústicos representam a maioria de prédios inscritos na matriz, sendo também aqueles cujo maior número se encontra sujeito a IMI, quando nos deparamos com o valor liquidado de imposto, o seu peso decresce significativamente face aos prédios urbanos, como resulta da referida tabela IV.

Pese embora não seja disponibilizada pela AT a informação de IMI liquidado no ano de 2015, por cada tipo de prédio, a situação não será seguramente distinta da ocorrida, quer em 2008 quer em 2009.

Com efeito, para o ano de 2014, é facultada informação referente ao VPT dos prédios, ascendendo este ao montante de 1.261,52 milhões de euros para os rústicos, e de 519 571,74 milhões de euros para os urbanos, pelo que, sendo superior o VPT dos urbanos em 518 310,22 milhões de euros, também o terá sido a respetiva liquidação, apesar das taxas de IMI urbano serem inferiores à taxa dos rústicos.

Aos dados indicados nas tabelas anteriores, poderemos adicionar informação referente aos valores patrimoniais registados e verificar a sua evolução nos anos em apreço, conforme se reproduz nas tabelas V, VI e VII (v. Anexo VIII).

A análise comparativa entre os dados relativos a 2008 e 2009 e a informação de 2015, constante destas últimas tabelas, permite concluir que, para o montante liquidado neste último ano, o qual ascendeu a 1.567 milhões de euros, contribuiu sobretudo o aumento do valor patrimonial sujeito dos prédios urbanos que, de 271.776,94 milhões de euros em 2009 passou para 418.256,76 milhões de euros em 2015, para o que poderá ter concorrido os seguintes factos: 1) o aumento do n.º de prédios urbanos inscritos na matriz que, de 7.910.890 em 2008 passou para 8.116.091 em 2014; 2) a atualização dos VPT ocorrida na sequência da avaliação

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geral aos prédios urbanos realizada em 2012; 3) a diminuição do número de prédios urbanos isentos, cujo VPT passou de 115.663,71 milhões de euros em 2008 para 101.314,98 milhões de euros em 2014 (o VPT dos prédios rústicos isentos manteve-se praticamente constante de 2009 para 2014).

Da nota informativa da AT relativa aos dados de 2014, que alude não ao valor da liquidação por tipo de prédio, mas ao respetivo VPT, apurou-se que, por comparação com o ano de 2013, o VPT dos prédios inscritos em 2014 sofreu uma variação de 0,031%, para a qual contribuiu a atualização trienal efetuada nos termos do art.º 138.º do CIMI (epigrafado “Atualização Periódica”).

Mais se apurou que, o VP isento em 2014 representou 9,9% e 19,5% do VP total dos prédios rústicos e urbanos, respetivamente, refletindo as alterações legislativas às condições de reconhecimento dos benefícios fiscais, assim como ao aumento do seu controlo.

Para os anos de 2008 e 2009, encontra-se disponibilizada informação referente à receita líquida de IMI transferida para os diferentes municípios. Desses dados, destacamos na tabela VIII os dez municípios cuja receita líquida registou valor mais elevado, por ordem decrescente e, na tabela IX, destacam-se, por ordem crescente, os dez municípios cuja receita líquida transferida apresentou montantes inferiores.

No que concerne ao IMT, nos anos de 2008 a 2010, a receita bruta ascendeu aos montantes indicados na tabela X (v. Anexo VIII) e, nesses mesmos anos, os dez municípios que apresentaram maior valor de transferência em receita líquida do imposto encontram-se discriminados na tabela XI.

Quanto ao IS, a respetiva receita bruta atingiu os valores referenciados na tabela XII. A discriminação da receita bruta pelas verbas da TG do IS (v. Tabela XIII do Anexo VIII), permite concluir que, para os quatro anos considerados, aquelas que representam maior valor correspondem à Verba 17 – Operações Financeiras, seguida da Verba 22 – Seguros e da Verba 1.1. – Aquisição de Imóveis.

Com base na receita bruta de IS, foi criada a tabela XIV, a qual procura demonstrar o peso relativo das verbas da TG que, nos anos em apreço, evidenciaram maior valor de receita bruta. Representa-se igualmente o peso da Verba 1.2.-Transmissões Gratuitas, na receita bruta total deste imposto.

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