• Nenhum resultado encontrado

Uma proposta de formação para os stakeholders 31 do PIP

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE UBÁ: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CICLO DE POLÍTICAS

5. Uma proposta de formação para os stakeholders 31 do PIP

Em decorrência da demissão dos analistas-professores no início de 2014, o acompanhamento das escolas que ofere-cem os anos finais do E.F. passou a ser realizado pelos analistas educacionais de carreira, lotados na SRE, já acostu-mados a esse trabalho nas escolas que ofertam os anos iniciais. Apesar de serem pedagogos por formação, precisam conhecer os avanços e os limites que surgiram durante o trabalho da equipe que estava à frente do monitoramento do PIP/CBC, em busca de uma atuação coerente com a realidade diagnosticada. Ignorar esses limites pode incorrer no risco de um planejamento inoperante e de um trabalho ineficaz da equipe atual. O quadro 4, a seguir, apresenta a área de competências da organização que envolve o trabalho da equipe regional do PIP:

Quadro 4. Módulo I: Estrutura Organizacional do Trabalho da Equipe Regional ÁREA DE COMPETÊNCIAS DA ORGANIZAÇÃO

Modulo l: Estrutura organizacional do trabalho da equipe regional do PIP

Revisão da estrutura organizacional dos setores da SRE com as escolas. Redistribuição das escolas de modo que cada inspetor possa trabalhar com um analista apenas, viabilizando a execução do cronograma de atendimentos às escolas. Divulgação dos responsáveis pelos setores.

ÁREA DE COMPETÊNCIAS DA ORGANIZAÇÃO

Modulo l: Estrutura organizacional do trabalho da equipe regional do PIP

Elaboração de um formulário para relatório, otimizando o tempo do analista e agilizando o repasse para a gerente, que fará uma análise menos fracionada dos relatórios.

Equipe de analistas revendo o trabalho realizado com os anos iniciais no ano anterior, e planejando ações para o novo ano. Revisão da estrutura organizacional da escola, tendo em vista a necessidade do EEB priorizar a Gestão Pedagógica, colocando em prática as orientações recebidas da SRE.

Elaboração, junto à equipe gestora, do plano de trabalho a ser desenvolvido na escola pelo diretor e pelo EEB, durante o primeiro semestre (capacitação sobre apropriação dos resultados escolares; orientação sobre a elaboração do Plano de Intervenção Pedagógica individual; realização de curso de formação para professores de Matemática nas escolas que não melhoraram a proficiência).

Reuniões da gerente com os analistas para socialização das visitas às escolas e orientações.

Reunião da dupla inspetor e analista para avaliarem as visitas às escolas, lerem relatórios feitos e planejarem ações a serem executadas em visitas posteriores.

SRE elaborando e encaminhando para as escolas a pauta de trabalho da equipe regional, a fim de que a EEB possa se organizar com antecedência para a visita.

Fonte: elaborado pela autora.

A área da organização compreende a garantia de uma estrutura básica necessária para a implementação dos ob-jetivos educacionais. Isso significa que, sem uma reorganização dos trabalhos dos stakeholders envolvidos, todo o conhecimento e as orientações dadas não serão socializados e operacionalizados com a eficiência que se deseja. A área da implementação compreende dimensões que promovem as transformações nas práticas educacionais, com foco na aprendizagem e na formação. O Quadro 5, a seguir, apresenta os módulos de formação (II a VII) correspon-dentes à área de implementação e que serão trabalhados com os analistas por meio de parceria com a Magistra32, a escola da escola da SEE/MG.

Quadro 5. Módulos relacionados à formação dos analistas da equipe regional do PIP ÁREA DE COMPETÊNCIAS DE IMPLEMENTAÇÃO

Módulos

II- Prática da leitura e escrita nos anos finais do ensino fundamental

III- O ensino dos conceitos básicos da Matemática nos anos finais do ensino fundamental IV- Absenteísmo docente: desafio para o gestor

V- Regime de formação por ciclos/escola ciclada

VI- Os níveis de desenvolvimento humano e os diferentes perfis discentes VII- Tensões e conflitos no ambiente escolar

Fonte: elaborado pela autora.

Os módulos serão trabalhados em 16 horas presenciais e 8 horas de atividades à distância, distribuídas ao longo do mês, sempre partindo de estudos e reflexões sobre textos relacionados à temática do módulo trabalhado. Para finali-zar o trabalho formativo dos analistas da equipe regional, esses farão o repasse, em linhas gerais, para os diretores e especialistas em educação básica, do conteúdo dos módulos que integraram o ciclo de estudos. Com esse propósito, deverá ser organizado um seminário logo após o ciclo de estudos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação não é uma ciência exata e, por isso, toda análise realizada em seu campo não traduz ideias acabadas, prontas (FERNANDES, 2011). Porém, negligenciar os limites observados na pesquisa poderá levar à exaustão da atual equipe regional e ao não atendimento das reais necessidades dos sujeitos que atuam nas escolas. O analista educacional é peça fundamental na implementação de políticas públicas educacionais no âmbito da regional, e a ne-cessidade de sua qualificação se justifica por sua inserção no contexto escolar, levando os gestores, os especialistas e os professores à adoção de novas posturas mediante reflexões do tipo: (i) não é inerente à função do professor fazer com que todos os alunos avancem a patamares cada vez mais altos? (ii) Para quem o professor existe: para alunos ideais ou reais?

O Programa de Intervenção Pedagógica busca resgatar, em sua proposta, respostas para essas questões e, como política, modificar a prática docente, qualificando-a.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB).

Diá-rio Oficial da União, Brasília - DF, 20 dez 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>Acesso

em: 13 nov. 2013.

FERNANDES, D. Avaliação de programas e projetos educacionais: das questões teóricas às questões das práticas. In: Fernandes, D. (Org.). Avaliação em educação: olhares sobre uma prática social incontornável. Pinhais, PR: Editora Melo, 2011. pp. 185-208.

LARA, A. M de B. & MARONEZE, L. F. Z. IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE III 1990: novas configu-rações a partir da política neoliberal de Estado, 2009. pp. 3279-3293. Diponível em: < http://www.pucpr.br/eventos/ educere/educere2009/anais/pdf/3126_1394.pdf> Acesso em: 7 nov. 2013.

LÜCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: Uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educ.

Soc., Campinas, v. 27, n. 94, pp. 47-69, jan./abr. 2006. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br> Acesso em:

12 março 2014.

MINAS GERAIS. Lei N. 17.600, de 1º de Julho de 2008. Disciplina o Acordo de Resultados e o Prêmio por Produtivida-de no âmbito do PoProdutivida-der Executivo e dá outras providências. Diário Oficial Produtivida-de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2 Produtivida-de julho de 2008.

____________. Resolução SEE Nº 666, de 7 de abril de 2005. Estabelece os Conteúdos Básicos Comuns a serem obrigatoriamente ensinados pelas unidades de ensino estadual que oferecem os anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Diário Oficial de Minas Gerais. Belo Horizonte-MG, 8 abr. 2005.

____________. Secretaria de Estado da Educação. O Programa de Intervenção Pedagógica: Alfabetização no Tempo

Certo. Relatório síntese do Programa 2006 a 2010. Belo Horizonte: SEE/MG, 2011.

____________. Secretaria de Estado da Educação. Boletim Pedagógico do PROALFA 2009. Minas Gerais, 2009, 50 p. VILHENA, R. & MARTINS, H. F. (Orgs.) O Choque de Gestão em Minas Gerais: políticas da gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2006.

Alessandra Aparecida Franco* Cleide Francisca de Souza Tano**

* Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora da Faculdade do Triângulo Mineiro e da Universidade do Estado de Minas Gerais - campus Ituiutaba.

** Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Servidora Técnico-Administrativa da Universidade Federal de Viçosa

DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Outline

Documentos relacionados