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MONTANTE DO IMPOSTO PRAZO

5. Aquisição de prédios classificados como de interesse nacional/público/municipal (Isenção) 438

3.2.1.3. Valor Tributável

A determinação do valor tributável efetua-se segundo as regras dos art.os 12.º a 16.º do CIMT.

Como regra geral, o valor tributável será o maior dos seguintes valores:

1.º O valor do ato ou do contrato (preço declarado, valor de aquisição dos

imóveis) (Art.º 12.º, n.º 1);

Ou

2.º O VPT dos imóveis (Art.º 12.º, n.º 1)440, que corresponde ao valor dos

bens imóveis inscritos na matriz à data da liquidação, nos termos do art.º

16.º.

Da conjugação do n.º 2 do art.º 12.º com as disposições do art.º 14.º, conclui-se que, sempre que houver lugar à avaliação de bens imóveis, ou à descriminação de VPT’s inscritos na matriz, bem como nos casos de imóveis omissos na matriz ou nela inscritos sem valor patrimonial tributário, e, ainda, de bens ou direitos não sujeitos a inscrição matricial, todas as diligências, procedimentos e critérios de avaliação serão os estabelecidos no CIMI, com exceção dos prédios urbanos arrendados até 31 de dezembro de 2001 e dos prédios rústicos441. Apesar da regra geral do n.º 1, o n.º 4 do art.º 12.º e o art.º 13.º estabelecerem diversas regras especiais de determinação do valor tributável em função do facto tributário subjacente, designadamente para as situações de transmissão das figuras parcelares do direito de propriedade independente da propriedade plena dos prédios ou para os casos inversos.

440 Conforme referido por ROCHA, António Santos; BRÁS, Eduardo José Martins – cit. 122, p. 416, ao

considerar o “valor constante do ato ou contrato”, o legislador pretendeu tributar a contraprestação pela aquisição dos bens, ou o “valor patrimonial tri utário dos imóveis”, significa que aqui o legislador insere-se na continuidade da concretização do princípio “travão da simulação quanto ao preço”, que advém de legislação do século XIX. A definição do “valor constante do ato ou contrato” é dada pelas diferentes alíneas, não taxativas, do n.º 5 do art.º 12.º, do CIMT. Relativamente ao valor tributável em sede de IMT, Carlos Lobo salienta que o legislador se esqueceu de “… tri utar o que é realmente essencial, ou seja, o valor efetivo da transmissão”, isto é, o valor de mercado da transmissão, o que para o autor reforça a “administrativi ação do valor patrimonial”, em que o VPT se constitui como critério de determinação indireta da matéria coletável para o IRS e para o IRC (cfr. LOBO, Carlos Batista – cit. 274, p. 35; LOBO, Carlos Batista – cit. 377, p. 6).

441 No caso dos prédios urbanos que foram arrendados até 31 de dezembro de 2001 e que assim se

mantenham à data da liquidação, o valor tributável para efeitos de IMT será calculado por meio de um fator de capitalização, com o limite máximo de 1, sobre o valor da renda anual. No caso dos prédios rústicos, o valor patrimonial tributário será o que se encontra inscrito na matriz à data da liquidação, atualizado com base nos fatores de correção monetária a fixar em função do ano da última avaliação geral ou cadastral (cfr. preâmbulo do CIMT – cit. 183, p. 7616).

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A definição do valor do ato ou contrato é dado pelo n.º 5 do art.º 12.º e o mesmo corresponde, isolada ou cumulativamente, aos seguintes valores:

Tabela VII Valor Tributável – IMT (Art.º 12.º, n.º 1, 1ª parte e n.º 5 CIMT)

Valor Tributável – IMT

(Caso seja maior do que VPT dos imóveis – Art.º 12.º, n.º

1 CIMT)

Valor do Ato ou do Contrato (P/ efeitos de IMT)

Fundamentação Legal (CIMT – Art.º 12.º, n.º 5)

Preço pago pelo adquirente al. a) Valor dos Móveis dados em troca

(Determinado nos termos do CIS)

al. b) Valor atual das pensões

temporárias/pensões vitalícias/ rendas vitalícias

al. c) Valor das prestações/rendas perpétuas al. d) Valor da prestação temporária (casos de

direito de superfície)

al. e) Rendas pagas adiantadamente pelo

arrendatário e não abatidas ao preço

al. f) Rendas acordadas al. g) Quaisquer encargos a que o comprador fique

obrigado, por lei ou contrato.

al. h)

A LOE para 2016 alterou as redações da 12ª regra e da 19ª regra especiais do n.º 4 do art.º 12.º refletindo as mudanças na incidência objetiva do art.º 2.º, relativas às sociedades e aos fundos de investimento imobiliário a que acima aludimos442.

3.2.1.4. Taxas

As taxas do IMT e as regras da sua aplicação, em função das transmissões que estiverem em causa, encontram-se estabelecidas no art.º 17.º, n.os 1 a 7, do CIMT, algumas das quais indicaremos infra.

A reforma de 2003, procedeu a uma redução significativa dos valores nominais das taxas do imposto e à atualização dos escalões do valor sobre o qual as mesmas incidem, nos

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casos de aquisição de imóveis exclusivamente para habitação própria e permanente e de aquisição de imóveis exclusivamente para habitação.

Nas situações descritas no parágrafo anterior, o valor do prédio urbano (ou fração autónoma) sobre o qual incide o IMT é dividido em seis escalões, sendo que, nos primeiros cinco escalões a taxa aplicada é de natureza progressiva e no 6.º escalão é aplicada uma taxa única (máxima) de 6%. Estando em causa a aquisição de habitação própria e permanente, a mesma encontra-se isenta de imposto para valor tributável inferior a 92.407€. Em concreto as taxas aplicadas encontram-se nas tabelas que constituem o Anexo VI.

Nas transmissões de outros prédios urbanos e outras aquisições onerosas a taxa é única e igual a 6,5%. Caso a transmissão tenha por objeto prédios rústicos é aplicada uma taxa única de 5%.

Nas situações de transmissão, quer de prédios rústicos quer de prédios urbanos, em que o adquirente, desde que seja pessoa coletiva, tenha residência ou sede em país, território ou região de regime fiscal mais favorável443, a taxa aplicada é sempre de 10 %, não lhe sendo aplicada qualquer isenção ou redução (Art.º 17.º, n.º 4 e n.º 7).

O imposto é liquidado pelas taxas em vigor à data da ocorrência do facto tributário (n.º 1, art.º 18.º).

O n.º 2 do art.º 81.º da Lei n.º 73/2013444 determina, ainda, alterações nas taxas do IMT a introduzir nos próximos dois anos. Assim, a partir de 2017, as taxas são reduzidas de um terço e em 2018 a redução será de dois terços.

3.2.1.5. Liquidação e Pagamento

A liquidação do imposto é de iniciativa dos interessados ou é promovida oficiosamente, neste caso se aqueles não tomarem a iniciativa de o fazer no prazo legal ou se houver lugar a qualquer liquidação adicional (esta última prevista no art.º 31.º). A competência para liquidação é dos serviços centrais da AT.

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A lista dos países, territórios e regiões com regimes de tributação privilegiada, claramente mais favoráveis foi publicada pela PORTARIA n.º 150/2004, de 13 de fevereiro, a qual foi alterada pela Declaração de Retificação n.º 31/2004 de 23 de março e pela Portaria n.º 292/2011, de 8 de novembro. DR, 1ª Série. N.º 214 (2011.11.08), pp. 4788-4789, atualmente em vigor.

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Em regra, a liquidação e o pagamento deverão anteceder o ato ou facto translativo dos bens, mesmo que a transmissão se encontre subordinada a condição suspensiva, ou haja reserva de propriedade e, ainda, nos casos de contrato para pessoa a nomear, e só ocorrerão em momento posterior nos casos previstos no art.º 36.º do CIMT.

Desta forma, como regra geral, temos que, o pagamento do IMT deverá ser efetuado no próprio dia da liquidação ou no 1.º dia útil seguinte (Art.º 36.º).