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O OFÍCIO DE SER PROFESSOR EM AMBIENTES DE LETRAMENTO DIGITAL

No documento Anais Completos (páginas 77-83)

Jane Terezinha de Souza Varela, UNIPLAC, jane.varela10@gmail.com Vanice dos Santos, UNIPLAC, vanicedossantos@gmail.com Eixo temático: Educação e contemporaneidade Categoria: Comunicação oral

RESUMO

Este estudo problematiza as características necessárias ao ofício do professor de letramento digital. O objetivo geral é compreender como a organização escolar articulada ao trabalho docente influencia a prática educativa dos professores do Letramento Digital. Investigamos com professores que atuam em escola municipal na disciplina letramento digi- tal. O instrumento escolhido foi questionário semi estruturado. Os resultados revelam que na sociedade aprendente, organizações e sujeitos, precisam de atualizações. É na mediação e construção de novas rede de conhecimentos que o professor pode estar conectado com o aluno e ampliar saberes. Concluiu-se que o professor de letramento digital ainda trilha por um caminho em construção, necessita trocar experiências e experimentar conhecimentos.

Palavras-chave: Letramento Digital. Professor. Ofício. Prática educativa.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo destina-se ao V Colóquio Internacional de Educação, cuja temática principal é “Educação e ci- dadania: desafios e estratégias possíveis”, e está inserido no âmbito das discussões empreendidas no eixo temático Educação e contemporaneidade. Por entender que o oficio de ser professor de letramento digital está relacionado com a contemporaneidade, neste sentido também tal ofício passa por transformações educacionais em relação a visão de que se tinha anteriormente de como atuar em sala de aula. Nesse cenário em que diversas tecnologias se fazem presentes, a concepção de mediação da aprendizagem, agrega-se ao oficio de professorar, no sentido de contribuir para que seus educandos desenvolvam conhecimento de forma significativa e construtiva. Assim, tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) contribuíram para que novos conceitos adentrassem o campo da educação, de modo que sen- timo-nos convocadas a repensar o ofício de ser professor na contemporaneidade, em ambientes de letramento digital.

Esta pesquisa desenvolve-se com reflexões oriundas da leitura de Almeida (2008), Assmann (2000), Buzato (2003), Faria (2008), Freire (1997), Lévy (1999), Perrenoud (2006), Sancho (2006), Santos (2013), Valente (1997). Des- se modo, estas são as teorias que fundamentam os conceitos e reflexões relativos a este processo investigativo.

Ainda ecoa uma certa brincadeira de criança onde indagavam sobre que ofício seria dado a quem participava da mesma, a resposta viria de profissões variadas e a escolhida em sua maioria era de ser professora. Nem se poderia imaginar quão árduo é o desempenho desta na atualidade. Preparar-se para esta tarefa é inerente a esta profissão, pois não bastam somente teorias - há a exigência de postura ética profissional.

Portanto, para atuar neste campo se sustentam vários aspectos decorrentes da complexidade que envolve a formação do ser humano no contexto atual. Há exigência de características a serem desenvolvidas que deverão dar conta de sua formação e também do educando, para então, se fazer uso de seus saberes, seus valores e suas habilidades para concretização da tarefa, do ofício de ser professor.

O professor de escola pública, em contextos complexos, por vezes tende a assumir funções, que estão além da sua formação para o ofício de professor. Por exemplo, esses profissionais tendem a desempenhar funções que nem sempre estarão contempladas em seu período de preparação para a docência, vindo a assumir por diversas vezes tarefas para as quais não está preparado. Desta forma por vezes o professor desempenha uma função que não é sua, mas, que geralmente assume por condições alheias a sua vontade, como por exemplo, tentar ser enfermeiro ou psicólogo. São os ofícios de ser professor que dificilmente alguém comenta ao iniciar na profissão, mas que pode vir a acontecer, além de desempenhar seu papel em sala de aula. Destacamos essas situações pois fazem parte de contexto de escolas públicas brasileiras. Enfatizamos pois que, durante sua formação o professor é habilitado para questões didático, pedagógicas, formativas e as questões aqui mencionadas, por vezes podem fazer com que desvie-se de seu ofício.

Diante disto, aparecem também novos desafios da sociedade contemporânea, um deles é o acesso e o lidar com conhecimentos. Vale lembrar que até o advento da rede internet, o conhecimento estava disponível para alguns, de modo que professores que estavam habituados a trabalhar de forma que o conhecimento era ensinado, repassado, Esse habitus professoral que é a reprodução por parte de outro professor do fazer semelhante a seus professores, in- dica o modo de sua atuação em sala de aula. Sabe fazer diferente, mas recai no mesmo ato. Isso se desfez ao longo da

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carreira de alguns, pois que o conhecimento já não está disponível apenas para professores. Com isso, a escola como a conhecíamos está se transformando.

2 A COMPLEXA TAREFA DE SER PROFESSOR DE LETRAMENTO DIGITAL NA

ATUALIDADE

O professor contemporâneo necessita estar em constante formação e como diria Paulo Freire (1997. p 19) “não existe ensinar sem aprender” a ação de ensinar depende da existência de ambos, aprendiz e aprendente. “A respon- sabilidade ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente”. Isto indica que esta formação deverá ser de forma permanente e reflexiva, portanto, um professor ao assumir esta profissão deverá estar preparado para o aprofundamento de saberes pertinentes ao ato de ensinar. Freire (1997, p. 23) enuncia que “ensinar não pode ser um puro processo, como tanto te[m] dito, de transferência de conhecimento da ensinante ao aprendiz. Transferência mecânica de que resulte a memorização maqui- nal que já critiquei”. Mas, de forma crítica e compreensiva capaz de fazer a leitura do mundo além da escrita.

Neste sentido Almeida (2008), anunciava a necessidade de adaptações quanto aos novos conhecimentos, novas formas de aprender e de ensinar. E também, que os espaços deverão ser cada vez mais disponibilizados de forma que o conhecimento seja onipresente e pervasivo, cabendo à escola, ao professor desempenharem a disseminação.

A escola não se sustentará neste espaço-tempo, tende a ser aberta com espaços virtuais e com o tempo não mais pré-determinado, com currículos rígidos. Para contemplar a sociedade do conhecimento, a escola precisará passar por transformações inevitáveis, pois as possibilidades de aprendizagem tornam-se muito próximas e a conexão entre as pessoas e o saber está sendo disponibilizado com certa facilidade. Portanto, o professor terá que reaprender na sociedade do conhecimento. E mesmo que o professor esteja em constante formação surgem possibilidades quanto ao papel do professor perante o uso das novas tecnologias digitais.

A sociedade da informação é a sociedade que está atualmente a constituir-se, na qual são amplamente utilizadas tecnologias de armazenamento e transmissão de dados e informação de baixo custo. Esta generalização da utilização da informação e dos dados é acompanhada por inovações organizacionais, comerciais, sociais e jurídicas que alterarão profundamente o modo de vida tanto no mundo do tra- balho como na sociedade em geral. (ASSMANN, 2000, p.8)

Desta forma o professor tem um papel relevante nesta sociedade do conhecimento, cabe a este refletir sobre como disponibilizar o conhecimento de forma que venha a contribuir para esta sociedade que se constrói a partir das tecnologias digitais. Segundo Valente (1997) é pertinente rever as questões de organização da sala de aula, do espaço escolar, pois o aluno está deixando de ser mero receptor de informações.

[...] O papel do professor deixa de ser o de “entregador” de informação para ser o de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das informações para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento. Portanto, a ênfase da educação deixa de ser a memo- rização da informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção do conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa sendo o professor o facilitador desse processo de construção. O processo de repensar a escola e preparar o professor para atuar nessa escola transformada está aconte- cendo de maneira mais marcante nos sistemas públicos de educação, principalmente os sistemas mu- nicipais. Nas escolas particulares o investimento na formação do professor ainda não é uma realidade. Nessas escolas a informática está sendo implantada nos mesmos moldes do sistema educacional dos Estados Unidos no qual o computador é usado para minimizar o analfabetismo computacional dos alunos ou automatizar os processos de transmissão da informação. (VALENTE, 1997, p. 15) Desta forma, é pertinente discutir as questões que envolvem a função docente frente às exigências do mundo contemporâneo, procurar refletir sobre sua finalidade, para não perder o foco da profissão, bem como identificar os saberes e práticas que envolvem o trabalho docente.

Como foco da discussão traremos um estudo sobre o Letramento Digital, uma tendência da educação con- temporânea. Além disso, constitui-se também como um desafio a ser enfrentado, pois, ainda há pouca literatura para navegar por um espaço cibernético guiado pela educação. Portanto, um longo caminho a ser percorrido.

A forma de leitura e escrita como conhecemos digamos que está em reforma, já não temos mais somente aquela forma linear de leitura e escrita como antes. Com a introdução das tecnologias de comunicação em rede pode-se perceber uma mudança neste aspecto, com novas práticas sociais através da internet, do uso do computador. A compe- tência para usar as ferramentas e de interagir, no ambiente digital permite ao sujeito conectar-se globalmente de forma espantosamente rápida.

Para Buzato (2003) letramento digital é a forma, a capacidade que o sujeito tem em adaptar-se às demandas sociais no que se refere à utilização das tecnologias e da escrita no ambiente digital. As ferramentas digitais contribuem para a conquista da cidadania, pois ampliam consideravelmente o lado social e coletivo.

Portanto letrar-se digitalmente é construir conhecimento na área digital e assim poder interagir, interpretar, utilizar, para então poder atuar socialmente, pois se exige muito em relação a estes novos conhecimentos em contextos particulares e coletivos, de trocas econômicas e simbólicas (SANTOS, 2013).

Entende-se por letramento digital, a resposta do sujeito a utilizar os recursos tecnológicos e escrita no meio digital. Envolve mais que o conhecimento técnico propriamente dito, também habilidades de construção de sentidos através de textos que misturam palavras e elementos. Também capacidades de avaliar informações de forma crítica a partir dos conteúdos eletrônicos. Ser capaz de manusear de forma hábil as regras em ambientes digitais por exemplo.

O letramento digital é mais que o conhecimento técnico este inclui ainda “ habilidades para construir sen- tido a partir de textos multimodais, [...]. Inclui também a capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente infor- mações disponibilizadas eletronicamente”. (BUZATO, 2003. p.1)

Para a referida autora, letramento digital está imbricado em conhecer as técnicas e dominar os programas, também em ser capaz de levar em conta regras, construção de sentidos, construindo-se como um ser crítico, e inclu- sivo. Este conhecimento envolvendo a tecnologia digital não é tão simples como parece, portanto, necessariamente deverá estar letrado primeiramente para ampliar as possibilidades quanto no letramento digital, pois, precisará destes conhecimentos neste espaço para analisar as informações, situar-se com clareza fazendo a filtragem dos dados dispostos.

Estamos às voltas de um analfabetismo digital, e é inerente que tomemos atenção para este fato no sentido de diminuí-lo. Desta forma, a escola está imbricada neste papel desafiador, e que deve ser levado em conta fatores per- tinentes ao ciberespaço.

Mas que, segundo Perrenoud (2002) a prática deve ser reflexiva em todas as ações, proporcionar momentos de reflexão é fundamental, pois, trará um novo olhar sobre a prática pedagógica. Estamos fazendo alusão a “uma postura e em uma prática reflexiva que sejam a base de uma análise metódica, regular, instrumentalizada, serena e causadora de efeitos; essa disposição e essa competência, muitas vezes, só podem ser adquiridas por meio de um treinamento inten- sivo e deliberado”. (PERRENOUD, 2002, p. 47)

Neste contexto, toda prática pedagógica necessita ser pensada e repensada para haver uma construção na prática do professor de forma reflexiva, de forma que o professor venha a ter uma postura também reflexiva. Desta forma, segundo Perrenoud (2002) compensar a superficialidade na formação; acúmulo de experiências e conhecimen- tos, crescimento profissional; posicionamento ético e político; conhecer-se; aumento de capacidades como motivação, cooperação; enfrentamento a alteridade do aprendiz; vivenciar o ofício de ser professor.

Portanto, quem decide ser professor deve estar no mínimo ciente de somos inconclusos, e que essa profissão vai muito além do ato de transmitir, pois ensinar exige um preparo inerente à profissão. Devemos ter em mente que nosso objetivo são seres humanos e que outras capacidades além de ensinar deverão se fazer presentes como: amorosi- dade, paciência, determinação, flexibilidade, criatividade, disposição, são fundamentais ao ofício de ser professor.

Neste sentido, quando surgem as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) elas adentram a escola e trazem novas possibilidades de aprendizagem e que podem contribuir de forma significativa ao acesso à edu- cação, para a igualdade, a qualidade de ensino e aprendizagem, para a formação de professores, além de potencializar a educação, quanto a competências, também encurtar distâncias trazendo o ensino a distância.

Seguindo este pensamento, a sociedade da informação tão difundida por este nome necessita se transformar em uma sociedade aprendente, Para que isto aconteça será preciso o esforço da sociedade como um todo, sendo a escola sua bússola.

A sociedade da informação precisa tornar-se uma sociedade aprendente. As novas tecnologias da in- formação e da comunicação assumem, cada vez mais, um papel ativo na configuração das ecologias cognitivas. Elas facilitam experiências de aprendizagem complexas e cooperativas. (ASSMANN, 2000, p.7)

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A escola, o professor, a sociedade engajados na mediação dos conhecimentos pertinentes a configuração de uma sociedade aprendente, e não apenas uma sociedade do conhecimento conforme destacou o autor. Os professores não estarão ameaçados pelas tecnologias, como já sabemos pois, o conhecimento acontece de forma mais eficaz, se me- diado, permeado pelo professor, mas para que isto aconteça, a formação e o entendimento desta sociedade aprendente nos parece relevante.

Para que sejam aproveitadas todas as vantagens econômicas e sociais do progresso tecnológico e me- lhorada a qualidade de vida dos cidadãos, a sociedade da informação deve assentar nos princípios da igualdade de oportunidades, participação e integração de todos, o que só será possível se todos tive- rem acesso a uma quota parte mínima dos novos serviços e aplicações oferecidos pela sociedade da informação. (ASSMANN, 2000, p.9)

Assim, a adoção de recursos tecnológicos deve estar presente no planejamento, desta forma centrados em atrair o aluno e oferecer uma proposta multidisciplinar, para preparar os jovens para o mercado cada vez mais competi- tivo e desafiador, mas, inevitavelmente de forma reflexiva para a formação de uma proposta centrada na construção de saberes. Pois, “o conhecimento passa a ser universal e não mais de sábios, que são delegados da espécie e o conhecimen- to exato são os da humanidade”. (LÉVY, 1999, p. 247)

Neste sentido Faria (2008, p. 44), posiciona que “sabemos que a educação precisa ser constantemente repen- sada que é preciso buscar formas alternativas para aumentar o entusiasmo do professor e interesse do aluno”. Portanto, as tecnologias digitais favorecem o interesse e entusiasmo, desta forma, ser uma aliada e potencializadora de novos saberes. Pois segundo Faria (2008, p. 44), “educação inteligente do computador e das mudanças na educação é aquela que sugere mudanças na abordagem pedagógica, encaminhando os sujeitos para atividades mais criativas, críticas e de construção conjunta”.

As tecnologias podem facilitar o trabalho dos professores, disponibilizando ferramentas capazes de acentuar os processos e favorecer um contato mais próximo com os estudantes. O principal objetivo deve ser o de motivar e incentivar os alunos a buscarem novos conhecimentos. As tecnologias permitem que professores e estudantes façam uso da rede, desta forma, eliminando barreiras, através de softwares educativos, aplicativos, plataformas e sites educacionais, explorá-los e desta forma criar canais de comunicação.

Neste contexto, o ofício de ser professor de Letramento Digital, segundo Faria (2008, p. 51) é muito impor- tante pois é o responsável pela organização deste ambiente, pela escolha de softwares, e que é pertinente “reconceitua- lizar” o ensino e as metodologias. Portanto a participação ativa dos alunos, e a importância do professor desempenhar seu papel nesse contexto pois é o professor quem tende a fazer a escolha dos recursos da tecnologia digital. Dessa dupla participação, surgirão os resultados.

Para compreendermos as exigências, teremos que delimitar que competência terá que desenvolver tanto na formação do professor como nos estudantes.

Diante disto, segundo a Unesco, (2008) a literacia tecnológica insere habilidades de computação técnica de usuário e literacia da informação, centra-se nos aspectos relevantes da nossa sociedade do conhecimento que são: a capacidade de localizar, identificar, recuperar, processar e utilizar informações digitais.

A literacia digital segundo Unesco (2008), no ensino exige competências a serem desenvolvidas para: desen- volver habilidades de uso do computador para participar e interagir no mundo digital de forma que possa usufruir de suas possibilidades.

Também criou-se um quadro para a aprendizagem do século 21, onde são posicionadas habilidades necessá- rias para que o aprendiz torne-se líder, autônomo, desenvolvendo competências críticas do século 21 para o ambiente de aprendizagem. Isso soma-se aos quatro pilares da educação segundo a Unesco (2008), aprender a ser, aprender a conviver, aprender a conhecer e aprender a fazer.

A Unesco trabalha com várias comunidades no sentido de alavancar efetivamente o potencial das TIC´s de forma a elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem.

Trazemos aqui apenas as competências em relação a Informação, Mídia e Capacitação Tecnológica:

Hoje vivemos em um ambiente de tecnologia e impregnado-media com: 1) o acesso a uma abundân- cia de informações, 2) mudanças rápidas nas ferramentas de tecnologia, e 3) a capacidade de colaborar e fazer contribuições individuais numa escala sem precedentes. Para ser eficaz, no século 21, os cida-

dãos e os trabalhadores devem ser capazes de criar, avaliar e utilizar eficazmente a informação, mídia e tecnologia”. Acessar e avaliar a informação.

• Acessar informações de forma eficiente (tempo) e eficaz (fontes)

• Avaliar a informação crítica e competente e utilize e gerencie informações; • Use as informações com precisão e de forma criativa para a emissão ou problema; • Gerir o fluxo de informação a partir de uma grande variedade de fontes;

Aplicar uma compreensão fundamental das questões éticas / legais que cercam o acesso e uso da informação. (UNESCO, 2008)

Neste contexto, o professor de Letramento Digital está desafiado a desenvolver no educando potencialida- des necessárias ao uso das tecnologias, pois, segundo a Unesco (2008) ao se depararem com o mercado de trabalho e enfrentarem as demandas, suas prioridades e necessidades evoluem constantemente. Portanto, deve ser preparado para atuar nesse novo ambiente que exige do sujeito ser responsável, ter iniciativa, ser capaz, ser flexível e criativo. Desta forma, há ênfase para a criação de programas de ensino que proporcionem estímulos que sejam desafiadores, capazes de potencializar o aprendizado de forma significativa e também reflexiva.

Para Sancho (2006) a sistematização do ensino ainda nos remete a centralização no professor, sendo assim, empecilho para a transformação dos contextos de ensino com a inserção das tecnologias de informação e comunicação parece se encontrar no fato de que a tipologia de ensino dominante na escola é ainda centrada no professor.

Sancho ao analisar Cuban (1993), posiciona que em uma sociedade complexa como vemos atualmente, situar a aprendizagem dos educandos e suas necessidades educativas na ação pedagógica ainda são tentativas irrisórias. Como tampouco parecem haver ações educativas preocupadas com as novas possibilidades de construção do conhe- cimento, com novas alternativas para a avaliação, tendo relevância o papel da comunidade nos processos educativos.

Visto que para Sancho (2006), outro empecilho é a forma tradicional que a escola ainda insiste em utilizar, muitos dos professores que fazem uso das tecnologias digitais não conseguem uma eficácia na transformação metodo- lógica, apenas transferem o conteúdo para o computador, não havendo assim uma mudança significativa. O professor no sentido amplo, durante séculos foi o detentor do saber dentro da sala de aula mas atualmente, com as novas pos- sibilidades tecnológicas, o professor que tem uma formação voltada ao uso das mesmas, deverá fazer de sua prática pedagógica um uso mais amplo, proporcionando ao aluno um ambiente onde se abre espaço a novos saberes, novos conhecimentos. Nesse sentido, o oficio do professor contempla ser orientador do processo pedagógico.

Portanto, segundo Sancho (2006) as formas de construção do conhecimento e de avaliação não foram muito positivas, neste sentido a escola ainda encontra barreiras para transformá-las em uma aliada às necessidades formativas de nossos educandos. Para isto, é pertinente que a escola continue a refletir sobre a forma como está ensinando e como

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