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GLOBALIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL

2.1. Sociedade Globalizada e o crime na era digital

2.1.4. Os sistemas de Internet

2.1.4.1 Protocolo TCP/IP

179 Segundo artigo publicado no periódico o Estado de São Paulo: “O satélite como forma de conexão a Internet, que já foi considerado caro demais, começa a se tornar uma solução competitiva, com a vantagem de não exigir instalação de infraestrutura. Atualmente, existem somente 67 mil acessos de banda larga via satélite no Brasil. Rafael Guimarães, presidente da Hughes do Brasil, enxerga um mercado potencial de 7 milhões de residências. “Não estamos falando somente de pessoas que não têm atendimento, mas também daqueles que contam com serviços de má qualidade”, disse o executivo.” (R. Cruz. Internet via satélite. O Estado de São Paulo, 10jan. de 2016, p. B8, Economia).

180 Projeto de Lei nº. 236/2012: “Artigo 208. Para efeitos penais, considera-se: I- ‘sistema informático’: qualquer dispositivo ou o conjunto de dispositivo, interligados ou associados, em que um ou mais de um entre eles desenvolve, em execução de um programa, o tratamento automatizado de dados informáticos, bem como a rede que suporta a comunicação entre eles e o conjunto de dados informáticos armazenados, tratados, recuperados ou transmitidos por aquele ou aqueles dispositivos, tendo em vista o seu funcionamento, utilização, proteção e manutenção. II- ‘dados informáticos’: qualquer representação de fatos, informações ou conceitos sob uma forma suscetível de processamento num sistema informático, incluindo programas aptos a fazerem um sistema informático executar uma função. III- ‘provedor de serviços’: qualquer entidade, pública ou privada, que faculte aos utilizadores de seus serviços a capacidade de comunicação por meio de seu sistema informático, bem como qualquer outra entidade que trate ou armazene dados informáticos em nome desse serviço de comunicação ou de seus utentes. IV- ‘dados de tráfego’: dados informáticos relacionados com uma comunicação efetuada por meio de um sistema informático, gerados por este sistema como elemento de uma cadeia de comunicação, indicando a origem da comunicação, o destino, o trajeto, a hora, a data, o tamanho, a duração ou o tipo do serviço subjacente.”

O protocolo TCP/IP181 (transmission Control Protocol – Internet Protocol) foi

criado pela DARPA182 (Defense Advanced Research Projects). O mesmo permite a

comunicação de dados em rede de forma confiável, uma vez que não depende de sistemas operacionais.

Por sua vez, cada sistema computacional é associado a um único endereço183,

denominado IP (Internet Protocol), cuja identificação, expressa em números, representa a forma de se identificar184 o terminal conectado.

Nos termos do inciso III, do artigo 5º, do Marco Civil da Internet “endereço de protocolo de internet (endereço IP): o código atribuído a um terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo parâmetros internacionais.”185

Segundo observa Roberto Antônio Darós Malaquias: “[...] O endereço de IP pode ser estático (número fixo que pertence a determinado usuário) ou dinâmico (uma faixa de reserva que é atribuída a cada estação de trabalho de modo indistinto).”186

A identificação do IP é o primeiro passo para tentar-se individualizar o usuário, contudo, muitas vezes, o usuário utiliza-se de uma rede pública, ou mesmo, de programas que dificultam o rastreio do IP do dispositivo.

181 Em 1973, o matemático americano Viton Cerf começa a trabalhar com Bob Kahn numa maneira de conectar redes de pacotes que usam tecnologias diferentes. Juntos, eles desenvolvem o TCP-IP, sigla em inglês de Protocolo de Transporte e Controle-Protocolo da Internet, tecnologia que permite a criação da rede mundial. (Ethevaldo Siqueira. Revolução digital: história e tecnologia no século 20, p. 212)

182 Em 1973, Vinton Cerf e Robert Kahn desenvolveu o protocolo TCP-IP (Transmission Control Protocol- Internet Protocol) Ibid, Idem, p. 274.

183 “Nas redes de computadores, cada equipamento é associado a um endereço IP único dentro de sua rede. Esse número é formado por quarto octetos que variam entre 0 e 255, e são assim chamados porque cada um desses números corresponde a um byte (oito bits) que no conjunto, somarão quatro bytes e serão apresentados como x.y.z.w, onde cada letra é representada por três posições [...]” (in Marcelo Antonio Sampaio Lemos Costa.

Computação Forense, p.113. Antonio Scarance Fernandes: “Importa observar a existência de números (ou

endereços) de IP, ou seja, identificadores numéricos, formados por um código de 32 bits que permitem

individuar os dispositivos ligados através do padrão do protocolo IP a uma rede telemática. Toda vez que um usuário se conecta à rede, seu computador recebe automaticamente de seu provedor de acesso um determinado número de IP que é único durante aquela conexão. Na transmissão dos dados, esse número é utilizado como endereço, seja como remetente, seja como destinatário.” (Denise Provasi Vaz. Provas digitais no processo

penal. Fomulação do Conceito, definição das características e sistematização do procedimento probatório.

São Paulo\USP. Tese de Doutorado, p. 27).

184 Conforme observa Emerson Wendt e Higor Vinicius Nogueira Jorge, a identificação do usuário de um dispositivo se dá através do log de conexão, que nada mais é que: “um conjunto de informações sobre a utilização de internet pelo usuário, contendo data, horário, fuso horário, duração da conexão e número do protocolo de internet, mais conhecido como IP [...]”, p. 39.

185 Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014: “Artigo 5o [...]III - endereço de protocolo de internet (endereço IP): o código atribuído a um terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo parâmetros internacionais; [...]”.

186Roberto Antônio Darós Malaquias. Crime cibernético e prova: a investigação criminal em busca da verdade, p. 75.

Nessa esteira, a Resolução nº 614/2013 da Agência Brasileira de Telecomunicações, veio a regulamentar o serviço de comunicação multimídia e passou a estabelecer no inciso XVII, do seu artigo 4º, que o registro de conexão “é o conjunto de informações referentes à data e hora de início e término de uma conexão à Internet, sua duração e o endereço IP utilizado pelo terminal para o envio e recebimento de pacotes de dados, entre outras que permitam identificar o terminal de acesso utilizado.”187

Já a conexão à Internet dá-se com “a habilitação de um terminal para envio e recebimento de pacotes de dados pela Internet, mediante a atribuição ou autenticação de um endereço IP”, nos termos do inciso IV, do artigo 4º, da referida Resolução.

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