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Atualmente já são mais de 100 milhões de internautas no Brasil, sendo que, 80%

desses usuários acessam sites de comércio eletrônico regularmente93. Interessante,

ainda, apontar que 70% dos internautas acessam lojas de varejo, 51% acessam sites de marketplace e 37% acessam sites de comparadores de preço.

De acordo com os dados revelados pela E-Bit94, nos recentes Relatórios

WebShopper95de 2015, apesar das adversidades econômicas vividas pelo Brasil, o

ano de 2014 apresentou resultado bastante positivo para o comércio eletrônico no Brasil, tendo superado a expectativa inicial. O setor teve um faturamento de R$ 35,8 bilhões em 2014, o que representou um crescimento nominal de 24% em relação ao ano anterior, quando se vendeu um total de R$ 28,8 bilhões. Já no primeiro semestre de 2015, apesar da elevação de juros, a disparada da inflação, o aumento do desemprego e a desaceleração do crédito, o comércio eletrônico manteve sua ascensão e atingiu um faturamento de R$ 18,6 bilhões, o que representa um aumento nominal de 16% em relação ao mesmo período de 2014. Apesar de uma pequena desaceleração no primeiro semestre de 2015, se comparado aos últimos anos, o comércio eletrônico ainda continua crescendo a taxas elevadas.

Assim como o faturamento das lojas cresceu, também o número de pedidos feitos pela Internet em 2014 foi 17% maior que registrado no ano anterior, totalizando 103,4 milhões de pedidos. O tíquete médio no período ficou em R$ 347,00, valor 6% acima do registrado em 2013, período em que a média foi de R$ 327,00. Por outro lado, no primeiro semestre de 2015, momento de maior instabilidade econômica no

93 IBOPE Media (outubro/2013) – IBOPE e-commerce (Outubro/2014). Disponível em

http://www.ibope.com.br/pt-br/ibope/quemsomos/unidadesnegocio/ibopemedia/Paginas/IBOPE- Media.aspx e http://www.ibope.com.br/pt-br/ibope/quemsomos/unidadesnegocio/Paginas/IBOPE-e- commerce.aspx. Acesso em: 13 dez. 2014.

94 E-bit é uma empresa presente no mercado brasileiro desde janeiro de 2000, que acompanha a

evolução do comércio eletrônico no país e divulga tendências e estimativas.

95 O Webshoppers é um relatório de iniciativa da E-bit e tem como objetivo difundir informações

essenciais para o atendimento do comércio eletrônico no Brasil. O relatório é divulgado semestralmente e analisa a evolução do comércio eletrônico, aponta as estimativas, as mudanças de comportamento e preferências dos consumidores on line, além de procurar indicar tendências, contribuindo para o desenvolvimento do setor. Os dados apontados neste trabalho foram extraídos dos Relatórios Webshoppers de 2015 - 31ª e 32ª edições. Ver em: E-BIT. Webshoppers: o relatório mais sólido e respeitado sobre o comércio eletrônico. Disponível em: < http://www.ebit.com.br/webshoppers>. Acesso em: 20 out. 2015.

país, houve uma queda de 7% no volume de compras na Internet, se comparado com o mesmo período de 2014.

Entretanto, foi registrado crescimento de 13% no tíquete médio dos consumidores nesse início de 2015, um dos fatores responsável por impulsionar o crescimento do faturamento no comercio brasileiro, atrelado pela alta dos preços dos produtos na Internet.

Segundo a pesquisa, no decorrer de 2014, foi registrado o ingresso de 10,2 milhões de novos consumidores no comércio eletrônico no Brasil. Com isso, somaram 51,5 milhões de pessoas que utilizaram a Internet, ao menos uma vez, para adquirir algum produto ou serviço no ano de 2014. Com base nesses índices, considerando o total de pedidos e número de consumidores no comércio eletrônico, chega-se a uma média de duas compras por consumidor.

A pesquisa referente ao desempenho do comércio eletrônico no ano de 2014 também aponta que entre os setores mais vendidos está a categoria de moda e acessórios, com 17% de participação no volume de pedidos, seguida por cosméticos e perfumaria/cuidados pessoais/saúde (15%), eletrodomésticos (12%), telefonia e celular (8%) e livros/assinaturas e revistas (8%).

No primeiro semestre de 2015, a categoria de moda e acessórios continua como líder em volume de vendas online, porém apresentou 19% de queda se comparado ao mesmo período de 2014, seguida pelos setores de eletrodomésticos e telefonia e celular, que tiveram um grande aumento nas vendas em relação a 2014, atingindo 22% e 54%, respectivamente.

Outro fator apontado na pesquisa é o crescimento das transações comerciais realizadas via mobile commerce (m-commerce), ou seja, vendas efetuadas por meio de aparelhos móveis. No primeiro semestre de 2014, as transações concluídas por dispositivos móveis correspondiam a 7% de todas as vendas online. No segundo semestre, já representava 9,7% das vendas pela Internet no país. Em dezembro, a maior parte dessas transações realizadas por aparelhos móveis foram originadas de

smartphones, representando 65% das vendas, tendo superado o uso dos tablets, que representou 35%, o que mostra uma inversão em relação a janeiro de 2014, quando este último era responsável por 67% das transações do m-commerce. No primeiro semestre de 2015, as transações comerciais realizadas por meio de dispositivos móveis atingiram 10,1% de toda a venda online.

O perfil do consumidor do m-commerce aponta as classes A e B como as que mais consomem com a plataforma representando 62% de participação, enquanto as classes C e D possuem 27%. Em relação ao sexo e à idade, as mulheres são quem mais compram por smartphones ou tablets, representando 56% deste público, sendo que a faixa etária que mais consome está entre 35 e 49 anos.

Outro dado importante é a adesão do brasileiro às compras internacionais e as razões são os preços mais baixos, a não disponibilidade do produto buscado em sites brasileiros e lançamentos que não foram disponibilizados no país. Estudo

realizado no final de 201496 aponta que 4 em cada 10 brasileiros fizeram alguma

compra em site internacional, no último ano. Assim, 38% dos consumidores brasileiros do comércio eletrônico compraram em sites internacionais em 2014, chegando a 19,6 milhões. Sites chineses ocuparam um espaço muito significativo nas compras em sites internacionais, sendo escolhidos por 55% dos entrevistados em sua última compra.

Em dezembro de 2014, a categoria mais consumida em sites internacionais, acompanhando a tendência do mercado brasileiro, foi moda e acessórios. O gasto médio anual em sites internacionais entre janeiro e dezembro baixou de U$ 214,40 para U$ 163,21, queda explicada pela adesão às compras em sites chineses, cujos produtos levam a tíquetes médios menores. No total, em 2014, as compras feitas por brasileiros em sites internacionais chegaram a R$ 6,6 bilhões, o que equivale a 18% do total de faturamento dos sites brasileiros de e-commerce.

96 A E-bit realizou, entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro de 2014, a pesquisa “Cross

Border”, que analisou o comportamento de compra de consumidores brasileiros em sites internacionais. As informações se baseiam nas respostas de 1.843 usuários que fizeram pelo menos uma compra online nos 12 meses anteriores à pesquisa, coletadas por meio de um questionário estruturado. Realizamos também uma pesquisa em janeiro de 2014, abordando o mesmo tema, e, assim, o estudo atual compara os dois momentos, trazendo diversas informações sobre o comportamento desse e-consumidor, hábitos de compra e estimativas de faturamento.

Os relatórios ora em análise divulgam, ainda, um indicador que mensura a satisfação e a fidelização dos clientes em compras na Internet, o Net Promoter Score (NPS), refletindo diretamente a qualidade dos serviços prestados pelas lojas virtuais aos seus consumidores. No balanço geral do ano de 2014, o NPS apresentou um bom resultado, começando com 49%, em janeiro de 2014 e terminando em 57% no mês de dezembro de 2014. No balanço realizado em junho de 2015, o NPS apresentou o melhor resultado desde que a E-bit começou a aplicar esta metodologia, iniciando o ano com 56,9% e terminando em 65%, em junho/2015. Diante do cenário de crescimento e desenvolvimento do comércio eletrônico no Brasil, ressalta o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti:

A cada ano percebemos um amadurecimento maior do setor de e- commerce no Brasil. Tanto as lojas estão melhorando a experiência de navegação e compra em seus sites, como os consumidores estão confiando mais e aproveitando esta praticidade com as diversas vantagens que a compra online oferece, como descontos, variedade de produtos e entrega em casa97.

De acordo com o último relatório divulgado pela E-bit, após um crescimento nominal considerável no primeiro semestre, a expectativa é que comércio eletrônico continue em ascensão no segundo semestre de 2015. A previsão é de que o comércio eletrônico apresente um crescimento nominal de 15% com relação a 2014, com um faturamento estimado de R$ 41,2 bilhões.

Espera-se, também, que a quantidade de pedidos cresça 5% em relação a 2014, chegando a alcançar 108,2 milhões de encomendas realizadas no e-commerce em 2105. A expectativa para o fechamento de 2015, ainda, é que o tíquete médio seja de R$ 381,00, o que representa um crescimento de 10% em relação ao ano de

2014.98 Com efeito, a tendência é o constante e contínuo crescimento do comércio

eletrônico, atraindo cada vez mais consumidores para esse mundo das compras virtual.

97 E-COMMERCE News. E-bit lança nova edição do relatório WebShoppers. 04 fev. 2015.

Disponível em http: <//ecommercenews.com.br/noticias/balancos/e-bit-lanca-nova-edicao-do-relatorio- webshoppers>. Acesso em: 05 fev. 2015.

98 E-BIT. Webshoppers. 32. ed. 1 sem. 2015. Disponível em: <

Diante do permanente crescimento do comércio eletrônico, mesmo em momento de crise e de instabilidade econômica pela qual o Brasil está passando, podemos concluir que o consumidor vislumbra na Internet a possibilidade de continuar adquirindo seus produtos de forma mais planejada e racional, na medida em que a Internet permite comparar com grande facilidade preços e produtos antes da decisão de compra, o que viabiliza a aquisição com melhor custo-benefício.