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Já que estamos desconstruindo o termo, é oportuno também conhecer um pouco sobre o surgimento do conceito de RV conforme as palavras de um de seus criadores. Na obra em que reúne uma série de fragmentos de memórias combinadas com suas dezenas de visões e definições sobre a realidade virtual, e publicada após o lançamento dos aparelhos atuais, Lanier (2017) explica algumas das suas motivações para o emprego da expressão. Em uma passagem sobre a sua infância no Novo México, Lanier revela como um problema um tanto comum no sistema de telefonia serviu como estopim para o que seria a tecnologia da RV.

Em uma noite houve uma grande pane no sistema telefônico local. Qualquer um que pegasse um telefone ouvia todos os outros, de uma só vez. Centenas de vozes - algumas aparentemente distantes, algumas próximas - pairavam no primeiro espaço virtual social que eu

142 No original: Precise hand-tracking will unlock a range of new experiences as well as reduce friction for current experiences on Quest. People could be able to pause a movie in VR with just a gesture, for example, and express themselves more naturally in social games. In enterprise applications, an instructor could lead a VR-based training class without having to maintain a fleet of paired, charged controllers.

143 No original: Virtual reality will become really worthwhile some generations hence-perhaps 100 years from now-not because of the time it’ll take for technology to get better, but rather because it takes a long time for human culture to develop.

já havia experimentado. Uma sociedade instantânea de crianças se formou, brilhantemente superior a qualquer outra que eu tivesse experimentado antes. [...] eu estava imediatamente obcecado com o potencial de várias pessoas em compartilhar tal lugar, e para alcançar um novo tipo de realidade consensual, e pareceu-me que uma “versão social” do mundo virtual teria que ser chamado realidade virtual144 (LANIER, 2017, tradução nossa).

Ou seja, o pesquisador buscava uma forma de conectar pessoas separadas pela distância física em um mesmo ambiente, em tempo real e de maneira visual. Observando desse modo, é mais fácil associar a intenção de Lanier desenvolver uma rede social digital do que propriamente uma realidade virtual. Tomando como modelo as observações de Pierre Lévy (2011), o conversar ao telefone em nada tem de virtual, pelo contrário. A cena descrita por Lanier é um conjunto interminável de atualizações.

A visão de Lanier (2017) repete o que já afirmavam outros pesquisadores fundamentais para o campo. Para Thomas Furness (2014), um dos pioneiros no desenvolvimento de simuladores para o exército dos Estados Unidos, o que objetiva a RV é uma necessidade de comunicação mais eficaz entre homens e computadores. Ele destaca o trabalho de Ivan Sutherland em busca de uma “Interface final, que permitiria às pessoas interagir com computadores estando dentro da computação gráfica 3D e usando interação direta com esses gráficos através de dispositivos portáteis” (FURNESS, 2014, p. VII, tradução nossa)145. O mesmo Furness trata a RV dos anos 1980 como uma febre, uma febre com “desejo e esperança por mundos virtuais de melhor qualidade para habitar”146. Mas, de acordo com o autor, essa febre por desenvolver equipamentos para observar e manipular objetos gerados por computador também foi o que definiu o termo realidade virtual. O próprio Ivan Sutherland é enfático quanto à impossibilidade da realidade projetada a partir das tecnologias de RV.

144 No original: One evening there was a perfect breakdown of the local telephone system. Anyone who picked up a phone could hear everyone else, all at once. Hundreds of voices—some sounding distant, some close by—hovered in the first social virtual space I had ever experienced. An instant society of children formed, brilliantly superior to any I had experienced before. [...] I was

immediately obsessed with the potential for multiple people to share such a place, and to achieve a new type of consensus reality, and it seemed to me that a “social version” of the virtual world would have to be called virtual reality.

145 No original: ‘ultimate interface’ that would allow people to interface with computers by being inside 3D computer graphics and to use direct interaction with those graphics through handheld devices. 146 No original: like us, became infected with VR fever. Sadly, I can attest that such an addiction never

Realidade Virtual é um objetivo [...] ninguém irá alcançá-lo. Ninguém é levado a pensar que a imagem que vê através de um conjunto computadorizado de óculos de proteção é real. Portanto, a realidade virtual ainda está fornecendo uma espécie de santo graal, o pote de ouro no final do arco-íris, uma razão para seguir adiante e empurrar a tecnologia o máximo que pudermos. Você sabe muito bem que, ao fazer isso, empurrando a tecnologia, você desenvolve todos os tipos de coisas que são interessantes e valiosas por si mesmas. Os spin- offs desse tipo de perseguição são seu valor real. Eu acho que nesse sentido, o HMD foi um projeto muito bem-sucedido147 (SUTHERLAND citado por DELANEY, 2014, p. 361, tradução nossa).

O “empurrar” da tecnologia a qual Sutherland refere nos parece mais proveitoso que a exigência de duplicação ou substituição de realidades. Algo semelhante à visão de Benedikt (1992, p. 4) a respeito da finalidade do ciberespaço:“o ciberespaço não substituirá os elementos anteriores do mundo. Ele não substituirá, mas os deslocará, encontrando, definindo seu próprio nicho e fazendo com que os elementos anteriores definam mais de perto o seu também”148. E ainda:

A realidade virtual também não substituirá a "realidade real". Realmente, a realidade real é o ar, o corpo humano, a natureza, os livros, as ruas ... quem poderia terminar essa lista? — em todo o seu design requintado, história, qualidade e significado podem se beneficiar de nossa apreciação renovada e de não pedir mais para que faça o que é melhor feito ‘em outros lugares’149 (BENEDIKT, 1992, p. 4, tradução nossa).

Vince (1998, p. 69, tradução nossa) destaca “que o objetivo da RV não é replicar nossa experiência do mundo real, mas tornar as coisas tão realistas e úteis quanto possível [...] 150”. Reflexão semelhante à proposta de Dorothy Strickland, pesquisadora na área de tratamentos de crianças autistas por meio do uso de tecnologias como a RV, considera que “O que a RV lhe dá é a capacidade de não

147 No original: Virtual Reality is a target, […] nobody’s going to reach it. Nobody is fooled into thinking that the image they see through a computerized set of goggles is real. So virtual reality is still providing a sort of a holy grail, the pot of gold at the end of the rainbow, a reason to go forward and push the technology as hard as we can. You know full well, as you do that pushing on technology, you develop all kinds of things that are interesting and valuable in their own right. The spin-offs from that kind of a pursuit are its real value. I think in that sense, the head-mounted display was a very successful project.

148 No original: Cyberspace will not replace the earlier elements of World 3. lt will not replace but displace them, finding, defining, its own niche and causing the earlier elements more closely to define theirs too.

149 No original: Nor will virtual reality replace "real reality." Indeed, real reality the air, the human body, nature, books, streets ... who could finish such a list? -in all its exquisite design, history, quiddity, and meaningfulness may benefit from both our renewed appreciation and our no longer asking it to do what is better done ‘elsewhere.

150 No original: […] the objective of VR is not to replicate our experience of the real world, but to make things as realistic and useful as possible, then solutions are within our grasp.

duplicar a realidade, mas simplificar a realidade151” (STRICKLAND citado por DELANEY, 2014, p. 333, tradução nossa).

Retomando as abordagens de Lanier, é possível resgatar uma declaração realizada em 2001, fase em que as esperanças sobre a primeira emergência da RV haviam se esgotado. Lanier chegou a considerar realidade virtual como um termo “estúpido” e ao mesmo tempo contraditório.

Eu não gosto mesmo [...]. É um termo estúpido. Mas eu pensei que tinha um toque nisso, e soava peculiar o suficiente, e bem no limite de ser contraditório - mas não completamente -, de modo que isso chamaria a atenção, e seria uma frase bonita e fofa. Eu estava em um trem na Itália algum tempo depois, e pensei em um termo que era muito melhor do que a 'realidade virtual'. Mas então houve alguma distração e eu nunca o recuperei152 (LANIER citado por BURKEMAN, 2001, tradução nossa).

Lanier (2017) destaca que o termo realidade precisa ser contextualizado, e oferece exemplos do que ele entende pelo uso dessa palavra. “VR era o termo que eu gostava de presença em primeira pessoa em um mundo virtual, mas principalmente quando havia outras pessoas lá com você. Em um cenário tecnológico, a ‘realidade’ poderia servir como a versão social do ‘mundo’ de Ivan Sutherland153” (tradução nossa).

Façamos um brevíssimo intervalo nesse momento de importantes localizações da pesquisa sobre o termo RV. De Ivan Sutherland (2014), protagonista do dispositivo técnico temos poucos registros teóricos a respeito de sua posição a respeito do conceito. Já Jaron Lanier (2017), destaca que o termo ao qual ele é considerado criador é inadequado ou passível de questionamento. Junto a isso, retornemos as qualidades espaciais mencionadas por Biocca e Levy (1995); a interatividade dos jogos e esse potencial descritos por Pryor (2004) e Domínguez (2013, 2017) e a visão de Genro Filho (2012) para fazer do jornalismo um modo de conhecimento. Definitivamente, é necessário contornar a limitação teórica da palavra e desobedecer

151 No original: What VR gives you is the ability not to duplicate reality, but to simplify reality.

152 No original: I don't even like it […]. It's a stupid term. But I thought it had a ring to it, and it sounded quirky enough, and right on the edge of being contradictory - but not quite - so that it would grab attention, and be a nice cute phrase. I was on a train in Italy some time later, and I had thought of a term that was much better than 'virtual reality'. But then there was some distraction with the ticket conductor and I never got it back.

153 No original: VR was the term I liked for first-person presence in a virtual world, but most especially when there were other people in there with you. In a technological setting, “reality” could serve as the social version of Ivan Sutherland’s “world.”

às ideologias do jornalismo a respeito da realidade. O objeto que se apresenta diante de nós é de natureza dinâmica e sua operação exige movimentos de análise que acompanhem esse ritmo. Nesse sentido, a teoria fundamentada insinua-se como eficiente ao permitir que esse tipo de compreensão do objeto ocorra durante o desenvolvimento da pesquisa, pois conforme Fragoso, Recuero e Amaral (2011, p. 87) “propõe a atuação da análise em conjunto com o processo de coleta de dados, de forma a permitir que a teoria emerja do empírico”.

Continuando o pensamento de Lanier, o autor destaca que nunca houve objetivo em transferir mundos a partir da tecnologia, e que isso foi resultado das estratégias comerciais operadas por diferentes agentes da época que tinham interesse na realidade virtual.

Quando meus amigos e eu construímos as primeiras máquinas de realidade virtual, a ideia era fazer o mundo ser mais criativo, expressivo, empático e interessante. Não era para escapar do mundo. Um desfile de “grandes ideias” supostamente distintas, que correspondem à adoração das ilusões de bits, tem fascinado o Vale do Silício, o mercado financeiro e outros centros de poder (LANIER, 2010).

Lanier (2010) considera uma “nova religião” alguns dos embasamentos voltados à “cultura totalitarista cibernética”, em que é destacada a ideia de transferência de mundos, chegando a projetar a transferência de mentes entre humanos e computadores. Não nos aprofundaremos nesse tema, mas ao leitor interessado convém consultar o trabalho de Robinson Tenório (1998), que aborda relações equivocadas que promovem analogias entre o cérebro humano como um computador digital.

Entre alguns dos profetas digitais ao qual Lanier se refere direta e criticamente em suas obras está Ray Kurzweil, autor do livro A era das máquinas espirituais, publicado em 1998. Endossada na época do seu lançamento por nomes como Bill Gates e Marvin Minsky, Kurzweil (2007) projetava, por exemplo, que “Por volta de 2007, a realidade virtual de alta qualidade com ambientes artificiais convincentes, renderização praticamente instantânea e displays de alta definição será confortável de vestir e estará disponível a preços de jogos de computador”. Junto a essa projeção, Kurzweil concentra ainda outras 97 citações à realidade virtual. No entanto, não é possível definir os limites da RV para o autor, já que ele está situado entre os autores que usa o termo tanto para experiências utilizando HMDs como para referir-se ao

ciberespaço, um problema recorrente na bibliografia do tema e que já foi abordado por esse estudo.

Não queremos desacreditar as propostas de Kurzweil (2007) e respeitamos suas proposições, mesmo alertados quando autores como Rüdiger (2008, p. 146) destacam que, textos futuristas como os de Kurzweil, concentram “apenas mera reatualização de uma fantasia”, já encontrada em obras dos anos 1930 e que também propunham um modo de transhumanismo. Mesmo assim, acreditamos que nem sempre as projeções ocorrem no tempo em que seus idealizadores propõem. Marshall McLuhan precisou de quase 40 anos para que suas diversas considerações a respeito do mundo elétrico, por exemplo, pudessem se transformar nas comunidades digitais surgidas a partir da internet, e diversos outros conceitos por ele desenvolvidos nos anos 1960 pudessem ser confirmados e deixassem de ser considerado como um “não sério” ou “ultrapassado” (WOLFE, 2005b, p. 23). Nicholas Negroponte (1995) também não teve precisão nas datas, mas adiantou muitos pontos do que hoje compreendemos como cultura digital. Mas a questão aqui é, novamente, localizar as origens que nos levaram a acreditar que tal equipamento tecnológico tenha capacidade de substituir a nossa realidade e como isso precisa ser desconstruído para podermos avançar com nossa proposta em aproximar esse tipo de tecnologia com as práticas jornalísticas. Lembremo-nos que Eva Domínguez, discutida na etapa anterior e suas contribuições ao jornalismo imersivo, menciona os problemas e desafios da permanência da realidade para a produção do jornalismo em ambientes de simulação. Nós estamos propondo um contorno a essa questão a partir da eliminação na origem da ideia de seu conceito.

Ainda sobre os propósitos de Jaron Lanier com a RV, observamos que ele queria aproximar pessoas e transformar a nossa relação com o espaço de uma forma visual.Nesta combinação de declarações que permitem compreender o pensamento de Lanier, um importante trecho de 2017 está ligado a uma entrevista concedida à revista Whole Earth Review em 1999.

Um ‘mundo’ resulta quando a mente acredita na persistência do que percebe. Uma ‘realidade’ resulta quando uma mente acredita que outras mentes compartilham o mesmo mundo o suficiente para estabelecer comunicação e empatia. Em seguida, adicione o ângulo somático: Uma mente pode ocupar um mundo, mas um corpo vive em uma realidade, e com as interfaces somáticas do VPL, como luvas e

roupas de corpo, estávamos projetando para o corpo, bem como para a mente154 (LANIER, 2017, tradução nossa).

Essas relações entre os conceitos de mundo e realidade de Lanier nos remetem ao início dessa nossa reflexão a respeito da realidade. A articulação entre esses conceitos acaba sempre retornando a um mesmo denominador.

Os imaginários sobre a realidade virtual não encerram com a substituição de realidades. Nos anos 1980 e 1990, o psicólogo e professor da Universidade de Harvard Timothy Leary, conhecido pela sua defesa do uso controlado de drogas, incluiu a tecnologia da RV entre suas indicações terapêuticas (CHAN, 2014, p. 16; TERNDRUP, 2014). Tim Leary, como é normalmente referenciado, também sugeria a possibilidade de operar/programar o cérebro por meio de sistemas computacionais, uma espécie de versão tecnológica da sensação produzida pelo consumo do alucinógeno dietilamida do ácido lisérgico, conhecida como LSD.

Em uma de suas propostas, apresentada durante a palestra nomeada From LSD to virtual reality (LEARY, 1992), na Universidade de Sonoma em 1992, seu embasamento partia do pensamento socrático e se articulava com a relação que Marshall McLuhan fez sobre as extensões entre homens e máquinas, incluindo a transferência de consciência.

[...] em nossa era de computadores, agora é possível programar uma razão entre os sentidos que se aproximem da condição da consciência. Mas esta condição seria necessariamente uma extensão de nossa própria consciência. [...] Tendo prolongado ou traduzido nosso sistema nervoso central em tecnologia eletromagnética, o próximo passo é transferir nossa consciência para o mundo do computador. Então poderemos programar a consciência, de forma a que ela não ceda ao entorpecimento e à alienação narcísica provocadas pelas ilusões do mundo e do entretenimento que assaltam a humanidade quando ela se defronta consigo mesma projetada em seu próprio arremedo (MCLUHAN, 1995, p. 81).

A performance de Learyenvolveu videografismo, artes plásticas, teatro, stand up e experimentações sonoras através de uma série de sofisticados recursos audiovisuais para a época. Apesar da ideia e do uso do termo, nenhum equipamento

154 No original: A “world” results when a mind has faith in the persistence of what it perceives. A “reality” results when a mind has faith that other minds share enough of the same world to establish communication and empathy. Then add the somatic angle: A mind can occupy a world, but a body lives in a reality, and with VPL’s somatic interfaces like gloves and body suits, we were designing for the body as well as the mind.

autêntico de realidade virtual, como óculos ou luvas, foi utilizado na apresentação. Posteriormente, o conteúdo dessa palestra foi comercializado em vídeo, ainda hoje disponível para compra em leilões eletrônicos (Figura 20). Assistido hoje, o material é mais caricato do que acadêmico, mas as relações entre a tecnologia e a transferência de mentes e de realidade perduram no nosso imaginário.

Figura 20 - Cópia dos filmes produzidos por Timothy Leary

Fonte: eBay.com (2019)155.

A nosso ver, a abordagem de Timothy Leary (1992), na verdade, precisa de uma ressignificação. Não devemos compreender a RV enquanto droga alucinógena, mas sim como um recurso para ampliar os limites do conhecimento. Estamos encharcados por palavras, expressões, signos e símbolos que remetem ao uso de drogas como elementos de alucinação. Mas na forma de compreensão de Leary, drogas eram recursos usados para ampliar o conhecimento do mundo. Na visão de Jaron Lanier sobre Timothy Leary (LANIER, 1999, p. 129, tradução nossa), “penso que sua esperança era que a tecnologia de computadores ajudasse as pessoas a se comunicarem e, portanto, permitiria que elas se identificassem como indivíduos e não como membros de instituições”156.

Autores e pensadores da RV, tanto Howard Rheingold quanto Jaron Lanier, advertiram que essa relação do ciberespaço ou da RV com drogas era um erro e uma

155 Disponível em https://bit.ly/2Y6JYrZ

156 No original: I think his hope was that computer technology would, first of all, help people to communicate with one another and therefore allow them to identify themselves as individuals rather than as members of institutions.

injustiça com seus pioneiros e com a tecnologia. Para Lanier (2001), a comparação com o uso de drogas resulta em um oposto da proposta à qual a RV teria por objetivo.

Você não está em retiro, você não é passivo, você não está tendo uma experiência de você. Você tem que ser intencional. Você se cansa. É um estado de atividade em vigília. Não é como tomar drogas; é como fazer uma caminhada. [...] é como ir em uma caminhada e ser o escultor da montanha ao mesmo tempo157 (LANIER, 2001, tradução nossa).

Segundo Rheingold, nos anos 1990 a imprensa criou essas aproximações influenciada pela aparência “hippie” de Jaron Lanier.

As personas de Lanier já geraram muita atenção da mídia de massa, algumas delas concentradas em sua aparência e história pouco ortodoxas, bem como na tecnologia. Um cara de aparência estranha para uma ideia estranha. Ele é o prazer de um escritor, e muitos de nós já o criticaram, do New York Times ao National Enquirer. Por que procurar um gancho de história quando você pode começar com o