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O PENSAMENTO AÇÃO DE BOLSISTAS APRENDIZES DA DOCÊNCIA E AS RELA ÇÕES AFETIVAS NA SALA DE AULA DO PROJETO MÃO AMIGA CAPES/PIBID

No documento Anais Completos (páginas 189-195)

Ersoli de Cássia Quirino Grob

Graduanda 3º ano – Pedagogia –UNESPAR/UV ersoligrob_@hotmail.com Bolsista acadêmica do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID Rosana Beatriz Ansai Docente – Pedagogia UNESPAR/UV ansairosana@yahoo.com.br Bolsista coordenadora do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID

Eixo Temático 2: Estratégias e experiências educativas. Comunicação Oral

RESUMO

O objetivo do estudo é revelar o pensamento ação sobre como ocorrem as relações afetivas entre professor/bolsista aca- dêmico e o aluno com dificuldades de aprendizagem na sala de aula do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID do Curso de Pedagogia da UNESPAR/UV. A pesquisa contou com uma amostra não probabilística intencional por acessibilidade constando de 15 bolsistas respondentes que participam do projeto no ano letivo de 2016. Os dados foram obtidos por questionário misto, com o total de sete perguntas. Concluímos que existe a necessidade de se repensar a qualidade do vínculo afetivo do compromisso pessoal entre professor e aluno como promotores de aprendizagens significativas, sen- do estas, uma tarefa de todos, tanto do curso de Pedagogia como do profissional da Educação Básica.

PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia, Projeto Mão Amiga, Pensamento, Ação, Relações, Afetivas.

1 INTRODUÇÃO

A entrada na escola é um marco importante na vida de uma pessoa e se caracteriza como um desafio, uma

vez que representa a ampliação do convívio social e a saída da rotina familiar para a inserção em um novo e estranho es- paço social e afetivo. Neste processo, se acredita ser de grande importância o papel do professor na busca da construção de saberes sociais e científicos, levando-se em conta que cada aluno é único e necessita do auxílio do professor para se sentir mais seguro e acolhido no processo de inserção no ambiente escolar.

Evidencia-se assim, a importância do trabalho pedagógico voltado para a construção de laços afetivos entre o aluno e o professor, visando à adaptação do ser aprendente ao espaço físico e social da escola por entendermos que o aluno que é tratado com afeto pelo seu professor se sente mais seguro para enfrentar as vicissitudes da vida na escola.

Neste contexto, entendemos que o educador tem que ser e estar preparado para acolher o ser aprendente para que possa intervir com competência nos conflitos que por ventura surgem no cotidiano da sala de aula. Portanto, acreditamos que é necessário formar professores no interior do curso de Pedagogia para atuarem com competência exemplar na promoção de relações afetivas significativas em sala de aula.

O estudo aborda o tema Afetividade na Escola e justifica-se mediante a atuação das pesquisadoras no Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID oferecido pelo Curso de Pedagogia da UNESPAR/UV que visa proporcionar experiências da docência inicial para acadêmicos bolsistas que atuam e desenvolvem seus estudos com crianças com dificuldades de aprendizagem dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ao se efetuar intervenções pedagógicas com estes alunos, percebemos a importância em se pesquisar sobre como estão ocorrendo o pensamento-ação da promoção das relações afetivas entre professor/bolsista-aluno no interior da dinâmica do referido projeto.

Os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental que participam do projeto Mão Amiga CAPES/PIBID evidenciam em seus comportamentos, a importância da relação afetiva positiva entre os bolsistas acadêmicos e eles. Surge daí a necessidade em se desenvolver uma pesquisa que possa verificar como este fenômeno está ocorrendo no interior da dinâmica das intervenções pedagógicas Mãoamiguenses, isto é, no contexto do pensamento-ação das apren- dizagens da docência dos bolsistas.

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Neste contexto, a pesquisa bibliográfica de cunho exploratória apoiada em pesquisa de campo, tem por ob- jetivo, revelar o pensamento ação sobre como ocorrem as relações afetivas entre professor/bolsista acadêmico e o aluno com dificuldades de aprendizagem na sala de aula das escolas parceiras do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID oferecido pelo Curso de Pedagogia da UNESPAR/UV.

2 DESENVOLVIMENTO

A sociedade escolar moderna vive uma crise de valores e papéis no qual o professor além de ensinar precisa educar. Saltini (2002, p.70) corrobora esta visão ao explicar que, “quando uma criança vai à escola, não vai apenas para aprender, mas também para vivenciar o aprendizado como um todo e quem assim a percebe poderá então orientá-la rumo ao amanhã”. Evidenciamos que o professor ao estabelecer um clima de confiança e respeito para com o aluno, passa a ser um grande mediador das aprendizagens destes, uma vez que através do vínculo motivacional e afetivo esta- belecido entre o par educativo, o aprendizado acontece naturalmente.

Entendemos que a afetividade é um fator relevante no processo ensino aprendizagem e precisa ser fortalecida nas relações educacionais dentro e fora da escola. Isto se deve ao fato de que os alunos trazem consigo várias situações e vivências emocionais para sala de aula, apresentando consequências em suas vivências tanto na vida escolar como familiar e social.

Nem todas as crianças reagem da mesma maneira a estímulos e as situações encontradas na sala de aula. No cotidiano escolar, são muitos os conflitos entre professores e alunos. Agitação, raiva, dispersão, perda de controle do professor sobre alguma situação são exemplos destes conflitos. Os acadêmicos bolsistas do Projeto Mão Amiga CAPES/ PIBID, encontram em Wallon (1995 p.105) subsídios para entender a dinâmica relacional e afetiva em sala de aula, quando este explica que:

Com o apoio de informações teóricas sobre as características do comportamento emocional e usando sua capacidade de análise reflexiva, o professor deve buscar identificar, nos fatores implicados em cada situação, aqueles que agem como “combustíveis” para o agravamento da crise. Sabemos que em geral não é possível que essa reflexão seja feita simultaneamente à crise. É somente depois de tê-la vivido, já fora do “calor” do momento, que se torna pos- sível a reflexão, a avaliação e uma possível compreensão da situação.

Nota-se que devemos ficar atentos com o comportamento afetivo dos alunos quando os recebemos na esco- la, pois cada um vem com uma bagagem emocional familiar positiva ou negativa. Neste tocante, cabe ao professor saber lidar com essas situações cotidianas. As crianças do projeto passam por dificuldades de aprendizagem, sendo que sobre o comportamento afetivo, as análises de Coll (2004, p.120) ensinam que:

Os problemas emocionais e sociais podem desempenhar um papel importante nas dificuldades gerais de aprendizagem e no rendimento, seja como fator etiológico fundamental ou colateral por exemplo, por deficiências na motivação, na concentração ou no planejamento da conduta; má relação com o professor ou com os colegas; protesto contra os pais por meio de sua conduta escolar; baixo sentimen- to de autoestima; baixo sentimento de auto eficácia; ansiedade excessiva.

Entende-se que o meio onde a criança convive tem fator relevante nos problemas emocionais e sociais, as crianças necessitam de bons modelos, de alguém que assuma o papel de mostrar o caminho, a direção certa e, portanto, muitas vezes se espelham no seu professor quando há afetividade e cumplicidade entre ambos.

Os pais precisam estar inseridos na educação de seus filhos e desempenhar seus papéis com firmeza e com carinho. Quando escola e pais trabalham em conjunto em prol do aluno o aprendizado acontece. Kullok (2002, p.57) salienta que, “a escola, na figura do professor, precisa compreender o aluno e seu universo sócio cultural.”.

Evidenciamos que a afetividade e as relações afetivas estão presentes todos os dias e em todos os momentos no processo de aprendizagem, daí sua importância na formação docente inicial. Cabe ao professor ser o mediador do conhecimento, proporcionar e estimular ao aluno sua formação pessoal e intelectual. A criança precisa envolver-se no ambiente escolar e sentir-se acolhida em

todos os sentidos, possibilitando seu desenvolvimento em sua

totalidade, não descaracterizando suas origens. Para Lück e Carneiro (1985, p.80):

Cabe à escola esforçar-se por propiciar um ambiente estável e seguro, onde as crianças se sintam bem, porque nestas condições a atividade intelectual fica facilitada. Neste sentido, alguns pontos que se julgam centrais para a compreensão do desenvolvimento afetivo e de seu papel na aprendizagem devem ser discutidos.

A criança precisa se sentir bem no ambiente em que está inserida, cabe ao adulto proporcionar condições físicas e emocionais para seu desenvolvimento. A relação afetiva estabelecida com os alunos deve ser baseada no amor e no companheirismo para a promoção do desenvolvimento e da aprendizagem. O ambiente que a criança está se de- senvolvendo deve ser rico de afeto, atenção, cuidados e limites, só assim poderão desenvolver-se bem sem excessos que pode prejudicá-la no seu desenvolvimento.

É justamente neste contexto argumentativo sobre a importância da Afetividade e das relações afetivas em sala de aula, que a investigação do estudo é delimitada ao se desenhar o objetivo de revelar o pensamento ação, sobre como ocorrem as relações afetivas entre professor/bolsista acadêmico e o aluno com dificuldades de aprendizagem na sala de aula do projeto Mão Amiga CAPES/PIBID.

A pesquisa de campo é do tipo exploratória, tendo como população os acadêmicos do curso de Pedagogia regularmente matriculados no ano letivo de 2016. A amostra é do tipo não probabilística intencional por acessibilidade e constou de 15 acadêmicos do curso, e que participam do projeto Mão Amiga CAPES/PIBID no ano letivo de 2016, os quais tiveram experiências de intervenções pedagógicas no ano letivo de 2015. O instrumento de coleta de dados, validado por pré-teste, constou de um questionário com 04 (quatro) perguntas abertas, mais três perguntas fechadas para delimitar o perfil dos bolsistas respondentes.

O instrumento de coleta de dados foi aplicado no segundo semestre letivo de 2016, em uma reunião de Tra- balho Coletivo do projeto, sendo que, se habilitaram a respondê-lo somente quinze bolsistas, uma vez que os outros 15 bolsistas haviam recém ingressado no projeto e ainda não haviam vivenciado intervenções docentes com regularidade. Dos quinze questionários distribuídos, cinco (05) bolsistas não retornaram o questionário.

Com relação ao perfil, constatamos que a maioria dos respondentes (50% são acadêmicos do 3.º ano e 30% formandos) são bolsistas que já cursaram mais da metade da matriz curricular do curso de Pedagogia UNESPAR/UV. Uma variável interveniente no conteúdo das respostas é o tempo de atuação dos respondentes com as atividades de intervenções docentes com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem em horário de contra turno, pois se somarmos a porcentagem do tempo de atuação de metade dos respondentes, se constata que 44 % tem menos de um ano de experiência docente no projeto (de 0 a 5 meses 11%, de 6 meses a 1 ano são 33% bolsistas) e apenas 45% bolsistas são mais experientes pois atuam com regularidade em dois tempos de aula semanal no Projeto há mais de 2 anos.

O gráfico 1 ilustra a porcentagem de respondentes acadêmicos conforme o tempo de atuação no projeto Mão Amiga Capes/PIBID:

Gráfico 1: Tempo de atuação no projeto Mão Amiga CAPES/PIBID dos bolsistas acadêmicos respondentes . Fonte: Dados das pesquisadoras (2016)

A primeira questão arguiu aos bolsistas respondentes: Qual a sua definição sobre afetividade em sala de aula do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID? A Tabela 1 revela algumas categorias de análise significativas sistematizadas com a frequência (ressaltamos que em todas as tabelas apresentadas a seguir, uma resposta contém mais de uma categoria, portanto o total da frequência é maior do que o número de respondentes) das respostas obtidas:

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CATEGORIA DE ANÁLISE Frequência

A afetividade é o que motiva o aprendizado do aluno. 07 É troca de afeto, pois as crianças são carentes do contato mais próximo com o professor e gos-

tam de receber carinho e atenção. 06

É interação, carinho e atenção entre o professor e o aluno. 05 A afetividade é a base do processo de ensino aprendizagem. 03 TABELA 1: Categorias de análise dos conceitos dos respondentes sobre Afetividade na sala de aula.

Fonte: Dados das pesquisadoras (2016)

No presente estudo, evidenciamos que a palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar) sendo o elemento básico da afetividade. A afetividade com base em Sadalla e Azzi (2004, p. 2) é definida como sendo “um conjunto de fenômenos psicológicos que são expressos sob a forma de emoções, sentimentos e paixões relacionadas a prazer/dor, satisfação/insatisfação, agrado/desagrado, alegria/tristeza”.

Igualmente nos fundamentamos em Wallon (2008, p.73) quando explica que:

a afetividade constitui um papel fundamental na formação da inteligência, de forma a determinar os interesses e necessidades individuais do indivíduo. Atribui-se às emoções um papel primordial na formação da vida psíquica, um elo entre o social e o orgânico.

Sobre estas perspectivas teóricas, os dados obtidos para definir as categorias de análise da questão n.º 01 dos respondentes, revelam que os mesmos estão sabendo localizar os conceitos da afetividade como um elo fundamental na definição do processo ensino aprendizagem ao afirmarem que a afetividade é o que motiva o aluno a aprender, que a afetividade é a troca de afeto, de carinho e de atenção do professor para com seus alunos. Neste sentido nos fundamen- tamos em Reginatto (2013, p. 09) quando explica que:

Por trás de um aluno com problemas, há na maioria dos casos uma grande carência emocional, que precisa ser investigada e compreendida pelo professor. Crianças que não têm uma boa estrutura fa- miliar e uma convivência alicerçada no afeto, carinho e amor, não conseguem demonstrar esses sen- timentos para com os demais membros da sociedade.

Deste modo evidenciamos que a emoção tem um papel fundamental no funcionamento da inteligência, pois é através do afeto que surge a motivação para que possamos resolver os problemas da vida, portanto, a afetividade é um processo fundamental para o ser humano. Assim, nos fundamentamos em Taile, Oliveira e Dantas (1992, p.66) quando explicam que para Piaget, “a afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a Razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações”.

Os vínculos emocionais que se estabelecem desde o nascimento influenciam na construção e no desen- volvimento do sujeito, proporcionando ferramentas para adquirir aprendizagem. Assim, ressaltamos que as relações afetivas construídas em sala de aula resultam em experiência positivas, trazendo benefícios para o aluno. Neste tocante, evidenciamos que para que haja aprendizagem o aluno precisa gostar do seu professor, sendo que a convivência em sala de aula deve ser agradável para o par educativo.

Uma categoria de análise importante revelada na pesquisa é a que aponta que os respondentes evidenciam a afetividade na relação professor-aluno como sendo essencial para o desenvolvimento da aprendizagem. Neste sentido os respondentes apontam que em sua práxis educativa com crianças com dificuldades de aprendizagem no projeto, o pensamento-ação vai à mesma direção de Reginatto (2013, p. 07) quando explica que

Considerando a importância das emoções, é essencial fortalecer a afetividade na relação entre pro- fessor e aluno para que esse vínculo possa estimular a melhora da autoestima. Se tiverem um laço de amizade, ambos se sentirão mais seguros e a convivência em sala de aula será muito mais agradável. Além disso, o aprendizado passa então a ganhar espaço para acontecer naturalmente.

A segunda questão versou sobre a seguinte pergunta: “em sua opinião a Afetividade pode contribuir para o ensino-aprendizado do aluno do projeto?” Todos os respondentes afirmaram que sim, sendo que a Tabela 2 apresenta as categorias de análise selecionadas para a justificativa da assertiva por parte dos bolsistas pesquisados:

CATEGORIA DE ANÁLISE Frequência Sim, pois o aluno que recebe carinho e atenção se sente motivado para aprender. 08

Sim, pois a criança necessita do afeto para poder aprender. 06 Sim, pois não há aprendizagem se o aluno não gosta e não confia no professor. 04 Sim, pois a parceria afetuosa entre o professor e o aluno é benéfica para ambos. 03

TABELA 2: Categorias de análise da opinião dos respondentes acerca da contribuição da afetividade para o processo ensino apren- dizagem do aluno do projeto.

Fonte: Dados das pesquisadoras (2016)

Os dados categorizados nos levam a inferir que os bolsistas respondentes estão sendo preparados com quali- dade no tocante às vivências profissionais docentes em formação, ao reconhecerem a importância da Afetividade como elemento essencial na relação professor-aluno e também como uma variável interveniente na aprendizagem ao se cons- tituir como elemento motivador do processo.

A partir dos dados da Tabela 2, ressaltamos que os respondentes demonstram ter consciência da sua respon- sabilidade profissional docente em promover o afeto e o carinho em sala de aula. Neste tocante Reginatto (2013, p. 06) corrobora esta postura quando ensina que “o ambiente escolar, [...], deve ser aconchegante e transmitir aos alunos a sensação de que ali é a sua segunda casa, pois muitas são excluídas, buscam sanar suas carências na escola, e pretendem encontrar as referências e exemplos que não encontram em casa no seu professor.”.

A questão três diz respeito ao pensamento-ação dos bolsistas respondentes em sala de aula e arguiu: “como é seu relacionamento com os alunos do Projeto Mão Amiga CAPES/PIBID?” A tabela 3 apresenta as categorias inferidas:

CATEGORIA DE ANÁLISE Frequência

Criamos um vínculo afetivo com base no diálogo e na amizade. 09

Muito bom e tranquilo. 07

Somos companheiros e o nosso relacionamento é de respeito, atenção e carinho. 05 Os alunos gostam de estar comigo, pois são instigados a aprender. 04

TABELA 3: Categorias de análise da opinião acerca de como ocorre o relacionamento do professor/bolsista com seus alunos no projeto. Fonte: Dados das pesquisadoras (2016)

Pesquisar sobre o relacionamento professor aluno com bolsistas respondentes em fase de formação docente inicial, é revelar como as relações afetivas acontecem e a importância da ocorrência deste fenômeno em sala de aula e nas aprendizagens profissionais. Deste modo, os dados sistematizados revelam que este fenômeno ocorre tranquilamente no interior da sala de aula do projeto, é muito bom para os bolsistas respondentes e acontece por meio da criação dos importantes vínculos afetivos entre o professor e aluno com base no diálogo.

As categorias da Tabela 3 nos permitem inferir também que os respondentes entendem que a escola é um espaço de construção de conhecimento e convivência que busca instruir a criança para a socialização e formação pessoal, onde neste contexto se situam as relações afetivas. Reginatto (2013, p. 07) fundamenta estas percepções quando ensina: Se o aluno encontrar um professor tenso, impaciente e grosseiro, fica difícil reagir com afeto e dedicação, pois acaba se contagiando pelo clima pesado do ambiente. Do contrário, se encontrar um professor alegre, esperando ansioso pela sua chegada, lhe desejando boas- -vindas, paciente e disposto a ajudá-lo, certamente tentará fazer o mesmo para agradá-lo.

(REGINATTO, 2013, p. 07)

A última pergunta questionou os bolsistas respondentes sobre: “como ocorrem as relações afetivas entre você, bolsista do Projeto Mão Amiga e seus alunos em sala de aula? Relate um caso”.

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CATEGORIA DE ANÁLISE Frequência

Ocorreu de forma natural com a criação e promoção de vínculos afetivos. 07 Por meio de estímulos pedagógicos significativos que promovem a autoestima do aluno. 06 Pelo diálogo e manifestações de carinho e acolhimento para com os alunos 04 Pelo relacionamento agradável entre o professor e o aluno. 03

TABELA 4: Categorias de análise dos conceitos dos respondentes sobre Afetividade na sala de aula.

Fonte: Dados das pesquisadoras (2016)

Os dados revelam que os bolsistas respondentes vivenciam a relação afetiva entre o par educativo de forma natural, com a criação e promoção de vínculos afetivos, por meio de estímulos pedagógicos significativos que melho- ram a autoestima dos alunos pelo diálogo, manifestação de carinho, acolhimento e relacionamento agradável entre professor e aluno. Sobre estas importantes categorias de análise reveladas, os ensinamentos de Reginatto (2013, p. 07) são esclarecedores para fundamentar as percepções de que os respondentes estão no caminho certo na promoção das relações afetivas no projeto:

Ser promotor de afetividade é incentivar, apoiar, aconselhar. Pequenas atitudes podem fazer a dife- rença para aquela criança que chega à escola totalmente desmotivada e desanimada, sem vontade de se abrir para novas oportunidades de aprendizado. Se, ao invés de criticá-la pela sua postura diferen- ciada em relação aos demais membros da turma, o professor elogiar seus aspectos positivos, já estará fazendo um grande bem. Talvez este possa ser o único local onde a criança poderá ter suas qualidades reconhecidas.

As categorias apresentadas na tabela 4 também nos permitem inferir a consciência e preocupação dos bolsis-

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