• Nenhum resultado encontrado

Caracterização dos Títulos JM

INDICADORES BOLSISTAS

III. Relatório Consolidado de Gestão

2. ENQUADRAMENTO SECTORIAL

termos do decreto-lei 258/97. A referida lei abriu novas perspectivas para o sector, embora existam opiniões críticas do que consideram o peso excessivo das autarquias na decisão de atribuição de novas licenças, tendo mesmo a Comissão Europeia iniciado um processo de investigação formal a este novo regime legal. Os vários operadores presentes no mercado nacional apresentaram, no âmbito da nova Lei do licenciamento comercial, 504 pedidos, 283 dos quais destinados a unidades alimentares, 193 relativos a retalho especializado, dois para estabelecimentos comerciais por grosso e os restantes a centros comerciais. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que recebeu o maior número pedidos (200), seguindo-se as zonas Norte e Centro (com 170 e 72, respectivamente), o Alentejo (com 36) e a região do Algarve (com os restantes 26 pedidos). O processo de aprovação destes pedidos de licenciamento encontrava-se ainda em curso no início de 2005, não existindo desde logo uma ideia clara quanto aos resultados efectivos da nova legislação.

Em 2004, surgiram cerca de 30 novas lojas na Distribuição Organizada, ainda ao abrigo de licenças atribuídas no anterior regime de licenciamento. Em comparação com o ano anterior, o formato discount revelou uma menor dinâmica de aberturas, não ultrapassando os 20% do total de novas lojas. No formato hipermercado registou-se a inauguração de uma nova superfície no mês de Outubro, já no quadro da nova lei de licenciamento.

O ano caracterizou-se, sobretudo, pela manutenção de políticas agressivas de preço, como estratégia para atrair clientes face a uma conjuntura económico- social menos favorável e à crescente pressão exercida pelos discounts.

Uma alteração relevante no sector foi a recomendação da Autoridade da Concorrência para uma maior abertura do mercado dos combustíveis a empresas da Distribuição, de forma a intensificar a concorrência neste segmento em benefício do consumidor final. Assim, assistiu-se não só à entrada de operadores da Distribuição Alimentar neste novo negócio, como também à intensificação de promoções cruzadas entre distribuidores alimentares e distribuidores de combustíveis.

Em 2004, verificou-se, ainda, uma aposta crescente dos operadores da Distribuição Alimentar nos negócios de Vestuário, Electrodomésticos, Informática e Bricolage, através de Insígnias próprias e especializadas, funcionando em complemento da Insígnia de Retalho Alimentar, sobretudo nas cidades de província.

2.3. Mercado Grossista Alimentar – Portugal

Ao contrário do registado em 2003, a actividade do mercado grossista em Portugal apresentou, em 2004, um arrefecimento, na ordem dos 1,5 pontos percentuais2. A maior pressão do Retalho Moderno sobre o Retalho Alimentar Tradicional, a queda registada no sector do turismo e alguma retracção no consumo de bens alimentares ajudam a compreender tal comportamento.

A realização do Euro 2004 e a do Rock in Rio parecem ter produzido benefícios abaixo do esperado no canal de indústria hoteleira, podendo não só ter inibido

turistas não afectos ao futebol, como também favorecido apenas os pontos de venda localizados junto dos estádios ou das zonas de concentração das claques dos vários países.

Os principais canais do mercado grossista, o Retalho Alimentar Tradicional e a Indústria Hoteleira, apresentaram contudo comportamentos distintos3. O canal da Indústria Hoteleira deve-se ter mantido em valor face ao ano transacto, e o canal do Retalho Tradicional manteve a trajectória descendente anteriormente iniciada. O segmento da indústria hoteleira tem vindo a conhecer crescimentos apreciáveis nos últimos anos, salientando-se o facto de a penetração dos cash & carry neste canal não ser ainda significativa.

2.4. Mercado Retalho Alimentar – Polónia

O mercado da Distribuição na Polónia continua a revelar um dinamismo significativo, marcado pela contínua abertura de novos espaços comerciais e pelo crescimento estimado, na ordem dos 3,7%, do consumo privado.

Contando com a presença de quase todos os principais operadores internacionais da Distribuição, a Polónia é o mercado da Europa Central que maior agressividade concorrencial apresenta. Consequentemente, em 2004, algumas empresas decidiram abandonar as suas operações e outras procederam à alienação parcial do seu parque de lojas, registando-se ainda a transferência de lojas do Retalho Tradicional para os operadores de Retalho Organizado. Não obstante este facto, o Retalho Tradicional continua ainda a representar mais de 50% do mercado polaco.

No ano de 2004, abriram as portas cerca de 220 novas lojas, sendo o formato

discount aquele que apresentou maior dinamismo com a inauguração de uma

centena e meia de lojas. No formato hipermercado, pese embora apresentar um elevado nível de saturação, registaram-se mais de 30 novas lojas, devido, essencialmente, à expansão da cadeia alemã Lidl/Kaufland. Destaca-se também a compra, por parte da Carrefour, de 13 hipermercados da Ahold, na sequência do processo de reestruturação encetado por esta última.

Apesar do elevado índice de dinamismo e agressividade comercial já existente, a adesão da Polónia à União Europeia, em Maio de 2004, irá certamente potenciar a atracção de mais investimentos no sector da Distribuição.

3estimativas internas

As várias Divisões Operacionais anteviam 2004 como um ano repleto de desafios, o que motivou a definição de um plano de acção muito firme no que respeita ao posicionamento estratégico estabelecido para as várias Insígnias.

Embora o ambiente competitivo se tenha agravado durante 2004 e a retoma do consumo ficado aquém das expectativas, o desempenho de Jerónimo Martins reflecte o acerto das opções estratégicas assumidas nos últimos anos.

3.1. Vendas Consolidadas

As vendas consolidadas de Jerónimo Martins apresentaram um crescimento de 3,6%, numa base comparável, fruto do bom desempenho das Insígnias da Distribuição ao longo do ano, que culminou com um excelente quarto trimestre, principalmente para o Pingo Doce e para a Biedronka.