• Nenhum resultado encontrado

Diagrama de produção de doce de fruta

5. proCessos de Conservação

6.1 Produção de doces de fruta

6.1.3 Diagrama de produção de doce de fruta

» descrição do diagrama - Conjunto ordenado das operações do pro-cesso de produção responsáveis pela transformação da matéria-prima em produto final. figura 6.2 diagrama do ProCessamento de doCe de fruta receção pré-lavagem seleção e classificação lavagem descascamento /preparação trituração escaldão cozedura enchimento capsulagem arrefecimento água água + impurezas água + impurezas cascas polpa de fruta meio de aquecimento embalagens rótulos água refugo água rotulagem armazenamento açúcar ácido cítrico meio de aquecimento meio de arrefecimento cápsulas meio de arrefecimento

Manual de Conservação e Transformação de produTos de origem vegeTal 6. apliCaçÕes práTiCas

92

receção

Os frutos que servirão de base ao produto final devem ser de boa qualidade e estar no ponto certo de maturação: maduros, mas firmes.

Inicialmente, deve ser feita a pesagem e, depois, as devidas análises do lote. a receção da matéria-prima deve ser realizada em local apropriado, distante da área de processamento, para se evitar a contaminação do produto final.

Pré-lavagem

Essa operação visa a eliminação de impurezas provenientes do campo (galhos, grãos de areia, insetos, etc.) que possam contaminar a matéria-prima, desqualifi-cando o produto final, além de acarretar desgaste aos equipamentos. Essa ope-ração tem ainda a finalidade de aliviar o “calor de campo”, que os frutos trazem consigo desde a hora da colheita até a entrada na indústria.

Recomenda-se que a pré-lavagem seja feita com água corrente ou com jatos de água, de modo a facilitar a remoção das sujidades mais grosseiras. deve-se controlar a pressão da água, para não danificar os frutos.

Seleção e classificação

um dos fatores mais importantes que determina a qualidade dos doces de frutos é a seleção e a classificação dos frutos por tamanho, cor, maturação, ausência de manchas ou defeitos causados por fungos e insetos, simetria, textura e sabor. após a pré-lavagem, os frutos são colocados sobre uma mesa de seleção, de preferência de aço inoxidável, onde os operadores separam os frutos podres, muito verdes e defeituosos.

lavagem

a lavagem tem como objetivo a redução da carga microbiana presente na su-perfície dos frutos, que devem ser mantidos, por um período de 15 a 20 minutos, numa solução de hipoclorito de sódio na concentração de 200 mg/kg (0,02%) de cloro ativo. depois da lavagem, é preciso retirar o excesso de cloro dos frutos, o que se faz enxaguando-as com água corrente de boa qualidade. a água resul-tante deste enxaguamento pode ser utilizada na pré-lavagem dos frutos.

descasque / preparação

Para a operação de descasque existem três técnicas diferentes, cuja utilização depende do fruto utilizado como matéria-prima e do rendimento que se deseja obter no descasque. estas técnicas são: o descasque manual, descasque mecâ-nico e a pelagem química.

Manual de Conservação e Transformação de produTos de origem vegeTal

6. apliCaçÕes práTiCas

93

» descasque manual - utilizam-se facas de aço inoxidável providas de lâminas recurvadas para ajustar a profundidade de corte.

» descasque mecânico - Utilizam-se máquinas construídas especifica-mente para esse fim.

» pelagem química - O processo pode ser efetuado por imersão dos frutos numa solução de hidróxido de sódio (soda cáustica), à concen-tração de 1,5 a 2,0%, a quente (aproximadamente 80 ºC), cerca de 1 minuto. esta operação requer bastante atenção e cuidado por parte do manipulador, a fim de evitar qualquer contato físico com a soda cáustica ou com a solução, que provoca sérias irritações ou queima-duras na pele.

Os utensílios utilizados nessa operação devem ser reservados somente para essa finalidade, não podendo, de maneira alguma, ser utilizados para outro fim. em seguida, deve drenar-se a solução e submeter os frutos a uma lavagem com água corrente, que promoverá a pelagem.

Para neutralizar eventuais resíduos de soda, os frutos devem ser imersos em água acidificada com ácido cítrico a 0,25%, ou seja, numa solução preparada com 25 g de ácido cítrico por cada 10 l de água.

a solução de soda cáustica pode ser reaproveitada para limpeza de sanitários, tubulações, caixas de gordura, etc.

Trituração

nesta fase a fruta é triturada por ação de facas ou de um moinho triturador.

escaldão

Trata-se de um tratamento térmico, no qual a fruta é exposta a elevadas tempe-raturas, onde se promove a destruição do complexo enzimático, a remoção do ar dos tecidos celulares e se reduz a carga microbiana inicial. Com a inativação enzimática previne-se a alteração das características organoléticas do produto e a sua deterioração.

Cozedura

nesta fase a polpa de fruta é colocada numa marmita onde irá ser processada até atingir o ponto necessário para a conservação, o qual depende das quanti-dades proporcionais de pectina, ácido e açúcar. O ácido promove o processo de formação do gel obtido pela mistura da pectina com o açúcar. a quantidade de

figura 6.3

diagrama de um moinho triturador aCionado Por motor elétriCo

Manual de Conservação e Transformação de produTos de origem vegeTal 6. apliCaçÕes práTiCas

94

pectina e ácido varia de fruto para fruto. O tempo exato de cozimento será de-finido pelo teor de sólidos solúveis que se deseja obter para o produto final. Para que o produto possa ser estável do ponto de vista microbiológico, o teor de açú-cares final deverá ser de 65 ºBrix (medidos com o auxilio de um refractómetro).

enchimento

Terminada a cozedura, o doce é enviado de imediato para o sistema de enchi-mento, sendo então acondicionado em embalagens, ainda a quente, para que o próprio produto promova a esterilização das superfícies internas da embalagem.

Capsulagem

Procede-se à colocação de tampas nos frascos, conferindo assim o fecho hermé-tico das embalagens.

arrefecimento

deixam-se as embalagens em repouso dando-se o arrefecimento do doce até à temperatura ambiente. É durante esta fase que se dá a gelificação do doce, conferindo ao produto final a consistência desejada.

rotulagem

nesta fase a embalagem é rotulada com a marca e nome do produto, a data de validade, informação nutricional, empresa de distribuição, instruções de conser-vação e o lote.

armazenamento

Para se oferecer um produto de qualidade ao consumidor, deve-se utilizar um sistema FIFO (first in - first out) em que o produto que primeiramente foi pro-duzido será o primeiro a sair para o mercado/consumo. Os lotes devem estar adequadamente etiquetados, com as datas de fabrico.