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P OPULAÇÃO LIVRE E ESCRAVA DE B ELÉM , DO B AIXO T OCANTINS E DA Z ONA G UAJARINA EM

LOCALIDADE/FREGUESIA LIVRES ESCRAVOS TOTAL N % N % B ELÉM 3.024 50,7 2.942 49,3 5.966 (100,0%) Santana 3.748 57,5 2.773 42,5 6.521 (100,0%) SUBTOTAL 6.772 54,2 5.715 45,8 12.487 (100,0%) B A IX O T OC A N T IN S E Z ON A G U A J A R IN A Abaeté 3.711 69,4 1.639 30,6 5.350 (100,0%) Acará 1.539 51,7 1.437 48,3 2.976 (100,0%) Baião 1.500 76,9 450 23,1 1.950 (100,0%) Barcarena 472 56,4 365 43,6 837 (100,0%) Benfica 913 92,7 72 7,3 985 (100,0%) Bujaru 799 46,6 915 53,4 1.714 (100,0%) Cametá 8.068 85,4 1.382 14,6 9.450 (100,0%) Capim 1.874 52,3 1.710 47,7 3.584 (100,0%) Igarapé-Miri 1.734 48,5 1.839 51,5 3.573 (100,0%) Moju 1.429 45,3 1.728 54,7 3.157 (100,0%) São Miguel do Guamá 629 58,7 442 41,3 1.071 (100,0%) SUBTOTAL 22.668 65,4 11.979 34,6 34.647(100,0%)

TOTAL 29.440 62,5 17.694 37,5 47.134 (100,0%)

OBS:Em relação a todas as localidades elencadas, foram utilizados somente os dados concernentes às freguesias

homônimas, salvo nos casos das localidades de Abaeté, em que também foram consideradas as vilas de Beja e do Conde, e do Capim, em que também foi considerada a paróquia de São Domingos da Boa Vista.

FONTE:BAENA, Antônio. Ensaio corográfico sobre a Província do Pará, op. cit., p. 260-68.

Como podemos observar a partir da TABELA 2.11, em 1823, o núcleo central de Belém era composto por duas freguesias, com marcantes traços de urbanização: Sé e Santana. O Bai- xo Tocantins e a Zona Guajarina, por sua vez, eram compostos por 11 localidades que, apesar de Cametá, que na altura já apresentava certo nível de urbanização, constituíam uma paisagem essencialmente rural. Se, por um lado, a escravaria do núcleo urbano central de Belém encon- trava-se bem distribuída entre as suas freguesias que o enformavam (os pesos relativos dos ca-

tivos da Sé e de Santana eram de, respectivamente, 51,5% e 48,5%, do contingente escravo de tal núcleo), a escravaria do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina, apresentava um grande con- traste intrarregional: enquanto Abaeté, Acará, Cametá, Capim, Igarapé-Miri e Moju perfaziam 81,3% dos cativos dessas regiões, as outras cinco localidades que integravam o Baixo Tocan- tins e a Zona Guajarina concentravam apenas os 18,7% dos escravos remanescentes das regi- ões tocantina e guajarina.

Abaeté, Acará, Cametá, Capim, Igarapé-Miri e Moju eram, naquele contexto, as loca- lidades com o maior grau de dinamismo econômico do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina. Cametá, além de constituir o principal núcleo urbano das macrorregiões tocantina e guajarina, era um dos principais núcleos produtores de cacau do Pará. Já Abaeté, Acará, Capim, Igarapé- Miri e Moju eram os cinco dos principais núcleos da tradicional lavoura canavieira dessas re- giões e onde estavam estabelecidas algumas das mais proeminentes famílias detentoras de en- genhos de açúcar, do Grão-Pará sete-oitocentista, a exemplo das famílias Corrêa de Miranda e Oliveira Pantoja, cujas trajetórias já foram oportunamente analisadas em estudos anteriores.268 As demais cinco localidades que faziam parte do Baixo Tocantins e a Zona Guajarina (Baião, Barcarena, Benfica, Bujaru e São Miguel do Guamá) também se dedicavam à produção de de- rivados da cana-de-açúcar e do cacau, conquanto que se notabilizassem pela produção de gê- neros alimentícios.

Aquelas seis localidades (Abaeté, Acará, Cametá, Capim, Igarapé-Miri e Moju) consti- tuíam não somente os principais núcleos de economia escravista das regiões tocantina e guaja- rina, mas também alguns dos mais importantes redutos escravistas da província do Grão-Pará. A título de ilustração, as escravarias de Igarapé-Miri e Moju, totalizavam somadas 3.567 cati- vos. Por si só, esse contingente era maior que as escravarias do Nordeste Paraense, do Xingu, do Rio Negro (atual Amazonas), do Cabo do Norte (atual Amapá) e do Marajó (neste caso por somente 20 cativos), em 1823. De todas as regiões paraenses, as escravarias de Igarapé-Miri e Moju somadas não superavam, apenas, as populações cativas do núcleo urbano central de Be- lém, das próprias regiões tocantina e guajarina, e também do Baixo Amazonas (esta que supe- rava as escravarias de Igarapé-Miri e Moju por, tão-somente, 90 cativos).

268 cf.: ÂNGELO, Helder Bruno Palheta. O longo caminho dos Corrêa de Miranda no século XIX: um estudo

sobre família, poder e economia. Dissertação de Mestrado (História Social da Amazônia) – Instituto de Filoso-

fia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, 2012; SANTOS, Marília Cunha Imbiriba dos. Família,

Trajetória e Poder no Grão-Pará Setecentista: os Oliveira Pantoja. Dissertação de Mestrado (História Social

Em 1848, enquanto o núcleo urbano central de Belém, que havia assistido à criação de mais uma paróquia (Trindade, derivada da expansão da cidade em direção o que viria a ser, no fim da década de 1860, a freguesia de Nazaré), teve um decréscimo de 11,0%, de sua escrava- ria em relação aos dados de 1823, o Baixo Tocantins e a Zona Guajarina viram sua escravaria manter um número de cativos praticamente inalterado, que cresceu apenas 1,5%, em relação a 1823. Contudo, apesar da manutenção geral da escravaria tocantina e guajarina, as escravarias de algumas das localidades que as integravam apresentaram variações decerto expressivas. Ao passo que as escravarias de Igarapé-Miri e de Moju manifestaram reduções de, supostamente, de 54,9% e 36,0%, em respectivo, a escravaria de Cametá cresceu 163,1% em relação número de cativos existente na localidade em 1823.

TABELA 2.12

POPULAÇÃO LIVRE E ESCRAVA DE BELÉM, DO BAIXO TOCANTINS E DA ZONA GUAJARINA EM 1848 LOCALIDADE/FREGUESIA LIVRES ESCRAVOS TOTAL N % N % B ELÉM 6.426 66,5 3.244 33,5 9.670 (100,0%) Santana 3.642 71,2 1.472 28,8 5.114 (100,0%) Trindade 1.782 82,8 369 17,2 2.151 (100,0%) SUBTOTAL 11.850 70,0 5.085 30,0 16.935 (100,0%) B A IX O T OC A N T IN S E Z ON A G U A J A R IN A Abaeté 4.333 77,4 1.268 22,6 5.601 (100,0%) Acará 2.023 58,6 1.428 41,4 3.451 (100,0%) Baião 2.288 95,0 120 5,0 2.408 (100,0%) Barcarena 1.431 68,5 659 31,5 2.090 (100,0%) Benfica 1.266 81,3 291 18,7 1.557 (100,0%) Bujaru 1.078 68,0 507 32,0 1.585 (100,0%) Cametá 13.841 79,2 3.638 20,8 17.479 (100,0%) Capim 2.655 60,0 1.770 40,0 4.425 (100,0%) Igarapé-Miri 984 54,3 829 45,7 1.813 (100,0%) Inhangapi 682 63,3 395 36,7 1.077 (100,0%) Moju 3.297 74,9 1.105 25,1 4.402 (100,0%) São Miguel do Guamá 384 71,8 151 28,2 535 (100,0%)

SUBTOTAL 34.262 73,8 12.161 26,2 46.423 (100,0%)

TOTAL 46.112 72,8 17.246 27,2 63.358 (100,0%)

OBS:Em relação a todas as localidades elencadas, foram utilizados somente os dados concernentes às freguesias

homônimas, salvo nos casos das localidades do Capim, em que também foi considerada a paróquia de São Do- mingos da Boa Vista, e de Moju, em que também foi considerada a paróquia de Nossa Senhora da Soledade do

Cairari.

FONTE:PARÁ. Relatório apresentado à Assembleia Legislativa da Província do Pará na primeira sessão da XIII Legislatura pelo Exmo. Sr. Presidente da Província, Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque em 1º de setembro

Comparando os dados do mapa de 1848 ao mapa de 1849 – incompleto, por não ter ar- rolado todas as paróquias da província nesse ano269 – somos levados a crer que houve um sub- registro da população de Igarapé-Miri em 1848. O mapa de população de 1849 sinaliza a exis- tência de ligeiro aumento do contingente livre e decréscimo do contingente escravo dessa lo- calidade; segundo tal mapa, de 2.072 e 1.682 indivíduos, respectivamente. A comparação com o mapa de 1849 permite-nos observar, outrossim, a tendência declinante da população escrava de Moju (com a inclusão da freguesia de paróquia de Nossa Senhora da Soledade do Cairari), que perfazia 1.255 cativos, em 1849, e a tendência ascendente da população escrava de Came- tá, que totalizava 3.231 cativos no mesmo ano. Como o mapa de 1849 não apresentou a popu- lação cativa de todas as freguesias que na altura constituíam o núcleo urbano central de Belém (apenas a Sé teve os seus 3.309 escravos coligidos) a possibilidade de criticarmos os dados do mapa de 1848, no que concerne a essa região específica da província, acaba comprometida.270

Apesar da eventual sub-representação de Igarapé-Miri no mapa de população do Grão- Pará de 1848, podemos observar que as mesmas seis localidades (Abaeté, Acará, Cametá, Ca- pim, Igarapé-Miri e Moju) que, em 1823, concentravam 81,3% da escravaria do Baixo Tocan- tins e da Zona Guajarina, assistiram ao seu peso relativo correspondente diminuir para 67,2%, em 1848. Ao mesmo tempo em que a população cativa desse conjunto de seis localidades de- cresceu em relação a 1823 – em alguma medida, devido ao subregistro da escravaria de Igara- pé-Miri –, as escravarias das demais localidades do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina exi- biram certa expansão – como nos casos de Barcarena (crescimento de 80,5% desde 1823) e de Benfica (crescimento de 304% desde 1823, não obstante sua reduzida escravaria). Adicional- mente, a criação da nova localidade de Inhangapi contribuiu para tal rearranjo.271

269 PARÁ. Relatório apresentado à Assembleia Legislativa da Província do Pará na primeira sessão da XIII Legis-

latura pelo Exmo. Sr. Presidente da Província, Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque em 1º de setembro de 1862. Pará: Typ. de Frederico Carlos Rhossard, 1862, p. 96.

270 De forma a verificarmos se o decréscimo da população de Igarapé-Miri seria resultado de um eventual subre-

gistro ou de um fortuito impacto da Cabanagem na população – em especial na população escrava – de tal locali- dade, consultamos, além do sobredito mapa de população de 1849, os mapas parciais de 1839 e 1842, confeccio- nados, sob a presidência de Bernardo de Souza Franco. Tais mapas estão disponíveis, respectivamente, nos acer- vos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB, Coleção Manoel Barata, DA 2, 4, 4, doc. 02, c. 1839) e da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (BN/RJ, Coleção Pará, Mapa com resultado do recenseamento feito na província do Pará, semelhante ao de 1842, c. 1842, II-32,13,010). Ainda que se trate de mapas bastante incom- pletos que não nos informam sobre a maioria das localidades localizadas, no Baixo Tocantins e na Zona Guajari- na (inclusive de Igarapé-Miri), podemos verificar, por exemplo, o crescimento da escravaria de Cametá, uma das poucas localidades contempladas, em ambos os mapas. A população escrava de Cametá, que totalizava 1.382 ca- tivos, em 1823, cresceu para 1.779 escravos, em 1842, até chegar à cifra de 3.638 cativos, em 1849. A escravaria dessa localidade em 1839, provavelmente sub-representada, perfazia 815 cativos. Registramos um agradecimen- to especial à professora Márcia Mello, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pela indicação e conces- são dessas fontes digitalizadas.

271 A freguesia de São Vicente de Inhangapi foi criada pela Lei n. 14 de 09 de setembro de 1839. BENJAMIN, An-

TABELA 2.13

POPULAÇÃO LIVRE E ESCRAVA DE BELÉM, DO BAIXO TOCANTINS E DA ZONA GUAJARINA EM 1872

LOCALIDADE/FREGUESIA LIVRES ESCRAVOS TOTAL

N % N % B ELÉM 13.401 85,2 2.325 14,8 15.726 (100,0%) Santana 6.942 90,6 717 9,4 7.659 (100,0%) Trindade 5.908 88,6 759 11,4 6.667 (100,0%) Nazaré 2.870 65,0 1.542 35,0 4.412 (100,0%) SUBTOTAL 29.121 84,5 5.343 15,5 34.464 (100,0%) B A IX O T O C A N T IN S E Z ON A G UAJ A R IN A Abaeté 7.424 79,2 1.954 20,8 9.378 (100,0%) Acará 5.125 86,6 792 13,4 5.917 (100,0%) Baião 4.242 95,5 199 4,5 4.441 (100,0%) Barcarena 3.764 85,4 645 14,6 4.409 (100,0%) Benfica 3.260 90,6 337 9,4 3.597 (100,0%) Bujaru 3.890 91,4 364 8,6 4.254 (100,0%) Cametá 18.713 88,5 2.436 11,5 21.149 (100,0%) Capim 6.763 83,5 1.333 16,5 8.096 (100,0%) Igarapé-Miri 6.383 75,3 2.099 24,7 8.482 (100,0%) Inhangapi 1.545 83,4 307 16,6 1.852 (100,0%) Mocajuba 2.847 88,0 387 12,0 3.234 (100,0%) Moju 5.362 90,1 589 9,9 5.951 (100,0%) Mosqueiro 3.443 88,9 429 11,1 3.872 (100,0%) São Miguel do Guamá 2.404 86,2 386 13,8 2.790 (100,0%) SUBTOTAL 75.165 86,0 12.257 14,0 87.422 (100,0%)

TOTAL 104.286 85,8 17.600 14,4 121.886 (100,0%)

OBS:Em relação a todas as localidades elencadas, foram utilizados somente os dados concernentes às freguesias

homônimas, salvo no caso das localidades de Abaeté, em que também foi considerada a paróquia de São Miguel de Beja; de Cametá, em que também foi considerada a paróquia de Nossa Senhora do Carmo do Tocantins; do Capim, em que também foi considerada a paróquia de São Domingos da Boa Vista, e de Moju, em que também

foi considerada a paróquia de Nossa Senhora da Soledade do Cairari.

FONTE:BRASIL. Diretoria Geral de Estatística. Recenseamento Geral do Império de 1872. Rio de Janeiro: Typ. Leuzinger/Tip. Commercial, 1876, v. 1, p. 211-2.

Entre 1848 e 1872, a população cativa do núcleo urbano central de Belém e a do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina cresceram, respectivamente, 5,1% e 0,8% – diante de um qua- dro de decréscimo geral da escravaria paraense, de 7,6%. Nesse intervalo, foi criada uma nova paróquia no núcleo urbano central de Belém (Nazaré), que em 1872 já reunia 28,9% da escra- varia da cidade.272 Nesse mesmo intervalo o Baixo Tocantins e a Zona Guajarina, por sua vez,

1853). Belém: Tip. Comercial de Antônio José Rabelo Guimarães, 1854, p. 12. Tratava-se de uma localidade vi-

zinha à Bujaru, que ao ser ereta pode ter incorporado parte da população de Bujaru, contribuindo para a diminui- ção assinalada da população de Bujaru, de 915 cativos em 1823 para 507 cativos em 1848. Nesse ano, Inhangapi surgiu com 395 escravos, número próximo à diminuição da escravaria de Bujaru.

272 Em estudo anterior, analisando a demografia de Belém nos meados do século 19, argumentamos que o fato de

presenciaram a criação de duas novas localidades (Mocajuba, advinda de Cametá, e Mosquei- ro, uma das ilhas que circundam Belém). A criação da nova freguesia urbana de Belém (Naza- ré), tal como a criação das novas localidades no Baixo Tocantins na Zona Guajarina (Mocaju- ba e Mosqueiro), muito provavelmente foram decorrentes, vale dizer, de uma expansão da re- giões efetivamente povoadas do Pará, cujo desenvolvimento esteve atrelado, em grande medi- da, ao crescimento acentuado da população livre do Pará – encorpado pela migração destinada à província –, a uma taxa média de 2,82% a.a., entre 1848 e 1872.

Os dados (TABELA 2.13) revelam uma concentração especialmente acentuada da popu- lação escrava do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina, não mais em seis, porém em três loca- lidades: Abaeté, Cametá e Igarapé-Miri. Tais localidades, que empregavam 40,6% e 47,2% da escravaria das regiões tocantina e guajarina, respectivamente, nos anos de 1823 e 1848, passa- ram a concentrar mais da metade (52,9%) da escravaria dessas regiões em 1872. Essa concen- tração ilustra, a nosso ver, a ascensão e consolidação de Abaeté, Cametá e Igarapé-Miri, como as localidades economicamente mais dinâmicas do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina – no caso de Abaeté e Igarapé-Miri, com um dinamismo econômico relacionado à produção de de- rivados da cana-de-açúcar e, no caso particular de Cametá, com um dinamismo econômico as- sociado à produção de cacau. Por outro lado, algumas localidades outrora destacadas por suas grandes escravarias como Acará e Moju, assistiram a uma patente redução de suas populações escravas de, respectivamente, 44,5% e 46,7%, em relação a 1848.

Abaixo (TABELA 2.14), encontram-se as taxas médias de crescimento anual da popula- ção das localidades vislumbradas do núcleo urbano central de Belém, do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina, tendo, como referência, os intervalos de 1823-1848, 1848-1872 e 1823-1872. As variações indicadas nas taxas de crescimento das freguesias centrais belenenses e das loca- lidades tocantinas e guajarinas corroboram grande parte das tendências apontadas nos últimos parágrafos, especialmente a tendência ao incremento do peso relativo das escravarias de Aba- eté, Cametá e Igarapé-Miri, entre 1848 e 1872. Das localidades do Baixo Tocantins e da Zona Guajarina com populações escravas maiores que 500 cativos, apenas Abaeté, Cametá e Igara- pé-Miri manifestaram taxas de crescimento positivo, se considerarmos todo o intervalo de ob- servação (1823-1872). As escravarias dessas localidades cresceram a taxas médias, de respec- tivamente, 0,36% a.a., 1,16% a.a. e 0,27% a.a., nesse interstício. Ritmos de crescimento maio- res que o praticamente constante encontrado para as regiões tocantina e guajarina em um todo.

do próprio processo de expansão da cidade de Belém, onde os cativos podem ter acompanhado a mudança de

seus senhores às áreas de colonização mais recente”. BARROSO, Daniel Souza. Casamento e compadrio em Be-

TABELA 2.14

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