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metas sobre quais são as maneiras aceitáveis e, mais

importante, inaceitáveis

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concessionária do serviço público de rádio e televisão, foram aprovados pela Lei n.º 39/2014, de 9 de julho, criando um novo modelo de governação consubstanciado num novo órgão social: o Conselho Geral Independente com competências de supervisão e fiscalização interna do cumprimento das obrigações de serviço público de rádio e televisão previstas no contrato de concessão celebrado entre a RTP e o Estado, cabendo-lhe escolher o Conselho de Administração e respetivo projeto estratégico para a sociedade, bem como definir as linhas orientadoras às quais o mesmo projeto se subordina.”

Perante este enquadramento jurídico, o ano de 2013 é um ano que marca a história do Serviço Público de Rádio e Televisão de Portugal, quando a 14 de março de 2013, data em que o Governo aprovou o PDR - Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento. A RTP inicia assim um profundo processo de reorganização e de transformação, tendo em vista a

sobrevivência competitiva do Serviço Público de Media.

O conjunto de objetivos estratégicos para o período entre 2013 e 2015, definidos no PDR apresenta e determina um conjunto de iniciativas que vão nortear a atividade de todo o Grupo RTP. Desde 2013 que a RTP tem a concretizar o processo de mudança da sua estratégia e cultura e tem como principal desafio a execução de uma nova estratégia com o envolvimento e compromisso dos trabalhadores, tendo como aspiração os melhores mundialmente do sector dos media, com enfoque no crescimento sustentável e desempenho por excelência.

De acordo com o Programa do Governo, o Grupo RTP verá concorrência direta é a SIC[01] e a TVI[02] que pelo seu lado também

se esforçam para manter uma vantagem competitiva.

É importante que este esforço de estratégia da empresa seja feito no seu global, ou seja, que a estratégia seja implementada por toda a empresa, quer pelos dirigentes quer pelas equipas. A escolha da melhor estratégia deverá ser feita de forma a aproveitar todos os recursos e as competências da organização, tendo sempre em conta a missão da organização.

“Poucas empresas dizem tanto aos portugueses. Ao mesmo tempo, poucas empresas são tão instantaneamente avaliadas. Prestar exemplarmente o serviço público, todos os dias, atuando como referência no setor e como farol junto dos cidadãos é o que compete à RTP. Como dizia Lord Reith, o primeiro diretor geral da BBC, em 1922, o operador público deve tentar servir de “Guide, philosopher and friend” a todos os cidadãos.” Gonçalo Reis, Presidente do Conselho de Administração da RTP, em entrevista ao Jornal Económico a 24 de Agosto de 2015 A missão e objetivos da Rádio e Televisão de Portugal, como serviço público de rádio e televisão,“estão estabelecidos na Lei da Televisão (Lei n.o 27/2007, de 30 de Julho, alterada pelas Leis n.o 8/2011, de 11 de Abril e n.º 40/2014, de 9 de julho) e na Lei da Rádio (Lei n.o 54/ 2010, de 24 de Dezembro, alterada pela Lei n.o 38/2014, de 9 de julho), assim como nos Contratos de Concessão de Serviço Público de Televisão (celebrado em 25 de março de 2008) e de Radiodifusão Sonora (celebrado em 30 de junho de 1999), para os quais aquela legislação remete a definição dos termos da prestação do serviço. Assim, são os Contratos de Concessão que definem pormenorizadamente os objetivos do serviço público e os direitos e obrigações da RTP e do Estado concedente, tanto em termos quantitativos como qualitativos, e os critérios de avaliação do cumprimento do serviço público.

Os novos estatutos da Rádio e Televisão de Portugal, S.A. (RTP),

[01] SIC – Sociedade Independente de Comunicação. Televisão privada, con- siderada a terceira estação terrestre em Portugal com vários canais de televisão. Fundada a 6 de Outubro de 1992, por Francisco Pinto Balsemão. A SIC é detida pelo Grupo Impresa.

[02] TVI - Televisão Independente, considerada a segunda estação de televisão portuguesa privada. Iniciou as suas emissões a 20 de Fevereiro de 1993, e é considerada a quarta televisão terrestre em Portugal. Pertence ao Grupo Media Capital.

33 Idealista News | Jornal

online | 13 Março de 2013 | Redimensionamento da RTP.

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denunciaram uma aposta do grupo RTP no contexto digital, e a estratégia multiplataforma e “cross-media”.

A RTP evidenciou de forma aprofundada e progressiva ser reconhecida como pioneira em inovação multiplataforma no que diz respeito aos seus conteúdos. A Plataforma 5i30, o primeiro second screen em Portugal é um bom exemplo desse objectivo em multiplataforma, que desde Fevereiro de 2014, data do seu lançamento, veio revolucionar a forma de ver televisão em Portugal. O ano de 2013 foi marcado também por uma “redução significativa dos fundos públicos direcionados para o Serviço Público de Media. Com uma redução de 42% das Indemnizações Compensatórias verificadas em 2012, e definido, após

determinação do orçamento para 2013, que o Serviço Público não poderia ser satisfeito na plenitude das suas obrigações com apenas um serviço de programas generalista de acesso não condicionado (uma das premissas do Plano de Sustentabilidade Económico-financeira vigente até 24 de janeiro de 2013), a RTP viu-se obrigada a repercutir a redução da sua estrutura de receitas no seu orçamento de grelha.”

(Corporativo 2013) alterado o seu modelo institucional de gestão em 2013 na

sequência da aplicação do plano de sustentabilidade económica e financeira da empresa. Estas alterações tiveram o seu inicio em 2012, sendo este um, “ano de viragem para a Rádio e Televisão de Portugal, S.A. (“RTP”), em virtude de vários acontecimentos que, certamente, marcarão a orientação estratégica do futuro da empresa e do Serviço Público de Rádio e Televisão de Portugal. Tendo iniciado o ano com a perspetiva de implementação de Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira aprovado em 2011, previa- se a redução da oferta generalista de Serviço Público a um serviço de programas não residual, por via da alienação de uma licença. Em 2012 foi igualmente o ano em que se desenvolveu uma aprofundada reflexão sobre os modelos alternativos.” (Corporativo 2012)

Assim e já no final de 2013, os resultados alcançados

34 Plano estratégico RTP

2013 | Dados RTP PROCESSO, LIDERANÇA E TRABALHO EM EQUIPA

REVISÃO DA POLÍTICA DE PESSOAL | O PRIMADO DA PERFORMANCE

REVOVAÇÃO DE TALENTOS

ORGANIZAÇÃO DE PROCESSOS DEFINIÇÃO DE UM NOVO MODELO DE

GOVERNO DA EMPRESA

IMPLEMENTAÇÃO DE UMA NOVA ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL E ESTRUTURAÇÃO INTERNA ORIENTADA POR PROCESSOS

MAIOR RESPONSABILIZAÇÃO E DUPLO PAPEL DAS PESSOAS CHAVE - CADA TRABALHADOR É UM GESTOR E AGENTE DE MUDANÇA

OTIMIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS E AQUISIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

PROGRAMA DE MOBILIDADE E REQUALIFICAÇÃO (INSOURCING, OUTPLACEMENT E NOVOS PROJECTOS SUSTENTÁVEIS)

PERFORMANCE MANAGEMENT E BALANCE SCORECARD

NOVAS NECESSIDADES COMPROMISSO COM A LÍNGUA PORTUGUESA COMPETÊNCIAS RTP

SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR | CIDADÃO SATISFAÇÃO DO CLIENTE

CADEIA DE VALOR PESSOAL

GESTÃO FINANCEIRA ALARGADA INOVAÇÃO TOTAL

INFORMAÇÕES E TECNOLOGIA RELAÇÕES INSTITUCIONAIS EXCELÊNCIA DO SPM

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Após não ter sido aprovada pelo Conselho Geral Independente da estação pública, uma primeira versão do Plano estratégico da RTP, a 3 de Outubro de 2014, considerada como “inaceitável” pelo CGI e por “conter contradições internas insanáveis e com frequência consistir na remissão para documentos ancilares externos, sem todavia os reconciliar” e ainda uma segunda versão a 17 de Novembro de 2014, justificado por “não

obstante a sua aparente não desconformidade com o Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento, revela insuficiência que o fere de qualquer eficácia. Esta insuficiência manifesta-se na débil natureza qualitativa e na ausência de especificação das suas propostas” a 1 de Dezembro de 2014 pela mesma entidade.

O Conselho Geral Independente (CGI) aceitou a proposta do Conselho de Administração (CA), constituído por Gonçalo Reis, Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé, conforme comunicado a 28 de Janeiro de 2015.

Conforme o previsto nas alíneas b), c) e d) do Artigo 11.º dos estatutos da RTP (aprovado pela Lei n.º 39/2014, de 9 de Julho), o Conselho Geral Independente, por decisão unânime tomada na sua reunião do dia 26 de Janeiro, indigitou para Membros do Conselho da Administração da RTP, de acordo com o projecto estratégio para a sociedade proposto por estes, as seguinte personalidades: • Dr. Gonçalo Trigo de Morais Albuquerque Reis | Presidente

• Dr. Nuno Artur Teles Melo da Silva | Vogal

• En.ª Cristina Alexandra Rodrigues da Cruz Vaz Tomé | Vogal responsável pela área financeira, de acordo com parecer prévio favorável do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Lisboa, 28 de Janeiro de 2015

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35 Destaque do Jornal Económico

à entrevista dada pelo CEO da RTP, Dr. Gonçalo Reis

crescentemente personalizadas nas novas plataformas, fazendo tudo por tudo para atrair públicos mais jovens, mais móveis e para chegar com impacto aos portugueses espalhados pelo mundo e que já representam 30% do visitantes dos nossos sites. Aproximámos a RTP de uma série de entidades culturais relevantes, transmitindo o nosso interesse em trabalhar de perto com fundações, museus e institutos, realizando projetos comuns, promovendo as artes e o conhecimento e posicionando a RTP como um agente ativo nestes domínios.”

A aposta clara numa RTP mais jovem e mais virada para as novas tecnologias, ao mesmo tempo com um carácter mais agressivo, conforme entrevista para esta tese ao novo diretor da RTP, Daniel Deusdado, concedida em Agosto de 2015.

As linhas de orientação estratégica de âmbito específico foram apresentadas a 12 de Janeiro de 2015 e seguiam os seguintes princípios:

1 | Uma empresa com serviços de programas que se afirmam pela diferenciação e complementaridade

2 | Uma empresa que aposta nas novas plataformas digitais 3 | Uma empresa de conteúdos que busca o equilíbrio entre a produção própria e externa

4 | Uma empresa que presta contas da sua atividade

5 | Uma empresa com uma gestão orientada para os objetivos do serviço público

6 | Uma empresa próxima das necessidades dos cidadãos 7 | Uma empresa que cuida do seu património audiovisual 8 | Uma empresa aberta à sociedade e ao país

A aposta na diferenciação requer o desenvolvimento de diferentes atividades das exercidas pelos seus concorrentes, ou as mesmas atividades, mas elaboradas de forma diferente. Por outro lado, a organização deve desempenhar “um papel

ativo na divulgação da produção e dos agentes nacionais numa série de áreas relevantes, como artes e cultura, ciência e

O novo Projeto Estratégico elaborado em Janeiro de 2015, apresentado e desenvolvido pelo novo Conselho de Administração e sustentado por uma série de linhas de orientação estratégicas do próprio Conselho Geral Independente e sujeito à consideração do mesmo, apresenta uma visão futura sobre o papel da RTP como operador de serviço público de rádio e televisão e aponta as principais linhas de atuação a seguir nos próximos anos, de forma a orientar a instituição para os objetivos propostos. De acordo com o referenciado no novo plano, a visão estratégica para a RTP é sustentada em princípios já anteriormente perspetivados, a preocupação da prestação de operador de um serviço público, no qual deve assumir “um posicionamento e política

de conteúdos diferenciador e não concorrencial face aos operadores privados, com uma programação claramente orientada para os cânones de serviço público, alcançando um carácter próprio, distintivo no panorama do audiovisual, seguindo as linhas de orientação estratégica do CGI”.

(Independente 2015).

Gonçalo Reis, Presidente do Conselho de Administração da RTP, numa entrevista ao Jornal Económico a 24 de Agosto de 2015, e como rescaldo dos primeiros 6 meses da nova administração, refere, “Definimos uma ambiciosa estratégia para colocar a RTP

na linha da frente do digital e iniciámos a transformação total da nossa oferta online, preparando a reformulação dos nossos sites, modernizando o web design, permitindo experiências

“Se fizermos uma programação de