• Nenhum resultado encontrado

A questão de ordem apreciada pelo Supremo Tribunal Federal em virtude

3. O CASO DA OPERAÇÃO LAVA JATO E A CONSISTÊNCIA DA APLICAÇÃO DO

3.2 Análise da competência na Operação Lava Jato

3.2.3 A questão de ordem apreciada pelo Supremo Tribunal Federal em virtude

Finalmente, evento que merece ser salientado, no contexto da análise do

princípio do juiz natural na Operação Lava Jato, máxime no que tange a análise da

competência da primeira fase da operação (núcleo dos doleiros), é a questão de

ordem analisada pelo Supremo Tribunal Federal quando da propositura de

Reclamação por um dos réus da operação.

Referida Reclamação foi ajuizada contra o juízo da 13ª Vara Federal de

Curitiba sob o argumento de que o juízo havia usurpado a competência do Supremo

Tribunal Federal ao proceder com investigação contra membro do Congresso

Nacional.

Com efeito, o saudoso Ministro Teori Zavascki, então relator do caso, diante

de informações prestadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba e considerando o risco

de ter sido usurpada a competência da Suprema Corte, deferiu, em 18 de maio de

2014, a liminar pleiteada para determinar a remessa das oito ações penais,

procedimentos e inquéritos referentes à Operação Lava Jato para a Corte Superior,

com a finalidade de se analisar a conveniência do desmembramento das

investigações com relação aos parlamentares com prerrogativa de foro.

Essas oito ações penais, cujas denúncias foram oferecidas entre 21 e 25 de

abril de 2014, eram as únicas até então em trâmite relativas a primeira fase da

operação (núcleo dos doleiros).

Com isso, o Relator dos processos suscitou questão de ordem para que a

Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidisse sobre a eventual usurpação

de competência da Corte.

Nesse sentido, a Segunda Turma do mencionado Tribunal decidiu por

unanimidade a remessa à origem das oito ações penais, inquéritos e demais

procedimentos referentes à Operação Lava Jato, realizando a cisão apenas no que

aos procedimentos envolviam indícios de participação de parlamentar federal:

EMENTA: AÇÃO PENAL. QUESTÃO DE ORDEM. COMPETÊNCIA

POR PRERROGATIVA DE FORO. DESMEMBRAMENTO DE

INVESTIGAÇÕES E AÇÕES PENAIS. PRERROGATIVA PRÓPRIA

DA SUPREMA CORTE. 1. O Plenário desta Suprema Corte mais de

uma vez já decidiu que é de ser tido por afrontoso à competência do

STF o ato da autoridade reclamada que desmembrou o inquérito,

deslocando o julgamento do parlamentar e prosseguindo quanto aos

demais (Rcl 1121, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno,

julgado em 04/05/2000, DJ 16-06- 2000 PP-00032 EMENT

VOL-01995-01 PP-00033). Nessa linha de entendimento, decidiu o Plenário

também que, ‘até que esta Suprema Corte procedesse à análise

devida, não cabia ao Juízo de primeiro grau, ao deparar-se, nas

investigações então conjuntamente realizadas, com suspeitos

detentores de prerrogativa de foro - em razão das funções em que se

encontravam investidos -, determinar a cisão das investigações e a

remessa a esta Suprema Corte da apuração relativa a esses últimos,

com o que acabou por usurpar competência que não detinha’ (Rcl

7913 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em

12/05/2011, DJe-173 DIVULG 08-09-2011 PUBLIC 09-09-2011

EMENT VOL-02583-01 PP-00066). 2. Por outro lado, a atual

jurisprudência do STF é no sentido de que as normas constitucionais

sobre prerrogativa de foro devem ser interpretadas restritivamente, o

que determina o desmembramento do processo criminal sempre que

possível, mantendo-se sob a jurisdição especial, em regra e segundo

as circunstâncias de cada caso, apenas o que envolva autoridades

indicadas na Constituição (Inq 3515 AgR, Relator(a): Min. MARCO

AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2014). 3. No caso,

acolhe-se a promoção do Procurador-Geral da República, para

determinar o desmembramento dos procedimentos em que constam

indícios de envolvimento de parlamentar federal, com a remessa dos

demais à primeira instância, aí incluídas as ações penais em

andamento.198

Como se percebe da ementa da decisão acima colacionada, foi respeitado o

atual entendimento da Corte Suprema no sentido de realizar a cisão da investigação,

permanecendo na instância superior apenas o que se refere ao membro do Congresso

Nacional.

Nota-se que a decisão não entrou no mérito propriamente da competência da

13ª Vara Federal de Curitiba para julgar as ações penais, tendo apenas se limitado a

afirmar a competência do primeiro grau para o julgamento das ações haja vista não

conterem réus com prerrogativa de função.

Quanto a esse ponto, verifica-se que o entendimento do Supremo Tribunal

seria posteriormente modificado. Atualmente, o entendimento é que além de realizar

o juízo de conveniência do desmembramento do feito relativo aos réus que não

possuem prerrogativa de foro, deve-se verificar, na mesma oportunidade, a

competência dos processos desmembrados, que podem retornar a vara de origem,

ou podem ser remetidos para outro juízo a depender das regras de concretização de

competência.

Essa situação ocorreu, apenas a título exemplificativo, no âmbito da Operação

Lava Jato, na questão de ordem no Inquérito 4.130/PR em que o Tribunal Pleno do

Supremo Tribunal decidiu, com a Relatoria do Ministro Dias Toffoli, pelo

desmembramento da investigação de crimes relacionados ao Ministério do

Planejamento, a qual continha indícios de participação de Senadora da República,

tendo remetido a investigação, após a análise dos fatos, para a Seção Judiciária de

São Paulo.199

O mesmo ocorreu na ação penal nº 963 na qual se apura crimes cometidos

contra a Eletrobras Eletronuclear, na qual em decisão monocrática, o saudoso Ministro

Teori Zavaski desmembrou o feito em relação a Parlamentar Federal e, procedendo a

análise da competência, entendeu pela competência da Seção Judiciária do Rio de

Janeiro.200

No que se refere, contudo, ao objeto de análise deste capítulo, qual seja, a

análise de eventual violação do princípio do juiz natural nas ações penais que

envolvem o núcleo dos doleiros da Operação Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal

se limitou, como visto, a remeter os processos ao primeiro grau sem proceder qualquer

análise relativa ao foro competente.

199 STF, Tribunal Pleno, Inq 4.130/PR, Relator Ministro Dias Toffoli, julgado em 23.09.2015.

Conclusão

Demonstrado todo o contexto que cerca o princípio do juiz natural, desde o

seu surgimento no direito francês até sua sedimentação nas Constituições brasileiras,

bem como nos tratados internacionais de direitos humanos, pode-se afirmar a

inegável importância do instituto para a consolidação da cidadania plena no Estado

Democrático de Direito.

Com efeito, o direito fundamental do cidadão de ser julgado por juiz

independente e imparcial abstratamente pré-definido pela Constituição ou pela lei, se

mostra requisito elementar para o fortalecimento da confiabilidade das instituições do

Estado e, por conseguinte, da cidadania.

Nesse diapasão, a Constituição Federal de 1988 forneceu um arcabouço de

garantias ao princípio, ao conferir plena independência ao Poder Judiciário e aos seus

membros, além de determinar certas garantias e vedações visando a preservar, além

da independência, a imparcialidade dos magistrados.

A referida Carta, não se limitou a apenas garantir um julgamento justo,

devendo-se extrair também, do princípio do juiz natural, o direito de o cidadão obter

uma acusação e um processo independente e imparcial, dado o tratamento conferido

por ela ao Ministério Público, bem como as garantias dadas aos seus membros – e,

numa interpretação ainda mais ampliativa, mas não menos conforme, admitiu também

a ampliação do princípio para os delegados naturais, responsáveis pelo primeiro

contato do acusado com o Estado.

Nessa toada, as regras de competência postas pela Constituição e pela

própria legislação infraconstitucional estão diretamente ligadas ao princípio do juiz

natural devendo se colocar de maneira a limitar o máximo possível a

discricionariedade do interprete quando de sua aplicação.

No caso da Operação Lava Jato, notadamente no que tange ao fenômeno da

especialização de varas por resolução dos tribunais tem-se que estas são de suma

importância para a melhora da prestação jurisdicional aos cidadãos, sendo evidentes

os resultados positivos da especialização para a operação.

Como restou demonstrado, o Poder Judiciário possui autonomia

constitucional para editar tais resoluções, contudo, no que tange ao conteúdo das

resoluções, tem-se observado reiteradas violações ao princípio do juiz natural, pois,

não raramente, determinam a redistribuição de processos, procedimentos e inquéritos

já em curso para a vara especializada.

Quanto a análise das decisões proferidas pelo juízo da 13ª Vara Federal de

Curitiba para afirmar a sua competência para julgar os processos relativos a primeira

fase (núcleo dos doleiros) da Operação Lava Jato, também foram constatas violações

em relação à aplicabilidade do princípio do juiz natural, máxime no que se refere as

regras de competência trazidas pela legislação processual penal.

Nesse sentido, constatou-se equívoco cometido pelo referido juízo quando da

aplicação do artigo 71 do Código de Processo Penal, dispositivo que não se aplica

aos casos de definição da competência por conexão e continência.

Foram também encontradas incoerências em parte das decisões proferidas,

pois não se considerou a totalidade dos crimes conexos ocorridos, restringindo-se a

análise aos crimes objetos das ações individualmente consideradas.

Finalmente, mesmo ao se considerar a interpretação dada pelo juízo da 13ª

Vara Federal de Curitiba no que se refere à aplicação do inciso IV do artigo 78 do

Código de Processo Penal, tem-se, como visto, que a Seção Judiciária de São Paulo

também possui varas especializadas para o julgamento de crimes financeiros e de

lavagem de dinheiro que abrangem a Subseção Judiciária de Araraquara, não se

podendo falar, nesse caso, de concurso entre juízos comuns e especiais. Por

conseguinte, a aplicação do referido inciso também se mostra inconsistente com o

princípio do juiz natural.

Referências

ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estudios

Constitucionales, 1993.

ALVIM, Eduardo Arruda. Curso de direito processual civil. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 1999.

ARAÚJO, Moacir Martini de. O princípio do delegado natural como efetivação do

estado democrática de direito. Revista Brasileira de Ciências Policiais. Brasília, v. 3,

n. 1, p. 27-41, jan/jun 2012.

BADARÓ, Gustavo Henrique. Juiz natural no processo penal. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais, 2014.

BARBOSA, Rui. Elogios acadêmicos e orações de paraninfo. Revista da Língua

Portuguesa. São Paulo, Ed. Seguimento, 1924.

BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 7. São Paulo:

Saraiva, 2008.

BITTAR, Eduardo C. B. Ética, cidadania e constituição: o direito à dignidade e à

condição humana. Revista brasileira de direito constitucional, v. 8, n. 1, 2006.

BRITO, Alexis Couto de. FABRETTI, Humberto Barrionuevo. LIMA, Marco Antônio

Ferreira. Processo Penal Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2012.

BUERGENTHAL, Thomas. International human rights. Minnesota: West Publishing,

1998.

CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei 9.307/96. 3ª

ed. São Paulo: Atlas, 2009.

CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. O ministério Público no processo civil e penal.

Promotor natural. Atribuição e conflito. 5ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994.

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: O longo caminho. 2ª Ed. Rio de

Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

COMPARATO, Fábio Konder. O Poder Judiciário no regime democrático. Estudos

avançados, v. 18, p. 151-159, 2004.

COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. O princípio do juiz natural na CF/88. Ordem

e desordem. Revista de informação legislativa. Brasília a. 45, n. 179 jul./set., 2008.

CUNHA, Alexandre Sanches. Todas as constituições brasileiras. Campinas:

Bookseller, 2001.

DELGADO, José Augusto. A supremacia dos princípios nas garantias processuais do

cidadão. In: ALMEIDA FILHO, Agassiz de. CRUZ, Danielle da Rocha (Coord.). Estado

de Direito e Direitos Fundamentais: Homenagem ao jurista Mário Moacyr Porto. Rio

de Janeiro: Forense, 2005.

DEZEM, Guilherme Madeira. Curso de processo penal. 4. Ed. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais, 2018.

DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil: vol. I. 8 ed. São

Paulo: Malheiros, 2016.

DIPP, Gilson Langaro. Crime Organizado e a importância das varas especializadas

da Justiça Federal. Revista CEJ, Brasília, Ano XX, n. 69, p. 24-26, maio/ago, 2016.

FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3. Ed. rev. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2010.

FIGUEIREDO DIAS, Jorge. Direito Processual Penal. vol 1. Coimbra: Ed. Coimbra,

1974.

FRANCISCO, José Carlos. Busca por alternativas à judicialização e possibilidades, in

Arbitragem em Geral e em Direito Tributário: Soluções alternativas de resolução de

conflitos. Belo Horizonte: Ed. Del Rey, 2013.

__. (Neo)constitucionalismo na pós-modernidade: princípios fundamentais e justiça no

caso concreto. Neoconstituicionalismo e atividade jurisdicional: do passivismo ao

ativismo judicial. José Carlos Francisco (Coordenador e coautor). Belo Horizonte: Del

Rey, 2012.

GRAEFRATH, B. Universal criminal jurisdiction and na international criminal court,

European Journal International Law, 1990.

GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

GRINOVER, Ada Pellegrini. O princípio do juiz natural e sua dupla garantia. Revista

de Processo. Vol. 29, p. 11 – 33, jan-mar 1983.

GRINOVER, Ada Pellegrini. Gomes Filho, Antonio Magalhães. Fernandes, Antonio

Scarance. As nulidades no processo penal. 12ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,

2011.

JÚNIOR, Humberto Theodoro, Curso de direito processual civil. 35ª Ed. Rio de

Janeiro: Forense, 2000.

__. O compromisso do Projeto de Novo Código de Processo Civil com o processo

justo. Revista de informação legislativa, ano 48, abr./jun. Brasília, 2011.

KARAM. Maria Lúcia. Competência no Processo Penal. 3 ed. São Paulo: Editora

LIMA FILHO, Eujecio Coutrim. Princípio do Delegado Natural e o sistema de garantias

constitucionais. Disponível em

https://canalcienciascriminais.com.br/principio-delegado-natural. Acesso em 04.11.2017.

MARQUES, José Frederico. Da competência em matéria penal. Campinas:

Millennium, 2000.

MAYA, André Machado. Imparcialidade e processo penal: da prevenção da

competência ao juiz de garantias. 2ª ed. São Paulo, Atlas, 2014.

MAZZILLI, Hugo Nigro. O Ministério Público na Constituição de 1988. São Paulo:

Saraiva, 1989.

MELO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. São Paulo:

Ed. RT, 1986.

MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito

Constitucional. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. 4 ed. Coimbra: Coimbra ed., 1990.

MITIDIERO, Daniel. Direito fundamental ao processo justo. Revista Magister de direito

civil e processual civil, n. 45, 2011.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 31ª ed. São Paulo: Atlas, 2015.

NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal. 12. Ed. São

Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.

OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. O processo civil na perspectiva dos direitos

fundamentais. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito–

PERAZZONI, Franco. O Delegado de Polícia como Sujeito Processual e o Princípio

do Juiz Natural. RDPJ, Brasília, ano 1, n. 2, p. 197/215, jul-dez, 2017.

PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 14. Ed.

São Paulo: Saraiva, 2013.

PINSK, Jaime. História da cidadania. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2010.

PISANI, Mario. La garanzia del giudice naturale nella constituzione italiana. Rivista

Italiana di Diritto e Procedura Penale, 1961.

RENOUX, Thierry S. Il principio del giudice naturale nel diritto constituzionale francese.

Il principio di precostituzione del giudice (Atti del Convegno organizzato dal Consiglio

Superiore dela magistratura e dall’Associazione “Vittorio Bachelet”, Roma, 14-15

febbraio 1992). Quaderni del Consiglio Superiore dela Magistratura. 1993. n.66.

SANCHÍS, Luis Pietro. Justicia constitucional y derechos fundamentales. Madrid:

Editorial Trotta, 2003.

SARLET, Ingo. MARIONI, Luiz Guilherme. MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito

Constitucional. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

SCALQUETTE, Rodrigo Arnoni. Elementos da Soberania e do Tribunal Penal

Internacional. São Paulo: LTCE Editora, 2007.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 38. ed. São Paulo:

Malheiros, 2015.

STEINER, Sylvia Helena F. O perfil do juiz do Tribunal Penal Internacional in Tribunal

Penal Internacional. Organizadores Fauzi Hassan Choukr e Kai Ambos São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2000.

TAVARES, André Ramos. Manual do Poder Judiciário Brasileiro. São Paulo: Saraiva,

2012.

Anexos

Decisão proferida na exceção de incompetência nº 5044009-71.2014.404.7000

(ação penal nº 5025687-03.2014.404.7000);

Decisão proferida na exceção de incompetência nº 5029451-94.2014.404.7000

(ação penal nº 5025699-17.2014.404.7000) e

Decisão proferida na exceção de incompetência nº 5052019-07.2014.404.7000

(ação penal nº 5047229-77.2014.404.7000).

!" #$%&'%()(*+,$

- . /

!"#$%&&'&()**'+& &,'-

.& && &(- / - ( 0

! "#$ %&& (# (-

&1&2 &( &&3#&45% '&()**'+&

&,'-(& (- &6#2 &( 7&8(

9 .%2 #: # & ( #-

&6#8$

;#

<& & 6#8$ :& 3#,& &

&( / 9&-":;

6= & & $ += :>

3# &#(&#& $;=&-?

@ - ( 0 & *; &

&= &( &>(:> & # &= &( &>

&# !"#$%&&5(A(B*&C.& 2=5D&

'&()**'+& &,'- .& (*&E# F

@-( &*;& (:>

& # && &-%G*(2 &(&# '&()**

'+& ( 1 5(: &+ *&- '+& (*& E# '&( (*&

.#&& 6((B&6.+ )#6'&((*&

%&& '!#* & 2(+F

@-(000 &*;& &

(:> & # & &&# '&()**'+& &,

'- .& (1 5(:!& (B'+&A& (

1# 1 5(: <> !*& %+ .&& 6#( "# H&# 2&

>( 5(: &,"#%#(5F

@-(0 &*;& &

(*&- & I* &# #( &

"*>54J#82#&&>&& & 8

(:> & # & & & # (*& E# "&

.&(( " & .&(( % & &> 6G& & & 2&&& !+(

2(&! &>#$'&((*&%&& 'F

&# 6-%&K6#3#&%+ ( %& .+#9(:&

5 ! ( L>#( "$ G( & (*& E# 6- %&K

6#3#&%+ ( %& " &.&(("& .&((

0@-(0 &*;& (:>

& # : &#&G*( %&K(7&(&54%&*&=&

# (*& E# M ( 5(: & & 2&&& .=&

& 7(+ .#&( < 7&& " & .&(( "& .&(( %#(

!*&'% &&>6G&N( &9(:&F

@-(0 &*;& &

(:> & # & &&# !#()&3#5&#&! &>

)&3#O 9(:&5&#&! ()&3#5&#&1(&6, 2&.&

"G!&'& .&6( 'F

@-(0 &*;& &

(:> & # & & &&#- : : & #

A(.#%B P&O( 5(:"#%6G&6-)#>

'(:& '(+ 9(:& 6#( '& & .#& .& & % 2(

.+ A& !( O(: '&:(+F

@-(00 &*;& QR&

R " R 4 & # %#( !*& ' & $: '

7+)#*&5 .3#.&"SDS$5+$: '

7+F

@-(0 &*;& &

&# '&(( & 5#$!+

0-(3#-,&& &(

< & *; 8 & &= &( &>

&&$ (&-7&(&K/ &&3#&45% 03#(

8 &: 7(8: &- & H5

&& & ( > *& 3#

&&$& :- : (:> +& *&>& &

-&&= &( &># !"#$%&&

A& G& :- :(:>

+& & & :(: &($- K :(& :#(

#: *=& & 3# &

'#&* T & O( . 2&&& .

#- &'#&* K44 !U+3#

/0?#& !U+3#/0? K&

< !U &: &% <&&@

9 & &= &( &> & # 3#

&>&:# &&(( & ((

&- &>&# &&3#&45%

6=& (:> +&&# '#&*

: K # & 9 &

:- : &# & & #&=&&&

'#&*((+ G( #-7&(&&$ (

K '#&* ;= 3# ># .%2 & :- :

A-3#(3#&&(:I & ( '&()**

&,'- 3## :(:#: 7&8(;=3#

( (( #- & - ( 8(

#

& & &= (:> & # &=

:(&+=: - &&>& &0PP

&PP '%%

5># G &= , &( &> &

> & &>& :& =(> >

& &!"#$%&& G# & &

&& G &: :(: !

&= &> #& & # &*( # ( :(:

&- B> 81(+

5 &= &( ( & (:> -

6#2 &(J#& :- :>#(

0*&& &= ; >&:&:(

&( V 1& 2 &( '#&* ;= 3# ($ &

&;#(> & (:> &W3#-1&2 &(

&&3#& & & ;#(> & (:>

& : ( 3#( &>& (=:( , & P1 '%%

6#2 &('#&*&>& &PPXX '%% (

!K(-&;#8$ >#(3#-,

' ( .%2 5#& <&*#( 2 &( #

(+( :&($ (:>?

!

"

"#$%&$'()*)&+,-*-.$/0)1.)2-*+3-0%)+04-5%+6$%7.+))%).0$1.-4-0%)

1$.$8&/6$.$$'()1-0$/1-/)2.+3-*-%.9:+2)+0%-.0$2+)0$/*-*.)6$5.-2-*-0%-/;3

*+55) $ +04-5%+6$'() %$3<;3 $<.$06- ) 2.+3- *- /$4$6-3 *- *+0=-+.) 1.)4-0+-0%- *)

%.9:+2)$%.$+0*)$2)31-%>02+$*$&5%+'$-*-.$/?51-2+$/+,$'()*-$.$-*-.$/1).

-5)/&'() -3$0$*$ *) .+<&0$/ -6+)0$/ -*-.$/ *$ @A -6+()

)05%+%&2+)0$/+*$*-$:+.3$*$ 1-/) /-0) *-5%$ ).%- &5>02+$ *- ):-05$ $) 1.+02B1+) *) 8&+, 0$%&.$/ C

/-6$'() 2)31-%>02+$ *$ &5%+'$ 5%$*&$/ 0() *$ &5%+'$ -.$/ - -D2-55)

*-.$,) *$ +05%.&'() 2.+3+0$/ 3$%;.+$5 0() 5&<3-%+*$5 $ -D$3- *$5 +05%E02+$5

1.-2-*-0%-5 &1.-55() *- +05%E02+$ $<-$5 2).1&5 2)0=-2+*) -3 1$.%- - 0-55$

-D%-05()*-0-6$*$$).*-3FG@#HHI-/+0.)5.$&?A&.3$*)I&0I

-*-#JK#LK?LLHM

%&&&-(8V1&2 &(

'#&* &( *& & (:> :- 3#

#&#:&#G( #-7&('#&*&&&>

&- &> - &( *& & (:> #

&

& &+& - & :&

3#,& 9&- ":; $ (

&(

*&: 8 9&- ":; & 3#&

#>&#& &(/&= (:> +&

& &I* & >& I*93#&>&#&

( & ( # (& '&( )** '+& (*& E# A( .#

%B !#()&3#5&#&

:>- 3#,&

000+&*;#& (:> & # &

& &- %G*( 3# & # &($-

: #&#&#&& " &4%!

' # 3# # &#& &

# 2 &( 6, 6 & #($ &:, & *=&

#*&8&( K # (&>(5&:<&&$

<&&',& (&( &'&()**'+&&3#-

3#&&#(P G&',&" ( " &4%!

& (:># " &4%!*,#*

/ V 1& 2 &( '#&* ;= 3# &( & & (:>

*&> 5-6# =& %&=T &&>&!(#-4

<&*#(!>(2 &( V!>-@#((= ,*; & &

-(T@

&& &-( M#&$ 44&

0 # :>& >&# & &> & '&(

)**'+&

A &&& &- & # &

& >&# & &> & '&( )** '+& >&# &

&> &(*&E# >&#& &> &A(B

0 <*, # & & & >&#

& &> &(*&E# >&#& &> &A(B

2& #&&&>&#

&> &A(B >&#& &> &!#()&3#5&#&

%& :& >> & & &($

*& &&>=&&(- >&#&

A-*: -&&& (3#&

>&#&(#:(>#;#

5& & & I*>&&($&&

&&$ & &# (:> +&,: -&

&( &>& &0PPPPPP '%%

&:&(-/#&$&> &#&: &

#>&#,&(:& && #&$&> &#&:

(#&>&#