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6.2 OS INFORMATIVOS QUANTO ÀS CATEGORIAS DE ANÁLISE

6.2.3 Caráter didático da comunicação

6.2.3.2 Justificativas para a pressão popular em prol de políticas públicas

No que concerne às razões pelas quais se justificava a pressão popular em prol de políticas públicas visando o enfrentamento das mudanças climáticas – segunda abordagem a nortear a análise dos onze informativos online da TicTacTicTac, na categoria "caráter didático da comunicação" –, os achados do corpus se inserem em vários contextos.

Informativo número 1

No informativo de número 1, se encontra uma ampla cobertura da reunião da ONU em Bangkok, Tailândia – preparatória à COP-15 –, material reproduzido de edição especial do boletim da ONG Vitae Civilis, com data de 29 de setembro de 2009 e texto atribuído, na publicação da TicTacTicTac, a Morrow Gaines Campbell III.

O portal da Vitae Civilis58 o posiciona, na seção "Quem somos/Estrutura", entre seus "associados", na qualidade de "especialista em Clima" – o que não é citado no informativo.

Embora, nos cinco parágrafos da notícia, se desenrole um acompanhamento basicamente factual de pontos polêmicos e significativos do evento, ele contribui para a compreensão do leitor quanto aos enfoques das tratativas governamentais esperadas na COP-15, o que, por extensão, ao menos em tese, forneceria aos

58 Disponível em: <www.vitaecivilis.org.br>. Acesso em: 06 dez. 2011.

receptores uma maior percepção do papel da mobilização social no sucesso de tais trâmites. O texto expõe as principais pautas das negociações, entre elas "adaptação às mudanças de clima, redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e degradação de florestas - REDD59, transferência de recursos financeiros, e tecnologia e capacitação".

Verifica-se, porém, um discurso de compreensão limitada ao público já detentor de conhecimentos razoavelmente aprofundados sobre esses debates entre governos, à medida que, por exemplo, cita o REDD sem, paralelamente, explicar, ainda que de forma sucinta, seus pontos centrais.

O mesmo ocorre quando a notícia informa a defesa brasileira a dois mecanismos em discussão: o REDD e as Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas (NAMAs)60 – este igualmente um conceito cujos propósitos e meandros teriam grande chance de não se encontrar ao alcance do entendimento de significativa parcela dos potenciais aderentes à Campanha TicTacTicTac.

Por fim, a notícia faz um registro que exemplifica iniciativa prática de pressão dotada de potencial visibilidade midiática, ao comentar que, em 30 de setembro, a União Européia ganhou o Prêmio Fóssil do Dia em Bangkok, "entregue diariamente pela rede CAN (Rede Internacional de Ação pelo Clima) para o país que coloca obstáculos nas negociações".

Ainda que apenas se vislumbre um caráter didático nesta informação, à medida que, como já dito, ilustra uma expressão prática de pressão social organizada, esta análise a expõe por sua capacidade de representar, logo em seguida, um contraste não só à dimensão pedagógica da comunicação, mas também a um pressuposto básico da redação jornalística: clareza. Numa tentativa mal sucedida de explicar

59 REDD é a sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. Segundo o conceito adotado pela Convenção de Clima da ONU, se refere a um mecanismo que permite remuneração aos países que mantém suas florestas em pé, sem desmatar, e com isso, evitam as emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e degradação florestal (PINTO et al., 2010, p.37).

60 Esse instrumento surgiu como forma de estimular os países em desenvolvimento a reduzirem sua expectativa de aumento de emissões. Para cada NAMA, espera-se uma contrapartida financeira por parte dos países desenvolvidos. Diferentemente do MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, o NAMA não trata de projetos específicos e sim de uma ação nacional, que deve ser estruturante para o país (RIBEIRO, 2009, p.14).

essa outorga desonrosa à União Européia – o Prêmio Fóssil do Dia –, a notícia coloca: "O motivo foi a vontade de excluir um parágrafo no texto negociador que expressa grande preocupação com relação à lacuna substancial entre recursos necessários para mitigar os impactos das mudanças climáticas e a redução dos gases de efeito estufa em países em desenvolvimento e os recursos atualmente disponíveis". Como se pode depreender, um enunciado nada esclarecedor, sobretudo para os leitores pouco familiarizados com as tratativas internacionais visando o enfrentamento das mudanças climáticas.

Informativo número 2

No informativo de número 2, o REDD volta a ser comentado, ainda no contexto de um balanço da reunião da ONU em Bangkok, desta feita sob um prisma mais elucidativo quanto aos propósitos do mecanismo e, também, apresentando alguns riscos de uma condução ineficaz no estabelecimento de seus termos – o que, teoricamente, contribuiria para aproximar o público receptor do papel da sociedade civil em pressionar os respectivos governos a encaminhamentos coerentes com os argumentos de suas mobilizações.

Informa a notícia que, "quanto à questão específica de mecanismos de compensação para a Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação de Florestas – REDD, um documento de trabalho foi preparado pelo 'Chair' do Grupo de Contato sobre Ação Aumentada de Mitigação e as Medidas Respectivas de Implementação visando à consolidação de diversas propostas para um texto de negociação". Após essa contextualização, prossegue afirmando que:

No primeiro capítulo, sobre Objetivos, Abrangência e Princípios Orientadores, este texto diz: 'Todas as Partes devem coletivamente olhar para a perda de cobertura florestal nos países em desenvolvimento até 2030...'. Admitir que REDD visa preservar 'cobertura florestal' é abrir a porteira para a especulação e dar acesso ao mecanismo pelos investidores em projetos de reflorestamento e plantios de monocultura de árvores, que muitos insistem em chamar de reflorestamento. Isto seria contrário aos objetivos de REDD (INFORMATIVO NÚMERO 2, 2009, p.4).

A notícia revela ainda uma nuance didática quando associa o modelo de produção predominantemente predatório aos recursos naturais, sobretudo nos países desenvolvidos, à degradação florestal: "Outro ponto no documento que preocupa é a

ausência de qualquer referência aos vetores de pressão sobre as florestas: agricultura, pecuária, madeireiras etc. Um regime de REDD que ignora esses vetores de pressão será, certamente, incompleto, omisso e perigosamente arriscado".

Informativo número 3

Essa associação entre o norte do desenvolvimento econômico, em contraponto à conservação ambiental, também ocorre, de maneira razoavelmente didática, no informativo de número 3, quando discorre sobre a nota pública da Campanha TicTacTicTac, produzida em "reação à notícia divulgada na imprensa de que a ministra Dilma Rousseff exigiu a revisão da proposta apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente para que fosse minimizado o compromisso sugerido de redução das emissões de gases de efeito estufa a ser apresentado durante a COP-15".

Conforme pontua o texto, "A nota questiona o argumento de precisar emitir mais gases de efeito estufa em decorrência de um objetivo de taxas mais elevadas de crescimento econômico. Defende que o desenvolvimento econômico é necessário, mas só faz sentido se 'acompanhado de real melhoria na qualidade de vida, conquistada de forma sustentável'". E relaciona segmentos produtivos ao problema das mudanças climáticas, expondo a defesa da nota pública a "metas de aumento da eficiência (produção versus emissões de gases de efeito estufa) também para os setores energético, de transportes, industrial, agrícola, de serviços e tantos outros:

'Serão essas metas que orientarão os investimentos públicos e privados rumo a uma economia moderna e sustentável'".

Informativo número 6

O informativo de número 6 traz um alerta da campanha que denota esforços pela compreensão quanto à importância dessa mobilização social. Ao defender que

"Postergar decisões da COP-15 é um ato criminoso", o texto torna pública a

"indignação" da TicTacTicTac, suscitada pelas "últimas declarações de países como os Estados Unidos, México e China de adiar para 2010 as decisões previstas para a Conferência do Clima (COP-15) em dezembro em Copenhague, Dinamarca".

Ao classificar a postura destes governos como "imoral e politicamente inaceitável", a notícia apresenta um retrospecto que ilustra didaticamente a relevância da COP-15, ao situar o porquê da expectativa em torno das negociações programadas para

transcorrer no evento e, mais além, as responsabilidades das nações envolvidas, inclusive o Brasil:

Há dois anos, numa conferência em Bali, na Indonésia (COP-13), foi decidido que a COP-15 seria o prazo final para definir um pacto climático, com decisões legalmente vinculantes dos compromissos de redução de gases de efeito estufa nos países industrializados. Já os diálogos políticos para uma nova etapa do acordo global foram iniciados na COP-11 em Montreal, 2005.

Isso porque o Protocolo de Quioto determinava que as negociações deveriam começar 7 anos antes do primeiro período de compromisso de redução de gases do efeito estufa. "Tivemos pelo menos 4 anos para conversar.

Copenhague é para tomar as decisões de validade jurídica e não de meras declarações políticas", afirma Rubens Harry Born, do Instituto Vitae Civilis e conselheiro da Campanha TicTacTicTac.

Os atrasos nas negociações implicam, tacitamente, na ampliação do número de vitimas humanas, de eventos extremos e graves impactos socioeconomicos.

Ao adiar a assinatura de acordos legalmente vinculantes, estes países deverão ser responsabilizados por mortes e outras consequências desta decisão.

Cabe agora ao governo brasileiro – que poucos dias antes mudou de postura e apresentou objetivos quantificáveis para limitar o crescimento e eventualmente reduzir as emissões brasileiras – elevar o tom de suas cobranças no plano internacional, aliando-se a outros relevantes países que ainda lutam por acordos legalmente vinculantes (medida do sucesso em Copenhague) fazendo valer a credibilidade que ganhou com sua iniciativa.

Mas, para dar consistência a esta credibilidade, é fundamental que presidente Lula e sua equipe ajam também aqui no Brasil, consolidando os compromissos assumidos por meio da necessária legislação e das políticas públicas correspondentes. A situação é séria, e não admite discursos vazios nem jogos de cena (INFORMATIVO NÚMERO 6, 2009, p.1-2).

Na cobertura da última reunião preparatória de negociações antes da COP-15, em Barcelona, Espanha, de 2 a 6 de novembro de 2009, o informativo de número 6 reitera a necessidade de pressão organizada por parte da sociedade civil – "através da nossa capacidade combinada, proximidade, conhecimento, temos uma oportunidade única de garantir um acordo mundial"; "A sociedade civil está demonstrando uma rara e necessária união neste momento crítico e nós não estamos sozinhos para fazer a diferença em Copenhague, estamos também construindo uma plataforma para nosso movimento assegurar que o eventual acordo seja implementado e ratificado de uma maneira justa e ambiciosa".

O conflito de interesses nas negociações também suscita comentários na cobertura noticiosa do evento em Barcelona, numa exposição didaticamente razoável, ao menos no sentido de ilustrar alguns percalços envolvidos no processo – o que, de novo teoricamente, contribuiria para legitimar a validade das mobilizações promovidas pela sociedade civil organizada. O informativo coloca que "Os negociadores do Anexo 1 (países desenvolvidos) continuaram a mostrar uma falta de vontade em

assumir os compromissos necessários para as metas de redução das emissões, financiamento e outras áreas para garantir um acordo em Copenhague que seja justo e ambicioso".

Em outro momento, conecta diretamente a resolução destes entraves ao potencial transformador das pressões exercidas pela sociedade civil organizada, ao afirmar que, em Barcelona: "Os delegados e autoridades estavam vendendo a idéia de que um acordo de força de lei não seria realizado em Copenhague. No entanto, como já demonstramos inúmeras vezes no passado, sem vontade política nada é possível e isso só deve garantir que o nosso esforço seja maior, mais pujante, mais unido e mais forte do que nunca. Um tratado justo, ambicioso e de força de lei ainda é possível em Copenhague".

6.2.3.3 Oportunidades não aproveitadas

Como na categoria "cientificidade da informação", em alguns momentos da análise de conteúdo da categoria "caráter didático da comunicação" ficaram patentes oportunidades propícias para se aprofundar os conhecimentos dos leitores/internautas quanto aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, sem que, no entanto, tais chances fossem devidamente aproveitadas.

No informativo de número 1, por exemplo, há o relato de uma operação do Greenpeace na Tailândia "para se encontrar com comunidades do Norte do país que são afetadas pelas mudanças climáticas", informa ainda que "conseguiram arrecadar algum dinheiro que foi entregue a Yvo de Boer, o Secretário-Executivo da Convenção, como contribuição inicial dos 150 bilhões de dólares anuais necessários para os países mais pobres através do Fundo de Adaptação. O Secretário colocou este dinheiro na mesa durante a sessão de abertura da Reunião preparatória de Bangkok para a COP-15 que se iniciou na segunda-feira, dia 28 de setembro, para apelar aos países ricos a assumir os seus compromissos".

No entanto, o leitor/internauta que utilizasse o link posterior à notícia para, por exemplo, conhecer o mencionado "Fundo de Adaptação", ou as razões pelas quais sua "contribuição inicial" para os países mais pobres foi determinada em "150 bilhões de dólares anuais", não encontraria essas explicações. O link remete a um

texto em inglês61, assinado pelo diretor de Campanhas da Global Campaign for Climate Action, Ben Margolis, que não supre esta lacuna didática, mesmo quando, ao encerrar seu texto, procura inspirar adesões ao movimento: "os negociadores aqui receberam uma forte mensagem do mais alto nível político, que se espera que façam o necessário para conseguir um bom acordo, mas precisamos de milhões de vozes para reforçar e ampliar esta mensagem".

Um outro momento em que a falta de um discurso didático possivelmente afastou o leitor/internauta dos argumentos levantados pela Campanha TicTacTicTac pode ser observado no informativo de número 4, onde é apresentado um balanço de alguns entre as "centenas de eventos" a marcarem o Dia de Ação Global pelo Clima, 24 de outubro, "em todas as capitais brasileiras e muitas cidades e localidades do interior", parte dos quais recorreu ao "350"62:

Em São Paulo, a equipe da TicTacTicTac participou de duas ações promovidas por apoiadores da campanha: No Parque Trianon, o "Movimento I Care - Eu me importo" em conjunto com o ActiveVeg e outros colaboradores realizou palestra e atividades de informação e coleta de assinaturas, usando um painel grafitado com o número 350;

No Rio de Janeiro, praia de Copacabana, em frente ao relógio de contagem regressiva da TicTacTicTac pela manhã foi formado um grande 350 com as cores do Brasil na areia e a coleta de mais de 500 assinaturas para a campanha;

Em Goiânia um grupo formou o número 350 com bananas para passar a mensagem que é necessário começarmos a agir para conseguirmos mudanças efetivas que garantam a segurança climática do planeta;

Para esta semana, ainda há atividades planejadas como a concentração de alunos de colégios privados e escolas públicas no gramado em frente ao Congresso Nacional em Brasília, para formar o número 350 e pressionar o Governo brasileiro a assumir uma postura comprometida em Copenhague (INFORMATIVO NÚMERO 4, 2009, p.1).

O significado do "350" é precariamente contextualizado no mesmo informativo, quando registra, na página 4, o apoio da senadora Marina Silva ao manifesto da campanha, em evento na cidade de São Paulo: "Durante a inclusão do seu nome no abaixo-assinado, Marina lembrou a importância do número 350. 'Termos um

61 Disponível em: <http://adoptanegotiator.org/2009/09/28/the-only-money-on-the-table-but-not-the-only-elephant-in-the-room/>. Acesso em: 05 dez. 2011.

62 Na análise da categoria "cientificidade da informação", já foi comentado o 350, limite do número de partes por milhão na concentração atmosférica de dióxido de carbono constatada por cientistas da agência espacial norteamericana, a NASA (sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration), como aceitável para a segurança climática do planeta.

equilíbrio das emissões em 350ppm é a demonstração de que nós precisamos chegar em meados do século com a temperatura de nosso planeta equilibrada para não comprometermos as possibilidades de vida na Terra', lembrou".

Dentro do cenário exclusivamente brasileiro, por exemplo, ao menos duas oportunidades claras de associar didaticamente a mobilização social ao concretizar de propostas da alçada do poder público não foram devidamente aproveitadas. Já no informativo número 1, é comentada "a demora" do Congresso Nacional em

"aprovar a Política Nacional de Mudanças Climáticas", cujo andamento transcorre em sessões que "contam com a presença de poucos parlamentares e nem sequer aprofundado o debate sobre o PL 3535 que estabelece a Política Nacional de Mudanças Climáticas". Ao leitor menos familiarizado com tais trâmites não foi situado do que trata exatamente a Política Nacional de Mudanças Climáticas e seus pontos de maior importância para o enfrentamento do problema no território brasileiro.

O mesmo ocorre no informativo de número 4, onde uma notícia, sob o título

"Aumenta pressão para aprovação de PLs sobre mudança climática", expõe: "O presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Michel Temer, disse na quinta-feira, 22 de outubro, que deverão ser incluídos na pauta do Plenário esta semana os principais projetos relacionados ao meio ambiente, para que sejam aprovados antes da COP-15. Entre os Projetos prioritários destacam-se o PL 3.535/2008, do Poder Executivo, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima e dá outras providências; e o PL 2.635/2007, que cria o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas".

A despeito do título relacionando esse trâmite à "pressão para aprovação" de tais normativas legais, não fica clara a maneira pela qual ela teria se operado e, novamente, a relevância destes projetos de lei para o tratamento brasileiro aos desafios das mudanças climáticas.

Em outra circunstância onde ficou patente a necessidade de um discurso mais didático – e ela não foi observada –, o informativo de número 5 expõe que

"havia um grande grupo de imprensa em Barcelona e aproximadamente 3000 veículos já estão cadastrados para Copenhague". Mais adiante na notícia, expõe o que chamou de "batalha de imprensa com muitos jornalistas que assumiram a linha de que um acordo de força de lei não é mais possível este ano" e completa: "Essa foi a principal história da semana como jornalistas, e sociedade civil, esforçados para encontrar maneiras de comunicar eficientemente a diferença entre politicamente

vinculativa, juridicamente vinculativo63 e todas as nuances entres os dois". Essa diferença e as nuances que implica não chegaram a ser, no informativo, nem minimamente esclarecidas ao leitor/internauta.

Por fim, chega-se a mais um exemplo de não observância ao caráter didático na comunicação nos informativos online da Campanha TicTacTicTac. Ainda no de número 5, em cobertura sobre a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) em 9 de novembro – "apenas 5 dias antes da data estipulada pelo presidente Lula para divulgação das posições que o Brasil levará para a COP15", é colocado que, no evento, seu representante oficial das ONGs, Ivan Marcelo, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), "leu o documento preparado pela entidade, no qual são enfatizados os pontos construídos nos debates realizados ao longo deste ano, nos seminários e grupos de trabalho". Nesse contexto, diz a notícia, "além dos aspectos relativos às mudanças nos padrões de produção e consumo e nas reduções de emissões, a entidade enfatiza a necessidade de que o processo de transição para uma economia de baixo carbono seja realizado de modo a ampliar a inclusão social, diminuindo as disparidades entre ricos e pobres, tanto no próprio país, como internacionalmente".

Pode-se inferir, desse trecho da cobertura, que teria sido muito proveitoso do ponto de vista didático, a referendar os argumentos de sua mobilização, que a comunicação da campanha tivesse esclarecido, mesmo que resumidamente, alguns destes "aspectos relativos às mudanças nos padrões de produção e consumo e nas reduções de emissões", assim como as implicações transformadoras de uma

"economia de baixo carbono".

6.2.3.4 Conclusões quanto à categoria "caráter didático da comunicação"

Em referência à categoria "caráter didático da comunicação", foi possível encontrar, dentre as unidades noticiosas dos informativos online da Campanha

63 A terminologia mais adotada é "juridicamente vinculante" e significa de cumprimento obrigatório pelas partes signatárias, ao contrário de acordos politicamente vinculantes, na prática sem força de lei (Planeta Sustentável. Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/ blog-da-redacao/polemica-politicamente-vinculante-209521/>. Acesso em: 20 jan. 2012).

TicTacTicTac, alguns discursos embebidos de um proveito pedagógico. Porém,

TicTacTicTac, alguns discursos embebidos de um proveito pedagógico. Porém,