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CORPUS: Dom Casmurro, de Machado de Assis. São Paulo: Egéria, s/d. (Coleção obras selecionadas de Machado de Assis, vol. 3).

7.10.1 Síntese da narrativa

O título do livro é o apelido que o narrador da história recebe ao fim da vida, por causa de seus hábitos retraídos, seu temperamento casmurro. Ele mesmo define casmurro como ―homem calado e metido consigo‖ (ASSIS, 1978, p. 13).

Depois de explicar como surgiu seu apelido, o narrador põe-se a explicar a razões que o levaram a escrever o livro. Em verdade, o narrador recolheu-se à solidão de sua casa para escrever uma História dos Subúrbios que nem chega a começar, pois passa a contar sua própria vida. Vivendo sozinho, já com idade, atinou-lhe reproduzir, no Engenho Novo, uma casa idêntica à casa em que vivia na antiga Rua de Matacavalos, lugar onde passou uma infância feliz e prazerosa. Pretendia, assim, atar as duas pontas da vida, juntando a infância à velhice, restaurando, na velhice, a adolescência.

20. Todas as considerações feita no íten 7.10 são fundamentadas na seguinte obra:

ASSIS, M. de. Dom Casmurro. Coleção obras selecionadas de Machado de Assis, vol. 3. São Paulo: Egéria, s/d.

CALDWELL, H. O Otelo brasileiro de Machado de Assis: um estudo de Dom Casmurro. Tradução MELO, F. F. São Paulo: Ateliê editorial, 2002.

GLEDSON, J. Machado de Assis: impostura e realismo. Tradução PY, F. São Paulo: Companhia das letras, 1991.

177 Começando sua própria história, o narrador recorda-se de uma certa tarde de novembro de 1857, quando José Dias, um agregado da casa, relembra a D. Glória, a promessa que ela fizera de metê-lo em um seminário. José Dias revelava preocupação, pois o rapaz andava de namoricos com a filha do vizinho, de nome Capitolina, conhecida como Capitu. Bentinho, como era chamado, fora destinado desde criança a ser padre, em virtude de uma promessa feita pela mãe, que perdera o primeiro filho.

D. Glória era uma mulher temente a Deus. Ficara viúva aos trinta e um anos de idade. Tendo prometido mandar seu filho ao seminário, caso nascesse varão, ia adiando o pagamento da fatura divina. A lembrança de José Deus avivou nela o medo do pecado.

Ao saber da conversa, Capitu se exaspera contra D. Glória e sugere outra saída: recomenda que Bentinho vá estudar leis em São Paulo. Mesmo gostando do filho, D. Glória envia-o ao seminário. Mas antes de ir, Bentinho e Capitu prometem que só se casarão entre si, nunca com outro parceiro.

No seminário, Bentinho vem a conhecer Ezequiel de Sousa Escobar, um rapaz esbelto, de olhos claros, de quem se torna o melhor amigo. No seminário, recebe a visita de José Dias, que lhe insufla os ânimos e aviva as inquietações a respeito de Capitu. José Dias lhe diz que a moça ―tem andado alegre, como sempre; é uma tontinha. Aquilo, enquanto não pegar algum peralta da vizinhança, que case com ela...‖ (ASSIS, 1978, p. 113). Os comentários de José Dias deixam Bentinho louco e, à noite, ele sonha com Capitu nos braços dos peraltas.

Certa vez, D. Glória adoece e manda chamar o filho com urgência. Tio Cosme, irmão da senhora, vai ao seminário buscar o rapaz. No caminho, Bentinho manifesta desejos de ver a mãe morta: assim se libertaria da promessa e do seminário. O desaparecimento do devedor faria desaparecer também a dívida.

Escobar visita a família de Bentinho e agrada a todos. Bentinho conta ao amigo uma idéia que tivera: iria com José Dias a Roma pedir ao Papa que absolvesse D.Glória da promessa. Escobar sugeriu uma saída mais plausível: bastava D. Glória adotar um rapaz órfão pobre, fazer dele um seminarista e estaria cumprida a promessa. Assim foi feito e Bentinho pôde finalmente sair do seminário.

Não foi para Roma. Foi para São Paulo estudar Direito. Aos vinte e dois anos Bacharelou-se. E voltou ao Rio de Janeiro, que nesta época andava mudado: sua mãe

178 envelhecera, seus parentes estavam mais idosos, a mãe de Capitu morrera, o pai aposentara- se e Escobar negociava com café, agora casado com Sancha, a melhor amiga e quase irmã de Capitu.

Numa tarde de março de 1865, debaixo de uma chuva fina, Bentinho e Capitu se casam e vão morar na Glória. Depois de uma vida inicialmente tranqüila e plácida, Bentinho começa a ter crises de ciúmes de Capitu. Começou por enciumar-se dos braços nus da esposa nos bailes, chamando a atenção dos homens.

Escobar e Sancha têm uma filha, a quem batizam com o nome de Capitolina, em homenagem à amiga. Bentinho e Capitu também alimentam o sonho de ter um filho. Nascido um menino, batizaram-no com o nome de Ezequiel, em homenagem ao amigo. O menino logo se revela exímio imitador dos parentes. Quando imita Escobar, chama a atenção de Bentinho para as semelhanças.

Bentinho sempre saía acompanhado pela mulher. Mas certa vez, tendo que ir a uma estréia de ópera, quis escusar-se, mas Capitu insistiu que fosse. No meio do ato, preocupado com a esposa, que não quisera ir por estar indisposta, volta para casa. Na porta encontrara Escobar, para quem trabalhava como advogado, e ficou curioso da coincidência. Ao subir com o amigo, percebeu melhoras no estado da esposa, que dissera ter tido apenas uma dor de cabeça, já passada. Este capítulo chama-se ―Embargos de terceiros‖, uma expressão do mundo jurídico, usada como metáfora por Bentinho, para incriminar sua esposa.

Certa vez, ao nadar na Praia do Flamengo, Escobar morre afogado. Bentinho, amigo do casal, prepara o funeral. Durante o velório, ele tem a sensação de que Capitu lamenta a morte de Escobar com um sofrimento que revela mais do que a dor de quem perdeu um amigo.

Após o enterro do esposo, Sancha foi para o Paraná, viver com os parentes. Bentinho estava cada dia mais fechado, mais cismado com a esposa. Principalmente depois que ela lhe chamou a atenção para os olhos do filho, os quais tinham uma expressão esquisita que ela só vira em um amigo de seu pai e no defunto Escobar. Bentinho concordou: Ezequiel tinha os olhos de Escobar.

Ressentido, enciumado, cheio de idéias ruins, numa certa sexta-feira, Bentinho janta fora e em seguida vai ao teatro. Para sua surpresa, representava-se exatamente a peça Otelo,

179 de Shakespeare, que ele nunca lera nem vira, mas cujo assunto ele sabia, e diz ter estranhado a coincidência.

Ao final da peça, na qual Otelo mata Desdêmona por julgar-se traído por ela, o público aplaude o desempenho dos atores. Bentinho toma os aplausos ao desempenho dos atores como aplausos à vingança ensandecida e equivocada de Otelo. Por fim, conclui que Desdêmona era inocente e morrera. Tudo sob a aprovação do público. E pergunta o que o público não faria com Capitu, ―sabidamente culpada‖?

De volta a casa, já tomado de ódio, tenciona envenenar o filho com uma xícara de café. Prestes a servir o café ao filho, recuou. Ao beijar o menino, para curar-se do remorso, este o chama de papai e ele diz que não é seu pai. Neste instante, Capitu entra e ouve a acusação. Capitu pede a separação. Bentinho cede.

Enfatuado e cheio de suspeitas, mas mantendo as aparências sociais, Bentinho resolve levar a esposa e o filho para a Suíça e regressa ao Rio, deixando-os lá.

José Dias Morre. Posteriormente, Bentinho não revela nenhum abalo ao receber a notícia da morte de Capitu, de quem já estava praticamente separado, e recolhe-se à sua solidão. Anos mais tarde recebe a visita do filho, já rapaz, e mais uma vez confirma a certeza de que não era seu verdadeiro pai: o menino em tudo era semelhante a Escobar, quando jovem. Trata-o com frieza, atende seu pedido de dinheiro para uma expedição à Grécia, Egito e Palestina, e o vê partir sem manifestar nenhum sentimento senão o de certo alívio. Ezequiel morre onze meses após sua partida, de febre tifóide e é enterrado nas imediações de Jerusalém. Bentinho paga as despesas do funeral, dizendo que pagaria o triplo para nunca mais tornar a vê-lo.

Finalmente, Bentinho, já conhecido como Dom Casmurro, se entrega à solidão – quando então resolve escrever um livro, no qual pretendia atar as duas pontas da vida, juntando a adolescência à velhice.

180 7.10.2 Análise Literária

Capitu é vista e compreendida através da fala de Bentinho, seu amigo de infância, namorado e esposo, ao longo do tempo. A história de Capitu, bem como a de Bentinho, é narrada em um tempo posterior ao seu acontecimento. Bentinho, o narrador, é um homem já velho, solitário e casmurro. Daí o seu apelido, Dom Casmurro, que dá nome ao livro. No início da narrativa tem 14 anos, é alta, cheia, morena, tem olhos claros, grandes, nariz reto e comprido, boca fina, queixo largo. É inteligente, matreira, esperta e espirituosa, desembaraça- se, com desenvoltura, das situações mais difíceis sem dificuldades. É filha de um funcionário público, de nome Pádua. Sua mãe chama-se dona Fortunata.

É a mais discutida heroína da ficção brasileira e até hoje suscita ensaios, interpretações, teses e até livros. Para muitos se afigura como uma esfinge, dada a sua complicada psiquê, e pelo segredo que encerrou em si sem a ninguém revelar qualquer coisa, sobretudo porque não opôs feroz resistência às acusações que lhe foram feitas por Bentinho. Por ter preferido o silêncio e a resignação diante de uma acusação caluniosa e injusta, foi acusada e condenada pelo marido e pela sociedade brasileira, ao longo de mais de sessenta anos. Para Capitu valeu o ditado popular que diz que quem cala, consente. A sociedade não soube entender a grandeza de seu caráter, a superioridade de sua conduta, a sublimação de sua alma, diante das torpezas e vilanias que a alma mesquinha e inferior de seu marido lhe atribuía. Por isso foi condenada e punida, hipotecando a própria vida em defesa de sua integridade moral.

Capitu é a figura central do romance cuja ação central se passa no Rio de Janeiro em meados do século XIX, em pleno Segundo Reinado, e no qual se fixam os costumes, o ambiente, a vida familiar, o meio social, a condição feminina, como pano de fundo para um drama que lentamente se desenvolve na penumbra, numa aparência de felicidade, para explodir enfim na revelação final que é a própria negação de tudo, da beleza, da doçura e do carinho que alimentavam o idílio central do livro.

A personagem aparece na narrativa ainda criança, alegre, despreocupada, de olhos sonhadores, claros e grandes, de maneira que conseguiu arrebatar Bentinho da vocação sacerdotal a que o destinara, por promessa, sua mãe. Morava na Rua de Matacavalos, vizinha

181 de Bentinho, menino rico e deslumbrado com sua beleza e graça. Namoravam às escondidas e trocavam beijinhos e confidências por cima do muro de suas casas, que eram contíguas.

Para José Dias, agregado e amigo da casa de Bentinho, Capitu era uma desmiolada, e vivia doida por fisgar algum peralta como marido. É José Dias quem lhe diz ter "Olhos de cigana oblíqua e dissimulada" (p. 58), o que nada significa para Bentinho, na sua obstinada paixão. Este via em Capitu apenas o seu ideal amoroso e alguns "Olhos de ressaca", que possuíam um "fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retirava da praia, nos dias de ressaca" (p. 70).

Para a mãe de Bentinho, D. Glória, Capitu era inocente e cândida. Ao final do romance, na visão já confusa de Bentinho, roído de ciúmes e desconfianças atrozes, ela deixa de ser o ideal e passa a ser uma falsa e fingida, que a vida toda dissimulou sua condição e o enganou com o seu melhor amigo.

A história de Capitu é contada pelo romancista na primeira pessoa através do relato do próprio Bentinho, apelido familiar de Bento Santiago. A época é o meado do século XIX. Moravam juntos na Rua de Matacavalos. Bentinho fora destinado por sua mãe, viúva, ao sacerdócio, promessa feita quando ele nascera. Ela se acostumara a essa idéia, incentivada por todos da família, tios, tias, agregados, padres etc. Um dia surge Capitu na vizinhança, e lá se foram os projetos de D. Glória. Bentinho apaixonou-se pela moça e viveram os dois, nesses primeiros anos, um inocente idílio. Encontros furtivos, beijinhos, abraços, tudo isso foi pouco a pouco se transformando no amor que os fez jurar, um dia, só se casarem um com o outro.

Seus amores eram, porém, secretos, pois eles concertaram um plano para iludir, sem brigas nem zangas, a promessa de D. Glória. Bentinho chegou a freqüentar o seminário, mas afinal venceram os artifícios dos dois enamorados que, com a bênção e a total aquiescência de D. Glória, se casaram e foram morar numa casa no bairro da Glória. Escobar, amigo de Bentinho, conhecido ainda no Seminário, tornou-se amigo da família, casando-se com Sancha, amiga de Capitu. Os dois casais estreitaram relações e assim seguiram através dos anos. A vida não se modificou por muito tempo, a amizade dos casais era cada vez maior, até que um dia Bentinho notou que seu filho, Ezequiel, se parecia muito com Escobar. Este morre afogado na praia do Flamengo, e, durante seu enterro, Capitu demonstra um grande pesar, chegando a derramar lágrimas pelo morto. Bentinho não se sustenta e tem mais um assomo de ciúmes. Daí então ele passou a observar a semelhança crescente do filho com o amigo morto, à proporção que o menino ficava rapaz.

182 Os ciúmes se acentuaram e vieram as desconfianças, as brigas, a indiferença, a acusação e a separação estóica de Capitu. Bentinho hesita entre suicidar-se, matar Capitu ou matar o próprio filho, mas desiste desses intentos. Separados, Capitu vai para a Europa com o filho e morre na Suíça. De lá, manda sempre cartas saudosas a Bentinho, que finge para os amigos que mantém um relacionamento normal com a esposa, fugindo mais uma vez da verdade. Já adulto, o filho volta ao Brasil, pede-lhe dinheiro para fazer uma expedição à Palestina e segue viagem. Onze meses depois, morre de febre tifóide em Jerusalém, onde foi enterrado. Os amigos fizeram as exéquias, imprimiram uma lápide, tiraram uma cópia e a mandaram a Bentinho, juntamente com a sobra do dinheiro. Ele diz que pagaria o triplo para não mais tornar a ver o filho.

Bentinho, viúvo, destruiu a casa de Matacavalos e fez construir uma igual no Engenho Novo, cópia fiel daquela. Nesta passou seus últimos anos, solitário, escrevendo sua própria história, e depois uma História dos Subúrbios do Rio de Janeiro, obra em que pretendia consumir seus últimos dias.

A história de Capitu, tal como a vemos pela ótica do narrador, tende a ser verdadeira, mas na verdade tem apenas a semelhança com a verdade. Na medida em que a única razão da desconfiança é a semelhança de Ezequiel com Escobar, sendo os demais defeitos apontados, as mesmas outrora virtudes que Capitu possuía, e pelas quais Bentinho enamorou-se - resta- nos, então, a admiração por Capitu. E esta não advém de sua pretensa inocência, mas da sua capacidade de aglutinar no seu ser toda uma discussão que já estava a se colocar para a sociedade brasileira e que até hoje ainda é moderna: o questionamento do papel social da mulher, a partir de sua identidade e de seu saber, os quais não se conciliavam com o patriarcalismo da sociedade em que vivíamos. E é contra esse estado de coisas que o silêncio de Capitu lutou: por isso ela representa e simboliza a vitória do amor sobre a morte, da correção sobre a sordidez, da verdade pura sobre a mentira e as meras aparências.

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CAPÍTULO 8:

ENTRE A FICÇÃO E A REALIDADE:

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sra. I.L.

Sublima suas fantasias em atitudes socialmente

consideradas meritosas como o cuidado da casa e do filho.

Dona de casa sonhadora e esposa de um marido que não se impõe e que a envergonha. Mulher que assume o papel masculino, ativo, de suas relações.

Emma Bovary

Aventura-se e tenta concretizar suas fantasias.

Sra. M.L.M.C.

Permanece sudutora por toda

vida. Sedutoras

Lúcia

Abandona o comportamento sedutor após apaixonar-se e caminha para a tentativa de concretização amorosa santificada, chegando ao extremo de regenerar-se com a morte.

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Sra. M.C.R.

Resgatada por um homem virtuoso com quem passa a viver uma história de amor humana, digna e respeitosa.

Prostituta, discriminada pela sociedade e que foi resgatada por um homem. Maria Madalena

O homem virtuoso que a resgata é Jesus e isso ocorre a partir da renúncia do amor carnal para a vivência da adoração sublime e fraterna a Deus.

Sra. A.D.R.

Distanciou-se do seu primeiro amor para não frustrar seus pais. Tinha uma vida tranqüila com seu marido mas era privada de viver sua verdadeira paixão. Resgatada da solidão por um homem após grande busca. Cinderela

Fugia do príncipe porque achava que seria rejeitada quando ele descobrisse que ela era uma moça simples.Tinha uma vida muito ruim antes de ser resgatada por ele.

Sra. F.B.M.

Não chega a ser materialista, nem parece ter falhas de caráter, mas demonstra inveja desqualificando atitudes de quem age de uma maneira diferente dela. Nega sua feminilidade e sua sexualidade sublimando com atividades religiosas. Perpétua

Viúva, materialista, fria e com comportamentos torpes que denunciam falhas em seu caráter.

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Sra. M.M.

Seduziu outros homens durante o período em que estava casada mas essas relações eram efêmeras. Ela deixa claro que jamais desejou separar-se de seu marido.

Seduz homens comprometidos ou com algum impedimento.

Rita Baiana

Seduz Jerônimo, que era casado e foge com ele. Abandona seu companheiro Firmo e leva Jerônimo a abandonar sua companheira Piedade.

Sra. S.M.V.

Perdeu todos os seus maridos para a morte. Relaciona-se com vários homens, em vários casamentos, e sempre esteve próxima da morte. Nyx

Mãe da morte, conhecedora do mundo dos mortos e dos segredos da imortalidade.

Sra. V.F.R.

Espera por um marido que a abandonou, que constituiu uma outra família, e que nunca retornou. Vive uma espera fantasiosa como mecanismo de defesa.

Resignada, espera por seu marido muitos anos.

Penélope

Espera por um marido fiel, que sai de casa por um motivo nobre e que retorna.

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Sra. M.S.F.

Antes de casar-se sofria com o comportamento invasivo de sua mãe.

Deixou o convívio familiar para viver com um homem. Viveu, por um tempo, mais tranquilamente casada do que solteira. Maria Bonita

Antes de casar-se sofria com o desrespeito de uma sociedade machista e perversa.

Sra. M.F.T.

Chegou a se encantar por outro homem mas, em função de sua imensa culpa, nunca se permitiu viver essa relação extra-conjugal. Passou a vida toda com o marido que a desqualificava e não teve força para se desvencilhar dessa situação. Casada com homem muito ciumento. Foi julgada como adúltera e sofreu com isso. Tudo indica quenunca chegou, efetivamente, a trair seu marido.

Capitú

A análise literária sugere que Capitú sentia apenas um amor fraternal pelo amigo do marido, nunca tendo se apaixonado por ele. Capitú, com tantas acusações e desqualificações, separa-se do marido.

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