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Caracterização dos Títulos JM

RECOMENDAÇÕES DE ANALISTAS

10. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS DO GRUPO

investimento representou 59,3% do resultado operacional (EBITDA), contra 27,9% em 2003.

A integração do negócio da Bestfoods representou um desembolso de 78 milhões de euros. Com este acordo, que permitiu fortalecer a parceria de mais de 50 anos entre Jerónimo Martins e a Unilever, a FimaVG passou a integrar um negócio com produtos e marcas que complementam a sua vasta oferta, destacando-se os caldos e sopas Knorr, a farinha Maizena e as sobremesas Alsa.

Na área da Distribuição, a par do trabalho realizado ao nível da prospecção de novas localizações e dos pedidos de licenciamento para a abertura de lojas, que serão a base da futura expansão, a abertura de 63 novas lojas é prova do empenhamento do Grupo em assegurar níveis de crescimento significativos. Assim, foram abertas 55 novas lojas Biedronka, 4 lojas Pingo Doce (uma das quais na Região Autónoma da Madeira), 3 médias superfícies Feira Nova e uma plataforma de Food Service do Recheio.

Como já referido em anteriores capítulos, foi também preocupação do Grupo assegurar a manutenção e modernização das lojas, para garantir um parque de lojas homogéneo, e que obedeça, quer às exigências legais estabelecidas, quer ao standard definido pelas operações para cada um dos formatos. Alguns dos investimentos realizados no retalho em Portugal visaram dotar as lojas, principalmente as do Feira Nova, de condições que fomentem as vendas de não

Insígnia Lojas Novas Remodelações Lojas Fechadas 2004 2003 2004 2003 2004 2003 Pingo Doce 4 2 3 11 4 4 Feira Nova 3 1 4 6 0 0 Recheio 1 1 2 1 0 1 Biedronka 55 38 64 62 2 4 10.2. Desinvestimentos

Para além da antecipação da conclusão da venda da cadeia de cash & carry Eurocash na Polónia, não ocorreu durante 2004 nenhum desinvestimento materialmente relevante. À semelhança dos anos anteriores, manteve-se a política de acompanhar a contribuição operacional de cada unidade produtiva, decidindo-se pelo encerramento sempre que se revele impossível inverter a tendência de destruição de valor ou quando a substituição se afigure como o cenário que melhor defende a estratégia da Insígnia.

Foi o caso de 2 lojas Biedronka e de 4 lojas Pingo Doce (das quais 3 funcionaram até 31 de Dezembro de 2003, e destas duas operavam na Madeira). A loja de Alcântara do Pingo Doce será substituída por uma loja nova, a abrir em 2006.

As previsões das instituições internacionais apontam para um abrandamento generalizado, ainda que ligeiro, da actividade económica mundial em 2005. Os EUA deverão continuar a crescer a um ritmo superior ao da média das economias avançadas, a China estima-se que mantenha um apreciável dinamismo e que o crescimento da Zona Euro tenda a situar-se acima do verificado em 2004, beneficiando, em particular, do contributo do desempenho dos novos Estados- membros para a robustez da procura externa que lhe é dirigida.

Espera-se, com efeito, que as políticas económicas assumam progressivamente uma orientação mais neutra, em particular com a correcção, por parte dos EUA, das taxas de juros reais negativas e da política orçamental expansionista, havendo, igualmente, expectativas de que as autoridades chinesas abrandem o ritmo de expansão económica, através da subida das taxas de juro e do controlo do investimento público. Prevê-se também que o Banco Central Europeu, que tem vindo a assinalar a persistência de riscos para a estabilidade de preços a médio prazo, possa vir a subir as taxas de juro, entre os 25 e os 50 pontos base.

Perspectiva-se, ainda, que, em 2005, o dólar possa continuar a evidenciar algum enfraquecimento cambial face ao euro. O preço do petróleo poderá, por seu turno, vir a sofrer novas pressões, na medida em que continuam a existir desajustamentos entre a oferta e a procura (pelo menos no que se refere a certos tipos de crude), em parte devido à crescente integração da China e da Índia no comércio mundial, persistindo também tensões políticas em diversos países produtores, o que aumenta a insegurança quanto ao nível da oferta futura.

Embora as perspectivas de crescimento mundial sejam relativamente favoráveis, existe, em todo o caso, um nível de incerteza relevante associado a eventuais conflitos internacionais, à ameaça do terrorismo ou a desenvolvimentos económicos inesperados, que leva os empresários e os investidores a ajustar os seus índices de confiança.

Em relação aos mercados português e polaco, onde o Grupo Jerónimo Martins opera presentemente, existem algumas especificidades que se justifica realçar.

Pesquisas de opinião realizadas junto da comunidade empresarial portuguesa referem que, apesar da instabilidade política e da convocação de eleições legislativas antecipadas para Fevereiro de 2005, o investimento das empresas pode vir a aumentar, as vendas podem subir, mas a pressão sobre os preços vai continuar. Considera-se, no entanto, que continuam a existir entraves fortes ao crescimento económico do País pela ausência de reformas estruturais fundamentais, e que a economia, em 2005, deverá ter um comportamento semelhante ao de 2004, embora a Bolsa portuguesa possa vir a abrandar e as exportações a aumentar.

O Banco de Portugal, por sua vez, prevê um crescimento do PIB de 1,6%, valor este que é superior ao de 2004 e assenta essencialmente na expansão robusta da procura externa. Prevê-se, ainda, uma descida nos índices de inflação e o

abrandamento da procura interna face à registada em 2004. No entanto, estas expectativas podem vir a ser afectadas por factores de cariz internacional - tais como variações mais elevadas nas taxas de juro e/ou de câmbio, ou um menor crescimento internacional -, e por factores de cariz nacional, por efeito de uma menor consolidação orçamental. No sector da Distribuição Alimentar, aguarda-se que, em 2005, os resultados da nova Lei do Licenciamento Comercial se concretizem e que se torne possível consolidar as perspectivas para o sector nos próximos anos.

Já na Polónia, embora não exista qualquer dúvida sobre os efeitos esperados da adesão à UE e sobre o potencial de crescimento da economia e o concomitante desenvolvimento das suas infra-estruturas, a questão que se coloca é a do ritmo de crescimento que irá, de facto, materializar-se, a curto e médio prazos, o que condiciona, naturalmente, a natureza e o grau de ambição da estratégia de actuação das empresas nesse mercado.

As estimativas apontam para um crescimento do PIB, em 2005, na ordem dos 4,7%, destacando-se uma apreciável expansão na procura doméstica. Acresce, ainda, o forte incremento ao nível do investimento, potenciado em larga medida por dois factores: (i) o cenário favorável de transferência de unidades de negócio de outros países da União Europeia, visando beneficiar dos elevados níveis de qualificação da força de trabalho polaca, bem como dos seus custos bastante competitivos; e (ii) o impacto dos fundos comunitários, direccionados para o desenvolvimento de infra-estruturas e da competitividade das empresas. Consequentemente, existe um ambiente optimista em relação à diminuição da taxa de desemprego e à evolução positiva do Consumo Privado, embora o poder de compra seja ainda bastante reduzido.

O zloty deverá manter o seu vigor em 2005, com o consequente impacto ao nível das exportações, estimando-se uma descida das taxas de juro por parte das autoridades polacas.

O País enfrenta, no entanto, alguns riscos no que diz respeito aos critérios a respeitar no âmbito da adesão à UE, nomeadamente no limite do défice público nos 3%. Vários analistas consideram que para tal acontecer será necessário tomar medidas mais arrojadas do que aquelas que se perspectivam.

A realização de Eleições Legislativas em 2005 pode também vir a constituir um factor de abrandamento do crescimento económico.

No sector da Distribuição Alimentar da Polónia, espera-se a manutenção de um quadro concorrencial muito agressivo, com tendência para a consolidação de operadores no Retalho Organizado e a contínua transferência para este de parte do Retalho Tradicional (que ainda representa cerca de 60% do total do mercado alimentar).

As prioridades estratégicas do Grupo Jerónimo Martins no triénio 2005-2007 focam a sua actividade de gestão na actual carteira de activos, assegurando a sustentabilidade da criação de valor em Portugal e na Polónia e mantendo uma

elevada solidez financeira, num contexto de preparação de base para a futura expansão e crescimento do Grupo.

O Grupo considera que, no contexto acima referido, a criação de valor passa por conseguir:

• Sustentar as Margens de Cash-Flow;

• Aumentar o Rácio Vendas/Capital Investido; • Manter o Custo do Capital constante.

Mediante o enquadramento macro-económico internacional, a aposta do Grupo Jerónimo Martins continua a assentar no crescimento rentável e na consolidação do negócio da Distribuição Alimentar, sendo certo que, em 2005, a Polónia deve apresentar-se como o principal motor de crescimento do Grupo, esperando-se ainda que, a partir de 2005, estejam reunidas as condições para voltar a abrir lojas com as Insígnias de retalho em Portugal. O Grupo vai, também, avaliar as perspectivas que o chamado “mercado alimentar fora de casa” efectivamente oferece, não só pela continuidade de investimento em Food Service como pelo desenvolvimento de outras alternativas de negócio. A avaliação de uma potencial expansão a outras geografias de Leste e a avaliação da carteira de negócios do Grupo em função de novas alternativas de negócio são ainda tema de agenda em 2005.

Espera-se que, tanto em Portugal como na Polónia, os consumidores continuem a mostrar-se bastante sensíveis ao factor preço. Em linha com o que já se vem verificando, a estratégia de mercado das várias Áreas de Negócio assentará, assim, em posicionamentos claros, diferenciados e inovadores e na redução dos preços de venda, sendo certo que a rentabilidade deverá continuar a ser financiada por ganhos efectivos de competitividade. A Organização, nas suas diversas vertentes, vai estar substancialmente envolvida em projectos deste cariz, intencionalmente considerados no Balanced Scorecard de 2005.

O Pingo Doce continuará a reforçar a sua posição de liderança nos supermercados, consolidando, em 2005, a sua estratégia de reposicionamento de preço, prosseguindo a aposta no desenvolvimento dos Perecíveis e da Marca Própria, como factores de diferenciação.

O Feira Nova irá também dar continuidade à sua estratégia de consolidação do posicionamento de preço competitivo, com aposta em Electric Co e New Code, e investindo nos Perecíveis e na Marca Própria, como factores de atracção e fidelização, respectivamente.

O Recheio prosseguirá, em 2005, a consolidação da sua posição de liderança no Retalho Tradicional, dando continuidade à sua estratégia operacional e avaliando alternativas de crescimento num segmento que apresenta significativas dificuldades de crescimento. Já no Canal HoReCa, a consolidação da estratégia operacional e o consequente aumento de penetração no canal são as grandes prioridades, sobretudo, através das plataformas de Food Service.

No mercado polaco, a Biedronka continuará a sedimentar a sua estratégia de sucesso, garantindo a manutenção da sua vantagem no mercado e focando toda a Organização no crescimento contínuo, rápido e sustentado. A Operação

continua a apresentar agressivos planos de expansão (60 a 80 lojas/ano) e de remodelação (40 a 60 lojas/ano) e propõe-se criar mais uma região logística e operacional, no sentido de adequar a estrutura ao potencial de crescimento existente.

Na área da Indústria, espera-se assistir à inversão das tendências registadas em 2004, prevendo-se crescimentos de vendas em todas as Áreas de Negócio, através do investimento em reposicionamento de preço, sobretudo na categoria de Higiene do Lar, em comunicação, em inovação e no ponto de venda. De registar o impacto muito positivo nas vendas e na rentabilidade que se espera ter com a integração do negócio da Bestfoods.

Apesar de, uma vez mais, se antecipar um ano difícil, o Grupo não deixou de assumir, para o ano de 2005, objectivos que considera exequíveis, mas bastante exigentes para a Organização.

Em 1 de Fevereiro de 2005, a Autoridade da Concorrência em Portugal decidiu não se opor à operação de incorporação da Unilever Bestfoods Portugal - Produtos Alimentares, S.A. (Bestfoods Portugal) na FimaVG - Distribuição de Produtos Alimentares, Lda (FimaVG), estando prevista a conclusão desta transacção durante o mês de Março.

Nestes termos, e em face do acordo celebrado com o parceiro Unilever, a partir de 1 de Janeiro de 2005 o Grupo Jerónimo Martins passará a relevar, nas suas contas consolidadas, 51% das demonstrações financeiras dos negócios da FimaVG e da Bestfoods Portugal.