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CAPÍTULO IV – METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS

4.2 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA

Por ser um universo amplo, em torno de 916 professores de química em todo o Estado do Paraná, a escolha considerou os docentes que atuam nos colégios estaduais do município de Rio Negro, justificando por ser esta minha realidade de trabalho na qual já tenho uma significativa caminhada profissional. Respaldando minha escolha, entendo que minha responsabilidade de pesquisa deve vir ao encontro da necessidade de mudança do contexto em que atuo e no amparo primeiro, dos meus pares, como fundamenta a pesquisa-ação. Dessa forma, além de contribuir para modificar minha própria prática e subsidiar meus colegas de profissão para que reflitam sobre a sua, torna-se mais viável o desenvolvimento da metodologia qualitativa que propõe o contato e o acesso aos professores, oportunizando maior familiaridade com suas realidades de trabalho.

Assim, optou-se por desenvolver a pesquisa com os docentes de química que atuam no Ensino Médio, em colégios do município de Rio Negro da rede pública Estadual do Paraná, pertencentes ao Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul, contemplando um total de dez (10) docentes que se disponibilizaram a participar, conforme apresenta Figura 4.

Figura 4 – Identificação e caracterização dos participantes da pesquisa.

Fonte: Autoria própria (2017)

No Quadro 5, situamos os colégios estaduais, de Ensino Médio, e o número de professores de química que lecionam na instituição. Para garantir a integridade dos docentes, optamos por identificá-los pela letra “P” (professor/a) seguida do número de identificação de 1 a 10. Como o número de aulas de química em um colégio é insuficiente para completar uma carga horária máxima de 40 horas/aula, alguns professores atuam em mais de uma instituição, portanto suas siglas aparecem mais de uma vez no quadro.

Quadro 5 – Professores de química do município de Rio Negro

Colégios Estaduais do município de Rio Negro/PR Professores de Química

Colégio Estadual Alvino Schelbauer P1

P2 Colégio Estadual do Campo Ana Schelbauer Braz de Oliveira P2

Colégio Estadual Barão de Antonina P3

P1 Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz da Rocha P4 Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos

General Rabelo

P5 P6 Centro Estadual de Educação Profissional Lysimaco Ferreira da

Costa

P1

Colégio Estadual do Campo Maximiano Pfeffer P7

P8

Colégio Estadual Ovande do Amaral P9

P10 P6 Fonte: Autoria própria (2015)

O programa de formação continuada proposto nesta pesquisa foi realizado em parceria com a SEED, por meio do Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul, viabilizado como projeto de extensão (ver Apêndice A) autorizado sua realização para fins de pesquisa (Apêndice B), sendo ofertado aos professores

Professores de química da Rede Pública Estadual do Paraná – AM Sul Município de Rio Negro - PR 10 Docentes (todos) • Iniciaram 10 •Finalizaram 8

de química que atuam neste NRE. Porém, devido à característica da metodologia da pesquisa-ação, foram analisados os dados dos docentes de química que lecionam no município de Rio Negro.

Para autorização da realização desta pesquisa, obteve-se o registro do termo de consentimento da SEED, na representação do Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul, sendo também solicitado aos docentes participantes.

A identificação e caracterização dos docentes apresentada no Quadro 6 foi descrita com base no questionário on-line (codificados por Q1 a Q10, referente a resposta de cada docente)respondido por todos, 100%, num total de dez professores de química, que atuam no Ensino Médio, em colégios do município de Rio Negro – Paraná.

Quadro 6 – Identificação e caracterização dos docentes

PÚBLICO 10 docentes de química, Rede Pública Estadual, Rio Negro – AM. Sul /PR

FAIXA ETÁRIA 28 a 52 anos

GÊNERO 70% Feminino; 30% Masculino

CARGA HORÁRIA 90% - 40 horas/aula semanais OPÇÃO PROFISSIONAL 90% por vocação;

80% oportunidade de emprego; 10% salário;

10% incentivo familiar/amigos;

10% falta de opção de outro curso de graduação. REALIZAÇÃO PROFISSIONAL 60% - Satisfeitos

40% - Falta de valorização profissional IDENTIFICAÇÃO NA ANÁLISE P = Professor + Número

Fonte: Autoria própria (2016)

Os dados mostram que 70% dos professores participantes do estudo são mulheres e 30% são de homens, com faixa etária entre 28 a 52 anos, sendo a maioria (60%), casados.

No bloco de caracterização profissional, as respostas indicam que a maioria (90%) dos professores, trabalham com carga horária semanal de 40 horas ou mais, distribuídas nos três turnos, com maior atuação no período da manhã (100%), sendo na sequência, à tarde (70%) e à noite (50%), conforme oferta de turmas do Ensino Médio nas escolas.

Em relação à experiência dos professores de química no magistério, as respostas apontaram que a maioria (80%) está na faixa intermediária, entre 9 a 18 anos de docência, estando um professor na faixa inicial, de 0 a 8 anos, e um na faixa final, mais de 19 anos de trabalho.

Sobre a formação profissional, os professores foram questionados, inicialmente, sobre o que os levou a optarem pela carreira de professor, sendo que poderiam assinalar mais de um fator. Dessa forma, as respostas foram: 90% por vocação; 80% oportunidade de emprego; 10% salário; 10% incentivo familiar/amigos; e 10% falta de opção de outro curso de graduação.

Considerando a realização profissional, a maioria (60%) dos professores se considera satisfeita com a profissão, apontando alguns motivos: “Satisfação pessoal aprendizado constante, interação com grande variedade de pessoas” (P1-Q1); “Pois é uma profissão especial, onde somos exemplos para o futuro” (P2-Q2); “Nossa carreira deveria ser mais valorizada pela sociedade” (P3-Q3); “No começo foi mais difícil, mas na atualidade estou realizado” (P4-Q4); “Não canso de preparar aulas, ainda tenho motivação de incentivar os alunos” (P5-Q5); “O carinho e o respeito de muitos alunos me faz sentir motivada e consequentemente realizada” (P6-Q6); “Gosto de fazer com que os alunos aprendam e atinjam o sucesso nas provas que realizarem” (P7-Q7); “Me realizo profissionalmente como profissional da educação atuando nos espaços escolares e trabalhando com o processo ensino-aprendizagem” (P8-Q8); “Fico envolvido com o conhecimento, isso pra mim é muito bom. Gratificante sensação de ensinar e fazer a diferença” (P9-Q9); “Gosto do que faço, fico feliz com o desenvolvimento dos alunos” (P10-Q10).

Os relatos dos professores configuram o caráter afetivo do ato de ensinar, gerado pelas relações entre professor e aluno que conduzem à motivação e gratificação, com resultados sobre a aprendizagem. Palavras como: “gosto”, “respeito”, “carinho”, “satisfação”, “feliz”, “envolvido”, entre outras descritas nas respostas dos docentes, acentuam o aspecto humano do processo educativo que, muitas vezes, é banalizado com a falta de valorização apontada no relato do professor P7 (Q7), como apresentam diversos estudos na área (ASTOLFI; DEVELAY, 1991; TARDIF, 2002; SAVIANI, 2003).

Apesar de a maioria (60%) dos docentes considera que está satisfeita com a profissão, 40% apontaram a falta de valorização profissional tanto salarial como moral, e a falta de reconhecimento da profissão. Tais fatores acabam desestimulando o

professor no exercício das suas atividades docentes, restringindo ações inovadoras e mudanças na metodologia de ensino (MALDANER, 2011).

Na sequência, apresentamos como se deu a coleta de dados dessa pesquisa.