• Nenhum resultado encontrado

OS PRIMEIROS PASSOS A busca da felicidade

Se a felicidade é o objetivo de nossa vida, por que colhemos tanta infelicidade e sofrimento ao longo de nossa existência? A razão para esse contraste entre nosso róseo ideal e nossa triste realidade é que, em nossa ignorância, buscamos a felicidade onde, quando e como de forma não-apropriada. Ademais,

geralmente, não entendemos devidamente a operação dos mecanismos que nos impelem nessa busca. Esses mecanismos são o desejo e a insatisfação que, com o passar do tempo produzem crises na vida do homem.

Grande parte da humanidade imagina que seria feliz se conseguisse obter essa ou aquela satisfação ou se tivesse um determinado problema resolvido. Em suma, pensam que a felicidade pode ser alcançada com a satisfação dos desejos. Não é difícil de perceber, observando-se o comportamento e as reações das pessoas em suas vidas diárias, que a satisfação de um desejo traz apenas alegria momentânea. Depois de algum tempo as pessoas voltam a experimentar a insatisfação. A razão dessa insatisfação decorre da natureza do desejo.

O desejo é a expressão terrena da energia divina da Vontade. A Vontade, nos planos espirituais, é o meio para a realização dos objetivos do Plano de Deus. Já o desejo, sendo uma distorção da Vontade voltada para aquilo que é material e passageiro, tende geralmente a afastar o homem de sua meta divina. O desejo é, portanto, uma força extremamente poderosa que, geralmente, molda de forma negativa a vida do ser humano, causando sofrimento. O livro sagrado dos hindus falando sobre os homens ignorantes, diz:

“Entregam-se aos prazeres carnais e dizem que esse é o mais alto bem. Mas nunca os prazeres sensuais os satisfazem, porque mal um apetite obteve satisfação, já emerge um outro, cada vez mais imperioso. Esses homens são hipócritas, vaidosos e ilusos. Enleados nas teias do desejo,

entregam-se à volúpia, à ira e à avareza; prostituem as suas mentes e o seu sentimento de justiça, procurando acumular riquezas por meios ilegais, com o fim de terem com que satisfazer os desejos

materiais”.[1]

“Filho, muitas vezes, procura o homem, ansiosamente, alguma coisa que deseja; quando, porém, a alcança, começa a pensar de outro modo; porque as afeições não são duráveis e passam,

facilmente, de um a outro objeto. Não é, pois, pequena coisa, mesmo nas coisas mínimas, cada um

renunciar-se a si mesmo”.[2]

Deus, com sua infinita sabedoria, utiliza o desejo e a insatisfação como instrumentos para conduzir o homem, ainda que por um longo e sinuoso caminho, à verdadeira felicidade. Sempre que o homem se afasta de seu objetivo último, um mecanismo retificador automático é acionado. Esse mecanismo é a insatisfação, que é reforçada pelo sofrimento. Ambos operam de forma a redirecionar as atividades do homem para que encontre sua meta. A semente da insatisfação foi lançada por Deus no âmago do ser humano como uma bússola interior que permite à alma reorientar-se quando se perde no marasmo das paixões ou é desviada da rota pelos rodamoinhos dos apegos, para que possa chegar finalmente ao porto seguro da Casa do Pai. A insatisfação não é, como muitos pensam, necessariamente uma maldição, uma fraqueza ou um vício de caráter. É, na verdade, uma dádiva divina, uma espécie de

alarme da alma sinalizando que alguma coisa importante está faltando. Ela atua, aliada a seu parceiro, o desejo, como o primum mobile da vida humana.

A realidade de nossa existência terrena é de eterna insatisfação. Perseguimos algo, seja uma conquista amorosa, um bem material, uma posição social ou uma realização profissional, com todo afinco, como se nossa vida e felicidade dependessem inteiramente da realização do objetivo imediato à nossa frente. No entanto, quando conseguimos o que buscávamos tão ardentemente, verificamos que, após um certo período de satisfação, geralmente curto, surgem irresistíveis anseios de novas conquistas e realizações, impelindo-nos à busca de algo mais. E essa ciranda da vida continuará indefinidamente enquanto

estivermos procurando a felicidade nas coisas do mundo, porque o nosso verdadeiro ser não é desse mundo. Se, por um lado, essa triste realidade é uma fonte perene de frustração, ela é também a garantia de nossa eventual libertação da prisão da materialidade.

Como disse o divino Mestre, enquanto estivermos procurando saciar a sede com a água deste mundo voltaremos a ter sede; porém, quando conseguirmos beber a ‘água viva’ da plenitude, seremos saciados. [3] Portanto, a insatisfação é um aspecto da força dinâmica que impele o homem a buscar a felicidade. Se ela não estivesse sempre insuflando a natureza humana, a inércia governaria o homem, fazendo com que ele permanecesse acomodado não se importando com a sua situação, seja ela qual fosse.

Chega um momento em que o homem começa a questionar a razão de ser da vida. É nessa etapa de divina insatisfação que o homem é impelido a encontrar ideais mais elevados, a tentar a transcendência da vida meramente material. Essa busca é expressa em mitos de diferentes tradições, tais como a busca do velo de ouro na Grécia Antiga, ou da pérola preciosa de que nos fala o Hino da Pérola do cristianismo primitivo ou do santo graal na Idade Média na Europa.

A insatisfação e o sofrimento podem levar a uma situação de crise. As crises são especialmente

importantes no despertar e no redirecionamento da vida do homem. Todos nós passamos por inúmeras crises em nossa vida, algumas delas tão sérias que passam a ser marcos referencias de nossa

intimamente relacionado ao apego. O apego às posses gera terríveis sofrimentos quando as

circunstâncias da vida levam a perda do que possuímos. Assim, crises podem ocorrer com a perda da juventude, da beleza, da fortuna, do poder, da posição social ou dos pais, do companheiro, dos filhos, etc. Na maior parte dos casos esse apego reflete a auto-imagem idealizada do indivíduo que imagina essas posses como uma extensão de si mesmo.

Muitas pessoas estão apegadas às sensações e emoções fortes, tais como as dos vícios (álcool, drogas, fumo, gula, sensualidade, etc.). Os prisioneiros do vício, mais cedo ou mais tarde, colhem os resultados de sua fraqueza na forma de doenças graves, perda de emprego, perda do companheiro ou abandono pela família. Mas ainda existem outras fontes de apegos que também levam à crises, como o apego mental às idéias, fonte da ambição desmedida e do orgulho. Qualquer que seja a fonte do apego, o desapontamento será inevitável com a perseguição de objetivos ilusórios, quando não fúteis, que levam sempre ao sofrimento, porque a perda das coisas deste mundo é inevitável.

Mas por que ocorrem as crises? Porque o homem, condicionado por seus hábitos, vivendo como virtual prisioneiro deles, é geralmente incapaz de mudar seu comportamento, mesmo quando percebe que sua atitude é prejudicial à saúde do corpo e da alma. O pior é que, no mais das vezes, nem mesmo se dá conta de que está enredado em algo contrário a seus interesses maiores. Não consegue perceber que seu padrão de comportamento, ainda que buscando a felicidade, é, na verdade, fonte de grande

sofrimento. A Sabedoria Antiga ensina que isso se deve à inércia da matéria. Quando um determinado comportamento é repetido várias vezes, estabelece-se uma tendência em nossos corpos inferiores

(material, etérico, astral e mental concreto), que se perpetua até que a energia inicial seja identificada e redirecionada.

Porém, esses condicionamentos devem ser entendidos dentro de uma perspectiva mais ampla, pois tudo na vida do homem tem sua razão de ser durante certa fase de sua vida. Assim, o útero materno é

imprescindível para a sobrevivência do feto, mas deve ser abandonado para que o bebê possa continuar seu progresso como ser humano. O recém-nascido encontra maior proteção e conforto no berço, porém, esse terá que ser abandonado depois de poucos anos, porque, num determinado momento, vai tornar- se fator limitativo ao crescimento subseqüente da criança.

Da mesma forma, várias estruturas condicionantes do homem moderno, tais como a agressão, a competitividade e a ambição, que atualmente se configuram como limitativas do seu progresso, já tiveram sua importância numa fase anterior da evolução da alma. Por isso Jesus preconizava isenção e discernimento superiores nas avaliações a respeito do semelhante: “Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça” (Jo 7:24). A verdadeira justiça requer que todos os fatos pertinentes sejam levados em consideração. Mas quem está disposto e capacitado a fazê-lo? Já não é pequeno o desafio de cada um de nós para reconhecer os próprios erros, julgando nossa própria vida, para mudá-la de acordo com os ditames do coração. Lembremos as palavras de Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medirdes sereis

medidos. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu?” (Mt 7:1-3).

Nessa perspectiva mais ampla da evolução, a maior oportunidade de mudança é a crise. As crises sérias na vida do homem podem ser vistas como dádivas divinas, porque, em meio à dor e ao transtorno do momento, o indivíduo é levado a questionar seus valores, modo de vida e condicionamentos mentais.[4] Quanto maior o sentimento de vazio, frustração e futilidade, maior a dor, e quanto mais insuportável a dor maior a nossa predisposição para reavaliar e questionar a nossa vida. Desse questionamento pode surgir o despertar espiritual.

Uma crise só é bem sucedida quando o homem aprende por meio dela a redirecionar a força do desejo para um objetivo mais alto. Como o desejo é o reflexo distorcido da imensa energia da Vontade Divina, o homem tem que aprender a lidar com o desejo de forma construtiva. Em vez de reprimir o desejo, o que é sempre contraproducente, deve reorientá-lo para fins mais nobres, até que, com o despertar espiritual, possa usá-lo como combustível da aspiração ardente pela união com Deus.

Tendo examinado o mecanismo de atuação do desejo e da insatisfação, torna-se mais fácil entender a razão pela qual o homem erra com freqüência quanto ao lugar, ao tempo e à maneira como procura a felicidade. Em geral, ele procura a felicidade onde só pode encontrar fugidios momentos de prazer. Como diz a tradição budista: “Aquele que se dedica ao improfícuo e não se dedica ao que é útil e esquece o verdadeiro objetivo da vida à caça de prazeres transitórios, prepara o remorso de não ter

seguido a melhor vida.”[5] Como a felicidade é um estado de espírito, esse estado só pode ser

encontrado dentro do próprio ser humano. Assim, para encontrarmos a verdadeira felicidade teremos que mudar a nossa atitude interior. Esse é o cerne dos ensinamentos internos de Jesus, resumido na palavra grega metanoia, a mudança de estado mental, examinada anteriormente.

Também, em geral, não temos muito amadurecimento para reconhecer quando podemos encontrar a felicidade. Se prestarmos atenção aos nossos pensamentos, veremos que estamos voltados a maior parte do tempo para o passado ou para o futuro. A verdadeira felicidade não será encontrada nem no passado nem no futuro, mas somente no presente. Por mais que nos concentremos no passado nada poderemos mudar do que já passou. O passado só pode nos dar as lições da experiência de nossos erros. Mas, uma vez analisadas essas lições, devemos fechar as páginas do passado sem, no entanto, nos voltarmos para o outro extremo, que é o futuro, uma incógnita que deve aguardar a sua vez. A

sabedoria consiste em viver no eterno agora, o único tempo e lugar onde podemos crescer, atentos para o fato de que cada minuto desperdiçado jamais poderá ser recuperado.

Outra fonte de frustração ocorre na forma como as pessoas buscam a felicidade. A maneira como os indivíduos buscam a felicidade muda em função da idade, das circunstâncias da vida e da maturidade. A felicidade está geralmente associada ao prazer, ao poder e ao saber. Como o homem é um ser

complexo, pode desejar, em qualquer momento da vida, realizar-se por meio de mais de uma dessas categorias. Porém, terá sempre uma linha mestra de ação comportamental, dando ênfase a um desses objetivos.

Essas três categorias básicas de busca da felicidade (prazer, poder e saber) parecem coincidir, em linhas gerais, com a ênfase observada nas três grandes fases da vida do homem: infância, idade adulta e

pela idade da alma. Seguidamente encontramos crianças que nos surpreendem com a maturidade de seu comportamento, assim como somos chocados por certos adultos e mesmo velhos que agem com um grau de irresponsabilidade que normalmente só esperamos encontrar em crianças. Paulo aludiu a essa questão em suas pregações: “Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança” (1 Cor 13:11).

A busca do prazer é típica da primeira fase da vida do ser humano. Desde cedo a criança procura

constantemente a gratificação dos sentidos. Além do seu prazer e conforto físico, busca o aconchego da proteção e carinho materno. Essa é uma indicação de que, mesmo nessa tenra idade, formas mais sutis de satisfação já estão sendo perseguidas. Os anos passam e o prazer continua a dominar a vida da criança. É bem verdade que a curiosidade insaciável, indicativa do desejo de saber e a incansável

tentativa de dominar novas habilidades, indicativa da ânsia pelo poder, fazem-se também cada vez mais presentes. Prazer, poder e saber alternam sua importância relativa ao longo dos anos de formação da criança, variando de acordo com cada momento particular da vida do jovem e da idade da alma. O prazer tende a ser, no entanto, o fator dominante e principal objetivo a ser perseguido na infância. Durante a adolescência, e até mesmo na vida adulta, a busca do prazer continua de forma imperiosa e frenética para a maior parte da humanidade. As formas mais primitivas de gratificação dos sentidos, principalmente do sexo e da gula, vão se refinando. O homem torna-se cada vez mais exigente à medida que se vai entediando com os prazeres naturais e passa, então, a exigir maior variação e sofisticação. Isso tem levado ao aparecimento de distorções e perversões como conseqüência da

tentativa de explorar o que já alcançou o limiar da saturação. Com isso a busca do prazer toma outros rumos, descambando para sensações artificiais e emoções cada vez mais fortes, alimentadas pela adrenalina.

O álcool e outras drogas assumiram um papel importante na busca de emoções. Além das sensações inebriantes de prazer que produzem, oferecem alívio momentâneo às preocupações e ao estresse,

tornando-se, por isso mesmo, cada vez mais procuradas em nossa sociedade alienada e perturbada. As conseqüências desse crescente consumo de álcool e drogas já está se fazendo sentir na saúde social pelo número cada vez maior de viciados e dependentes, pagando a sociedade altíssimo preço pela irresponsabilidade de um número crescente de seus membros.

Por outro lado, a indústria do lazer, uma das mais dinâmicas em nossa sociedade moderna, vale-se cada vez mais das emoções fortes e do inesperado como forma de proporcionar prazer. Neste particular, até o medo torna-se um artigo comercializável. A seqüela indesejável do prazer proporcionado pelas

emoções fortes é que os indivíduos vão embotando cada vez mais a sua sensibilidade, até tornarem-se praticamente insensíveis, especialmente devido ao fato de que a maior parte dessas atividades,

especialmente os video-games, que também invadiram os computadores, são um culto alarmante à violência. Isso é reforçado pela mídia, que agora pode trazer para o seio de nosso lar e de nossa família as cenas mais horripilantes de desastres, assaltos, espancamentos e guerra, além das perversões

sexuais tratadas como banalidades. Com a repetição exagerada da violência generalizada passamos a aceitar a exceção como se fora a regra, criando aos poucos uma imagem de que toda excrescência é

algo normal, tornando-nos cada vez mais insensíveis à dor do próximo, contribuindo, assim, para o esgarçamento do tecido social, já tão combalido.

A segunda etapa na busca da felicidade caracteriza-se pela luta incessante pelo poder. O poder pode ser exercido sobre pessoas e coisas, sobre o nosso ambiente e sobre nós mesmos. Durante toda sua vida o ser humano está sempre desenvolvendo uma ampla gama de habilidades necessárias a sua participação efetiva na sociedade. Cada uma dessas habilidades significa poder sobre algum conjunto de músculos e emoções que se expressam como um sentimento de estética (na pintura e escultura), de harmonia (na música e na dança), de coordenação motora e senso de oportunidade (nos esportes), de funcionalidade (na industria), etc. Assim, o desenvolvimento de todo ser humano requer necessariamente um

considerável exercício de poder. Parece haver uma linha de demarcação entre o domínio de habilidades que requerem poder sobre o próprio indivíduo e o domínio de outras pessoas, tanto pela manipulação como pelo exercício da força, seja ela política, econômica ou física.

O exercício do poder sobre as outras pessoas tem um grande potencial de geração de sofrimento. Isso não quer dizer que todo exercício de poder sobre os outros seja necessariamente negativo para o bem estar social ou para a felicidade do indivíduo. Por exemplo, é essencial que os pais exerçam certo grau de controle sobre seus filhos, disciplinando-os. O mesmo aplica-se aos professores e a todo indivíduo em posição de comando. A diferença aqui, como em todas as questões da vida humana, está na motivação, [6] se altruísta ou egoísta. Toda ação egoísta causa sofrimento a seu perpetrador, seja imediatamente ou mais tarde ¾ essa é a lei natural da retribuição. E como o exercício do poder pode potencialmente trazer conseqüências extremamente danosas para muitas pessoas, a retribuição cármica será

proporcional à causa inicial.

A fase mais adiantada da vida do homem, a que chamamos de maturidade, é caracterizada, por um lado, pela busca do saber e, por outro, por intenso sentimento de dever. As pessoas não buscam exatamente o dever para ser feliz, ao contrário, é o senso de dever que as persegue quando estão suficientemente maduras. Se não obedecem ao chamado do dever, sentem um vazio na alma, um peso na consciência que as impedem de ser felizes. O dever, na verdade, é um corolário do saber. O sábio tem consciência da interdependência de todos os seres e, por conseguinte, sabe que deve cumprir com suas obrigações porque isto é a coisa certa a fazer para o bem de todos. Várias passagens na Bíblia

atestam a importância acordada ao dever e ao serviço humilde na tradição cristã.[7] O mesmo ocorre na tradição oriental:

“Seja, pois, o motivo das tuas ações e dos teus pensamentos sempre o cumprimento do dever, e faze as tuas obras sem procurares recompensa, nem te preocupares com o teu sucesso ou

insucesso, com o teu ganho ou o teu prejuízo pessoal”.[8]

Mesmo na infância, muitos jovens são perseguidos por esse senso de dever que os impele a ajudar os pais e a estudar com seriedade. A realidade, porém, é que boa parte dos jovens e mesmo dos adultos ainda não alcançou suficiente grau de maturidade para ser tocada pelo senso do dever. Por outro lado, as mães geralmente estão profundamente conscientes do dever para com seus filhos; suas vidas são pautadas por incansáveis atos de doação a seus rebentos, que as pessoas não imbuídas do amor

maternal podem considerar como sacrifícios. A maternidade parece ser uma das mais abrangentes escolas do dever em nosso planeta.

Mas o ponto alto do dever é aquele que é realizado sem nenhuma consideração egoísta, indo além do cumprimento das obrigações para consigo próprio ou com os filhos, pais, parentes próximos e amigos. Essa marca de excelência é o senso de dever para com o grupo. O ápice desse compromisso com a comunidade é alcançado pelos Mestres de Compaixão e Sabedoria que, tendo alcançado a suprema libertação que os capacita a entrar no Nirvana (bem-aventurança celestial ininterrupta), são movidos pela compaixão a permanecer na esfera terrena para ajudar a humanidade, sem fazer distinção de nacionalidade, raça ou religião.

A abertura para a felicidade real e permanente desponta com a busca do saber. Essa busca começa de forma generalizada na mais tenra idade, com a curiosidade incessante das crianças procurando

respostas para suas incansáveis perguntas. Porém, com o passar do tempo, quando não encontram um