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Sistema de Controlo de Risco 1 Processo de Gestão de Risco

II Governo da Sociedade

1. DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO Direcções Funcionais

1.3. Sistema de Controlo de Risco 1 Processo de Gestão de Risco

Sistema de Controlo de Risco

A Sociedade, e em particular o Conselho de Administração, atribuem grande atenção aos riscos que estão subjacentes ao seu negócio. Pela sua relevância tanto para o processo de tomada de decisão interna como para os agentes de mercado em geral, o Grupo aposta na qualidade e transparência da informação prestada sobre todos os pontos com impacto, positivo ou negativo, no seu futuro.

Pretende-se, assim, identificar claramente os mecanismos de criação de valor, bem como as potenciais causas da sua destruição, ao mesmo tempo que se prepara informação que permite a avaliação de desempenho com elevado grau de confiança. A Sociedade pretende dar aos seus accionistas uma visão tão clara quanto possível de todos os factores, endógenos e exógenos, que possam ter influência significativa na sua rentabilidade.

Objectivos da Gestão de Risco

A Gestão de Risco no Grupo Jerónimo Martins visa cumprir os seguintes objectivos: • Identificar e avaliar os riscos de negócio e de processo;

• Identificar os vectores-chave de criação de valor (key value drivers) e aferir regularmente os seus pontos fortes e pontos fracos;

• Desenvolver e implementar programas de cobertura e prevenção de riscos; • Integrar a Gestão de Risco no planeamento dos negócios;

• Adoptar uma metodologia comum a todo o Grupo para a identificação de riscos, sua gestão e monitorização;

• Promover a consciencialização dos colaboradores para os riscos e os efeitos positivos e negativos de todos os processos que influenciam as operações e que constituem fontes de criação de valor;

• Melhorar o processo de tomada de decisão e de definição de prioridades, pela compreensão estruturada dos processos de negócio do Grupo, da sua volatilidade e das suas oportunidades e ameaças.

O Processo da Gestão de Risco

A Gestão de Risco no Grupo está suportada por uma abordagem que parte do conceito de Economic Value Added - EVA, aplicado a dois universos – ao Consolidado e ao Operacional.

Pretende-se, assim, realizar uma análise bottom-up, avaliando primeiro os elementos que estão na base, quer do NOPLAT (resultado operacional após imposto), quer do custo de capital, de forma a adquirir uma noção objectiva de como estes interagem, e, em última análise, identificar os principais riscos do processo de geração de valor, enquanto objectivo central de gestão.

Os processos de negócio das diferentes actividades desenvolvidas no Grupo Jerónimo Martins inserem-se numa cadeia de valor que incorpora um núcleo estratégico de key value drivers. A Gestão de Risco parte, assim, da identificação desses key value drivers e da análise dos riscos que lhes estão subjacentes.

Com esta abordagem, desenvolve-se uma perspectiva sistematizada e interligada de riscos inerentes a processos, funções e direcções organizacionais. O processo de Gestão de Risco possui uma natureza cíclica, que contempla (1) a identificação e avaliação de riscos; (2) a definição de estratégias de gestão; (3) a implementação dos processos de controlo; e (4) a monitorização do processo de Gestão de Risco. Os responsáveis dos processos críticos do negócio têm também a seu cargo o desenho e implementação de mecanismos de controlo de risco, conjuntamente com os responsáveis pela Gestão de Risco da Direcção Funcional de Operações Financeiras da Holding. A eficiência dos mecanismos de controlo de risco é, por sua vez, avaliada pela Auditoria Interna do Grupo.

Dos processos de controlo de risco em vigor no Grupo Jerónimo Martins, destacam- se a política de seguros e a gestão dos riscos patrimoniais e financeiros.

1.3.2. A Avaliação do Controlo Interno

O plano de actividades do Departamento de Auditoria Interna, aprovado anualmente pela Comissão de Controlo Interno, estabelece o âmbito das auditorias a realizar, de modo a avaliar a qualidade dos processos de controlo que visam zelar pelo cumprimento dos objectivos do sistema de controlo interno, designadamente os de assegurar a eficiência das operações, a fiabilidade dos relatórios financeiros e operacionais e o respeito pelas leis e regulamentos.

Para este efeito, foram conduzidas auditorias de processo e de conformidade, auditorias financeiras e auditorias aos sistemas de informação cujos riscos associados apresentavam uma probabilidade de ocorrência e/ou potencial impacto de maior relevância para as operações.

Na sequência das auditorias efectuadas aos controlos existentes nestes processos críticos, foram preparados 45 relatórios de auditoria nos quais foram identificadas oportunidades de melhoria dos procedimentos de controlo interno. Adicionalmente, foram também identificadas situações de desvio relativamente aos procedimentos

aprovados, as quais, quando constituindo situações de risco elevado, foram imediatamente comunicadas à Comissão Executiva.

No sentido de assegurar que as recomendações efectuadas pelo Departamento de Auditoria Interna são implementadas pelos responsáveis dos processos críticos auditados, é efectuada uma consulta trimestral sobre o estado da implementação das recomendações decorrentes de trabalhos de auditoria classificados com risco médio ou baixo, sendo obrigatória a implementação imediata das recomendações propostas nos relatórios de auditoria classificados com risco elevado.

Tal abordagem permite tornar mais eficiente o processo de auditoria interna no Grupo e comprometer os responsáveis pela implementação das recomendações devidamente calendarizadas.

Os resultados destas consultas, bem como a avaliação dos riscos operacionais são disponibilizados pelo Departamento de Auditoria Interna à Comissão Executiva do Grupo e à Comissão de Controlo Interno, através de uma Audit Letter trimestral.

1.3.3. Monitorização do Processo de Gestão de Risco

Na monitorização do processo de Gestão de Risco intervêm o Conselho de Administração, as Divisões Operacionais, as Direcções Funcionais da Operação, o Comité de Auditoria e os responsáveis de Gestão de Risco e Auditoria Interna.

Em particular, o Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela estratégia do Grupo, tem o seguinte quadro de objectivos e responsabilidades:

• Conhecer os riscos mais significativos que afectam o Grupo;

• Assegurar a existência, dentro do Grupo, de níveis apropriados de conhecimento dos riscos que afectam as operações e da forma de os gerir; • Assegurar a divulgação da estratégia de Gestão de Risco do Grupo a todos os

níveis hierárquicos;

• Assegurar que o Grupo tem capacidade de minimizar a probabilidade e o impacto dos riscos no negócio;

• Assegurar que o Grupo sabe como reagir a situações de crise;

• Assegurar que o processo de Gestão de Risco é adequado e que os seus responsáveis mantêm uma monitorização rigorosa dos riscos de maior probabilidade e impacto nas operações do Grupo.

1.3.4. Riscos

Riscos Patrimoniais e Financeiros

• Gestão de Riscos Não Financeiros e Seguros

Em 2004, o Departamento de Gestão de Risco assumiu completamente o controlo directo da gestão da carteira de seguros de todas as subsidiárias do Grupo Jerónimo Martins em Portugal, exceptuando as Companhias enquadradas na parceria com a Unilever.

A centralização de funções relacionadas com seguros desenrolou-se de forma gradual. No final do ano, era já possível desenvolver, através de um único departamento para essas Companhias, as tarefas relacionadas com: i)

gestão e controlo de sinistros; ii) gestão de capitais e locais de risco; iii) controlo de prémios de seguro; iv) requisição de certificados de seguro; v) contratação pontual de seguros.

A especialização de tarefas permite libertar recursos para a realização de outras tarefas e também harmonizar práticas e procedimentos entre as diferentes empresas, assim como sistematizar informação para análise.

O capital de conhecimento adquirido possibilitou, igualmente, que se abordasse o papel de corrector de seguros de forma completamente diferente. Doravante, serão contratados, apenas numa base pontual, os serviços de um consultor especializado para o apoio ao desenvolvimento de projectos específicos na área de Gestão de Risco. Os resultados destas alterações revelaram-se já muito frutuosos no processo de renovação da carteira de seguros para o ano de 2005.

Durante o ano de 2004, foi dada continuidade ao projecto de atribuição de

ratings aos diferentes locais de risco. Para 2005, estão em estudo vários

projectos com vista à melhoria dos riscos patrimoniais, nomeadamente a introdução faseada de sistemas de extinção de incêndios nas lojas e armazéns, que deverão contribuir de forma relevante para a conclusão do projecto de notações de rating.

Em 2004, Jerónimo Martins aderiu ao lançamento da APOGERIS, uma associação sem fins lucrativos que tem por objecto social a “promoção e desenvolvimento da administração e gestão de riscos, como actividade científica e de investigação ao serviço dos seus membros e da sociedade em geral”.

• Gestão de Riscos Financeiros

Nesta classe de riscos, o Grupo Jerónimo Martins está primordialmente exposto a risco de taxa de juro e risco cambial. A gestão desses riscos é norteada por princípios definidos ao nível da Comissão Executiva. Pela dimensão e impacto potencial sobre as demonstrações financeiras, o seu controlo assume um carácter prioritário. Do Scorecard Estratégico do Grupo constam dois projectos de gestão de riscos financeiros, cujos objectivos são: 1) a cobertura de 75% da dívida financeira emitida a taxa de juro variável com vencimento posterior a 31 de Dezembro de 2006; 2) a cobertura de 75% do valor do investimento na Polónia.

Para gerir estes riscos, recorre-se a software específico de avaliação de instrumentos financeiros, que permite não só a validação dos registos contabilísticos, como a análise de propostas e cotações enviadas pelas instituições financeiras com quem negoceia.

i) Risco de Taxa de Juro

O controlo do risco de taxa de juro associado à dívida financeira é feito com recurso a operações, mais ou menos estruturadas, contratadas a custo zero.

No final do ano, o Grupo Jerónimo Martins contabilizava 177,5 milhões de euros em montante nocional de derivados de taxa de juro. O justo valor desses instrumentos era de 1,6 milhões de euros negativos, reflexo do flattening das curvas de taxas de juro da Zona Euro e do USD:

Resumo da evolução das taxas de juro