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O Terceiro Grau

No documento o Simbolismo Na Maçonaria- Colin Dyer (páginas 161-163)

Desde há muito tempo, mesmo antes do início do século XVIII, quando havia apenas um só sistema de dois Graus na Maçonaria, este mais elevado Grau tinha um especial significado e, sob as primeiras Constituições, ele apenas poderia ser conferido na própria Grande Loja. Essa condição mudou rapidamente, logo seguida por uma divisão do Grau inferior em dois Graus, assim perfazendo um sistema de três Graus, mais coerente com o conceito de numeração ímpar - ou, quiçá, por superstição - tão afeito aos maçons de então. Mas o Grau de Mestre, tal como Preston declarava ao final do século, ainda era algo especial e alcançado por poucos. Certamente, esta era a prática na Grande Loja de 1717 ou dos Modernos, embora, com o passar do tempo, o avanço completo pudesse ser mais facilmente conseguido na rival Grande Loja dos Antigos. Uma das razões para isso pode ter sido a proliferação de Graus adicionais que tendiam a ser trabalhados numa Loja normal entre os Antigos e não como organizações separadas. Os Antigos também consideravam o Grau do Arco Real como o verdadeiro cerne de sua Maçonaria. Os Modernos nada tinham a ver, oficialmente, com outros Graus que não os três básicos e suas cerimônias de Maçonaria Simbólica, recusando-se até a reconhecer oficialmente o Arco Real que estava organizado separadamente para os Modernos sob um Grande Capítulo. Se os Antigos buscavam uma progressão normal por meio de todos os Graus que praticavam, então, por mais importante que pudesse ser o candidato ao

Arco Real e a outros Graus adicionais devia primeiro ter completado os três Graus do simbolismo.

Existem algumas evidências de que, inicialmente em seus primórdios, Grau era reservado aos dirigentes da Ordem - e que exigia algumas qualificações - e não a qualquer outro Irmão apenas interessado. Durante boa parte do século XVIII, as Lojas que eram convocadas apenas para a conferência do Terceiro Grau eram chamadas de "Lojas de Mestre” e eram sempre realizadas em complementação às sessões regulares. Para tanto, apenas Mestres maçons eram convocados.

Neste Grau, é a terceira das Grandes Luzes que concentra a atenção.

Compasso esta relacionado a Círculos e quando a atenção do Candidato é dirigida para as Grandes Luzes, é para demonstrar que ele chega agora a um ponto em que este importante instrumento está liberado para o seu uso permitindo-lhe traçar um círculo completo. Nos graus anteriores, o Sol era mostrado em seu curso sobre a parte de um Círculo e um Ponto no Centro foi descoberto. Mas agora este ponto no centro pode ser usado para traçar um círculo completo para demonstrar os limites que as nossas obrigações maçônicas prometeram no Primeiro Grau, quando, pela primeira vez, tomamos conhecimento daquelas Grandes Luzes. Controle e definição são as mensagens gêmeas que ele dá e estão relatadas na completa Instrução do Terceiro Grau, pois o maçom deve reconhecer as obrigações, deveres e responsabilidades, e então exercer um apropriado controle sobre si mesmo e cuidar para que sejam colocados em prática. Este centro, o desconhecido objeto de busca na Câmara do Meio no Segundo Grau, mostra-se agora não como um fim, em si, tal como parecia ser no Segundo Grau, mas como uma etapa na longa estrada e um ponto de partida para a etapa seguinte. Ao definir o ponto no interior do círculo, o Segundo Grau preparou o candidato o qual tem um ponto definido sobre o qual deve colocar a perna fixa do Compasso que agora está apto a usar. Um círculo, uma figura completa contida por uma linha contínua, é uma figura complexa e mística que requer estudo mais intenso do que o aplicado a figuras mais simples, como o triângulo e o quadrado anteriormente estudados e, assim assinala-se o progresso. O candidato neste Grau adquire a consciência de que Deus é o verdadeiro Centro da Loja. É ao redor Dele, tendo Ele como o ponto inicial, que estabelecemos os limites de nossas vidas, de nossos deveres e obrigações e de nossas ações. Na Abertura de uma Loja de Mestre Maçom, é feita uma menção ao Círculo e ao seu centro e como é pelos limites assim estabelecidos, um Mestre Maçom não pode errar. O círculo sempre foi um símbolo da Eternidade, pois a linha que o compreende não tem começo ou fim. Este lembrete da Eternidade é também a lição da Alegoria que compreende o trabalho do Terceiro Grau.

O padrão e o simbolismo desta cerimônia são diferentes daqueles pejos quais o Candidato já passou antes. Isso era ressaltado antigamente por uma Tábua de Delinear combinando os conteúdos dos dois graus anteriores,

mas uma Tábua de hieróglifos foi adotada bem cedo no Terceiro Grau. Na reestruturação das cerimônias, em 1813, algumas provas de estar o candidato apropriadamente qualificado foram introduzi das neste Grau. É incerto se isso foi adotado no cerimonial em suas formas anteriores. Uma perambulação e um avanço em direção ao leste seriam, provavelmente, as únicas semelhanças nas elevações feitas no final do século XVIII, em relação às outras cerimônias. Este era um Grau que se relacionava com a terceira dimensão. Ao alcançá-lo, o candidato estava apto a reconhecer um corpo sólido e fazer um nítido avanço à perfeição - a pedra verdadeiramente aparelhada, o cubo.

O tema do Grau é, conforme muitos autores especulativos, encontrado em diversas religiões na forma de alegorias ou lendas nos antigos mistérios. A mensagem é clara: que a verdadeira fidelidade aos seus princípios somente pode ser mostrada ao ser preparado para, caso seja necessário, fazer um supremo sacrifício pelo qual a verdadeira imortalidade pode ser obtida. W. L. Wilmshurst diz:

Portanto o Terceiro Grau é o da mística morte, do qual a morte física é figurada, tal como é, no Primeiro Grau, o nascimento físico representando o ingresso no caminho da regeneração. Em todos os sistemas do passado, baseados nos mistérios, podemos encontrar este Grau de morte mística como uma notável e essencial característica que antecede o estágio final da perfeição ou da regeneração.

No documento o Simbolismo Na Maçonaria- Colin Dyer (páginas 161-163)