• Nenhum resultado encontrado

30 ( § 44) LIÇAO 6 — PRONÚNCIA E ACENTUAÇAO

7 — Costumamos pronunciar o j latino d a mesma forma que o portu­ guês, seja qual for a pronúncia originária: éjus, conjicio.

8 — N otem os, por último, que todas as consoantes em latim são muito bem pronunciadas: factus pronuncia-se fá£tus e não fátus. O n e o m finais devem ter som alfabético e não som nasal.

A s letras dobradas (11, tt, nn etc.) develn ier som reforçado; uma coisa é ager, outra agger; cana. Canna; coma, com m a; vanus, vannus etc.

O bs.: 1.* — As sOabas finais latinas devem ser muito bem pronunciadas; em português escreve-se tarde e se pronuncia tardi, escreve-se P edro e se pro­ nuncia P e d ru , mas em latim as vogais devem ser bem pronunciadas, para que se evitem confusões desastrosas.

2.* — A “ pronúncia reconstituída” ( V . o n.° 12 do P re fá c io ) apresenta estes caraterísticos:

a ) ae e oe pronunciam-se separando-se as vogais: póena (p o e n a ): b ) o c soa sempre k · k ^ r o ( C íc e r o ) ;

c ) o

t

&°a ghe: ânghelus (a n g e lu s ); d ) o h aspira-se levemente;

e ) o j soa í: iúvo ( j u v o ) ;

f ) o s soa s s : rossa, rássae (rosa, r o s a e ); g ) o v soa u : uita ( v i t a ) ;

h ) o y tem som d o u francês: ly r a ( l ü r a ) ; i) o x soa d z : dzêus ( Z e u s ).

3.* — A “ pronúncia rom ana" consiste n a correta pronúncia italiana, cujos principais caraterísticos são:

a ) ce e ci soam tche, tch i: tchélum (co e lu m ), tchitchero ( C ic e r o ) ; b ) o sc tem o som do ch português: china ( s c e n a ) ;

c ) ge e gi soam dge, dgi: dgeórdgilche (G e o rg ic a e ); d ) gn soa nh: ánhus (ag n u s) ;

e ) o j soa i: iuro ( j u r o ) ;

f ) o s final é forte, ainda que preceda palavra que se inicie por vogal: flóressornant ( flores o rn an t) ;

g ) o z soa d z : dzélus (z e lu s).

Q U E S T I O N Á R I O

1 — Em que sílabai a· palavra· latinai podem ter o acento)

2 — Q ual a sílaba que indica onde cai o acento tônico da» palavra· lalinai?

3 — Se a penúltima tílaba de uma palavra latina trouxer a sigla - , onde cairá o acento? 4 — S e a penúltima lílaba de uma palavra latina trouxer a ligla onde cairá o acento?

ÜÇÀO 7 — 1.* DECLINAÇÃO (§ 46) 31

5 — Quero que o aluno copie todas estas palavras, na mesma ordem, e coloque acento agudo na sílaba tônica como se fossem palavras portuguesas (N ão copie as siglas * e v ; quero somente o acento agudo na sílaba tônica): accipiter, agrícola, ambiílo, animal, aquila, arbõris, Arpinas, auctoritas, calamitas, celebro, corporis, desidero, diligens, dilucide, eruditus, furfures, gracilis, hiémis, incito, indico, optimates, praedico, su­ perior, velox.

6 — O x como se pronuncia era latim?

7 — O t seguido de i (i breve) e de mais uma vogal que som tem? Dê exemplos. 8 — Que é quantidade em latim?

9 — Que pretende saber o professor, quando pergunta ao aluno qual a quantidade de uma vcgal?

10 — Sem colocar as siglas - e v copie este trecho e coloque acento na sílaba tônica de todas as pa­ lavras. Lembre-se de que palavras de duas sílabas têm o acento obrigatoriamente na primeira»,. e não se esqueça de que, quando em palavras de três ou mais sílabas a penúltima è breve, o acento recua para a vogal imediatamente anterior. Ponha acento tônico também nos monos­ sílabos, porque em latim são pronunciados tonicamente: Quoüsque tandem abutfre, Catilina, patientia* nostra? Quamdíu etiam* furor iste tuus nos elüdet? Quem ad finem sese effrenata jactãbit audacta? Nihllne te nocturnum praesidium Palatii*, nihil urbis vigiliae, nihil timor po- püli, nihil concUrsus bonorum omnium, nihil hic munitissimus habendi senatus locus nihil ho­ rum ora vultOsque moverunt? Patere tua consifia non sentis? Constrictam jam omriium horum conscientia* teriSri conjurationem* tuam non vides? Quid proxima, quid superiore nocte egê- ris, ubi fuéris, quos convocaveris, quid consilii ceperis, quem nostrum ignorare arbitraris? * Para a pronúncia do “ t” lembre-se do n? 2 do § 44.

^ L I Ç Ã O 7

D E C L I N A Ç Ã O

i

45 — Pertence à prim eira declinação toda a palavra que tem o genitivo singular em ae. Q uase todas as palavras desta declinação são d e gênero femi­ nino, havendo algumas do gênero masculino (nomes de homens, de seres do sexo masculino, de certas profissões e de alguns rio s ).

46 — As desinências da l . a declinação são as seguintes

SINGULAR PLURAL No m i n a t i v o a No m i n a t i v o ae Vo c a t i v o a Vo c a t i v o ae Ge n i t i v o ae Ge n i t i v o arum Da t i v o ae Da t i v o is Ab l a t i v o a Ab l a t i v o is Ac u s a t i v o ano Ac u s a t i v o as

32 ( § 4 7 ) LIÇÃO 7 — 1.“ DECLINAÇÃO

47 — N o te o aluno a existência de casos iguais (no singular há três casos term inados em a e dois em ae; o plural tem dois terminados também em ae, havendo ainda dois iguais, o dativo e o ablativo, que terminam em is). N ã o pense, porém, que isso traz confusão na frase. A análise dos termos d a oração indica em que caso está a palavra. Justam ente no fato de o latim obrigar-nos a analisar, a pensar, é que está a sua im portância e proveito para a nossa inteligência, educando-nos, instruindo-nos, desenvolvendo nossa capacidade de análise científica, de concentração de espírito, de atenção.

48 — D e c lin a ç ã o d e u m n o m e fe m in in o : rosa, ro sa e { = r o s a ) :

SINGULAR PLURAL

radical desinência radical desinência

No m. ro s — a No m. ros — a e

Voc.

ro s — a

Voc.

ros — a e

Ge n. ro s — a e Ge n. ros — a r u m

Da t. ros — a e Da t. ros — is

Ab l. ros — a Ab l. ro s — is

Ac.

ros

am

Ac.

ros — as

Nota — Como pode observar o aluno, o radical permanece invariável em todo o decurso da declinação. Nenhuma dificuldade existe, portanto, para declinar uma palavra, pois basta, uma vez descoberto o radical, coisa que já sabemos achar (§ 32 e 39), acrescentar-lhe a desinência do caso que se deseja. Vemos, por conseguinte, que o importante é saber muito bem de cor as desinências da declinação a que pertence a palavra.

Qualquer palavra pertencente à l.a declmação, que seja do gênero feminino, declina-se como rOia, rosae, como, por exemplo, as seguintes:

fabula, fabulae = fábula praeda, praedat z=. presa

via, viae = via, caminho miuca, muscae = mosca

gloria, gloriae = glória stella, stellae = estrela

49 — D eclinação de um nome masculino: naula, nautae = marinheiro:

SINGULAR PLURAL No m. naut- a No m. naut-ae V o c . naul-A V o c , nauí-ae Ge n. naut-ae Ge n. na uf-arum Da t. naut-ãe Da t. nauí-is Ab l. naut-a Ab l., nauí-is A c . nauí-am A c . nauf-as

Nota — A não ser a diferença de genero, nenhuma outra diferença existe entre a decli­ nação de rosa, rosae e nauia, nautac. Vê, portanto, o aluno que declinar em latim não ê bicho de sete cabeças, a não ser para alunos relapsos, descu:dosos do estudo O que é preciso, tão somente, é SABER DE COR, MUITO BEM DE COR, AS DESINÊNCIAS de cada declinação, uma a uma, em qualquer ordem; esclareço: o aluno precisa saber de pronto qualquer desinência sem ter de pensar nas demais nem em palavra nenhuma; se eu pedir o acusativo singular, deve o aluno dizer logo am, sem nem de longe pensar nas desinências anteriores. De igual forma, se eu pedir o acusativo singular de nauta, ac deve o aluno dizer prontamente nautam, sem pensar nos demais casos, nem. muito menos, em rosa, ae.

LIÇAO 7 — I.* DECLINAÇÃO ( § 5 1 ) 33

50 — Existem alguns substantivos d a 1.a declinação que no singular significam uma coisa, e no pluraj podem ter um segundo significado ou um significado especial:

SINGULAR PLURAL

angustia = brevidade angustiae = desfiladeiros, garganta

cera cera cerae = tá b u as escritas

copla = abundância copiae = exércitos, tropas

fortuna = sorte fortunae — bens, riquezas

gratia = favor, graça gratiae = agradecim entos litëra (o u littera) = letra literae ('ou littèrae) = carta

mola = m ó, m oinho molae = maxilas

opera = obra operae = operários

vigilia = ato de ficar acorda­ vigiliae = sentinelas do, véspera

51 — O utros substantivos há, ora comuns, ora próprios, que só se usam

no plural, coisa que tam bém em português existe ( óculos, núpcias. Campinas, primícias, A tenas, Tebas, víveres, Campos, Santos, A n d e s e tc .) :

N O M E S C O M U N S

divitiae, arum = riqueza

indutiae, arum = trégua, armistício insidiae, arum = cilada, insídia nuptiae, arum = núpcias

tenebrae, arum — trevas C alendae, arum ou

K alendae, arum = Calendas (1 .° dia do mês) N onae, arum = o 5.° on o 7.° dia dos

meses rom anos

N O M E S P R Ó P R IO S A thenae, arum S yracusae, arum T h eb a e, arum V enetiae, arum = Atenas = Siracusa = Tebas = Veneza Q U E S T I O N Á R I O

1 — P ara que uma palavra pertença à I.a declinação· como deve terminar no genitivo singular? 2 — De que genero são as palavras pertencentes à 1.* declinação?

3 — Quais as desinências da 1.a decjinação? (N o responder indique os casos, dizendo tudo bem de cor e sem titubear. Quem não souber muito bem de cor as desinências das declinações jamais saberá latim).

4 — O fato de haver desinências iguais numa declinação perturba a compreensão de um texto latino? Por quê?

5 —- H á alguma dificuldade para declinar uma palavra em latim? P or quê?

6 — Qual o radical de planta, plantae? Como fez para encontrá-lo? Decline essa palavra, discriminando todos os casos, primeiro no singular, depois no plural.

7 — Existem na J.a declinação nomes que uo singular têm um significado t no plural, outro? Dê exemplos, discriminando a significação.

8 — Cite dois nomes próprios locativos da 1.® declinação que só se usazn no plural. Cite três comuns nas mesmas condições e decline um deles.

34 (§ 52) LIÇAO 8 (Exs. U ) — NORMAS PARA A TRADUÇAO

L I Ç Ã O 8