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2.3 OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PESQUISA

2.3.2 Percepções sensoriais

Aqui há dois significados a serem explicitados: percepção e sentidos. Em biologia, psicologia, neurociência e ciências cognitivas define-se a percepção como a função cerebral que atribui significado aos variados estímulos sensoriais, a partir de vivências passadas e presentes. É por meio da percepção que uma pessoa organiza e interpreta as suas impressões para atribuir significado ao seu meio, consistindo isto na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos variados sentidos. A percepção pode ser estudada segundo o contexto biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos físicos nos órgãos dos sentidos. No contexto psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

No campo da biologia e das ciências cognitivas, são os sentidos que representam os meios pelos quais os seres vivos (animais e vegetais) percebem e reconhecem variados organismos e características do meio ambiente.80 Em geral, os animais têm órgãos

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especializados para essas funções, em consonância com os sentidos dos humanos, mas também podem possuir outros órgãos de sentidos adicionais. As plantas também têm suas formas próprias, limitadas e particulares de perceber o mundo. No Homem, a percepção do mundo acontece via, prioritariamente, os cinco sentidos básicos: a visão que é captado pelos olhos; a audição que é capitado pelos ouvidos; o tato é capitado pelos terminais nervosos da pele do corpo todo; o paladar que é captado pelas papilas gustativas da língua; e o olfato que é captado pelo bulbo olfativo. Portanto temos as percepções sensoriais: visual, auditiva, tátil, gustativa e olfativa. Mencionamos também outras percepções sensoriais consequentes ou derivadas: cinestésica, sinestésica, temporal e espacial.

Vivemos em uma sociedade, cujos ambientes são repletos de informações, principalmente via as percepções visual e auditiva. Os recursos tecnológicos desenvolvidos nestes últimos 60 anos vêm, cada vez mais, ampliando, dinamizando e acelerando a comunicação em escala mundial. O que acontece no outro lado do mundo chega até nós, porque podemos ver, ouvir e interagir com os acontecimentos, com detalhe e exatidão, quase que em tempo real. Mas, para que esta comunicação aconteça mais completa e detalhadamente, de formas individuais e/ou coletivas, seja ela em curta ou longa temporalidade, é necessário estimular várias percepções sensoriais. Estas, que devem ser estimuladas desde o período pré-natal, representam as portas de entrada para o conhecimento do mundo real e imaginário. O modo como nos relacionamos com este mundo está diretamente interligado com o nível de envolvimento que apresentamos frente a estas percepções. As informações que captamos são enviadas pelos sentidos até o cérebro e este as codificam em forma de pensamentos.

Pensando no educando que apresenta alguma necessidade específica, oriunda de um percentual de defasagem de algum órgão, devemos realizar variadas atividades que envolvam e estimulem todas as percepções sensoriais possíveis, em detrimento daquela que ele apresenta em desvantagem. Este processo não elimina a deficiência de percepção sentida por um determinado objeto ou tema, mas ameniza as deficiências de informações. Da mesma forma, aos educandos comuns, também devemos oferecer todas as oportunidades de realizações educacionais envolvendo o maior número de percepções sensoriais possíveis. Certamente estes apresentam alguma percepção em desvantagem, mesmo não apresentando deficiências educacionais acentuadas.

É senso comum afirmarmos que, em geral, a nossa educação está centrada nas percepções visual e auditiva, apresentando formas viciadas de pensamento, que nos limitam e prejudicam. Neste sentido, na nossa grande maioria, foram desenvolvidos, um ou dois

sentidos, embora apresentemos naturalmente a predisposição acentuada para um ou mais sentidos.

Claudino Piletti, baseado em pesquisas feitas pela UNESCO, afirma que: quando utilizamos os recursos audiovisuais em sala de aula, devemos ter presente que o homem toma conhecimento do mundo exterior através dos cinco sentidos (1989, p. 156). O Quadro abaixo revela a síntese da referida pesquisa, em que registra o percentual de aprendizagem mediante as cinco percepções básicas. As percepções visual e auditiva representam os caminhos mais importantes para alcançarmos o maior nível de aprendizagem.

Quadro 11 - Percentual de aprendizagem por cada percepção PERCENTUAL DE APRENDIZAGEM

POR CADA PERCEPÇÃO

1 % via percepção gustativa 1,5 % via percepção tátil 3,5 % via percepção olfativa 11 % via percepção auditiva 83 % via percepção visual.

Fonte: Adaptação da autora com base em Piletti (1989)

Sob esse prisma, retemos as informações de acordo com as seguintes proporções, conforme demonstraremos no Quadro 12 a seguir.

Quadro 12 - Percentual das percepções mais apreendidas PERCENTUAL DAS PERCEPÇÕES

MAIS APREENDIDAS

Retemos:

10 % do que lemos; 20 % do que escutamos; 30 % do que vemos;

50 % do que vemos e escutamos; 70 % do que ouvimos e logo discutimos; 90 % do que ouvimos e logo realizamos.

Fonte: Adaptação da autora com base em Piletti (1989)

Portanto, as informações que são disponibilizadas mediante as percepções audiovisuais, acrescidas das devidas realizações e discussões, são mais bem apreendidas. Transferindo esta reflexão para o ensino de música, também devemos estimular nos educandos todas as percepções supracitadas durante o processo de ensino aprendizagem, mesmo compreendendo que a linguagem musical acontece de forma abstrata em sua essência.

Assim, em nossa prática, devemos promover atividades teóricas e práticas, envolvendo, sempre que possível, todas as percepções sensoriais, considerando que cada educando apresenta uma predisposição mais acentuada de uma percepção em detrimento das

outras. Além do mais, o educando pode apresentar, enfaticamente, uma deficiência que comprometa a plena percepção do mundo, mas, se as outras percepções forem trabalhadas de forma sistematizada, suas chances de possibilidades de realização são ampliadas. Vejamos cada uma destas percepções, no sentido de consolidar as certezas e possibilidades de estimulação e desenvolvimento no fazer musical.

A percepção visual, no sentido da psicologia e das ciências cognitivas, representa uma das várias formas de percepção do mundo associadas aos sentidos. O produto final da visão consiste na habilidade de detectar a luz e interpretar (ver) as consequências do estímulo luminoso, do ponto de vista estético e lógico, representado pelo conhecimento teórico, descritivo, e relacionado à forma e às suas expressões sensoriais. Um artista plástico que diferencia os pontos relevantes e não-relevantes de sua obra, possui um tipo de talento específico, que pode ser fruto de habilidade a ser trabalhada durante sua educação.

A ciência atribui a Hermann von Helmholtz ser um dos principais cientístas sobre esta percepção. Ele afirmava que esta é uma forma de inferência inconsciente: é uma questão de derivar uma interpretação provável a partir de dados incompletos. A figura a seguir ilustra um olho visto de frente.

Figura 23 – Olho Humano

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho#Tipos_de_olhos

Existem vários tipos de percepção visual: forma, tamanho e espessura; gestos, temperamentos e emoções associadas; relações espaciais, orientação e movimento; sobra, luminosidade e cores; e tantos outros. Como vemos, esta percepção nos oferece inúmeros sinais ou informações do nosso entorno. Para uma pessoa cega ou com visão subnormal, estas informações não lhe chegam na íntegra, necessitando, portanto, de outras percepções para compensar e/ou minimizar, parcialmente, esta deficiência.

A percepção auditiva representa a percepção dos sons que chegam até o córtex cerebral. Esta viagem que vai da percepção até sua interpretação representa uma sequência de transformações de energias – sonora, mecânica, hidráulica e finalizando com a energia elétrica. A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os

fenômenos sonoros. Vemos a seguir as partes que compõem o ouvido: externo, médio e interno.

Figura 24 - Esquema do ouvido humano

Fonte: www.catim.pt/Ambiente/imagens/ruido1.gif

Talvez a aplicação mais complexa e particular da percepção auditiva ocorra por meio do envolvimento com a música, pois nesta se encontram todos os princípios gerais do som – altura ou frequência, duração, intensidade ou volume e timbre – e da música em si: melodia, harmonia, forma, dinâmica, andamento, estrutura, gênero, estilo e outras propriedades musicais adicionais. Em especial, a atividade de apreciação musical representa aquela que mais desenvolve a perceção auditiva das pessoas comuns e/ou cegas.

Esta percepção parece ser a mais adequada para ser trabalhada com a pessoa cega, como subsídio e apoio às outras percepções, pois lhe permite localizar a fonte sonora (como sendo um dos aspectos da percepção espacial), além do tipo detalhado da fonte sonora e de suas representações simbólicas. Assim, defendemos a oferta do ensino de música a todos os educandos cegos, por cinco motivos pontuais:

a) Por ser uma linguagem específica da área de Arte que trabalha a percepção sonora por excelência e que integra o conhecimento da educação geral;

b) Por representar o caminho específico e detalhado do estudo do som;

c) Por enriquecer a principal percepção da pessoa cega como acesso ao mundo comum;

d) Por facilitar e ampliar a compreensão de outras disciplinas específicas da pessoa cega81;

e) Por viabilizar os conhecimentos musicais e extramusicais, de forma socializante.

A Percepção Tátil – representa outro importante sentido captado pelo maior órgão do corpo humano – a pele. O tato é o primeiro sentido que se desenvolve nos seres humanos. É através deste que sentimos as propriedades dos corpos físicos (tamanho, peso, comprimento,

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Disciplinas Específicas da Pessoa Cega – Orientação, Mobilidade e Acessibilidade, Atividade da Vida Diária e Estimulação Precoce.

forma, flexibilidade, textura e outros), mediante os seus três tipos de sensibilidade: mecânica, térmica e dolorosa. Esta percepção nos permite reconhecer presença, forma, tamanho, volume, textura e temperatura dos objetos em contato com o corpo. Além do mais, o tato é importante para o posicionamento do corpo, para a proteção física, a mobilização e a manipulação e utilização de objetos. A percepção tatil é percebida em todo o corpo, sendo que são nos dedos das mãos que ocorre sua maior discriminação perceptiva. As outras partes do corpo, assim como o rosto, a virilha, as axilas e as coxas são mais sensíveis ao calor e à dor. De uma forma geral, o tato tem o papel importante nos envolvimentos sociais afetivos e sexuais.

Para a pessoa cega, este sentido representa a outra percepção imprescindível no seu contexto geral. Complementa a informação necessária de mundo, em detrimento da percepção visual. É nas pontas dos dedos que reside a capacidade do cego de vivenciar o Sistema Braille, mediante a discriminação minuciosa da cela Braille e suas 64 combinações. No ensino de música defendido por nós, as atividades de construção de instrumentos, técnica e execução são específicas para o trabalho apurado desta percepção.

A percepção olfativa - o olfato é a percepção de odores captados pelas células olfatórias que ficam localizadas nas caviades nazais. Só podemos captar os cheiros ou odores das coisas e lugares se estes liberarem partículas gasosas que chegam até as cavidades nasais, juntamente com o ar que respiramos. Assim, as partículas de odores estimulam as células olfatórias que, por sua vez, agrupam-se formando fibras nervosas, passando no bulbo olfatório e chegando até o nervo olfatório. Por fim, estes estímulos encontram-se acolhidos no encéfalo, orgão que também tem a importante função de traduzir-los em sensações de cheiro.

Em alguns animais, esta percepção é bastante apurada. Nas pessoas, a percepção olfativa é relativamente tênue, mas importante para o processo de alimentação. Prioritariamente, a perceção olfativa discrimina odores que, em muitos casos, são determinantes para a avaliação ou escolha de um alimento, um perfume, um objeto que traz em si um odor particular. Na figura 25 apresentamos o nariz com suas duas cavidades nasais.

Figura 25 - Nariz humano

A memória olfativa também tem grande importância afetiva para todos nós. Em especial, na perfumaria e na enologia são aplicados os conhecimentos de percepção olfativa. Para as pessoas cegas, esta percepção proporciona também outras informações adicionais, como por exemplo: a necessidade de asseio pessoal e/ou do seu ambiente; a presença de uma ou mais pessoas; o nível de cozimento de um alimento; a qualidade de um alimento e de um perfume; a poluição do ar; o reconhecimento de sinais de perigo; entre outros. Pouco estimulada na educação geral, esta percepção, no contexto do ensino de música, auxilia a memória desta percepção, levando a associações com elementos textuais. Nós estimulamos esta percepção em paralelo com a degustação de alimentos que faziam parte do texto de uma música trabalhada, em aula e também durante as atividades socializantes, principalmente, realizadas no horário do recreio orientado 82 (Anexo L).

Quanto à percepção gustativa – o paladar é captado pela língua e representa o sentido dos sabores dos alimentos sólidos e líquidos, tão importante para a nossa alimentação. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos entre os seres humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e, na nossa sociedade, é valorizado sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. É na arte da culinária e na enologia que a percepção gustativa se faz mais presente e importante. O principal fator desta modalidade de percepção é a discriminação de sabores. Ela é também pouco estimulada na educação geral. A língua apresenta quatro sensações gustativas primárias, conforme apresentaremos na figura a seguir: A - amargo, B - ácido, C - salgado e D - doce, conforme figura 26

Figura 26 - Esquema do paladar da língua humana

Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/img/Sentid10g.gif

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Utilizamos a música “Ciranda da Rosa Vermelha” de Alceu Valença. Esta música é uma adaptação folclórica da música “O Cravo Brigou com a Rosa” (Anexo L).

Na nossa prática de ensino de música, estimulamos esta percepção em paralelo com a olfativa, degustando alimentos que fazem parte do texto de uma música trabalhada, durante as atividades socializantes, realizadas no horário do recreio orientado. Fazemos também associações referentes às palavras e frases que apresentam expressões metafóricas. Como exemplo temos a frase “teu beijo doce tem sabor do mel da cana [...]”(Anexo L).

A percepção cinestésica representa a percepção dos movimentos. Cinestesia é o sentido pelo qual se percebe os movimentos musculares, o peso e a posição dos membros e do corpo no espaço. Esta percepção proporciona informações necessárias quanto ao nível de esforço muscular que devemos ter ao fazer uma determinada atividade física ou apenas para manter uma postura ereta. A ausência desta percepção põe em risco a estabilidade e saúde do próprio corpo. Sem a noção exata da postura corporal e dos seus limites impostos pela sobrecarga de trabalho que estamos expostos, podemos sofrer sérios problemas, tais como: dores musculares, enrijecimento do pescoço e dos membros, dificuldade de respiração, lesões nas articulações, desgaste dos discos intervertebrais; perda de tônus muscular, perda de rendimentos físico e sexual, enfim, perda da vitalidade de uma forma geral.

Esta, também, é outra percepção a ser trabalhada com mais detalhamento na educação geral. Facilmente podemos verificar a postura dos nossos educandos comuns, enquanto andam, fazem exercícios físicos, carregando uma bolsa ou mochila, ou estão sentados sobre uma cadeira, banco ou sofá. Quanto às pessoas cegas, esta percepção é muito trabalhada em suas disciplinas específicas, pois, como eles não veem a imagem do seu corpo frente ao espelho, por exemplo, fica difícil manterem suas posturas corretamente. No ensino de música, esta percepção é muito valorizada, devido ao fato de que necessitamos da postura adequada para o canto, os movimentos corporais, para a execução instrumental ou atividades afins. E, no exercício diário da prática de um instrumento musical, esta deve ser vivenciada com cuidado, precisão e reconhecimento, pois envolve exercícios rítmicos e melódicos dependentes, em geral, da cadeia muscular.

A percepção sinestésica origina-se do termo sinestesia que significa a relação subjetiva que se estabelece espontaneamente entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente (FERREIRA, 1999, p. 1861). Em outras palavras, é uma condição neurológica, na qual o estímulo em um dos sentidos provoca uma percepção automática em outro sentido. Também pode ser compreendida como fusão, intercessão ou diálogo entre duas ou mais modalidades sensoriais. Uma pessoa sinesteta “vê os sons” ao observar uma imagem, “sente o sabor” ao ler palavras ou ver formas, e “sente o cheiro” de objetos ao tocá-los, “enxerga imagens” ao ler um poema ou ao ingerir certos alimentos, dentre

outras sensações.

Entendemos que esta percepção é resultante do conhecimento e da experiência das outras percepções básicas; sinaliza informações de forma antecipada. Na educação geral, devemos estimular a percepção sinestésica, mediante variadas técnicas que explorem diferentes sentidos. No nosso caminho de ensino de música, ela tem seu espaço reservado, pois, os conteúdos musicais são abstratos e utilizamos da sinestesia para transmitir as informações e imagens a serem captadas e registradas em nossa mente. No ensino de música para educandos comuns e educandos com deficiência visual, sempre que for possível, devemos promover múltiplas sensações para a compreensão de um único conteúdo, a exemplo do que se segue.

Ao apresentar os conceitos musicais de andamento (lento, andante e presto) podemos explorar:

a) A percepção auditiva – conceituando as palavras/expressões, realizando o pulso nos referidos andamentos, ouvindo uma música nos diferentes andamentos etc.; b) A percepção visual – gesticulando o corpo ou parte dele segundo os andamentos

dados;

c) A percepção tátil – marcando com palmas e andando no espaço da sala de aula, sinalizando os andamentos desejados;

d) Nas percepções tátil e visual – andando e batendo o pulso nos seus respectivos andamentos.

Assim, todos terão uma imagem dos diferentes conceitos de andamento, sabendo reproduzi-los com mais exatidão, associados às variadas percepções, resultando na percepção sinestésica.

Como foram demonstradas, as percepções sensoriais são importantes veículos para a compreensão de mundo. Muitos outros caminhos estão sendo cientificamente estudados na certeza de poder contribuir com a educação geral, a exemplo das percepções – temporal e espacial e propriocepção. Todas estas são imprescindíveis na educação, em especial na educação de pessoas com deficiências.83 Para Montessori,

o valor óbvio da educação e do afinamento dos sentidos, alargando o campo da percepção, oferece uma base cada vez mais sólida e mais rica para o desenvolvimento da inteligência. O contato e a exploração do ambiente [e

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Percepção temporal – é a capacidade que temos de perceber a passagem do tempo. Não existem órgãos específicos para esta percepção. Percepção espacial – é a capacidade que temos de perceber a distância estimada entre os objetos. Também não existe um órgão específico para esta percepção. Propriocepção – é a capacidade que temos de reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.

dos objetos] fazem com que a inteligência aumente aquele patrimônio de idéias eficazes, sem as quais ao seu funcionamento abstrato faltaria fundamento e precisão, exatidão e inspiração. Este contacto é estabelecido por meio dos sentidos e do movimento ([s/d], p. 98-99).

Para a autora, é possível educar os sentidos, mesmo em se tratando de uma aquisição temporária na vida de uma criança. Se mais tarde ela não a utilizar, isto não diminui o valor da educação dos sentidos, porque é neste período de desenvolvimento que se formam as ideias fundamentais e os hábitos da inteligência. (MONTESSORI, [s/d], p. 98-99).