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A avaliação indirecta só pode efectuar-se em caso de: (…)

d) Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente para menos, sem razão justificada, dos padrões de rendimento que razoavelmente possam permitir as manifestações de fortuna evidenciadas pelo sujeito passivo nos termos do artigo 89.º-A;

e) (…)

f) Existência de uma divergência não justificada de, pelo menos, um terço entre os rendimentos declarados e o acréscimo de património ou o consumo evidenciados pelo sujeito passivo no mesmo período de tributação. (Redacção dada pela Lei n.º 55-B/2004, de 30 de Dezembro).

Artigo 89.º-A da LGT

Manifestações de fortuna e outros acréscimos patrimoniais não justificados

1 - Há lugar a avaliação indirecta da matéria colectável quando falte a declaração de rendimentos e o contribuinte evidencie as manifestações de fortuna constantes da tabela prevista no n.º 4 ou quando declare rendimentos que mostrem uma desproporção superior a 50%, para menos, em relação ao rendimento padrão resultante da referida tabela.

2 - Na aplicação da tabela prevista no n.º 4 tomam-se em consideração:

a) Os bens adquiridos no ano em causa ou nos três anos anteriores pelo sujeito passivo ou qualquer elemento do respectivo agregado familiar;

b) Os bens de que frua no ano em causa o sujeito passivo ou qualquer elemento do respectivo agregado familiar, adquiridos, nesse ano ou nos três anos anteriores, por sociedade na qual detenham, directa ou indirectamente, participação maioritária, ou por entidade sediada em território de fiscalidade privilegiada ou cujo regime não permita identificar o titular respectivo.

c) Os suprimentos e empréstimos efectuados pelo sócio à sociedade, no ano em causa, ou por qualquer elemento do seu agregado familiar. (Aditado pela Lei 107-B/2003 de 31 de Dezembro)

3(*) - Verificadas as situações previstas no n.º 1 deste artigo, bem como na alínea f) do artigo 87.º, cabe ao sujeito passivo a comprovação de que correspondem à realidade os rendimentos declarados e de que é outra a fonte das manifestações de fortuna ou o acréscimo de património ou o consumo evidenciados.

4 -(*) Quando o sujeito passivo não faça a prova referida no número anterior relativamente às situações previstas no n.º 1 deste artigo, considera-se como rendimento tributável em sede de IRS, a enquadrar na categoria G, quando não existam indícios fundados, de acordo com os critérios previstos no artigo 90.º, que permitam à administração tributária fixar rendimento superior, o rendimento padrão apurado nos termos da tabela seguinte:

Manifestações de fortuna Rendimento padrão

1. Imóveis de valor de aquisição igual ou

superior a € 250.000 20% do valor de aquisição.

2. Automóveis ligeiros de passageiros de valor igual ou superior a € 50.000 e motociclos de valor igual ou superior a € 10.000.

50% do valor no ano de matrícula com o abatimento de 20% por cada um dos anos seguintes.

3. Barcos de recreio de valor igual ou superior a € 25.000

Valor no ano de registo com o abatimento de 20% por cada um dos anos seguintes.

4. Aeronaves de Turismo Valor no ano de registo com o abatimento de

20% por cada um dos anos seguintes. 5. Suprimentos e empréstimos feitos no ano de

valor igual ou superior a € 50 000 50% do valor anual

5(*) - No caso da alínea f) do artigo 87.º, considera-se como rendimento tributável em sede de IRS, a enquadrar na categoria G, quando não existam indícios fundados, de acordo com os critérios previstos no artigo 90.º, que permitam à administração tributária fixar rendimento superior, a diferença entre o acréscimo de património ou o consumo evidenciados e os rendimentos declarados pelo sujeito passivo no mesmo período de tributação.

IRS – Declaração mod. 3 – anexo G1

6(*) - A decisão de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto constante deste artigo é da exclusiva competência do director-geral dos Impostos, ou seu substituto legal, sem possibilidade de delegação.(Anterior nº 5)

7(*) - Da decisão de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto constante deste artigo cabe recurso para o tribunal tributário, com efeito suspensivo, a tramitar como processo urgente, não sendo aplicável o procedimento constante dos artigos 91.º e seguintes.(Anterior nº 6)

8(*) - Ao recurso referido no número anterior aplica-se, com as necessárias adaptações, a tramitação prevista no artigo146.º-B do Código de Procedimento e de Processo Tributário.(Anterior nº 7)

9(*) - Para a aplicação dos n.os 3 a 4 da tabela, atende-se ao valor médio de mercado, considerando, sempre que exista, o indicado pelas associações dos sectores em causa.(Anterior nº 8)

(* Redacção dada pela Lei n.º 55-B/2004, de 30 de Dezembro )

Exemplos de aplicação deste método de avaliação: Exemplo 1:

F… adquiriu em 2005 um automóvel ligeiro de passageiros por € 67.500,00 (matriculado em 2005). Os rendimentos constantes da declaração de rendimentos totalizaram € 9.111,08 nesse ano. O montante dos rendimentos declarados que deve servir de termo de comparação, nos termos do nº 1 do artº 89º-A da LGT, é o correspondente ao somatório dos rendimentos líquidos das diversas categorias e que corresponde, na “Demonstração da Liquidação do IRS”, ao rendimento global menos as deduções específicas.

De acordo com o nº 2 da tabela a que se refere o nº 4 do artº 89º-A da LGT, o rendimento padrão (que é o rendimento tributável) é de € 33.750,00 (67.500,00 x 50%).

Uma vez que há uma desproporção superior a 50%, para menos, em relação ao rendimento padrão (parte final do nº 1 do artº 89º-A das LGT), a aquisição do automóvel determina um rendimento tributável da categoria G, nos termos do nº 3 do artº 9º do CIRS, no montante de 50% da aquisição, ou seja, de € 33.750,00.

Nos anos de 2006 e 2007, aquela aquisição determina um rendimento tributável da categoria G no montante de 50% do valor da aquisição, com o abatimento de 20% por cada um desses anos [nº 2, alínea a) e nº 4, nº 2 da tabela, do artº 89º-A da LGT].

Exemplo 2:

F… adquiriu em 2005 um barco de recreio por € 75.000,00 (registada em 2005). Os rendimentos constantes da declaração de rendimentos totalizaram € 24.000,00 nesse ano.

De acordo com o nº 3 da tabela a que se refere o nº 4 do artº 89º-A da LGT, o rendimento padrão (que é o rendimento tributável) é igual ao valor da aquisição.

Uma vez que há uma desproporção superior a 50%, para menos, em relação ao rendimento padrão (parte final do nº 1 do artº 89º-A das LGT), a aquisição da embarcação determina um rendimento tributável da categoria G, nos termos do nº 3 do artº 9º do CIRS, no montante igual ao da aquisição, ou seja, de € 75.000,00.

Nos anos de 2006 e 2007, aquela aquisição determina um rendimento tributável da categoria G no montante igual ao valor da aquisição, com o abatimento de 20% por cada um desses anos [nº 2, alínea a) e nº 4, nº 3 da tabela, do artº 89º-A da LGT].

Assinaturas

O anexo deve ser assinado pelos sujeitos passivos ou por um seu representante ou gestor de negócios. A falta de assinatura é motivo de recusa da declaração.

O anexo H destina-se a declarar rendimentos total ou parcialmente isentos, abatimentos ao rendimento líquido total, deduções à colecta previstas no Código do IRS, no Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e em outros diplomas legais, bem como acréscimos à colecta e ou ao rendimento por incumprimento de requisitos neles previstos.

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