• Nenhum resultado encontrado

1.2. O percurso académico e profissional

1.2.2. Elementos da experiência profissional

Como experiência no mundo do trabalho tenho a destacar alguns trabalhos tendo sido alguns remunerados e outros não: 1) Monitor num campo de férias de crianças e jovens, em Ponta Delgada; 2) Treinador de futebol do escalão de traquinas da Associação Académica de Coimbra; 3) Instrutor Fitness e professor de natação no ginásio Virgin Active, Porto; 4) Treinador de Futebol no Clube União Micaelense, tendo passado por todos os escalões de formação e veteranos mas, com especial incidência nos escalões Sub.11 e Sub.13; 5) Professor de Expressão e Educação Físico Motora no Colégio de São Francisco Xavier, em substituição ao professor titular; 6) Coordenador do campo de férias do Colégio São Francisco Xavier, no Verão de 2014; 7) Treinador de futebol do escalão de Sub.13 do Nogueirense Futebol Clube;

No que respeita à experiência como monitor tive a oportunidade de acompanhar, durante o período de férias de verão, um grupo de crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos, na panóplia de atividades que perfazem um campo de férias. Desde idas à praia e à piscina, até á prática de desportos individuais e coletivos, tais como o ténis, a natação, o futebol e o voleibol, foram inúmeras as atividades que puseram à prova a minha capacidade de gerir um grupo com as características específicas desta faixa etária. Ser um dos responsáveis pela segurança e bem-estar deste grupo de crianças foi algo que me desafiou, pois, pela primeira vez, pude perceber que o cumprimento de regras é fundamental, designadamente para a segurança das crianças. Os momentos em que as crianças iam para a água do mar brincar e os momentos em que era necessário controlá-las nos passeios realizados na rua foram aqueles que mais me marcaram – nesses momentos senti que deveria redobrar a minha atenção e encontrar mecanismos de controlo mais eficientes e eficazes. Também enfrentei este tipo de desafios quando exerci funções de coordenador de um campo de férias. Nesta experiência, acrescentou-se ainda o desafio de realizar por completo o planeamento, realização e avaliação de todas as atividades a realizar. Esta foi uma tarefa que contribuiu para a aquisição de conhecimento acerca das burocracias necessárias à operacionalização do projeto que envolvia atividades fora das instalações do campo de férias, como

13

por exemplo a necessidade de obter autorizações da autarquia e da câmara municipal.

No que concerne ao conjunto de experiências enquanto treinador de futebol, os desafios e exigências dos vários grupos desportivos por que passei, foram muito semelhantes. Todos os clubes mencionados tinham e têm a mesma conceção relativamente ao futebol de formação - todos olhavam para o futebol como um meio de utilizar o desporto para formar homens, isto é, como um meio de transmitir valores de cidadania, como a cooperação, a entreajuda, a amizade e a tolerância a todas as crianças ajudando-as, desta forma, a integrarem-se no meio onde estão inseridas. No pensamento dos representantes máximos destes clubes, e também no meu, antes de se formar um jogador de futebol é necessário formar uma pessoa. Essa conceção esteve e está na base de todo trabalho que desenvolvi e desenvolvo atualmente.

A minha experiência no ginásio Virgin Active foi aquela que talvez me tenha desafiado mais até hoje. Aqui, tive de conseguir conversar, perceber e lidar com pessoas de todas as faixas etárias e com vários tipos de problemas pessoais e sociais. Nesta minha experiência percebi que muitas pessoas se sentem sozinhas, mesmo tendo família, e a forma que têm de se abstrair da monotonia do seu quotidiano ou de esquecer-se, por momentos, dos seus problemas é dialogando connosco. Este foi um grande desafio, pois obrigou-me a ter e passar constantemente uma energia positiva e alegre, mesmo quando estava num dia menos bom. Na verdade, neste contexto, este foi o principal desafio. Para além disso, a aquisição de conhecimentos relacionados com a fisiologia do exercício, com o treino e com a anatomia humana, foram exponenciais. O facto de ter que levar à prática os conhecimentos teóricos adquiridos foi um processo de transformação exigente. Para além disso, esta exigência foi fundamental, levando-me a pesquisar na procura de soluções para os diversos clientes.

A minha primeira experiência enquanto professor foi no primeiro ciclo. Esta foi uma experiência única, mas muito cansativa - os alunos deste ciclo de ensino são muito energéticos e têm muitas dificuldades de concentração e de

14

organização. Sendo a minha primeira experiência enquanto professor, as dificuldades na preparação das sessões foram enormes. No decurso desta experiência fui percebendo, por mim próprio, os erros que ia cometendo e adotando estratégias na procura de os diminuir. Desses erros destaco o elevado tempo de instrução e a seleção de exercícios pouco motivadores e interessantes. À medida que ia diminuindo o tempo de instrução e ia percebendo que atividades os alunos gostavam mais, ia notando que as aulas decorriam com maior fluidez e a aprendizagem começava a ter lugar.

Foram estes trabalhos, em especial o de treinador e o de professor, que despoletaram em mim a curiosidade e o anseio em aprender mais sobre como ensinar desporto. De facto, as dificuldades e as dúvidas que sentia quando queria ensinar algo aos meus jogadores e alunos levaram-me a realizar muitas reflexões, sendo que a principal se baseava na tentativa de responder à questão: Como posso aumentar a eficácia do meu ensino?. Após várias reflexões em torno destas temáticas, decidi que teria de frequentar um curso relacionado com o ensino do desporto para crianças e jovens. Daí a decisão de me candidatar a dois mestrados: ao mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e ao mestrado de Treino Desportivo na Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa. Entrei nos dois sendo que optei pelo mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário tendo sido a cidade do Porto um dos fatores que me fizeram optar por este mestrado.

15

II -Enquadramento Institucional,

legal e funcional do estágio

17

2. Enquadramento institucional, legal e funcional do estágio