• Nenhum resultado encontrado

poder político e econômico que, historicamente, marcaram o Brasil (PANG, 1979, p 19).

3.14 A FAMÍLIA E AS LIGAÇÕES EMPRESARIAIS

O ciclo de poder de ACM foi marcado pela forte intercessão entre a política e os seus negócios empresariais, todos controlado por membros da família. Casado com Arlete Maron de Magalhães, ACM teve quatro filhos. O mais velho, Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior, é administrador de empresas, professor da Universidade Federal da Bahia e diretor-

presidente das empresas da família. Tereza Helena Maron de Magalhães é assistente social, foi casada com o médico Juca Valente, morto em 1975, e é oficialmente casada com César Mata Pires, um dos donos da OAS. Ana Lúcia Maron de Magalhães, falecida em 1986, era advogada e diretora do jornal Correio da Bahia, de propriedade da família. Único político entre todos os filhos, Luís Eduardo Maron de Magalhães, foi deputado estadual, deputado federal, presidiu a Câmara dos Deputados durante o primeiro governo de FHC e era candidato ao governo da Bahia, quando faleceu, em 1998, vítima de um infarto do miocárdio.

O vínculo entre as ações políticas de ACM e seu grupo e as empresas da sua família dão a medida exata da concepção patrimonialista que rege a relação entre o público e o privado na Bahia. O nome de ACM não aparece nos documentos empresariais da família. A sua assinatura muito menos. Mas a voz de comando parece ser sempre a mesma que coloca um seleto grupo de parentes e amigos à frente dos negócios, diretamente beneficiados pela sua força política.

Contraditoriamente e no lastro da sua rede de comunicação, ACM vem desempenhando o papel de paladino da moralidade, mas nunca conseguiu explicar como, exercendo apenas cargos públicos a vida toda, amealhou um patrimônio tão grande e diversificado para a família. Ao ser questionado sobre a sua ascensão econômica, utiliza-se de ironia ou de agressão com os seus interlocutores, conforme veremos nos capítulos posteriores. Até assumir a presidência da Eletrobrás, o patrimônio de ACM e da sua família não excedia a posse de alguns imóveis. Mas o aumento súbito acontece depois que assume o Ministério das Comunicações.

Curva ascendente percorre também a OAS, do genro Mata Pires, que desde o segundo governo de ACM é a empresa responsável pelas principais obras dos governos do grupo carlista. No governo Sarney, paralelamente à sua atuação no Ministério das Comunicações, ACM conseguiu para o genro Mata Pires, as principais obras financiadas pela Caixa Econômica Federal, à época reduto de um outro genro: Jorge Murad, marido de Roseana Sarney e genro do presidente da República, de quem era também secretário Particular (EVELIN; PEDROSA; FILGUEIRAS, 1999). Investigada pela Polícia Federal desde dezembro de 1994, quando o então procurador da empresa, Raul Gigante, foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a OAS responde a processo por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Um golpe que totaliza cerca de US$ 500 milhões (PEDROSA; SIMAS FILHO, 2000).

Embora fossem de domínio público na Bahia, as obscuras ligações de ACM com a OAS passaram a ganhar destaque na imprensa nacional dois meses depois, em fevereiro de 1995,

quando a Revista Veja publicou uma matéria de oito páginas, assinada pelos jornalistas Joaquim de Carvalho e William Waack, intitulada “OAS, ACM, FHC”, na qual revela, com detalhes, como a empreiteira baiana montou e alimentou uma rede de dinheiro clandestino no exterior, além de apontar as estreitas ligações com o cacique baiano (CARVALHO; WAACK, 1995).

A OAS já passou por diversas composições acionárias. A mais radical, porém, ocorreu em 1999, quando ACM, através dos netos, passou a deter 79 por cento das ações da empresa. (PEDROSA; SIMAS FILHO, 2000). As investigações da PF implicaram numa reviravolta no controle acionário da empreiteira que descartou os três sócios indiciados no inquérito. Nessa mesma ocasião, o casamento de Mata Pires com a filha de ACM dava mostras de que havia chegado ao fim. Em meio a essa turbulência, optou-se por um novo modelo societário no qual Mata Pires comprou a parte dos sócios envolvidos no escândalo, através da CMP Participação, e passou a representar 79 por cento do total de ações. Os 21 por cento restantes eram do sócio Carlos Laranjeira. Mas, as relações de Mata Pires com o sócio Laranjeira também não estavam boas. ACM apoiou o seu apadrinhado e para que não restasse qualquer dúvida sobre o seu poder de fogo, mandou que o então governador César Borges suspendesse todos os pagamentos devidos pelo governo baiano a OAS. Logo em seguida, concretizou-se a mudança na composição acionária da empresa. Mata Pires passou as cotas da CMP para o nome dos filhos, em partes iguais, ficando, porém, com o poder de gestão. No caso de uma eventual separação judicial, as cotas da CMP estariam ligadas umbilicalmente ao pai e ao avô (EVELIN; PEDROSA; FILGUEIRAS, 1999).

Entre 1994 e 2000, a OAS foi denunciada por uma série de irregularidades, desde a contribuição ilegal de recursos para a campanha de Paulo Maluf, em 1990, até superfaturamento de obras, com o beneplácito de diversos governos. Em 2000, porém, a empreiteira e ACM voltam às manchetes dos jornais, como mais estardalhaço, depois que Nicéa Pitta, ex-mulher do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, denunciou as pressões exercidas por ACM, em 1998, quando era presidente do Senado, para que a administração paulistana pagasse as suas dívidas para com a empreiteira baiana. Segundo o depoimento de Nicéa Pitta à Polícia Federal, ACM teria pressionado o seu marido por intermédio do ex- senador do PFL, Gilberto Miranda, ameaçando não colocar em votação no Senado os títulos precatórios que estavam para ser emitidos pela prefeitura paulista. Sem a autorização para a emissão desses títulos, o executivo municipal não tinha como custear o final da administração (DIAMANTE, 2000).

Apesar das denúncias de superfaturamento e outras irregularidades, a OAS nunca deixou de contar com o beneplácito das administrações carlistas. A parceria, iniciada em meados do segundo mandato de ACM no governo do estado, cresceu e frutificou. Responsável pela primeira reforma do Aeroporto de Salvador, em 1977, a OAS foi também a empreiteira escolhida pelo governo César Borges para realizar a obra mais recente, entre 1999 e 2002, quando já havia tido o seu nome original, Dois de Julho, substituído pela nova denominação: Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães.

Em 2001, porém, as obras de reforma, ampliação e modernização do Aeroporto, que vinham sendo feitas com recursos do governo federal, foram embargadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que constatou um desvio no valor de R$ 30 milhões por parte da empreiteira e outras 43 irregularidades na sua realização. No relatório, os peritos do TCU apontaram também um superfaturamento de 17 itens. No dia 24 de outubro do mesmo ano, o Tribunal tornou indisponíveis os bens da empreiteira baiana no valor do desvio constatado que foram arestados pelo Ministério Público Federal e pela Advocacia Geral da União. No relatório, o TCU pedia também abertura de processo contra todos os dirigentes da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Portuária (Infraero) que participaram de qualquer fase do contrato.

Orçada inicialmente em R$ 120 milhões, a obra teve o seu custo total ampliado sete vezes, o que elevou o orçamento para R$ 168 milhões. Segundo o TCU, teriam sido desviados R$ 58 milhões. Somente a obra do edifício-garagem foi superfaturada em R$ 5 milhões. O superfaturamento foi comprovado pelos peritos a partir das notas fiscais de compra de material emitidas pela empreiteira para a Infraero. Entre outras irregularidades, os peritos do TCU constataram que, na licitação, a OAS comprometeu-se a empregar 1.600 metros quadrados de madeiras para tapumes. O TCU descobriu que a OAS estava cobrando e a Infraero pagando 12.840 metros quadrados de madeira. Além de um aumento de 700% do preço, o TCU constatou que a quantidade de madeira seria suficiente para tapar dois campos de futebol maiores que o estádio da Fonte Nova; caixas sifonadas, utilizadas no sistema de esgoto interno e que custavam na ocasião R$ 1,44 foram cobradas pela OAS a R$ 17,30 a unidade; somente o ponto de ônibus do Aeroporto custou R$ 700 mil. Além disso, ficou comprovado que a Infraero pagou a Prefeitura Municipal de Salvador o Imposto sobre Serviço (ISS) que deveria ter sido pago pela OAS (ALENCAR; VAZ, 2001).

As estreitas ligações dos diretores acusados de negligência na fiscalização das obras do Aeroporto de Salvador com a OAS parecem se estender para outro ramo da família de ACM. Coincidentemente, a agência baiana Pejota Propaganda, na ocasião a segunda no

ranking das agências que atendem ao governo baiano, ganhou, em 16 de novembro de 2000, a licitação da Infraero para a contratação de serviços de publicidade. A agência administrou por 12 meses a conta, cujo valor era de R$ 2,5 milhões.

Trata-se, sem dúvida, de uma coincidência e tanto, uma vez que a Pejota é de propriedade de Paulo Viana, cunhado de ACM Júnior e sócio de Fred Marom, sobrinho de dona Arlete Marom de Magalhães, mulher de ACM e mãe de Júnior. A Pejota conta ainda com os relevantes serviços de Renato Tourinho como diretor financeiro. Tourinho passou a integrar os quadros da agência logo após ter sido indiciado no inquérito da Polícia Federal que investigou as contas “fantasmas”, abertas no Citybank para depósitos de cheques da campanha eleitoral de ACM, em 1990. Este Tourinho, que é primo do ex-ministro Rodolpho Tourinho, foi o gerente do Citybank responsável pela abertura da conta em nome do “fantasma” Hugo Freire Filho. Além de abrir a conta irregular, ele foi acusado de falsificação e falsidade ideológica por assinar os cheques da conta “fantasma”. Um dos cheques era da OAS, como veremos em capítulo posterior.

Paralelamente à repercussão do relatório do TCU, o empresário Luiz Carlos Anunciação denunciou o desvio de recursos do governo federal destinados à indenização pela desapropriação de um terreno da sua propriedade, correspondente a uma área de 131 mil metros quadrados, na qual estavam sendo realizadas as obras de ampliação do aeroporto. O dinheiro, segundo afirmou o empresário, havia sido recebido pela OAS. No dia 13 de setembro de 2001, o empresário apresentou ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Obras Inacabadas da Câmara dos Deputados, Damião Feliciano, um dossiê relatando o caso.

No documento, ele afirma que, no ato de assinatura do decreto de desapropriação da área, foi chamado pelo diretor de Planejamento da Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador (Conder), Renato Veloso, que lhe propôs uma negociação para receber o valor da indenização. Para efetivar a negociação, relatou o empresário, ele teria que assinar um recibo de R$ 15 milhões, mas só receberia R$ 4 milhões, a serem pagos em dois anos. As terras, segundo dizia o documento, seriam vendidas a Terwal Máquinas, que os repassaria ao governo do estado em pagamento de dívidas de ICMS. A intermediação do negócio seria feita pela empreiteira Encil, de propriedade do presidente da Conder, Mário Gordilho, e do sobrinho de ACM, André Maron (PEDROSA, 2001, p. 28-31).

Com a obra embargada pelo TCU desde 2001, a bancada carlista promoveu a obstrução da votação de créditos suplementares, ocorrida em 28 de dezembro daquele ano, no Congresso Nacional, para forçar a liberação de verbas para o aeroporto de Salvador. Como a

iniciativa não deu certo, o governo baiano, capitaneado por César Borges, resolveu bancar o custo final da obra, orçada em R$ 23,8 milhões (FONSECA, 2002, p. 3).

O ano de 2000 foi bastante próspero para a OAS. Além das obras do Aeroporto, a empreiteira abocanhou outro contrato milionário. Junto com outras empresas, a empreiteira formou o Consórcio Litoral Norte e venceu a licitação para a exploração do pedágio da rodovia BA-099, Estrada do Coco, por 25 anos, única via de acesso ao Litoral Norte da Bahia. O contrato vem sendo questionado na justiça, porque a privatização de estradas só pode feita quando existe uma outra via de acesso local.

A sociedade da família Magalhães com Mata Pires, no entanto, estende-se para além dos domínios da OAS. Na Bahiapar Participações e Investimentos Ltda., a holding que controla boa parte das empresas da família, Mata Pires figura como sócio de Arlete Magalhães, Antonio Carlos Magalhães Júnior e dos filhos do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães: Paula, Carolina e Luís Eduardo Magalhães Filho, o Duquinho. Fundada em agosto de 1992, a Bahiapar teve seu contrato social alterado em 1999 e hoje controla as empresas Santa Helena Serviços de Informática e Comunicação, Salvadorsat Comunicação, Bahiasat, Bahia Cabo Telecomunicações, Companhia de Investimentos e Participação, Bahia Vídeo e Bahia Eventos (MEIRELES; PEDROSA; FILGUEIRAS, 2000, p. 26-31), conforme veremos no capítulo seguinte.

Fundada em 1975, no interregno entre o convite do presidente Geisel para a assumir a presidência da Eletrobrás e a sua posse na estatal, a Construtora Santa Helena, assim como o jornal Correio da Bahia, são os dois únicos empreendimentos da família que tem ACM como acionista. Inaugurado em 1978, o jornal Correio da Bahia tem, na sua composição acionária, amigos diletos de ACM, como o deputado Félix Mendonça (PTB) e o ex-embaixador e amigo dileto Paulo Tarso Flecha de Lima (MEIRELES; PEDROSA; FILGUEIRAS, 2000, p. 26-31). Já as empresas de comunicação da família, que somam mais de 60 emissoras de rádio e televisão e portais de notícias na Internet, estão abrigadas em outra holding, a Rede Bahia de Comunicação, como veremos mais detalhadamente no capítulo seguinte.

Acostumada a dividir com o governo do estado e as prefeituras comandadas pelo grupo a promoção de grandes espetáculos populares, a Bahia Eventos foi denunciada pelo Ministério Público, em setembro de 2003, por ter-se beneficiado de vantagens concedidas pelo governo Paulo Souto para a realização do Festival de Verão, um evento totalmente privado, que anualmente é realizado pela empresa, no Parque de Exposições Agropecuária de Salvador. Para promover a festa, a Bahia Eventos alugou, como se fosse de sua propriedade, o canteiro central da Avenida Paralela, onde está situado o Parque de Exposições, para uma

terceira empresa, a Well Park, explorar o estacionamento de veículos, durante os dias do Festival de Verão daquele ano, sem autorização da Prefeitura de Salvador.

A irregularidade veio à tona, porque a Well Park foi autuada por fiscais da Prefeitura, já que não possuía alvará temporário para a exploração do serviço no local. O contrato firmado pela Bahia Eventos e a empresa previa o pagamento de 40 por cento do lucro auferido na exploração do estacionamento, na época, representado pela quantia de R$ 36 mil (SOUZA, 2003b, p. 12).

Além de alugar a área pública, a Bahia Eventos foi também denunciada, na mesma ocasião, pelo Ministério Público por não ter cumprido sua parte no acordo de cessão do Parque de Exposições para a realização do Festival. No contrato assinado com a Secretaria de Agricultura (Seagri), a Bahia Eventos daria, como pagamento pela utilização do espaço, quatro veículos: uma Kombi e três Fiat Pálio. Estranhamente, sete meses após a realização do evento, quando o caso veio a público, a Seagri ainda não havia recebido os carros. O mais estranho é que o governo do estado não havia se preocupado em cobrar a dívida e a Prefeitura, na época administrada por Antonio Imbassahy, antes de seu rompimento com o carlismo, também não havia processado a Bahia Eventos pelo aluguel da área pública (SOUZA, 2003c p. 10).

A área de eventos tem sido um filão tão bom para os negócios da família que o filho de ACM Júnior, ACM Neto, também entrou no ramo com a empresa Penteventos, que passou a dividir com a co-irmã a organização das festas populares, como o Bonfim Light, festa que acontece simultaneamente à tradicional Lavagem do Bonfim. O nome de ACM Neto não consta da composição acionária da empresa, mas é de domínio público na Bahia a sua sociedade com mais quatro amigos que fundaram a empresa em 1997. Os cinco sócios originais eram oriundos do Colégio Marista. Dois deles, deixaram o negócio logo no início. Dos três que continuaram o empreendimento, ACM Neto seria um deles. Os outros dois são Flávio Maron, primo de ACM Neto e filho do dono da agência de propaganda Pejota, e Luciano Cardoso, à época seu cunhado (FERNANDES, 2002, p. 31-35).

Outro membro da família acusado de se beneficiar da atividade política do pai é a sua filha Tereza Helena. Em 2000, ela dirigia o órgão que coordenava o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), uma cadeia de postos de serviço que é cantada em prosa e verso pela propaganda oficial das administrações carlistas. O SAC é vinculado à Secretaria da Administração, que naquela ocasião era comandada por Sérgio Moysés, namorado da filha de ACM que é oficialmente casada, como vimos anteriormente, com César Mata Pires, da OAS.

O imbróglio envolveu os dois amantes numa teia de armações: licitações viciadas, favorecimento a empresas familiares e cabide de emprego. Além de enriquecimento ilícito, Moysés foi acusado de ser proprietário das duas empresas que assumiram o comando do SAC: Postdata e Sergil. Contratada sem licitação, a Postdata passou a empregar, sem concurso, todo o pessoal responsável por expedir carteiras de identidade, passaporte, título de eleitor e outros documentos. Somente em 1999, o governo baiano repassou, segundo relatório do TCE, R$ 47,2 milhões à Postdata. A Sergil, que tinha como sócio o irmão do secretário, Augusto Moysés, alugava a preços superfaturados os caminhões do serviço SAC Móvel. Todos os contratos firmados pelo SAC levavam a assinatura da filha de ACM (PEDROSA, 2000, p. 26-29).

O caso veio a público porque o SAC foi denunciado por derrama de documentos falsos em uma série de reportagens publicadas pelo jornal A Tarde. Mas as denúncias veiculadas sofreram um efeito oposto. O governo do estado, então comandado por César Borges, processou o repórter do jornal por calúnia e por falsificação de documento, uma vez que, para comprovar as denúncias ele havia tirado uma carteira de identidade falsa. Meses depois, porém, ao ser denunciado pelo Ministério Público, o secretário Moysés foi demitido da Secretaria, fugiu para Portugal, deixando a namorada, que também pediu exoneração do cargo (PEDROSA, 2000, p. 26-29).