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Durante a aula, os ritmos propostos pela professora (A.L) foram acompanhados pelos alunos, muitas vezes, com a contribuição da professora regente, que ficou perto do corpo de cada aluno e os ajudou a realizar movimentos e ritmos. O boneco sensorial também pode ser usado com esta finalidade. Algumas vezes, os alunos solicitaram da professora (A.L) outro instrumento, com outros tipos de sons e que possibilitam a mudança de tons e ritmos das músicas.

Ao final dessa aula seria a hora do lanche e do recreio. A professora (A.L) procurou ouvir o horário pelo telefone celular e avisou a turma do término da aula e a preparou, por meio de canções, para a hora do intervalo. A professora regente situou os alunos e ambas prepararam para lancharem e saírem para a área externa à sala de aula.

Nesta aula, pudemos ver que criar rotinas para os alunos é interessante para seu desenvolvimento, assim como promover mudanças também tem uma boa repercussão. As ações da professora (A.L), em especial, são motivacionais para os alunos e promove, além de algumas descobertas, a repetição de uma atitude importante, até que ela se torne para o indivíduo uma ação autônoma.

3.8 EXPECTATIVAS QUANTO À AVALIAÇÃO DO DISCENTE

A avaliação dos alunos deve ser orientada pela LDB e pela Resolução nº 1, de 26 de agosto de 2003, do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF). A abordagem dos textos dessas orientações deixa claro que os aspectos qualitativos do que foi apreendido devem se sobrepor sobre os quantitativos, especialmente no caso da educação especial.

Sendo assim, os educadores devem entender a avaliação com uma possibilidade de que ela seja continuamente um instrumento de inclusão. Além disso, é imprescindível que os educadores se autoavaliem, com base nos objetivos a serem alcançados. A seguir, estão

expostos os parâmetros exigidos pela Orientação Pedagógica da Educação Especial da Secretaria de Educação do DF quanto às funções do CEE 1 a esse respeito:

- Realizar avaliação funcional para fins de orientação pedagógica e de identificação das necessidades educacionais especiais de estudantes, para encaminharem aos serviços de Educação Especial e outras áreas afins.

- Prestar atendimento educacional especializado ao estudante com deficiência, cujas condições individuais identificadas não o indicam para inclusão escolar imediata. - Atuar com os estudantes com deficiência matriculados nas instituições

educacionais comuns, por meio do Atendimento Educacional Especializado Complementar.

- Promover a integração escola/família/comunidade.

- Articular ações junto às demais instituições educacionais da rede pública de ensino, a fim de desenvolver estratégias de apoio e de orientação que favoreçam a inclusão educacional de estudantes com Deficiência e Transtorno Global do Desenvolvimento.

- Desenvolver ações pedagógicas de preparação e de capacitação para o mundo do trabalho.

Esses parâmetros para a realização da avaliação dos estudantes, tal qual para a autoavaliação do profissional que compõe a equipe do CEE 1, não atingem, conforme as evidências, as avaliações pertinentes ao DSV. Seja porque o CEE 1 recepciona cerca de quatrocentos ANEEs das escolas comuns, seja porque não há pessoas qualificadas e especializadas para a avaliação de pessoas DSV, ou seja porque não há recursos materiais para tratar do assunto avaliação de DSVs.

Nesse sentido, é importante ressaltar que existem outras variáveis, que não foram expostas neste trabalho, que podem justificar a inexistência de um trabalho direcionado para as Deficiências Sensoriais no CEE 1 do Gama.

No que diz respeito ao Currículo adaptado nos Centros de Ensino Especial, como é o caso do CEE 1, sugere-se o portfólio como um recurso de avaliação e de autoavaliação. Pois esse instrumento favorece uma sequência sistematizada dos registros de trabalhos de alguns educandos e possibilita a apreciação do desenvolvimento de habilidades e competências alcançadas no decorrer do processo.

Na avaliação do domínio da Linguagem e da Língua Nacional deve prevalecer a ordem do pensamento e do raciocínio, valorizando com flexibilidade os termos essenciais,

complementares e acessórios. No caso dos alunos com Deficiência Sensorial Auditiva (DSA), a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) deve ser considerada a primeira Língua na produção escrita. Para o DSV, não está claro no documento PPP como é realizada a sua avaliação. Sendo assim, além da professora (A.L) respeitar essas orientações, avalia, de forma alternativa, outros aspectos próprios da relação criada entre música e aprendizagem.

Dessa forma, as funções sensório-motoras e neuromotoras, a linguagem, a percepção (por alguns dos sentidos) e as habilidades associadas à memória, à adaptação social e ao desenvolvimento emocional tornam-se fundamentais como aspectos avaliativos sobre ANEEs na disciplina de Música. De acordo com as atividades aplicadas pela professora (A.L) nas aulas de música, espera-se que os alunos:

- acompanhem ritmicamente as músicas;

- imitem as expressões corporais e faciais realizadas de acordo com a música cantada e tocada;

- representem autonomamente o que perceberam de expressões e ritmos já apresentados;

- participem ao menos em alguns momentos, interagindo com outros componentes da turma;

- memorizem, cantem e movimentem-se perante algumas músicas;

- demonstrem sensibilização diante às motivações das atividades musicais;

- utilizem a música para expressar e comunicar algo sobre o que pensam e sentem; - se relacionem com as pessoas e o contexto em que vivem.

3.9 A COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA E A EDUCOM NO CEE 1 DO GAMA

Nas escolas públicas regulares, profissionais especializados desenvolvem trabalhos com os ANEEs num espaço físico definido como Sala de Recursos.67 No caso do CEE 1, como ele é um estabelecimento especializado em Educação Especial, em todas as salas há recursos, com o objetivo de atender os alunos de acordo com a variedade de deficiências apresentadas. Esses materiais são confeccionados por profissionais que se qualificam em cursos específicos ou são adquiridos pela escola, por meio de compra, desde que seja possível adaptá-los às demandas dos tipos de deficiências atendidas.

Com aspectos diferentes, a maioria dos recursos atende à expectativa de ampliar, de forma alternativa, as linguagens e a comunicação para alunos com impedimentos na comunicação oral, escrita e/ou visual. Para alcançar as metas em relação ao resultado do uso desses materiais, é de fundamental importância conhecer e observar, de forma apurada, as diversas dificuldades que o aluno pode apresentar, sejam elas físicas, psicológicas, intelectuais e/ou emocionais.

Os materiais, embora fiquem na sala da professora regente que os confeccionou, podem ser utilizados por todos os outros professores extraclasses, como é o caso da professora (A.L). A seguir, estão as fotos de alguns dos recursos usados no CEE 1 para a CAA.