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Definição de Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação

2. Revisão de Literatura

2.2 A Tecnologia da Informação na Administração Pública

2.2.2. Definição de Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação

Fleury (1993) conceitua tecnologia como um pacote de informações organizadas, de diferentes tipos, provenientes de várias fontes (descobertas científicas, livros, manuais) obtidas por diferentes métodos (pesquisa, desenvolvimento, cópia) utilizado na produção de bens e serviços. As organizações passaram por profundas mudanças nos últimos 50 anos desde a inclusão dos computadores e o crescente desenvolvimento de novas tecnologias.

Informações podem ser definidas como objetos simbólicos, representações externas à mente humana, construídos para facilitar processos de comunicação no âmbito do conhecimento e ação humana. Como recurso, as informações têm um ciclo de vida e um valor que devem ser geridos de maneira análoga aos demais recursos da organização (Carvalho 2005; Earl 1988; Oliveira 1994; Strassmann 1990).

Segundo Meirelles (1990: 126), "a tendência natural é tentar medir o valor da informação pelo quanto adicional ela traz, entretanto, o conceito mais amplo e correto é o custo de oportunidade - quanto custa não a ter. Neste sentido, medir o valor da informação passa a ser um processo semelhante ao de um seguro ou propaganda - quanto custa não ter". Verifica-se, portanto, o tratamento da informação como um recurso, possuindo então custo, valor e, nomeadamente, o custo de oportunidade de não a possuir.

Ortolani (1995) indica que independentemente do tipo de organização – privada ou pública – não raramente o administrador orienta suas decisões adotando o princípio da racionalidade econômica: obter o máximo resultado com um dado montante de recursos ou minimizar este montante para obtenção

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de um determinado resultado. Para esta análise, os recursos de informações oportunas e de qualidade são fundamentais para a decisão de maneira a garantir uma atuação eficaz do Estado nas áreas sob sua responsabilidade.

Neste sentido, Carneiro (2004) entende como ambiente de TI a infraestrutura (hardware3 e

software4) de suporte às operações realizadas para que as estratégias definidas possam ser atingidas. A

introdução desta realidade é evidenciada na passagem de uma Sociedade Industrial para uma Sociedade de Informação, exigindo adaptação das organizações para que possam sobreviver. Assim, a informação e as tecnologias que lhe são associadas representam alguns dos mais importantes ativos nas organizações e, tal como noutros ativos, estes também carecem de requisitos de qualidade, controle, segurança e atualização.

Por sua vez, Torres (1996) define TI como todo tipo de tecnologia que envolve o processamento de dados, informações e comunicação integrada, utilizando-se de recursos e equipamentos eletrônicos. É composta pelos recursos tecnológicos e computacionais para geração, processamento, gerenciamento, armazenamento e uso de dados e informações. Fundamenta-se basicamente nos seguintes componentes: hardware (e seus dispositivos e periféricos); software e seus recursos e aplicativos; sistemas de telecomunicações, e pessoal associado (Child 1987; Davenport et al. 1990; Laudon e Laudon 2004).

Entendendo a TI como um universo mais abrangente, torna-se possível identificar o enquadramento dos Sistemas de Informação como um conjunto de partes (software, hardware, recursos humanos e procedimentos) que geram informações. Têm como maior objetivo o apoio aos processos de tomada de decisões na organização e o seu foco está direcionado ao principal negócio desta. São identificados como ferramentas que darão o apoio aos processos das organizações. Resumidamente, é possível indicar que se tratam de sistemas que processam informação, que têm uma finalidade, um objeto de interesse, que executam determinadas atividades, num determinado ambiente (Laudon e Laudon 2004).

Zorrinho (1991, citado por Tavares 2008: 8) ressalta a necessidade dos SI disponibilizarem o máximo de “informação útil”5 à organização. Dispor de informação confiável e oportuna, sobre as

diversas variáveis significativas do negócio tende a constituir um fator crítico de sucesso em todas as suas atividades.

3Hardware é a parte física. É formado pelos componentes eletrônicos como circuitos de fios e luz, placas, utensílios, correntes, e qualquer outro

material em estado físico, que seja necessário ao funcionamento do equipamento.

4Software é a parte lógica. Tem a função de fornecer instruções ao hardware, possibilitando a realização das operações de um equipamento. 5Informação com valor para uma situação em particular

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Embora estejam evidentes os benefícios dos SI, há que se levar em conta a possibilidade de novos tipos de erros inerentes aos novos processos, dentre eles o que está associado à forte dependência da capacidade de funcionamento do hardware e software. Há que se considerar a proteção destes elementos de danos físicos (relacionados ao hardware) ou virtuais (relacionados ao software), de outro modo, eles podem não responder ou fazê-lo de uma forma inadequada.

Cabe atentar para o risco de perda da informação, isto é, dos dados que se encontram dispostos em arquivos eletrônicos. A perda destes arquivos implicará graves consequências impactando diretamente, por exemplo, nas demonstrações financeiras – já que os setores de finanças e contabilidade são, normalmente, os primeiros a serem assistidos por SI – e, eventualmente, a própria interrupção das operações da organização.

Há que se considerar, também, outro risco manifestado com a substituição dos procedimentos manuais por procedimentos automatizados: o surgimento de erros de caráter sistemático. Se por um lado a diminuição do envolvimento humano permite reduzir os erros de caráter aleatório, pelo outro tende a aumentar os sistemáticos, uma vez que os procedimentos passam a estar programados e o processamento das informações é feito de forma consistente para todas as operações até que esta programação seja modificada. Desta feita, falhas de programação afetarão a confiabilidade resultando em distorções significativas na informação processada.

Ainda sobre os riscos constata-se o aspecto de acessos não autorizados, pois não é raro que em SI seja permitido o acesso de forma remota por terceiros. Deste modo, torna-se possível a ocorrência de acessos ilegítimos resultando em alterações indesejados em sistemas e arquivos.

Por fim, aponta-se o risco da necessidade de experiência adicional em TI. Mesmo nos casos em que as organizações recorrem ao software mais simples, faz-se necessária a intervenção de pessoal com conhecimentos e experiência não só para efeitos de instalação, mas também para manutenção e apoio à utilização. Surge, então, a necessidade de contratar especialistas qualificados ou contratar o serviço de terceiros como consultores que assegurarão a gestão dos sistemas.

Entendido o papel dos SI como ferramentas que disponibilizam o apoio aos processos das organizações, posicionando-se como fundamentais para o seu bom funcionamento, torna-se relevante uma breve passagem sobre os aspectos considerados no momento de eleger e conduzir uma política de TI, ou seja, quais características e quais SI serão escolhidos para contribuir com o desenvolvimento das organizações.

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