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O percurso teórico, prático e metodológico da pesquisa

IMPLEMENTAÇÃO DA DIRETORIA DE PESSOAL NA REGIONAL DE ENSINO DE UBÁ/MG

2. O percurso teórico, prático e metodológico da pesquisa

O governo mineiro, ao propor a criação da DIPE, buscou também contemplar estratégias de Gestão de Pessoas com foco no treinamento, na educação continuada e no desenvolvimento de uma prestação de serviço melhor qualificada. Isso quer dizer que se procurou não deixar de lado uma boa formação profissional, bem como um ambiente de traba-lho com metraba-lhores condições físicas para atuar.

Considerou-se, neste artigo, o 1º biênio (janeiro de 2011 a janeiro de 2013) como base para desenvolver a investi-gação. Conforme já comentado, a metodologia envolveu um estudo de caso, cuja pesquisa foi de cunho qualitativo. Para a coleta de dados, realizamos a aplicação de um questionário e de uma entrevista com roteiro semiestruturado, tendo em vista que os dados levantados ajudarão a compreender como os atores envolvidos perceberam a modifica-ção na nova estrutura e como passaram a desempenhar seus papéis a partir da implementamodifica-ção da DIPE na SRE/Ubá, bem como os efeitos que essa modificação vem gerando na realidade da instituição.

Foi utilizada, também, a pesquisa documental, técnica que ajudará a complementar os dados obtidos por meio dos demais instrumentos descritos.

A entrevista com roteiro semiestruturado foi aplicada aos colaboradores da Diretoria de Pessoal e da Divisão de Ges-tão de Pessoal, totalizando 9 pessoas. Já o questionário, foi aplicado aos 124 colaboradores, a saber: órgão central (12); escolas estaduais (73); inspetores escolares (14) e servidores que compõem a DIPE (25). Vale mencionar que

todos esses são servidores que estiveram constantemente envolvidos com os trabalhos da área de pessoal e, portan-to, têm melhores condições de fornecer informações mais precisas relativas ao período estudado.

As entrevistas foram agendadas para o dia 8 de novembro de 2013, com antecedência. Os questionários foram en-caminhados entre os dias 7 e 14 de novembro de 2013, para o e-mail institucional de cada funcionário envolvido no processo, por meio de formulário, via Google Docs, tendo em vista que é uma ferramenta que propicia informações compartilhadas, menos custosa e mais ágil.

A partir deste levantamento de dados, esperamos identificar com maior segurança se as hipóteses levantadas na seção anterior possuem fundamento.

Com o intuito de entrelaçar teoria e prática, e procurando explicar o processo de implementação da DIPE na regional de ensino de Ubá, a presente seção analisa os dados coletados e, ainda, o que dizem os documentos oficiais. Além disso, buscamos apresentar o que discutem alguns teóricos da área de gestão de pessoal.

Segundo Silva (2009), todo o conhecimento adquirido pelos funcionários, seja ele acadêmico ou advindo de experiên-cias pessoais ao longo de sua vida, contribui decisivamente para que o órgão no qual trabalham possa aproveitá-los, integrando-os na promoção de uma prestação de serviço de qualidade ao público em geral. Toda contribuição do colaborador que tenha sido efetivamente incorporada ao sistema operacional do órgão tende a gerar bons resultados. Assim, para o oferecimento de serviços de qualidade, é notável a valorização das pessoas que compõem a equipe da instituição, conforme enfatizado também por Tachizawa, Paradela e Mello (2010, p. 243):

[...] É preciso fazer com que as pessoas se identifiquem com a marca escolhida, e para isso é fundamental que os colaboradores gostem de trabalhar na organização, pois, assim como a marca, eles constituem um ativo muito valioso. Deles emanam a criatividade e o talento. É neles que se concentra o principal recurso para a criação de riquezas: o conhecimento. Assim, todos os setores devem estar integrados em função dos objetivos organizacionais. Mas essa coesão interna só será possível se todo funcionário for valorizado como profissional e como pessoa. Só assim ele realmente se comprometerá com os objetivos traçados.

Com o intuito de discutir os resultados apresentados na investigação, vale mencionar que dos 124 questionários en-caminhados aos participantes, obtivemos 69 respostas, i.e., 56% dos colaboradores responderam ao instrumento de pesquisa. Apuraremos, dessa forma, os resultados relacionados ao conjunto de questões formuladas para os diversos funcionários que compõem a área de pessoal vinculada à Regional de Ensino de Ubá.

Em relação ao tempo de serviço prestado junto à SEE, cerca de 58% atuam na administração pública estadual há mais de 10 anos. Logo, é possível dizer que à medida que o tempo passa e as pessoas vão adquirindo mais conhecimen-tos no trabalho, maiores serão as chances de aprimorarem as habilidades, os métodos e as técnicas necessários ao desenvolvimento dos objetivos e das metas propostos pela instituição.

No que concerne ao tempo em que se dedicam à área de pessoal, 47% atua há mais de 10 anos. Percebemos a exis-tência de um número de funcionários com experiência duradoura neste departamento, o que leva-nos a entender que os trabalhos tendem a ser produzidos com maior propriedade.

Quanto à estrutura das SREs antes da implementação da DIPE, notamos que essas tinham um forte acúmulo de traba-lhos para a DAFI, pois a área de pessoal, devido às suas especificidades e peculiaridades, exigia muito das chefias.

Existiam muitas dificuldades, pois, anteriormente, a área era gerenciada em conjunto com as demais atividades admi-nistrativas da SRE. Diante disso, vale destacar o que Bergue (2010, [s.p.]) menciona:

[...] Em uma organização não flexível a mudanças, mesmo que o servidor tenha sua forma de realizar uma tarefa, sua cultura não é passada para a organização, a cultura da organização é passada para o indivíduo já que é ele quem deve se adaptar ao ambiente em que está inserido.

Ao analisarem a nova estrutura, os respondentes da pesquisa informaram que foi um avanço significativo em termos estruturais, que já era demandado historicamente pelos servidores que atuavam nas áreas. Assim, promoveu-se uma articulação mais ágil, e a resolução dos problemas na área de pessoal foi feita com maior rapidez. Os colaboradores perceberam que houve um impacto positivo e o justificaram pela redefinição das atribuições dos setores de trabalho. Perguntados se gostam do trabalho que a DIPE oferece ao público em geral, às escolas, bem como à SRE/Ubá, prati-camente todos os setores, ou 97% dos respondentes, declararam estarem muito satisfeitos e/ou satisfeitos com a nova estrutura, i.e., gostam das atividades desempenhadas pela nova diretoria.

O relacionamento com os demais colegas de trabalho melhorou 74%. O sucesso disso tudo foi devido à maior aproxi-mação e confiança, uma vez que trabalham agora de forma mais cooperativa.

Em relação à qualidade da prestação de serviços pelo órgão, 93% e/ou 64 dos respondentes informaram que essa melhorou. Registraram que houve melhor capacitação e adequação do perfil dos servidores às funções que exercem, uma vez que melhorou a administração. Dentre os resultados apresentados, identificou-se que 56% estão satisfeitos com a nova liderança; justificaram que a DIPE possui uma liderança muito competente e desafiadora.

Diante dos resultados apresentados, registramos que 57% enxergam possibilidades de serem valorizados dentro do órgão. Deve-se sempre continuar buscando o aperfeiçoamento das atividades, por intermédio de treinamentos e cursos oferecidos pela organização, com a oportunidade de novos aprendizados, tendo em vista que as perspectivas são também de crescimento pessoal.

Vale mencionar que seis pessoas ou 9% consideraram que a SRE/Ubá permanece a mesma, ou seja, a nova estrutura em nada influenciou na atividade profissional/pessoal, tendo em vista que foi apenas uma mudança burocrática, sem impacto na cultura organizacional e na atividade profissional do órgão. Para eles, essa estrutura não foi construída para o crescimento, para a progressão do funcionário, mas para servir aos desígnios políticos eleitoreiros, e os crité-rios políticos são superiores aos profissionais, sendo esses deixados de lado.

Ao considerar o que preconizam os autores da literatura pertinente à área de pessoal – dentre eles Chiavenato (1999), Tachizawa, Paradela e Mello (2010), Silva (2009) e Bergue (2010) –, percebemos que seus ideais encontram-se ali-nhados à nova gestão praticada na Diretoria de Pessoal da SRE/Ubá. Consta na pesquisa que, anteriormente, apenas um gestor incumbia-se das duas áreas (DAFI e DIRE), o que não era considerado adequado pelos envolvidos com a instituição.

Para finalizar, as proposições a serem delineadas na próxima seção estão atreladas às seguintes ações a serem exe-cutadas: (i) melhoria do desempenho profissional e ético dos colaboradores; (ii) melhoria da qualidade das informa-ções prestadas; (iii) inclusão dos dados nos sistemas da área de pessoal, com agilidade e correção; (iv) divulgação, com agilidade, das normas vigentes; (v) socialização de conhecimentos e (vi) cumprimento das demandas nos prazos estipulados com eficiência.

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