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Finalizo este texto, inspirando-me em Paulo Freire, o sempre grande inspirador de todos aqueles que se mantêm educadores, por paixão ao ofí- cio de ensinar, lembrando-me dos seus conceitos de “autoridade democrá- tica” e “autonomia”, como princípios norteadores da prática pedagógica.

a disciplina verdadeira não existe na estagnação, no silêncio dos “silenciados”, mas no alvoroço dos “inquietos”, na dúvida que instiga, na esperança que desperta.

[...]

No fundo, o essencial nas relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no aprendizado de sua autono- mia. (FREIRE, 2001, p. 104-105)

ANEXO

Texto da UNHCR (United Nations High Commisioner for Refugees), Newsweek, December 10, 2001, p. 70.

Notas

1

Nenhum homem é uma ilha, inteiro em si próprio; cada homem é um pedaço do continente, uma parte do todo; [...] a morte de qual- quer homem me diminui, porque eu estou envolvido na humanida- de; e, por isso, nunca queira saber por quem o sino dobra; ele dobra por você. (Tradução minha, de forma literal, do texto de John Donne, Devotions upon Emergent Occasions, Meditation XVII, 1624).

2

A distinção entre bilingüismo aditivo e bilingüismo subtrativo foi proposta por Lambert (1972). No primeiro, as duas línguas convivem harmonicamente, enquanto que no segundo, a aquisição da segunda língua implica na perda da língua materna.

3

Phillipson (1988) introduz o termo “lingüicismo” como preconceito lingüístico, uma outra forma de discriminação, semelhante ao racis- mo, sexismo etc., que mantém posições ideológicas de exclusão das diferenças e manutenção das desigualdades sociais.

4

O termo Tergiversação vem do latim tergiversatione, que significa ato ou efeito de tergiversar, de fazer rodeios, de usar subterfúgios, de dar respos- tas evasivas, conforme definição encontrada no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.

5

Mantenho neste texto o termo “Multicultural”, ao invés de “Intercul- tural”, por duas razões: a) em coerência aos referentes teóricos que utilizo, que definem a proposta pedagógica conhecida como Educação Multicultural; b) assumindo a distinção entre os dois termos, apresen- tada por Kramsch (1998, p. 81-82), na qual “intercultural” refere-se ao encontro entre duas culturas ou grupos étnicos diferentes, enquanto que “multicultural” refere-se à coexistência de grupos de identidades múltiplas em uma sociedade multicultural ou aos múltiplos papéis sociais que um indivíduo assume em várias comunidades discursivas. 6

Tradução: – É muito mais dinheiro do que minha mãe ganha. 7

Quando os missionários chegaram pela primeira vez na África, eles tinham bíblias e nós tínhamos a terra. Eles disseram: “vamos rezar”. Nós fechamos nossos olhos. Quando nós abrimos os olhos, nós tí- nhamos as bíblias e eles tinham a terra. (Tradução minha)

8

– O que você fazia em Laos?

– Ensinei na Faculdade por 15 anos. Fui Deputado, Ministro da Educação por 10 anos, e depois...

9

Através da aplicação da pedagogia de Freire à aprendizagem, estu- dantes e professores têm a oportunidade e os meios de fazer mais do que aprender uma língua: eles podem ganhar a liberdade de pensar e agir como pessoas criticamente conscientes. Este é o processo humani- zador da educação. (Tradução minha)

10

O inglês já é considerado a única língua que possui mais falantes não-nativos do que nativos. Estima-se que são dois falantes não-na- tivos para cada falante nativo. (MCKAY, 2000)

11

Conto encontrado em TELLES, Lygia Fagundes. “Mistérios”. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1981, p. 201-212.

12

Música encontrada no álbum em CD “Tracy Chapman”, da Elektra Asylum Records, 1988.

13

A polícia sempre chega tarde / se é que chega / e quando eles che- gam / eles dizem que não podem interferir / em assuntos domésti- cos... (Tradução literal minha)

14

Esse projeto foi elaborado pelo Prof. Atelyr Rabelo de Oliveira e rela- tado em trabalho escrito, intitulado “Intercultural Communication: shock and otherness”, da disciplina Cultural Studies, que lecionei como módulo do Curso de Especialização em Ensino da Língua Inglesa, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em 2003.

15

Minha família é barulhenta, mas é a minha família e eu tenho que gostar dela do jeito que é. (Tradução minha)

16

Proposta apresentada pela Profa. Ludmília Souza da Silva, como trabalho da disciplina já citada na nota 14.

17

Proposta apresentada pela Profa. Eliana Santos de Souza e Santos, como trabalho da disciplina já citada na nota 14.

18

Recomendo as gravações “Transcultural chants for contemporary women and men” (Findhorn Foundation Community, Scotland) e a coleção de músicas étnicas produzidas por “Putumayo World Music Discography”, 627 Broadway, 8th floor, New, NY, 10012.

19

Projeto apresentado na comunicação intitulada “Incluindo as dife- renças, resgatando o coletivo”, no II ECLAE, em João Pessoa, 2003.

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Parte 2...

(Re)Construção de Identidades na