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O Servo Vigilante

No documento Parabolas de Jesus Completo Kistemaker (páginas 103-111)

Marcos 13.32-37 “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo. É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!”.

Lucas 12.35-38 “Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando- se, os servirá. Quer ele venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar”.

O título deste capítulo se aplica bem mais à parábola registrada

no Evangelho de Marcos, que àquela que encontramos em Lucas. Em Marcos, todos os servos recebem uma obrigação específica do senhor da casa, que está pronto para partir. Ao porteiro é dito que se mantenha vigilante. Os ouvintes, no entanto, são incluídos porque o comando universal é dado no plural: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa” (Mc 13.35)199.

Na parábola de Lucas, espera-se que todos os servos estejam prontos para abrirem a porta, quando o dono da casa estiver de volta de uma festa de casamento, numa determinada noite. Também, a admoestação geral dada (no plural) a todos que a ouvem, é: “Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias”. (Lc 12.35) Um título mais apropriado à parábola de Lacas seria “os servos à espera”.

As duas parábolas, em Marcos 13 e Lucas 12, não são idênticas na forma. Não apresentam sentenças ou frases paralelas. Ainda assim, o ensinamento básico dos dois relatos é o mesmo. Ambos apresentam a mensagem da vigilância para os servos que aguardam a chegada de seu senhor. Na parábola de Marcos, o senhor vai se ausentar, provavelmente para outro país200,e no Evangelho de Lacas

o senhor está participando de uma festa de casamento. Em Marcos, embora todos os indícios sejam de que chegará em casa à noite, os

199 O imperativo da segunda pessoa plural da voz ativa é usado aqui e no versículo

paralelo de Mateus 24.42.

200 “Ausentando-se” ( = apodemos) não significa, necessariamente, partir para um

país distante. Pode querer dizer, simplesmente, sair da província, como, por exemplo, da Galiléia e Decapolis.

servos não sabem quando o senhor voltará, “se à tarde, se à meia- noite, se ao cantar do galo, se pela manhã”. Lucas apresenta uma lista semelhante de períodos de tempo. “Quer ele venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar”. Marcos adota o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias, cada uma com três horas de duração201. Lucas, no entanto,

divide a noite em três vigílias202.

Marcos 13.33-37

Ninguém sabe, absolutamente, a hora em que Jesus voltará. Os anjos do céu não têm essa informação, nem mesmo o Filho sabe a respeito. Somente o Pai sabe. “Estai de sobreaviso, vigiai203 (e orai);

porque não sabeis quando será o tempo.” Como vigia o crente?

É como um homem que tem certo número de servos, e um deles é o porteiro noturno. Quando o dono da casa se prepara para partir por um tempo indefinido, dá a cada um dos servos uma tarefa determinada. O porteiro, por exemplo, deve vigiar a entrada da propriedade. As casas, em Israel, eram, muitas vezes, separadas das estradas ou ruas por um muro alto que as cercava. A casa propriamente dita, juntamente com outras construções, ficava afastada do portão. Perto da entrada ficava a pequena casa do porteiro. O porteiro era a última segurança daqueles que moravam dentro dos muros da propriedade204. Dele se esperava que estivesse

atento à noite e que descansasse durante o dia. Dormir em serviço era falta grave, que contrariava as instruções explícitas dadas pelo dono da casa (Mc 13.34,36).

De certo modo, as tarefas destinadas aos outros servos não parecem tão importantes quanto à do vigia, e os servos não são instruídos a ajudar o porteiro em sua missão. Nesse ponto, a ênfase da parábola se transfere. Os ouvintes próximos, os discípulos de Jesus são exortados a permanecer vigilantes. Jesus aplica a parábola diretamente a seus seguidores com a intenção de que eles entendam a exortação espiritualmente205. Fica claro que o proprietário da casa 201 SB, 1:688. Em At 12.4, Lucas registra, fielmente, as vigílias romanas: “quatro

escoltas de quatro soldados cada uma”, guardavam Pedro durante a noite. Veja-se, também, Mt 14.25 e Mc 6.48, onde é narrado que Jesus caminhou sobre o Mar da Galiléia durante a quarta vigília da noite.

202 Dodd, Parables, p. 162.

203 O acréscimo de “e orai” talvez derive de Mc 14.38. É mais fácil explicar a

inserção que a omissão. Metzger, Textual Commentary, p. 112.

204 SB, 11:47. De acordo com o Mishna, quando no pátio havia mais que uma

residência. o proprietário podia exigir que os moradores ajudassem a pagar o porteiro, Smith, Parables p. 105.

205 J. Dupont, “La Parabole du Maitre Qui Rentre dans La Nuit”, Melanges Bibliques,

Festshrift honoring 13. Rigaux (Gembloux: Duculot, 1970), p. 96. Jeremias, em Parables, p. 55, afirma que a parábola foi dirigida aos escribas, que possuíam as chaves do reino dos céus. É difícil deduzir do texto e do contexto que é realmente assim. Consulte-se Smith, Parables, p. 106.

personifica o Filho do Homem que, no tempo conhecido apenas pelo Pai, virá “com grande poder e glória” (Mc 13.26). Os seguidores de Jesus são aconselhados a permanecer vigilantes, a não dormir, mas a esperar a sua volta. Como o vigia espera paciente e ansiosamente a volta do dono da casa, durante qualquer uma das quatro vigílias da noite, assim devem estar alertas os seguidores de Jesus, despertos e atentos à sua vinda.

O dono da casa não podia determinar com precisão a hora de sua chegada. Podia ser a qualquer hora, cedo ou tarde. Do mesmo modo, ninguém é capaz de afirmar a hora exata da volta de Jesus. Pode ser a qualquer tempo. Assim como o porteiro não podia dizer que seu senhor estaria de volta durante a quarta vigília, pouco antes do amanhecer206,também os seguidores de Jesus não podem afirmar

que Jesus voltará quando tiver passado a noite de adversidades. A volta de Jesus acontecerá inesperadamente (Mc 13.36). Por isso Jesus exorta não apenas seus ouvintes próximos, mas se dirige a todo o povo: “O que, porém, vos digo, digo a todos: Vigiai!”

O tom de vigilância permeia toda a parábola, pois em cada versículo a idéia se expressa positiva ou negativamente. Aqueles que ouvem a parábola não devem ser encontrados adormecidos. São exortados a se manter alertas, pois não podem saber quando Jesus virá207.

Lucas 12.35-39

A parábola dos servos vigilantes é análoga à do porteiro. É comum se afirmar que ambas derivam de uma parábola original, ensinada por Jesus208. Disso se deduz que a comunidade cristã

primitiva ou os evangelistas criaram a versão atual dos Evangelhos. Entretanto, os dois relatos sobre o porteiro e os servos vigilantes são tão diferentes no vocabulário e na estrutura das frases que é impossível aceitar uma parábola original. É muito mais simples afirmar que ambas as parábolas vieram dos lábios de Jesus. Uma é relatada por Marcos, a outra por Lucas.

No relato de Lucas, a parábola é apresentada como uma comparação. Após ter feito uma exortação à vigilância, Jesus compara

206 Michaelis, Gleichnisse, p. 84.

207 O Evangelho de Mateus não registra uma parábola semelhante à do porteiro. Mas

há versículos paralelos em Mt 24.42: Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”; e em Mt 25.13: ‘Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. Marcos e Lucas não registram a parábola das dez virgens (Ml 25.1-13). Por causa da incorporação dessa passagem, Mateus deve ter suprimido a parábola do servo vigilante.

208 Armstrong, Parables, p. 124; Dodd, Parables, pp. 161,162; Jeremias, Parables, p.

55; Mánek Frucht, p. 35. É Michaelis, em Gleichnisse, p. 82. que considera a possibilidade de as dua parábolas, que diferem uma da outra, serem basicamente a mesma, por causa de sua afinidade a um tema comum. Consulte-se Marsahll, Luke, p. 537.

o estado de alerta “a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram.” Jesus diz a seus discípulos que estejam preparados para o serviço e que mantenham acesas as suas lâmpadas. Claramente, a mensagem que Jesus transmite deve ser entendida espiritualmente. Na parábola que fala sobre o porteiro, mesmo que a todos os servos tenha sido confiada uma tarefa a ser realizada durante a ausência de seu senhor, o vigia tem que se manter acordado e responder à batida na porta, quando o dono da casa voltar, durante a noite. Na parábola de Lucas, todos os servos esperam pelo regresso do senhor. São os únicos que abrem a porta para ele, quando ele bate. Embora não possam saber ao certo quando ouvirão a batida — a qualquer hora, entre as dez da noite e as seis da manhã —, eles sabem que naquela noite seu senhor voltará para casa vindo de um banquete de núpcias. Mas, por que devem todos os servos se manter acordados? E por que devem todos eles atender à porta209? A resposta a esta pergunta é que Jesus queria retratar o

relacionamento de confiança que existia entre o senhor e seus servos. Nesta curta parábola, a passagem: “bem-aventurados aqueles servos” (Lc 12.37,38) ocorre duas vezes. Também, através da comparação, Jesus destaca o laço de amizade existente entre ele e os discípulos.

Aos discípulos é dito que estejam vestidos e prontos para o serviço210, e que mantenham acesas as suas candeias. O uso de

candeias acesas sugere um período de trevas durante o qual os discípulos devem permanecer alertas, prontos para servirem a Jesus211, quando ele voltar. A parábola retrata o senhor fora da porta

de sua própria casa, batendo e esperando que os servos a abram e o recebam em sua própria casa. A imagem se repete na carta endereçada à igreja em Laudicéia: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.20).

A parábola continua com uma recomendação: “Bem- aventurados aqueles servos a quem o senhor quando vier os encontre vigilantes.” A seqüência natural seria que os servos, após abrirem a porta, se ocupassem em servir ao seu senhor. Entretanto, uma série inesperada de acontecimentos tem lugar: o senhor se torna o servo.

209 Dupont, “Parabole”, p. 105.

210 No grego, é usado o particípio perfeito do verbo perizonnumi junto com o

imperativo do verbo eimi. Esse uso do perfeito significa conseqüência. Isto é, a ordem é que estejam sempre vestidos para o serviço: estar prontos sempre!

211 Dodd, Jeremias, e outros colocam esta parábola na categoria das “parábolas da

crise’. A categoria inclui parábolas tais como a dos servos vigilantes, a do ladrão à noite, a do servo fiel e do infiel, e a das dez virgens. Embora a observação seja correta, as assim chamadas parábolas da crise não podem ser limitadas à morte de Jesus. Elas focalizam, também, a segunda vinda. Morris, Luke, p. 216; 1. H. Marshall, Eschatology and The Parables (London: Tyndale Press, 1973), pp. 34,35.

Ele se veste para o serviço, seus servos tomam lugar à mesa e ele os serve212. Sem dúvida, o fato contraria o costume normal tão

bem descrito na parábola sobre a recompensa do servo (Lc 17.7-10). Entretanto, essa inversão de papéis está plenamente de acordo com o ensino e a conduta de Jesus. Ele ensinou o papel do servo muito claramente, no cenáculo, quando lavou os pés de seus discípulos213.

Resumindo, dentro do contexto da parábola dos servos vigilantes, Jesus faz uma referência velada a si mesmo.

Uma vez mais, os servos que haviam esperado seu senhor voltar são elogiados. Os servos cumpriram o que deles era esperado: aguardar a volta de seu senhor. Assim também, a todos os crentes, não apenas aos discípulos de Jesus, é recomendado que permaneçam prontos, atentos e aguardando a volta do seu Senhor. Se estiverem vestidos e prontos para o serviço, com suas lâmpadas acesas e fulgurantes na noite escura, o Senhor, quando vier, não negará sua recompensa.

212 Jeremias, Parables, p. 54 nº 18, chama Lucas 12.37b de secundário, pré-Lucas.

Ele destaca a palavra amen (que Locas usa apenas seis vezes) assim como a redundância semítica de parelthon. Juntamente com Outros estudiosos, ele considera esse versículo um detalhe alegórico, o que pode ser verdade. Não obstante, não existe razão para que sejam questionadas a historicidade e a autenticidade do que foi dito.

19. O Ladrão

Mateus 24.42.44 “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.

Lucas 12. 39-40 “Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.

No Evangelho de Lucas, a parábola do ladrão vem em seguida à dos servos vigilantes. Por ser tão breve, é considerada, antes, uma declaração em forma de parábola que uma parábola propriamente dita. Enquanto a parábola dos servos vigilantes mostra a promessa se transformando em recompensa, a parábola do ladrão, que vem à noite, constitui uma advertência. A primeira descreve um acontecimento jubiloso; a outra, um desastre iminente.

O ensino dessa declaração em forma de parábola é muito simples. Enquanto o dono da casa está dormindo, ladrões chegam à sua moradia. Cavam um buraco na parede de tijolos, arrombam a casa, e roubam todos os bens do proprietário. Se o dono da casa soubesse a que horas viriam os ladrões, vigiaria para impedir o roubo.

Esta declaração em forma de parábola se baseia em fatos da vida real, pois assaltos acontecem freqüentemente, especialmente em tempos de recessão econômica. A imagem do ladrão, à noite, se aplica ao dia da vinda do Senhor, nas Epístolas e no Apocalipse. Paulo usa a imagem para o retorno do Senhor:

“Vós mesmos estais inteirados com precisão do que o dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e seprança2 eis que lhes sobrevirá repentina

destruição, como vem à dor do parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas, vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa”. (1 Ts 5.2-4)

Pedro pinta um quadro semelhante: “Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados: também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.” (2 Pe 3.10). No livro do Apocalipse, João registra a carta endereçada à igreja em Sardes. O Senhor elevado e exaltado diz: “Lembra-te, pois, de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que

hora virei contra ti” (Ap 3.3). E, outra vez, diz: (“Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha”). (Ap 16.15)214

Jesus profetiza sua própria volta no contexto de seu sermão a respeito dos últimos acontecimentos. Ele instrui seus seguidores a que estejam atentos para o imprevisto de seu retorno. Ele compara o tempo de sua vinda aos dias de Noé.

“Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também a vinda do Filho do homem”. (Mt 24.38,39)

Na parábola do ladrão, à noite, Jesus repete a mesma advertência: “Por isso ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá215”.

Jesus está advertindo seus próprios discípulos a respeito de um perigo iminente? Esperamos que os seguidores de Jesus aguardem o tempo de sua volta como uma ocasião jubilosa. Aqueles que ouvem com atenção e obediência as palavras de Jesus estarão preparados, quando ele vier. Para eles seu retorno será um acontecimento feliz. Mas, para todos, mesmo para os discípulos de Jesus, é colocada uma palavra de advertência contra a apostasia. Afinal, entre os doze discípulos estavam Pedro, que negou seu Senhor, e Judas, que o traiu216.

A parábola é dirigida àqueles que esperam o retorno glorioso de Jesus e àqueles que estão ignorando as instruções de Jesus. Enquanto a imagem da vinda do Filho do homem evoca alegre expectativa

214 O Evangelho de Tomé registra a parábola do ladrão em duas de suas citações,

mas não tem aplicação cristológica: “Portanto eu vos digo: Se o dono da casa sabe quando vem o ladrão ele estará vigiando antes que venha (e) não deixará que arrombe a casa de seu reino para levar os seus bens. Mas vós deveis estar alertas contra o mundo; cingi vossos lombos com grande poder, para que nenhum ladrão possa achar um modo de chegar até vós” (Citação 21b). “Jesus disse: Bem- aventurado é o homem que sabe em que parte (da noite) virá o ladrão, para que se levante e ajunte seu.., e cinja seu lombo antes que venham” (citação 103).

215 Alguns estudiosos afirmam que a expressão ‘Filho do homem” não pode ser

original, mas que deve ter sido introduzida pela igreja cristã primitiva. Jeremias, Parables, pp. 50,51; Manek, Frucht, p. 66; 6. Schneider, Parusiegleichnisse im Lukas-Evangelium (Stuttgart: 1975), p. 22. Entretanto, “a predição da vinda do Filho do homem é uma parte consistente do ensino de Jesus...” Marshall, Luke, p. 534. Veja-se R. Maddox, “The Function of the Son of Man”, NTS 15(1968-9); 51.

216 Jeremias, Parables, p. 50, é de opinião que os discípulos não precisavam ser

advertidos. A parábola, então, se aplica à igreja primitiva, para advertir o povo quanto ao julgamento que está para vir. Marshall, em Eschatology, p. 35, questiona seriamente esta opinião.

entre os fiéis, a imagem de um ladrão à espreita cria ansiedade e tristeza naqueles que não estão preparados.

O que a parábola ensina? Nos dias que precedem a vinda do Senhor, muitas pessoas vivem ignorando totalmente o julgamento iminente. Sua vinda acontecerá sem aviso. O inesperado do acontecimento para os que não estão atentos pode ser comparado ao momento imprevisto quando um ladrão chega para arrombar e roubar. Aqueles que se preparam e estão prontos não serão surpreendidos quando o tempo do retorno de Jesus chegar.

No documento Parabolas de Jesus Completo Kistemaker (páginas 103-111)