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CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Internacionalização: perspectiva histórica, conceito e estratégias

2.1.1 Perspectiva histórica

A Unesco considera a Universidade de al Qarawiyyin, ou al-Karaouine, estabelecida em Fez, no Marrocos, como a mais antiga universidade do mundo.1 Fundada em 859 por Fátima Al-Fihri, a al-Karaouine era uma escola – madrasa – de cunho religioso para a difusão e o estudo do islamismo. Antes, porém, da universidade marroquina, é importante mencionar a Escola de Nalanda, na Índia. Fundada em 413, a escola atraía estudiosos provenientes de diferentes localidades da Ásia: China, Coréia, Japão, Tibet, Mongólia, Turquia, Sri Lanka e sudeste da Ásia. Universidade residencial, ela chegou a contar com 2 mil professores e 10 mil alunos. Além dos estudos budistas, a instituição era centro de estudos de conhecimento puro e de múltiplos discursos que ligavam o homem à natureza e, por isso, atraía eruditos que buscavam o equilíbrio entre viver e aprender.2

Vale mencionar também a Escola Al-Ahzar, criada em 972 no Cairo pelos Fatimids. A escola, além de se concentrar nos estudos religiosos corânicos, também era um centro de estudos seculares. Al-Ahzar teve um importante papel no desenvolvimento das ciências naturais. Na instituição, era possível estudar medicina, matemática, lógica, gramática, astronomia, geografia e história.3

1 Segundo a Unesco, “The Holy City of Fez, the ancient city, home to the oldest university in the world, is

composed of two distinct centres”. Disponível em: <http://whc.unesco.org/en/list/170>. Acesso em: 13 jan. 2015.

2 A Escola de Nalanda funcionou entre 413 e 1193, quando foi destruída por invasores. Em 2014, sob a reitoria

de Amartya Sen, foi criada a Universidade de Nalanda, em busca do reestabelecimento da escola fundada em 413. Informações disponíveis em: <http://nalandauniv.edu.in/index.html>. Acesso em: 5 jan. 2015.

3 A universidade existe desde então e, além do Egito, hoje tem campus em Gaza e Doha. Informações

disponíveis em:

<http://web.archive.org/web/20040701101509/http://www.frcu.eun.eg/www/universities/html/azhar.html#hist ory>. Acesso em: 9 jan. 2015.

Em um período ainda mais remoto do que o das instituições citadas anteriormente, temos, no século IV a.C., a fundação da Academia de Atenas por Platão, localizada nos bosques, nos arredores de Atenas. A Academia de Atenas é considerada a primeira escola de filosofia do mundo. Posteriormente, Aristóteles, discípulo de Platão, estabeleceu o Liceu, em 335 a.C. Lembramos, ainda, a Biblioteca de Alexandria, instituída no século III a.C. como um importante centro de conhecimento, que abrigava eruditos de todo o mundo em busca de acesso ao acervo disponível em rolos de papiros (HALL; HALL, 1964). Segundo Santos e Almeida Filho (2012), Alexandria foi o berço de grandes obras de literatura, astronomia, geometria e medicina e, para lá, foi levado o acervo bibliográfico produzido por Aristóteles.

No ocidente, a universidade foi inspirada nas escolas eclesiásticas sob o controle da igreja católica. Sua base era a teologia, mas a lógica, a dialética, a retórica, a astronomia, a geometria, a aritmética, a gramática e a música também eram ensinadas. Professores e estudantes se reuniam em corporações formando a universitas (HALL; HALL, 1964; MINOGUE, 1981).

Considerando a definição clássica ocidental, argumenta-se que a primeira universidade estabelecida como tal foi fundada na cidade de Bologna,4 Itália, em 1088. No final do século XI, mestres da retórica, da lógica e da gramática começaram a realizar ensino gratuito de maneira independente das escolas eclesiásticas. Além disso, esse grupo começou a exercitar o direito e as atividades por eles catalogadas começaram a se espalhar além das fronteiras da cidade. Bologna era considerada, então, como a universidade dos estudantes que se organizavam em grandes nações, a dos italianos (citramontanos), oriundos da Emília Romana, Toscana, Campagna e Lombardia, e a dos não italianos (ultramontanos), das regiões anglo-saxônicas, da França, Picardia e Normandia (ROSSATO, 1998).

A fundação da Universidade de Oxford também data do século XI. Não há clara definição do momento de seu estabelecimento, mas indícios apontam que em 1096, pouco depois do estabelecimento de Bologna, já existia alguma forma de ensino no local. Contudo, é somente a partir de 1167 que a universidade passa a desenvolver-se mais rapidamente, devido à proibição de Henry II de que alunos ingleses frequentassem a Universidade de Paris.5

4 Segundo disposto no site da universidade, “as origens da Universidade de Bolonha são remotas, sendo ela

considerada a mais antiga universidade do mundo ocidental. Sua história se confunde com a dos grandes nomes da ciência e literatura, é uma pedra angular e ponto de referência da cultura europeia”. Disponível em: <http://www.unibo.it/en/university/who-we-are/our-history>. Acesso em: 6 jan. 2015.

5“Oxford é a mais antiga universidade do mundo anglófono, é uma instituição única e histórica. Configura-se

como a segunda mais antiga universidade do mundo ainda em atividade”. Disponível em: <http://www.ox.ac.uk/about/organisation/history>. Acesso em: 9 jan. 2015.

Estabelecida nesse período, a Universidade de Paris é considerada, juntamente com a de Bologna, as primeiras e mais importantes universidades medievais da Europa. A Universidade de Paris tem sua origem nos ensinamentos de Abelardo – grande intelectual da Idade Média –, que atraiu para a cidade estudantes de diversos países do mundo cristão em busca de seus ensinamentos. Diferentemente de Bologna (caracterizada como universidade de estudantes), Paris era uma corporação de professores. A universidade é resultante de uma federação de escolas, sendo assim constituída especialmente para o ensino de teologia. Oficialmente constituída a partir do século XIII, a instituição foi dividida em quatro faculdades: direito canônico, medicina, teologia e artes. Paris é considerada um dos grandes pilares do modelo de universidade, tendo se tornado referencial para as instituições posteriormente fundadas (MINOGUE, 1981; SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012).

Após a organização desses três centros urbanos medievais, vimos florescer na Europa outras instituições que seguiram o modelo dessas primeiras. Dissidências e migrações desses próprios institutos originaram novas universidades, como é o caso de Cambridge, fundada em 1209 por professores oriundos de Oxford, após desentendimentos entre estudantes e habitantes locais.6

Em 1175, foi fundada a Universidade de Modena e Reggio Emilia, que desapareceu em 1338, sendo reestabelecida somente em 1680. Dissidentes de Bologna fundaram a Universidade de Vicenza, em 1204; Arezzo, em 1215, fechada em 1373; Pádua, em 1222; Nápoles, em 1224; Vercelli, em 1228; Sena, em 1246; e Piacenza, em 1248. Na medicina, destaca-se Salerno, oficialmente estabelecida pelo imperador Frederico II em 1231. Em 1244, foi criada, pelo papa, a Universidade de Roma, voltada para estudos de línguas orientais (ROSSATO, 1998; SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012).

Além do circuito franco-italiano e inglês, merecem destaque as universidades espanholas. Fundada em 1178, a Universidade de Palência teve vida curta, tendo desaparecido em 1250. Em 1218, o Rei Afonso IX estabeleceu a Universidade de Salamanca, a mais antiga universidade espanhola ainda em atividade. Ainda na Espanha, a Universidade de Valladolid tem sua origem em 1250 e a Universidade de Sevilha, em 1256.7

O berço da Universidade de Toulouse é a Faculdade de Direito Canônico, criada pelo rei Saint Louis em 1229. Terceira universidade mais antiga da França, a Universidade de Montpellier (Université Paul Valéry) tem sua origem na bula papal de 1289 de Nicolau IV.

6 Ver <http://www.cam.ac.uk>.

Ela reagrupou as escolas de medicina, artes e direito. Em Portugal, a primeira universidade foi criada em Lisboa em 1290, transferida em 1308 para Coimbra.8

A partir do século XII, começaram a florescer mais fortemente as universidades na Europa, marcando a transição da produção e disseminação do conhecimento do Oriente para o Ocidente. O século XIII ficou conhecido como o século das universidades. Nesse período, haviam sido estabelecidas cerca de vinte universidades no continente (ROSSATO, 1998).

Nos séculos XIV e XV multiplicaram-se as universidades na Europa. Além dos cinco países mencionados, que continuaram expandindo o ensino superior, começaram a surgir as primeiras universidades na Alemanha, Áustria e República Tcheca. A peregrinação acadêmica era uma prática constante desde a fundação de Bologna. Estudiosos tinham o hábito de deslocar-se de um centro de conhecimento para outro. Grandes pensadores, como Tomás de Aquino, Petrarca, Galileu, Descartes e Erasmo de Rotterdam9 mantinham essa rotina. Aliás, mais remotamente ainda, a existência de estudantes de vários países em uma instituição, como era o caso da Escola de Nalanda na Índia e da Biblioteca de Alexandria eram manifestações do processo de internacionalização. Indubitavelmente, as atuais ondas de internacionalização da educação superior encontram suas raízes históricas no legado deixado por essas organizações10 (HALL; HALL, 1964; ROSSATO, 1998; SANTO; ALMEIDA FILHO, 2012). A proliferação das universidades nos séculos seguintes fez com que houvesse uma retração da circulação de estudiosos. Com esse processo de regionalização das instituições, elas passaram a atender a população local, recrutando estudantes de suas próprias regiões. Apenas as Universidades de Bologna, Oxford, Paris11 e Salamanca continuaram a realizar seleções internacionalmente, mantendo alto o número de estudantes. A peregrinação acadêmica foi sendo dissipada, dando espaço para um período de parca mobilidade. Essa marca das universidades medievais foi completamente extinta com as guerras santas. Pode-se dizer que se passou de uma característica mais global e internacional para um período de isolacionismo e paroquialismo. Ademais, muitas universidades sob o julgo do poder papal entraram em um período de grande crise. As execuções realizadas pela Santa Inquisição e a perseguição pelo Santo Ofício de professores, intelectuais e filósofos marcam o fim do modelo medieval de universidades.

8 Ver <http://www.univ-toulouse.fr>; <www.umontpellier.fr>; <http://www.uc.pt>.

9 Não por acaso, o maior programa de mobilidade dentro da Europa e com países de outros continentes chama-se

Erasmus.

10 Ver <http://www.nalandauniv.edu.in>.

11 As Universidades de Bologna, Oxford e Paris seguiram sendo as maiores em número de estudantes e também

Somente no final do século XVIII há um processo de reforma universitária. As ideias iluministas refletiram-se na laicização do ensino, principalmente nas novas universidades estabelecidas nas antigas colônias emancipadas. Nos séculos XVI, XVII e XVIII, as universidades coloniais ainda sofriam forte influência das ordens religiosas. As universidades latino-americanas tiveram como referência os modelos hispânicos e a influência do sistema católico. No caso americano, as universidades, em regra, tinham forte influência do modelo anglo-saxão de Oxford e Cambridge.12 Harvard, Yale, Columbia, Princeton, Brown, Pennsylvania e Dartmouth College13 se formaram a partir desse modelo exportado pela Inglaterra. Os movimentos separatistas, que em muitos casos levaram à expulsão dos jesuítas, resultaram em universidades mais liberais. A questão da autonomia ganha, assim, espaços no meio acadêmico (KNIGHT; DE WIT, 1995).

Mesmo após a independência, a influência dos modelos europeus ainda prevalecia. A interação entre as universidades nas ex-colônias e o sistema antigo era constante. Ademais, muitos estudantes do novo mundo ainda buscavam a Europa para prosseguir nos estudos. Muito embora as universidades tivessem uma orientação nacional nesse momento, a mobilidade estudantil e de pesquisadores e a ascendência dos modelos europeus sobre as novas instituições demonstravam a clara existência de elementos de internacionalização nesse processo.

A reforma universitária, contudo, viria no século XIX, num cenário marcado pela Revolução Industrial. Com Guilherme Humboldt, a universidade da pesquisa foi institucionalizada. Segundo ele, as universidades deveriam chamar a si a responsabilidade sobre a produção do conhecimento, ancorado na pesquisa e tendo como meta o desenvolvimento da ciência. Nesse sentido, Ben-David (1974) argumenta que houve uma tentativa em estabelecer garantias estruturais para assegurar a autonomia dos pesquisadores. Também nesse contexto, ganham força as universidades técnicas. Com o crescimento do comércio e a Revolução Industrial, era necessário maior desenvolvimento das ciências aplicadas, o que levou a um fortalecimento das escolas politécnicas, antes relegadas a segundo plano. Na França, implantou-se o modelo proposto por Pierre-Georges Cabanis, caracterizado pela grande autonomia das universidades e pelo estabelecimento de uma rede de escolas isoladas para atender às demandas de produção da Revolução Industrial e da burocracia,

12 Vale uma ressalva para a Universidade John Hopkins, que foi estabelecida com base no modelo alemão

(KNIGHT; WIT, 1995).

13 Juntamente com a University of Cornell, essas oito universidades mais antigas dos Estados Unidos formaram a

Ivy League (Liga de Hera), grupo das instituições de maior prestígio científico no país e no mundo, marcadas pela excelência acadêmica.

segmentando a investigação e a formação. Na Inglaterra, além da manutenção do modelo tradicional estabelecido em Oxford e Cambridge, foram criadas instituições científicas e técnicas também voltadas ao atendimento das demandas advindas da Revolução Industrial. Também nesse período, quando a Europa estava imersa em uma multiplicidade de modelos de Instituições de Ensino Superior, o latim cedeu lugar às línguas modernas (BEN-DAVID, 1974; ROSSATO, 1998; SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012).

As instituições norte-americanas também passaram por transformações. Dois modelos distintos ganharam espaço: instituições voltadas para a pesquisa e instituições voltadas para a preparação para o mercado de trabalho e formação técnica. Porém, foi no início do século XX, com o relatório Flexner,14 que o sistema universitário americano sofreu uma grande alteração. Dentre outras mudanças, merece destaque a implementação do sistema departamental e da estrutura curricular em ciclos (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012; PAGLIOSA; DA ROS, 2008).

O século XX foi marcado por expansão e avanços no sistema universitário e de pesquisa. Observou-se, também, o renascimento e o fortalecimento de uma busca maior por internacionalização e a redução do isolacionismo nacional. A criação do Institute of International Education (IIE)15 em 1919 nos Estados Unidos, do Daad16 (Deutscher

Akademischer Austauschdienst/German Academic Exchange Service) na Alemanha, em 1925, e do British Council,17 em 1934, na Inglaterra, apontam nessa direção. No período do imediato pós-guerra, havia tentativas de entendimentos mútuos entre as nações na busca por

14 Abraham Flexner formou-se em artes e humanidades na Universidade Johns Hopkins, tendo se dedicado ao

estudo do sistema educacional. A Alemanha, país que viveu em períodos de sua vida, exerceu forte influência sobre sua obra. A convite da Carnegie Foundation, realizou um estudo sobre a educação médica nos Estados Unidos e no Canadá. Esse estudo resultou no Relatório Flexner, publicado em 1910, que influenciou toda a estrutura curricular e o sistema organizacional das instituições americanas. Flexner foi o fundador do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que teve em seus quadros Albert Einstein e John Von Neumann (PAGLIOSA; DA ROS, 2008).

15 O IIE foi criado em 1919, no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial. Seus fundadores entendiam que a

paz duradoura só poderia ser alcançada se houvesse entendimento entre as nações e, para isso, o intercâmbio educacional internacional formaria as bases sólidas para a promoção dessa compreensão. Informações disponíveis no site do IIE: <http://www.iie.org/Who-We-Are/History>. Acesso em: 2 fev. 2015.

16 Fundado em 1925 em Heidelberg, por um estudante, o Daad tornou-se uma das organizações de financiamento

mais importantes do mundo para o intercâmbio internacional de estudantes e pesquisadores. Informações disponíveis em: <https://www.daad.org/>. Acesso em: 2 fev. 2015.

17 O British Council (originalmente chamado de Comitê Britânico para as Relações com outros países) foi

fundado em 1934 para construir novas relações internacionais, com base no entendimento mútuo e ausência de de domínio político ou militar. Sua missão, estabelecida pela Carta Real, era: divulgar o Reino Unido e o idioma inglês no exterior e desenvolver relações culturais mais próximas do Reino Unido com outros países. Mais de 80 anos após sua criação, o British Council continua buscando enfrentar os desafios globais e criar oportunidades por meio do trabalho cultural e educacional. Informações disponíveis no site do British Council: <http://www.britishcouncil.org/organisation/history>. Acesso em: 2 fev. 2015.

harmonia e paz. Além disso, a questão da difusão cultural se tornou muito forte. Instituições como o IIE, Daad e British Council passaram a atuar nesse sentido.

Como resultado da democratização do acesso ao ensino superior, houve sua universalização no final do século XX. Houve, nesse período, a chegada da classe média a essas instituições, o aumento da presença das mulheres na universidade e o crescimento ou a implantação das universidades na África e na Ásia. Com a independência política, fazia-se necessária a formação de quadros técnicos capacitados para atuar no governo e na consolidação dessas nações, bem como a circulação e mobilidade.

Nesse cenário, a internacionalização foi expressa na forma de cooperação para o desenvolvimento e houve um grande crescimento da mobilidade acadêmica no sentido sul- norte, com fomento para bolsas de estudo e apoio ao intercâmbio dos estudantes do Sul, patrocinado principalmente pelos Estados Unidos e pela Europa. Além de bolsas de estudo, o Norte também financiava a ida de professores visitantes para os países da região, bem como destinava fundos de pesquisa para universidades ali presentes.

Ademais, a busca por influência política e cultural levou as grandes potências a buscarem difundir suas línguas e cultura pelas diferentes regiões do planeta. O socialismo também contribuiu para fomentar o ensino superior nos países sob sua influência, merecendo destaque Cuba, China e vários países africanos que tiveram grande desenvolvimento do ensino técnico. As antigas metrópoles também buscaram manter sua presença cultural e educacional sobre as antigas colônias (ROSSATO, 1998; KNIGHT; DE WIT, 1995).

A universalização do ensino também levou à preocupação com o paroquialismo. Além de necessários os contatos internacionais para os avanços na pesquisa, o receio do isolacionismo e provincianismo foram motivadores para a internacionalização da educação. Ao mesmo tempo em que se buscava, com a internacionalização, reduzir o isolamento e o caráter provinciano, também foi dada ênfase na criação de identidades regionais.

Já no final do século XX, uma última vertente passou a impactar a promoção e o incentivo dos intercâmbios: a financeira. A mobilidade começa a ser encarada também como fonte de financiamento para algumas universidades, principalmente americanas e inglesas, mantidas com os pagamentos de altas tuitions fees.

A multiplicação das universidades, a democratização do acesso – com a universalização do ensino superior –, a constante mobilidade e a busca por parcerias levaram ao crescimento do interesse acerca da internacionalização. Cada vez mais se discute o que é esse processo, quais são as estratégias para sua implementação e fomento e os resultados esperados.