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1 INTRODUÇÃO

1.2 Estrutura do Texto

Nosso texto está organizado em oito capítulos, divididos em duas grandes etapas. A primeira, denominada de Dimensão Teórica, contempla a fundamentação teórico- metodológica para a concepção do software. A segunda etapa, caracterizada por Dimensão

Operacional, diz respeito ao desenvolvimento, validação e evolução do novo micromundo.

No primeiro capítulo temos a introdução.

17[...] é um processo de descoberta, refinamento, modelagem e especificação, ou seja, é o processo pelo qual os requisitos de um produto de software são coletados, analisados, documentados e gerenciados ao longo de todo o ciclo de vida do software (PRESSMAN, 1995).

No segundo, trazemos a fundamentação teórico-metodológica, por meio da qual explicitamos a Engenharia Didático-Informática. Para isso, realizamos uma breve apresentação da Engenharia Didática (ARTIGUE, 1996), assim como um panorama da Engenharia de Software e da Engenharia de Software Educativo, uma vez que a Engenharia Didático-Informática reúne elementos dessas engenharias.

No terceiro, temos a nossa Análise Preliminar. Nela, realizamos um estudo epistemológico do conceito de área, abordando sua complexidade em um contexto histórico. Evocamos as dimensões cognitiva e didática, através das quais discutimos área como uma grandeza, por meio dos estudos de Régine Douady e Marie-Jeanne Perrin-Glorian (1989). Essa abordagem corresponde a distinguir e articular três quadros18: o quadro geométrico, o quadro numérico e o das grandezas (FERREIRA, 2010). Em seguida, levantamos pesquisas nacionais que vêm corroborando este tratamento.

Perscrutamos também a Teoria dos Campos Conceituais de Gérard Vergnaud e colaboradores (1996), que traz uma contribuição importante para a compreensão da construção de conceitos pelos sujeitos, mais especificamente em situação escolar (BELLEMAIN; BITTAR, 2000). As pesquisas que adotam esse marco teórico têm ajudado a compreender melhor como as crianças formam e desenvolvem conceitos matemáticos, a partir da observação de suas estratégias de ação (GITIRANA, et. al. 2014, p.7). Essas autoras, com base nos estudos de Gérard Vergnaud, afirmam que diversos fatores influenciam e interferem na formação e desenvolvimento de conceitos e que o conhecimento conceitual emerge a partir da resolução de situações de caráter teórico ou prático.

No capítulo 3, explicitamos ainda um conjunto de situações – modelo proposto por Baltar (1996) e ampliado em Ferreira (2010) – que dão sentido ao conceito de área como grandeza. Essa classificação compreende quatro grandes classes: comparação de área, medida de área, mudança de unidade e produção de superfície. Apresentamos também uma breve revisão de literatura, apontando os principais recursos não informáticos que vêm sendo utilizados nas pesquisas científicas ao longo dos anos para diagnosticar e, por vezes, intervir nas dificuldades de estudantes relacionadas aos conceitos de área e perímetro.

Finalizamos esse capítulo dando ênfase à quarta dimensão da EDI, a “informática”. Nela expomos os diferentes tipos de software; aprofundamos o conceito de micromundo; realizamos análises em diferentes software, apontando os aportes e limitações para o estudo

18Segundo Douady e Perrin-Glorian (1989, p. 389), um quadro é constituído de objetos de um ramo da

matemática, das relações entre esses objetos, de suas formulações eventualmente diversas e das imagens mentais que o sujeito associa num dado momento, a esses objetos e relações.

desses conceitos, buscando também dar visibilidade ao que vem sendo produzido para explorá-los. Além disso, discutimos sobre o impacto do uso de diferentes software educativos no processo de produção do conhecimento de área e perímetro.

Na segunda parte da nossa pesquisa, denominada de “Dimensão Operacional”, fundamentada em nossas análises preliminares, temos o capítulo 4, composto da Elicitação e Análise de Requisitos para o desenvolvimento do novo micromundo.

No capítulo 5, explicitamos a fase de Análise a priori e Prototipação, nas quais exibimos um possível layout com as reais necessidades do protótipo, com base em elementos da análise preliminar e dos requisitos gerados a partir dela. Expomos ainda a primeira versão do protótipo e realizamos análises de seu funcionamento com o objetivo de identificar erros no sistema.

O capítulo 6 diz respeito à experimentação do micromundo denominado de Magnitude Studium (MS). Nesta etapa, explicitamos como o protótipo de software foi testado, com o objetivo de verificar falhas, sugestões de melhorias de interface, comandos, botões, funcionalidades, e se atendeu ao que fora previsto no objetivo elencado para o seu desenvolvimento “dar suporte ao ensino de área e perímetro”.

O experimento contou com a participação de três integrantes do grupo de pesquisa Pró-grandezas e três do LEMATEC. Justificamos essa escolha pelo fato desses sujeitos poderem contribuir no processo de experimentação/validação com um olhar mais direcionado aos aspectos teóricos conceituais referentes às grandezas área e perímetro (integrantes do grupo Pró-grandezas) e informáticos (integrantes do grupo LEMATEC), no que diz respeito a interface, funcionalidades e interatividade de menus e ferramentas do MS.

No Capítulo 7, temos a fase de Análise a Posteriori e Validação, na qual realizamos uma discussão a partir do que fora analisado pelos sujeitos que participaram do experimento, confrontando suas observações com os requisitos previstos e elementos das análises preliminares e a priori, com o propósito de verificar se o MS atendeu ao objetivo pensado para sua concepção. Realizamos ainda um breve estudo sobre o diferencial do MS em relação aos software Cabri Géomètre e Geogebra, apontando seu diferencial.

Por fim, apresentamos, no capítulo 8, as considerações finais, em que destacamos os resultados da nossa pesquisa, suas limitações e pistas de estudos a serem realizados. Seguem- se as referências e os apêndices.

PRIMEIRA PARTE DA PESQUISA (DIMENSÃO TEÓRICA)