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O tempo do culto

No documento Download/Open (páginas 169-178)

Para apresentar o que considero um culto típico da Congregação Cristã na casa de oração do Pq. Jandaia, escolho como dia do culto uma quinta-feira. Neste dia, em torno de 30% da comunidade é formada por visitantes, o que não a descaracteriza como comunidade local. Neste culto, o cooperador às vezes faz alusões ou críticas a momentos do culto da segunda-feira anterior, quando muitos visitantes vieram, e clareia assim melhor o ritmo e as “regras do jogo” da comunidade local.

Chego à casa de oração do Pq. Jandaia às 19hs10min, vinte minutos antes do culto começar. Estaciono o carro no estacionamento da igreja que fica à sua direita; ele dá lugar a uns 35 a 40 carros, mas está ainda quase vazio.

Quando saio do carro, vejo um agrupamento de homens conversando ao lado de um bebedouro ao lado dos banheiros masculinos e a porta de entrada lateral da igreja. Alguns destes homens têm o costume de estar lá nesta hora, conversando e rindo; fazemos um sinal de saudação e sorrimos. Sigo em direção da porta principal dos fundos; há irmãos e irmãs saindo do carro, ajustando sua roupa e esperando pelos outros integrantes do veículo, para se dirigir juntos à igreja. Fazemos um sinal de saudação, e continuo o caminho; faço um sinal também para o homem que costuma sinalizar o estacionamento para os que chegam. Entrando na igreja, encontro, ao lado do armarinho de vendas, um homem moreno sorrindo e conversando com uma jovem moça de vestido creme que ri de maneira descontraída. Ele é um dos cinco porteiros da irmandade, um pedreiro que coordenou a construção desta igreja, que hoje serve como auxiliar de porteiro. No meio, está de pé o porteiro desta noite, com papel e lápis na mão, para anotar os pedidos de oração que os irmãos e as irmãs trazem. Na porta de entrada das mulheres, um grupinho delas está conversando e mexendo na sua bolsa. Entro na igreja que ainda está bastante vazia. As mulheres estão sentadas em grupos, com mais presença nos primeiros e nos últimos bancos. A organista já toca o órgão em volume baixo. Do lado dos homens, os bancos em frente da entrada lateral já estão bastante cheios, assim como os primeiros bancos dos músicos; os outros bancos estão quase vazios. Em alguns deles, um ou outro homem está sentado ou ajoelhado sozinho. O murmúrio está muito baixo;

ninguém está orando em voz alta. Sento-me num banco na altura do meio da igreja, ao lado da parede, para fazer as minhas anotações de maneira despercebida. Como todos, ao escolher meu lugar, primeiro me ajoelho; apoiando a cabeça na mão esquerda, já observo o movimento na comunidade. Homens que entram pela porta lateral olham os homens sentados nos bancos, fazem sinal com a mão e sorriem, mas poucas vezes se dirigem até eles; mulheres fazem raramente sinais assim, mas frequentemente sentam ao lado de outras irmãs e conversam um pouco enquanto tiram o véu da bolsa, antes de se ajoelhar. Os homens que chegam primeiro se ajoelham e oram, muitos de olhos fechados; depois se assentam, e alguns começam a ler a Bíblia; outros ficam sentados, imóveis. É muito raro, nestes momentos antes do começo do culto, mulheres lerem a Bíblia. Faço uma primeira contagem; ainda não há mais do que 25 irmãos e o mesmo número de irmãs na igreja. O cooperador irmão Leo já está sentado no seu lugar, num dos bancos ao lado do púlpito, vestido de terno cinza escuro, camisa e gravata, imóvel e olhando para frente. De vez em quando se escuta um soluço ou choro de uma das irmãs, acompanhado de palavras como “Deus todo poderoso” ou, repetidas vezes, “Deus seja louvado”, ou simplesmente “Deus, Deus, Deus”, com um trêmulo na voz que parece indicar certo êxtase.

Às 19hs25min, o encarregado da orquestra, vestido de terno marrom, camisa amarela e gravata, se dirige à irmã organista, inclina a cabeça e tem uma breve conversa com ela: ele pergunta qual hino de silêncio será tocado. Ele volta para os bancos dos músicos e dá o aviso; afinam-se os instrumentos, e às 19hs27min começa o hino de silêncio. Em seguida, há uma pausa de uns 4 minutos; agora, o murmúrio já sobe, especialmente do lado dos homens. Às 19hs34min, irmão Leo sobe ao púlpito e inicia o culto com as palavras: “Deus seja louvado”, ao qual a comunidade responde: “Amém” e se levanta, ficando de pé. Leo diz: “Iniciemos este santo culto de adoração e louvores a Deus em nome do Senhor Jesus”, e de novo a comunidade responde: “Amém”. Então Leo diz: “Podemos chamar um hino.” Uma mulher, que já parece ter esperado este momento, indica imediatamente o hino 3 – hino apropriado como hino de abertura, porque ele começa:

“Eu alegrei-me quando me disseram: Oh! Vamos para a casa do Senhor.”

Ele canta, portanto, a expressão corporal e o movimento que a comunidade acaba de fazer, vindo das suas casas à casa de oração. Além disso, ele já cria o clima e a auto-estima que marcarão todo culto e serão reforçados por ele:

Nação de Deus eterno e fiel, Geração eleita e amada; Por nós é o Santo de Israel.

Que a Congregação Cristã (e somente ela) é a nação abençoada, a geração eleita, o povo dos “santos”, é ressaltado em todo culto até a exaustão. Além disso, as palavras “eterno” e “sempre” aparecem três vezes cada na letra. Eternos são Deus e a sua lei, transmitida na sua forma pura e verdadeira, desde os primórdios, somente na Congregação. E já se canta também uma constelação de dois elementos que, às vezes em tensão, perpassarão todo o culto:

Paz haja entre nós continuamente, Prosperidade e celestial amor.

Vi a relação entre a bênção material (prosperidade) e a bênção espiritual (celestial amor) sendo tematizada em vários cultos, o polo da maioria dos leigos dando mais ênfase na primeira (pelo tema dos testemunhos, e pelos ruídos que acompanham a pregação, sempre maior quando se fala das bênçãos materiais), e o polo dos ministros ressaltando com veemência a primazia da segunda sobre a primeira (na pregação e às vezes também em comentários à parte, p. ex. na hora dos avisos), revelando uma certa tensão entre os atores do campo religioso no culto da Congregação, como veremos mais adiante.91

Depois do canto, todos se assentam, e Leo convida para chamar mais um hino. Outra mulher escolhe o hino 111, que canta, em oposições binárias (trevas x Deus; Cristo x mal; paz x aflição), como Deus protege o crente num mundo que é mau. Um homem chama mais um hino (número 4), que canta a grandiosidade de Deus (a palavra “grandioso” aparece nas três estrofes e duas vezes no refrão) e opera também com oposições binárias (grandioso és Tu x hostes da maldade; escravidão x gratidão). Além de destacar a gratidão, que deve ser o teor da oração em seguida e dos testemunhos, a última frase da última estrofe já faz a ponte para o próximo momento do culto, a oração, sempre feita de joelhos:

Perante Ti, ó Santo e Verdadeiro, Todo joelho há de se dobrar.

De novo, portanto, o hino canta e dá sentido à expressão corporal e ao movimento que a comunidade irá fazer em seguida.

91

Entendo aqui os termos “atores” e “campo religioso” na acepção de Bourdieu (2003:27-78 e 79-98, especialmente 81-84). Destaco, porém, que as polarizações entre leigos e ministros na Congregação Cristã são mais fracas do que aquelas entre leigos e sacerdotes, e, pelo menos para a comunidade do Jandaia, não se pode afirmar, me parece, que ambos os polos pertencem a classes sociais diferentes, ponto destacado por Bourdieu numa crítica a Weber (ibidem: 82).

Durante a última estrofe do hino, o porteiro atravessa o espaço da igreja e entrega a irmão Leo o papel com os pedidos de oração que os irmãos e irmãs que se dirigiram a ele, informaram. Leo inclina a cabeça, pega o papel, conversa brevemente, coloca sua mão no ombro do porteiro e sorri para ele; este volta, com um sorriso, para o fundo da igreja. Enquanto isso, Leo lê os pedidos: causas, viagens, doenças, família e testemunhados. Em seguida, ele faz um longo comentário sobre a importância da oração e da presença de Jesus Cristo no meio da comunidade que ora. Diz que o Senhor está sentado à direita do Pai, mas está também aqui conosco, “pela palavra, pela visão e pela liberação”. Ele ressalta que os irmãos e irmãs às vezes não se valorizam como deveriam, por estar nesta graça e fazer parte desta obra escolhida pelo Senhor (neste momento aumentam significativamente os murmúrios e “Glória a Deus”). Como em todos os cultos, Leo adverte que não se pode ter medo de orar, nem se deve pensar nas palavras que se vai falar, mas deve-se ter coragem de orar o que Deus inspira, porque melhor é errar servindo a Deus do que errar por não servi-lo. Lembra que se deve orar pelo bom andamento do culto, por todo ministério e pela administração, e que Deus envie a sua palavra.

Assim, ele pede à irmandade “procurar a face do Senhor em santa oração”. Todos se ajoelham. Um irmão que é um dos porteiros da irmandade, pardo e com aproximadamente 55 a 60 anos, vestido de terno marrom escuro, camisa social e gravata, faz a oração após um murmúrio de uns três minutos; ele ora bastante (6 minutos), segurando a cabeça em uma mão e gesticulando com a outra, e pede que Deus visite o coração de cada um nesta noite e envie a sua palavra. A irmandade ora mais uns instantes, e Leo encerra o momento com as palavras: “Deus seja louvado”, às quais a irmandade responde: “Amém.” Todos se assentam, e Leo convida a chamar mais um hino, ao qual seguirão os testemunhos. Um homem pede o hino 57. Sua letra diz:

Mais grato a Ti, ó bondoso Senhor, Faz-me, por teu infinito poder; O que fizeste em mim, por amor, Homem nenhum poderia fazer. ...

Quero o Teu Nome, ó Deus, engrandecer. ...

Também este canto já introduz o momento seguinte, porque é o espírito de gratidão que deve marcar os testemunhos, que são ocasião para engrandecer o nome de Deus neste culto de

louvores e adoração. Leo convida: “Estamos na liberdade da testemunhança”. Antes, porém, ele adverte que os testemunhos não devem falar da vida antes da conversão, quando os irmãos e irmãs ainda não eram crentes, “porque todos que não são crentes, são pecadores”, porque falar sobre este tempo não edifica a comunidade, mas a deixa triste. Devemos, diz Leo, testemunhar os milagres e maravilhas que o Senhor faz na nossa vida, que podem ser coisas que parecem ser pequenas, mas foram feitas pelo Senhor. Assim a comunidade se alegra, a testemunha se alegra, e agradamos a Deus. Leo ressalta que alguns irmãos e irmãs têm um passado bastante difícil e às vezes pesado, e não convém falar sobre estes tempos.

Vários jovens e dois homens se levantam, mas não para dar testemunho; eles saem pela porta lateral, em direção aos banheiros. Também do lado das irmãs vejo movimento na porta lateral. Uma jovem, de vestido azul brilhante, se levanta, sai do grupo com que estava sentada, e vai para os fundos, onde senta no meio de um outro grupo. Poucos bancos na minha frente, um menino de oito anos deita no banco e usa a coxa do pai como travesseiro; o pai, com carinho, o cobre com seu braço e inclina a sua cabeça. Outros jovens, que antes do culto circularam, estavam com o hinário na mão, mas não acompanharam os cantos, parecem estar presentes a contragosto, com as mãos no bolso da calça, e o olhar fixado para frente.- Eu mesmo volto a contar as pessoas presentes; agora são aproximadamente 60 homens (dos quais 12 músicos) e 70 mulheres.

Após uns instantes de silêncio, o primeiro a testemunhar é um homem moreno, sentado no primeiro banco, vestido de terno marrom velho, camisa social e gravata. Ele diz que está na oração desta noite para cumprir um voto que já deveria ter cumprido na semana passada e não o fez. Durante quase vinte minutos, ele dá seu testemunho às vezes um pouco confuso. Lembra tempos em que passava necessidade e fome mesmo, chegando ao ponto de mandar dois filhos seus pedir pão e leite fiados no mercado, porque não tinha dinheiro nenhum nem alimento em casa. O dono do mercado negou. Poucas horas depois, chegaram duas irmãs na sua casa, trazendo leite e bolachas tanto salgadas como doces. Elas tiveram uma visão que – como de fato aconteceu, segundo ele conta, – lhe tinham sido negados o pão e o leite pelo mercado, e por isso trouxeram estes alimentos ao irmão, que, junto com elas, deu glória a Deus pela fartura que superou o que tinha pedido no mercado: Deus providencia mais do que pedimos. Numa outra ocasião, pelo que entendo, ele, com um carro muito velho a ponto de cair aos pedaços, estava andando numa estrada abandonada quando viu outro carro quebrado. Parou para ajudar o outro, puxando o carro dele. Que surpresa quando percebeu que o outro era um irmão da Congregação! Porém, ao longo do caminho, os dois carros se tocaram e seu

carro ficou em estado pior ainda; o irmão, porém, nada fez por ele. Apesar desta prova, a testemunha veio nesta noite ao culto para louvar ao Senhor.

Logo em seguida, uma mulher parda de aproximadamente 40 anos vai ao microfone. Deus revelou a ela, num culto numa outra casa de oração, na semana passada, que aconteceria um milagre na sua vida. Dois dias depois, a sobrinha do marido ligou, chorando e dando notícia de várias doenças na sua família, inclusive do seu pequeno filho que estava com meningite. Daquela família, ninguém está congregando. Logo ela se lembrou da promessa do milagre e chamou o marido para orar, pedindo perdão a Deus se ela e o marido não foram servos dignos para interceder e receber o milagre. Oraram, e na 2ª f seguinte a mesma sobrinha ligou, comunicando que ninguém mais estava doente, e que todos os problemas se resolveram. Deus, portanto, achara estes seus servos dignos do milagre.

Em seguida, uma mulher, parda e já idosa, de saia escura e jaqueta cor de rosa, conta longamente uma história do tempo quando trabalhava como cobradora na linha Vila Paulina de Diadema. Naqueles tempos, esta linha foi regularmente assaltada por três jovens, que também entraram no dia referido. Ela entrou em comunhão com o Senhor e entoou o hino 112 (Eu sei que jamais em perigo estarei, à sombra do meu Redentor. ... A fúria das águas jamais temerei, Jesus me dará sua mão; Passando no fogo não me queimarei, Com Sua fiel proteção – hino que a orquestra tocou antes do início do culto, como hino de silêncio). Os jovens ficaram visivelmente incomodados e pediram sair sem pagar, dizendo que “a coisa estava muito feia” – o que ela confirmou. Assim, o Senhor a libertou, além de conceder recentemente uma série de viagens para o Nordeste (Bahia, Ceará), ocasião de congregar em vários lugares ali.

A última testemunha é um homem, branco de aproximadamente 35 anos, que fala de sua relutância antes de batizar, uma vez que na sua família não havia nenhum crente. Frequentando a Congregação durante meses e criticado por sua esposa que não gostava de crente, entrou muitas vezes em casas de oração da Congregação para orar por sua mãe, doente de câncer, e que acabou falecendo. Atraído pela Congregação e ao mesmo tempo se afastando, foi, meses depois, constatado câncer também nele. Ele foi operado e fez radioterapia, clamando a Deus e prometendo obedecer, mas continuou sem se batizar. Poucos meses depois, o câncer reapareceu no intestino. Enquanto isso, sua esposa estava grávida, prestes a dar à luz uma menina que tanto sonharam ter, já com dois filhos homens. A menina nasceu com síndrome de Down e viveu poucos meses apenas; veio a falecer com uma forte gripe que virou pneumonia.- Ele mesmo, desesperado, traumatizado pela morte da filha, sem

esperança de curar, clamou outra vez a Deus para salvar a sua alma se o corpo já estava finando. Mudando-se de Mauá para Ribeirão Pires, acabou comprando uma casa de uma serva de Deus. Pediu a ela lhe mostrar uma casa de oração para ali orar. Ela disse que, no meio do mato, tinha uma Congregação pequena, mas onde Deus estava falando com poder à irmandade. Ele entrou nesta igreja, sentou num dos últimos bancos e chorou. O cooperador o avistou e disse que ele tinha se afastado da obra de Deus, mas que Deus o estava chamando de volta, e que ele faria uma grande obra se obedecesse a ele. Ele obedeceu e batizou-se, com esperança de poucos meses de vida. Foi operado, fez quimoterapia, e o corpo já não estava mais aguentando. Para piorar, o médico no hospital de câncer, olhando os exames, lhe avisou que não teria mais jeito. Chorando e desesperado de novo, sem saber como interpretar a promessa de Deus diante do quadro da doença, foi de novo orar numa outra casa de oração e recebeu outra vez a promessa que iria viver. E de fato, hoje vive, está feliz, e tem saúde, sem tomar nenhum remédio.- Os momentos de cura e libertação, e também as profecias dos presidentes de culto nas respectivas casas de oração onde a testemunha entrava ao longo da trajetória de sua doença, são acompanhados pela irmandade com murmúrios e frases de louvor em alta voz. O dirigente do culto, ao contrário, fica visivelmente irritado quando o homem demora no testemunho (19 minutos) e fala que lia a Bíblia católica da mãe que estava na sua casa, sempre aberta no salmo 51 (nas últimas palavras este salmo promete que Deus dará abundância de dias e mostrará a salvação), e até se aproxima do púlpito, mexendo no papel dos avisos.

Em seguida, ele dá os avisos, lendo a lista dos próximos batismos e informando as coletas: obra da piedade, viagens, construção e manutenção. Levantando os olhos, ele aponta com a mão na direção do cooperador de jovens e menores, do encarregado de orquestra e do porteiro para saber se há mais avisos; quando eles sacodem a cabeça negativamente, ele pede chamar mais um hino. Uma mulher chama o hino 45, cuja letra já introduz o próximo momento do culto: Deus enviará a sua palavra.

Tu és o Oleiro, ó meu Senhor, Eu sou argila na Tua mão; ...

Vem modelar-me, ó Formador, Pela Palavra do Teu poder; ...

Tudo o que impede o Teu louvor.

É um dos momentos mais densos do culto. Leo se coloca diante da parede dianteira, frente à comunidade, e ora cabisbaixo. Levanta a cabeça, fica num ângulo de 90º para a congregação, olha em direção ao lado dos homens, apóia uma mão numa cadeira e olha para o cooperador de jovens e menores, convidando com gestos da mão direita para ler a palavra e ser o pregador. Este, com um gesto de mão e movimento da cabeça declina do pedido. O mesmo acontece quando Leo se dirige ao encarregado da orquestra. Mais uma vez Leo baixa a cabeça, ora, apóia a mão na cadeira e, em seguida, se dirige ao púlpito para anunciar a leitura: o salmo 3. Todos que trouxeram a Bíblia (vários adolescentes e jovens não a trouxeram, e também alguns homens, especialmente idosos), a abrem neste momento, para acompanhar a leitura. Leo lê o salmo, e quando termina o último versículo do salmo, diz: “Até aqui”, ao que a comunidade responde: “Amém.” A maioria dos irmãos e irmãs fecha logo em seguida a Bíblia. Na sua pregação de 26 minutos que se segue, Leo fala que Deus planeja a cidade como um arquiteto (semelhante à pregação no culto de jovens e menores à tarde), e que prevê assim melhorias também para os bairros carentes próximos da casa de oração: “Jesus Cristo é o dono desta cidade”, “esta cidade será construída.” É porque crê num Deus presente e que age, e não num Deus pendurado na parede ou no peito, que só o crente se salva, porque ele crê e obedece à palavra, e só quem faz isso, será salvo.- Em seguida, lembra conflitos em família, tanto entre o casal como entre pais e filhos (como no Salmo 3: o pai Davi perseguido pelo próprio filho Absalão que quer tomar seu reino). Se dirigindo mais às irmãs (“viu, irmã”), Leo ressalta que não se pode seguir as vozes que aconselham se separar do marido, porque Deus não quer a divisão, mas a união. Deus não quer que nós desmanchemos o que ele construiu, mesmo se é preciso ter muita paciência. Sobre problemas na casa e na família, não se conversa com ninguém, somente com Deus. “Fique quieta! Fique

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