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A prática docente: formação do educador

A partir do século XX, alguns movimentos geravam mudanças na educação, especial- mente o movimento dos Pioneiros da Escola Nova, que lutava pela educação e pela fundação de universidades no Brasil.

Neste período, com a criação da Faculdade de Filosofia e Letras, que vai ser um dos pilares da Universidade brasileira, é instituído o curso de Pedagogia. Como todos os cursos das Faculdades de Filosofia Ciências e Letras, sua primeira finalidade era formar professores para o ensino secundário.

As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercí- cio da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade Normal e com cursos de Educação Profissional, na área de serviços de apoio escolar, bem como outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação oferecida abrangerá, integralmente, a docência, a participação da gestão e avaliação

de sistemas de instituições de ensino geral, e a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas. (BRASIL. Ministério da Educação, 2006, p. 6)

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN) atribui as se- guintes funções:

Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas. (BRASIL, 1996, art. 61)

Devido às várias funções do professor, existem diversas maneiras de designá-lo, a de- pender da situação em que ele está sendo inserido.Como adjetivo, pode ser protetor, tutor, e, como sinônimo, catedrático, docente, doutor, educador, instrutor, lente, mentor, mestre, titular, treinador.

Entretanto, de acordo com a Lei complementar nº 036/2004, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores do Magistério Público do Município do Salvador, existem alguns critérios que devem ser analisados para que uma pessoa venha a exercer o cargo de professor.

No seu artigo 1º, observa que, para o ingresso no cargo de Professor, além de outros re- quisitos estabelecidos em lei, exigir-se-á Diploma de Professor, expedido por estabelecimento oficial ou reconhecido.

É necessário também que o professor tenha uma formação adequada a cada nível escolar. a) para a educação infantil e o ensino fundamental da 1ª à 4ª série, exigir-se-á, como formação mínima, curso de graduação plena em Pedagogia ou curso Normal Superior, com habilitação em Licenciatura para Educação Infantil ou para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental. b) para o ensino fundamental da 5ª à 8ª série, exigir-se-á, como formação mínima, curso de licenciatura em graduação plena, com habilitações específicas em área própria para a docência nas séries fins do ensino fundamental. (SALVADOR, 2004, art. 1º)

O Ministério da Educação estabelece alguns requisitos para habilitar um profissional da educação:

Licenciaturas: os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de graduação que formam profissio- nais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia. Normal Superior: curso superior de graduação, na modalidade licenciatura. Tem por finalidade for- mar professores aptos a lecionar na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Magistério: não é curso superior, mas de nível médio. Habilita o professor para lecionar na Educação Infantil. Pedagogia: o curso de Pedagogia é um curso superior de graduação, na modalidade de li- cenciatura e tem como finalidade formar professores para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano). É aquele professor que assume integralmente o currículo da série. Os cursos de pedagogia também formam profissionais para atuarem na gestão do sistema escolar, mas a prioridade é a formação de professores. Bacharelado: os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar. São cursos superiores de graduação que dão o título de bacharel. Para atuar como docente, o bacharel precisa de curso de complementação pedagógica. E para lecionar no Ensino Superior exige-se que o profissional tenha, no mínimo, curso de Pós-Graduação Lato Sensu (especialização). (BRASIL, 1999) Conforme a lei que rege a educação brasileira, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quais- quer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino; para tanto, as funções designadas ao professor deverão levar em conta as seguintes recomendações:

São consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. (BRASIL, 1996, art. 67) A formação do docente se inicia no período escolar, no qual se adquirem conhecimen- tos, habilidades e experiências para o início da vida acadêmica.Na universidade, os futuros professores deparam-se com novos conhecimentos que lhe permitem refletir sobre educação, analisando inicialmente a sua própria educação. Segundo Tardif (2002), a formação docente

começa antes da universidade, durante a formação escolar anterior que se transforma na formação universitária inicial.

A diversidade de disciplinas na universidade dá ao futuro educador saberes heterogêneos, até porque há diferentes modalidades de ensino, ações, objetivos e principalmente alunos de contextos sociais diferenciados, o que faz com que o professor, para cada uma dessas circunstâncias, ative um saber correspondente.

No passado, via-se a universidade como um espaço de teoria desassociada da prática, pois outros ambientes de ensino-aprendizagemse responsabilizariam pela última. Esse quadro, porém, vem mudando, já que o conhecimento não se restringe a um ambiente, dando-se na interação entre indivíduos e, partindo disso, a teoria e a prática se fundem.

Assim, a criação de alguns projetos, como o Programa Institucional de Bolsa de Inicia- ção à Docência (PIBID), o Programa de Educação Tutorial (PET), ambos de universidades públicas e financiados pelo governo federal (CAPES), que difundem a atuação inicial docente dos estudantes de Licenciatura, fazem com que os conhecimentos acadêmicos interajam com os saberes produzidos na prática. Soares e Cunha (2010), citando (GARCIA, 1999, p. 29) [...] quando retoma esse ponto, “[...]de modo a aprender a ensinar seja realizado através de um processo em que o conhecimento teórico possa integrar-se num currículo orientado para a ação”. E é a partir disso que as atividades de iniciação à docência vêm sendo desenvolvidas na Escola Municipal Vivaldo da Costa Lima, contribuindo para a formação desses futuros profissionais. Com uma formação contínua, já que não se limita à formação universitária, esses profissionais prosseguem, adquirindo novos conhecimentos e procedimentos atualizados, a partir de simpósios, congressos, seminários, eventos na área e até mesmo em especialização, nova graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

De acordo com a LDBEN, a formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:

I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos cientí- ficos e sociais de suas competências de trabalho; II – a associação entre teorias e práticas, me-

diante estágios supervisionados e capacitação em serviço; III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (BRASIL, 1996, art. 61)

Relatos das experiências pessoais em práticas