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Lei (nº 7/2013) de Direito de Antena e Réplica Política

6 Liberdade de expressão e de comunicação social no sistema jurídico guineense

6.1 Proteção material

6.1.2 Legislação complementar

6.1.2.6 Lei (nº 7/2013) de Direito de Antena e Réplica Política

Qualquer que seja o instrumento jurídico, necessita de um preâmbulo, ou melhor, de uma parte introdutória que tem como objetivo introduzir as normas de natureza programática e/ou imediatas. O preâmbulo habitualmente faz abertura solene sobre os princípios políticos e morais que geralmente serão abordados dentro daquele instrumento jurídico-político, tendo uma índole mais política do que jurídica. Nessa contextura, a Lei de Direito de Antena e de Réplica Política, sem demora, no seu preâmbulo pondera que a comunicação social é fundamental à concretização das liberdades: de expressão, de pensamento, como também de ideias, e essa comunicação deve ter reflexo na formação e informação da sociedade na sua totalidade. Os artigos selecionados para ser objeto deste tópico versam sobre como os políticos devem se portar quando o assunto é endereçar mensagens ao público guineense14.

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Artigo 2º (Conceito) 1. Por tempo de antena entende-se o espaço de programação própria da responsabilidade do titular do direito de antena [...] Artigo 18º (Suspensão do direito de antena) 1. Determinam a suspensão do direito de antena de uma candidatura: a) O uso de expressões ou imagens que possam constituir crime de difamação ou injúria, ofensa às instituições democráticas, apelo à desordem ou à insurreição ou incitação ao ódio, à violência ou à guerra; b) O aproveitamento do tempo de antena para fazer publicidade comercial. 2. A suspensão é graduada entre um dia e o número de dias que a campanha ainda durar, consoante a gravidade da falta e o seu grau de frequência, e abrange o exercício de direito de antena nas estações de rádio e de televisão, mesmo que o facto que a determinou se tenha verificado apenas numa delas. 3. A suspensão referida nos números anteriores é independente da responsabilidade civil e criminal. Artigo 19º (Processo de suspensão do exercício do direito de antena) 1. A suspensão do exercício de direito de antena é requerida ao Supremo Tribunal de Justiça pelo Ministério Público, por sua iniciativa ou da solicitação da Comissão Nacional de Eleições ou de candidatos, partidos políticos ou coligações de partidos. 2. Os órgãos

No seu o artigo 2º, traz o que seria o tempo de antena, na medida em que não passa de um período temporal de programa reservado aos políticos ou partidos políticos com propósito de repassar as suas ideologias à sociedade; os conteúdos abordados nesse período de tempo são da inteira responsabilidade da pessoa ou do partido político sujeito de direito de antena.

A lei em questão abordou também, no seu artigo 18º, sobre as possibilidades de suspensão do direito de antena, assim, indica que pode ser suspenso o uso de direito de antena nas ocasiões de: emprego de pronunciamentos ou imagens que podem ser enquadrados como crimes de difamação ou de injúria, como também ofensas aos órgãos da soberania nacional, invocando a desordem, fomentando o ódio e incentivando a violência ou a guerra; o uso indevido desse direito para fins de publicidades comerciais. A duração da suspensão depende do critério de Supremo Tribunal de Justiça (STJ), entidade competente, mas geralmente deve variar entre um dia e o número dos dias que durar a campanha eleitoral; essa pena oscila de acordo com o nível de gravidade da violação e vale simultaneamente tanto às estações radiofônicas como às televisivas, mesmo se a violação houver sido feita em uma dessas duas estações. É direito da parte lesada, se assim entender necessário, ingressar com ações nos juízos penal e civil para possíveis reclamações dos seus direitos violados nessa seara.

O artigo 19º, no seu conteúdo, relata os procedimentos cabíveis à suspensão do exercício de direito de antena; nesse ambiente, a petição sobre a suspensão do exercício de direito de antena deve ser endereçada ao STJ, e a elaboração dessa petição é uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público, mas o pedido pode provir das seguintes instituições ou concorrentes acima referidos cujo direito de antena tenha objeto de pedido de suspensão são imediatamente notificados para contestarem, querendo, no prazo de vinte e quatro horas. 3. O Supremo Tribunal requisita às estações de rádio ou de televisão os registros das emissões que se mostrarem necessários, os quais lhe são imediatamente facultados. 4. O Supremo Tribunal decide no prazo de vinte e quatro horas e, no caso de ordenar a suspensão de direito de antena, notifica logo a decisão às estações de rádio e de televisão para o cumprimento imediato. Artigo 20º (Direito de réplica política dos partidos da oposição) 1. Os partidos representados na Assembleia Nacional Popular e que não façam parte do Governo têm direito de réplica às declarações políticas proferidas pelo Governo no serviço público de radiodifusão e de televisão. 2. Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se declarações políticas do Governo as que versem temas de políticas gerais ou sectorial, traduzidas pelos membros do Governo, em nome deste, em nome destes não consideradas como tais as declarações sobre assuntos relativos à gestão dos respectivos departamentos. 3. Os partidos que tenham sido posto em causa, em si, ou nas suas posições políticas pelas referidas declarações devem solicitar a reserva de tempo de emissão às direcções da rádio e da televisão, até vinte e quatro horas após a transmissão da declaração política. 4. A emissão das respostas tem a mesma duração e o relevo concedidos à declaração governamental, devendo ter lugar nas setenta e duas horas seguintes. 5. Quando mais de um partido tiver solicitado o direito de resposta política, o tempo rateado em partes iguais pelos vários titulares, nunca podendo ser inferior a um minuto por cada interveniente.

personalidades: a Comissão Nacional de Eleições, os candidatos, os partidos políticos ou partidos coligados; os indiciados serão notificados para apresentarem as suas defesas dentro de vinte quatro horas; o Supremo Tribunal, logo após o recebimento da petição, em tal caso, pode postular às emissoras radiofônicas e televisivas os arquivos das emissões, os quais deverão ser remetidos de imediato; o Supremo, por sua vez, terá um intervalo de vinte e quatro horas para emitir as suas decisões, se esta decisão for de suspender o direito de antena, o próprio Supremo deverá notificar as estações de rádio e televisão à execução urgente da sentença.

No item sobre o direito de réplica dada aos partidos da oposição, o artigo 20º regulamenta que: os partidos com representação na Assembleia Nacional Popular (ANP) e que não tomam parte no governo terão direito de réplica contra as afirmações políticas do governo emitidas na rádio e televisão públicas; nesse nexo, entende-se por afirmações políticas aquelas expressadas pelos membros do governo, e associadas aos assuntos sobre a política geral ou de um setor específico, que não podem ser enquadradas como afirmações políticas os enunciados tocantes à gestão das repartições do Poder Executivo; os partidos oposicionistas atingidos por essas afirmações políticas têm o direito de solicitar um tempo à réplica junto da direção de rádio e de televisão, dentro de vinte e quatro horas depois da emissão ou transmissão das afirmações políticas; o tempo da transmissão dessa réplica terá a duração igual à do tempo das afirmações políticas proferidas pelo governo, e essa transmissão deve ser efetuada até setenta e duas horas depois; em caso de haver pedido de réplica por mais de um partido de oposição, o tempo total de transmissão será fracionado em igual para todos os partidos, desta forma, se as afirmações políticas do governo tiveram uma duração de dez minutos, o direito de réplica será de dez minutos também, caso a solicitação seja de um único partido da oposição; mas se forem, por exemplo, cinco partidos de oposição, esse direito de réplica será dividido por cinco, o que equivale a que cada um ficará com dois minutos de tempo.

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