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APÊNDICE I: ENTREVISTA ESCOLA LILÁS (23.10.2012 PORTUGAL) Elaborei este protocolo com base nas hipóteses e questões de pesquisa, descritas na seção 1

APÊNDICE G: QUESTIONÁRIO INTÉRPRETE LGP MIRANDA (17.10.2012 PORTUGAL) Este protocolo foi respondido por e-mail pela intérprete educacional da

4.4 Planos de minhas condutas

Meu plano de trabalho envolveu dois momentos. Um no Brasil e outro em Portugal. O trabalho no contexto brasileiro envolveu uma fase de observações de campo e depois um período de docência. Para ensinar surdos, procedi à elaboração de planos de aula, baseados em Unidades de Aprendizagem (UA).

A UA consiste numa proposta pedagógica que possibilita trabalhar os conteúdos escolares de forma alternativa ao currículo, ao método linear tradicional e uso do livro didático (GALIAZZI; GARCIA; LINDEMANN, 2006; HILLESHEIM, 2006). O professor escolhe atividades e trabalha conteúdos com vistas à aprendizagem dos alunos. “Ela permite uma participação efetiva do aluno nas atividades realizadas, pois é sujeito do processo e juntamente com o professor torna-se autor do seu trabalho, aproximando-se da sua realidade e necessidades” (ALBUQUERQUE, 2006, p. 24). A UA envolveu a aprendizagem dos números

naturais, da tabuada, dos múltiplos e o estudo do mínimo múltiplo comum (m.m.c.). O quadro na figura 20, a seguir, ilustra meu cronograma para ensinar Matemática na escola de surdos VERDE:

Figura 20 - Cronograma de pesquisa no Brasil.

OBSERVAÇÕES

04.04.2012 – 7h20 às 10h47 Feira de Matemática na Escola VERDE 10.05.2012 – 7h20 às 10h47 Turmas 61 e 81 16.05.2012 – 7h20 às 10h47 Turmas 61 e 62 DOCÊNCIA EM MATEMÁTICA QUARTA SEXTA 30.05.2012 61 PLANO 1 01.06.2012 62/81 PLANO 2 61 71 PLANO 2 62 PLANO 1 71 62 71 62 71 QUARTA SEXTA 06.06.2012 61 PLANO 1 08.06.2012 Feriado 61 62 PLANO 2 62 62 QUARTA SEXTA 13.06.2012 61 PLANO 4 15.06.2012 62/81 PLANO 3 61 71 PLANO 3 62 PLANO 5 71 62 71 62 71 QUARTA 20.06.2012 61 PLANO 6 22.06.2012 62/81 PLANO 8 61 71 PLANO 8 62 PLANO 7 71 62 71 62 71 Fonte: a pesquisa.

Trabalhei com várias turmas. Este cronograma foi elaborado com base no programa escolar. Vi que a instituição separava os alunos por nível de escolaridade: sexto, sétimo e oitavo ano. Eu me conduzi de outro modo. Criei planos de aula específicos, com base no manual do Multiplano (FERRONATO, 2008). Ao todo oito planos, descritos a seguir:

PLANO 1: ensinando a multiplicação com uso do Multiplano. Visei aplicar o princípio multiplicativo e usar o Multiplano como material didático manipulável.

PLANO 2: Múltiplo comum. Visei aplicar e interpretar o conceito de múltiplo e múltiplo comum e mínimo múltiplo comum (m.m.c). Documento que pode ser visualizado no Apêndice J.

PLANO 3: Mínimo múltiplo comum (m.m.c.). Visei aplicar o conceito de mínimo múltiplo comum (m.m.c) e usar o Multiplano como material didático manipulável. Pode ser acessado no Apêndice K.

PLANO 4: revisão do conceito de multiplicação. Buscava aplicar o conceito de multiplicação em exercícios, como as expressões numéricas.

PLANO 5: revisão do conceito de m.m.c. em exercícios. Objetivava aplicar as etapas de obtenção do m.m.c. e empregar o Multiplano como material didático manipulável.

PLANO 6: teste de avaliação dos conhecimentos de multiplicação. Buscava avaliar o entendimento dos alunos sobre o princípio multiplicativo em expressões numéricas.

PLANO 7: teste de avaliação de m.m.c., cujo objetivo era avaliar o entendimento dos alunos sobre o conceito de mínimo múltiplo comum (m.m.c).

PLANO 8: estudo da área do retângulo. Visava aplicar o conceito de área, trabalhando o conteúdo em enunciados matemáticos. Pode ser acessado no apêndice L.

Apesar de lineares, os planos que compõem esta UA permitem ao professor trabalhar os conteúdos com flexibilidade. Não se programa o número de horas para o ensino, mas um conteúdo a ser trabalhado, um programa a ser alcançado. Buscando trabalhar sob uma perspectiva bicultural e bilíngue (ARNOLDO JUNIOR; GELLER; FERNANDES, 2013) é que usei o Multiplano. Este material é uma espécie de placa de plástico composta por elementos móveis, como elásticos, pinos, hastes, dentre outros materiais, usados para trabalhar a concretude de conteúdos matemáticos (FERRONATO, 2002, 2008; ARNOLDO JUNIOR, 2010b), concepção bicultural de ensino49. Além disso, atuei na escola VERDE comunicando-me com apoio da intérprete de Libras e professora de Matemática, professora LÚCIA. Abordagem que se remete, portanto, à concepção bilíngue de ensino.

Em Portugal, segui as condutas baseadas em programa de mobilidade internacional de Doutoramento Sanduíche acordadas entre a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e a Universidade do Porto (UP): Cooperation Agreement PLLA - Sandwich/Practice/Acordo de

Cooperação PLLA - Sanduíche/Estágio, durante o período de 17.09.2012 a 23.10.2012. Visando preservar o anonimato das escolas e instituições envolvidas na pesquisa, emprego pseudônimos nas etapas do work programme (plano de trabalho):

1º semana:

 apresentação pessoal à orientadora na FPCEUP, professora Dra. Preciosa Fernandes e à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP);

 intercâmbio de obras que versam sobre a inclusão escolar e educação de surdos;

 apresentação do projeto de Tese ao Programa de Doutoramento da FPCEUP, bem como da estrutura do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA);

 orientação de estudos – Professora Dra. Preciosa Fernandes;

 viabilização de visitas a três escolas de referência em educação de surdos na grande Portugal.

2º semana:

 frequência à biblioteca da instituição;  leitura das bibliografias indicadas;

 elaboração de atividades, roteiros, instrumentos para coleta de dados sobre as LGP, sob orientação da professora Dra. Preciosa Fernandes;

 visitação das escolas de referências da grande Portugal;

 investigação da estrutura oferecida a estudantes surdos na universidade BRANCO.

3º semana:

 busca de pistas para os seguintes questionamentos: 1) como os surdos portugueses aprendem sinais específicos, termos em Matemática?; 2) como são convencionados os gestos da LGP?; 3) como as tecnologias podem contribuir para o

processo emancipativo dos gestos em LGP?; 4) quais gestos são considerados

 leitura das bibliografias indicadas pela professora Dra. Preciosa Fernandes, bem como a elaboração de atividades, quando solicitadas.

4º semana:

 apresentação provisória ao Programa de Doutoramento da FPCEUP dos resultados obtidos;

 elaboração de relatório provisório a ser apresentado à UP e à Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), quando do retorno ao Brasil;

 início da elaboração de artigo científico-acadêmico com a professora Dra. Preciosa Fernandes sobre a investigação em Portugal/Brasil.

Os passos em Portugal foram rigorosamente cumpridos. Além deste planejamento, pude frequentar algumas unidades curriculares, que vão ser descritas nos capítulos a seguir. Minha conduta segunda analisa a realidade brasileira. Em um terceiro momento, investigo o contexto português. Nos próximos capítulos delineio estas etapas, respectivamente.