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Reflexão sobre a Implementação das Práticas Desenvolvidas

5.2. Impacte da Oficina no Desenvolvimento Profissional dos Professores

5.2.1. Processo de Formação

5.2.1.3. Reflexão sobre a Implementação das Práticas Desenvolvidas

A implementação das práticas desenvolvidas na Oficina de Formação não ficou apenas reservada para as sessões de Acompanhamento. Na realidade, logo após as primeiras conquistas e descobertas dos professores sobre o trabalho colaborativo com as ferramentas da Web 2.0, registaram-se pequenas experiências nas turmas de cursos EFA-NS de alguns professores que frequentaram a Oficina. Os primeiros ensaios, chamemos-lhe assim, prenderam-se com a utilização de diferentes ferramentas para a escrita colaborativa. Registou-se até a dinamização de um grupo (professor/alunos) na plataforma GROUPLY não em contexto EFA-NS, mas numa turma do 11º ano. As seguintes unidades de codificação mostram os diferentes ensaios que se foram realizando ao longo da Oficina e evidenciam, sem reservas, a integração das ferramentas da Web 2.0 nos cursos EFA-NS:

Começámos a implementar com os formandos (…) alguns dos conhecimentos adquiridos nesta Oficina. Decidimos incentivar os nossos formandos a escrever um texto colaborativo. Além de ter sido, para nós uma vitória, foi, sem dúvida, uma experiência muito engraçada. (…) Foi bom vê-los a todos a desenvolverem, com tanto entusiasmo, a atividade. (EF@_31 março 2011 |19:26_Professor L) Em sala de formação e já a trabalhar com os adultos, dediquei-me a pôr em prática o que ia aprendendo na formação, partilhando com os formandos as enormes (para mim) descobertas que ia realizando no trabalho com as novas ferramentas da WEB. Foram momentos de grande partilha e enorme entusiasmo já que os adultos em formação “embarcaram” comigo nesta aventura da descoberta do imenso mundo da comunicação através da internet. (RF_ Professor J)

(…) registo com agrado a iniciativa de alguns professores na adoção de ferramentas colaborativas para a dinamização de atividades em cursos EFA, caso do professor I com o Dipity e o professor K com o Google docs. (DI_ Reflexão 06_23 março, 2011_I/F)

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Os formandos (…) já se iniciaram em diversas ferramentas como se pode verificar nas fotos que a Sandra colocou no grupo. (EF@_18 maio, 2011 | 20:42_Professor J)

O acompanhamento destas primeiras experiências, que foram sendo partilhadas na comunidade EF@, tiveram um papel muito positivo para a (continuação da) motivação do grupo de formação para o desenvolvimento dos materiais/atividades que no momento se fazia.

Eis experiências que motivam e moralizam! O entusiasmo do seu post é contagiante! Très bien, colega! (EF@_ 1 abril, 2011 | 15:06_Professor O)

Ótimos progressos. Espero que os nossos restantes formandos adiram com tanta motivação ao trabalho e atividades colaborativas. (EF@_ 12 abril, 2011 | 23:54_Professor B)

Já na dinâmica das sessões de acompanhamento, constatámos em primeiro lugar que a utilização das ferramentas da Web 2.0 gerou uma maior motivação entre os alunos para o envolvimento nos trabalhos e incrementou, pelo trabalho colaborativo, troca de experiências e ideias, alargando o horizonte dos próprios trabalhos, de que são exemplo os seguintes registos:

As professoras comentaram que estas ferramentas estão a motivar os alunos e de certa forma conquistar de novo o gosto pela descoberta e aprendizagem.

(DI_ SAcomp_10 maio, 2011 | 20:30_I/F)

No fim da aula os alunos disseram que tinha sido uma experiência muito interessante e muito enriquecedora, pois a participação no fórum obrigou-os a um maior cuidado na escrita e organização das ideias. (DI_ SAcomp_24 maio, 2011 | 19:45_I/F)

(…) Sentem [as professoras] que a proposta de trabalho foi muito interessante e motivadora para os alunos. (…) O facto de trabalharem em grupo e participarem conjuntamente ampliou a troca de experiências e resultou num trabalho melhor. (DI_ SAcomp_19 maio, 2011 | 22:00_I/F)

(…) No atinente à última atividade, os formandos consideraram a ferramenta "prezi" bastante interessante e funcional, pois sendo uma ferramenta colaborativa, podiam ver, "in loco" o seu trabalho a "crescer". O seu envolvimento nesta última atividade foi notório, especialmente por terem tido a oportunidade de expor ideias e fazer "uploads" de vídeos, canções, imagens associado (a)s às suas vivências e experiências pessoais. (EF@_25 maio, 2011 | 20:22_Professor G)

Em segundo lugar, verificou-se que os alunos de cursos EFA, a partir das indicações do(s) professor(es), conseguiram em tempo útil trabalhar com as ferramentas propostas nas atividades:

As professoras comentaram que à medida que se avançam novas ferramentas, os alunos vão ganhando também uma certa flexibilidade pelas competências que vão adquirindo e utilizando (…)

(DI_ SAcomp_19 maio, 2011 | 22:00_I/F)

(…) Surpreendente, porque não estava à espera que, apenas com algumas explicações e alguns minutos de aula, os alunos conseguissem manusear com tanta destreza a ferramenta colaborativa usada (Prezi). (EF@_ 25 maio, 2011 | 21:40_Professor P)

Para o eficaz trabalho dos alunos com as ferramentas colaborativas, muito contribuiu o trabalho de equipa dos professores, que se organizaram para prestar apoio nas aulas dos seus pares, e também o acompanhamento da I/F prestado em cada sessão de implementação:

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Apesar destes pequenos contratempos considero que a reação dos formandos foi positiva e as dificuldades surgidas foram facilmente ultrapassadas através da entreajuda e colaboração entre formadores e formandos e, é claro graças à ajuda valiosa da Sandra que está sempre presente. (EF@_ 15 maio, 2011 |19:51_Professor A)

Mais uma vez, o trabalho colaborativo entre as professoras se revelou necessário para a consecução da atividade, face aos diferentes ritmos de acompanhamento das sessões de formação.

(DI_ SAcomp_10 maio, 2011 | 20:30_I/F)

Apesar de ter sentido algumas dificuldades ao longo de todo este processo, as mesmas foram sendo ultrapassadas com a ajuda da formadora Sandra e dos restantes formandos, uma vez que esta oficina se pautou pela interajuda, partilha de opiniões, de experiências e de dúvidas entre todos os que a frequentaram. (RF_ Professor N)

No que diz respeito à orientação dos materiais/atividades, as unidades codificadas na dimensão ‘reflexão sobre a implementação’ segundo o indicador PC/TIC, evidenciaram que a infusão de PC nos materiais/atividades, juntamente com a integração de ferramentas colaborativas, foi conseguido, tendo alcançado, na opinião dos professores, um nível francamente satisfatório, como é referido a seguir:

A escrita colaborativa motivou os formandos e as questões propostas encaminharam-nos para uma forma de refletir mais consciente e crítica sobre dois grandes problemas da sua vida pessoal e escolar: a exposição de dados na Internet e os plágios verificados em meio escolar. (EF@_ 21 maio, 2011 | 19:58_Professor I)

No final da aula, as professoras foram unânimes em afirmar que as ferramentas colaborativas conjuntamente com o questionamento orientado para o desenvolvimento de capacidades de pensamento crítico promovem competências de ordem pessoal, social e profissional dos adultos que procuram os cursos EFA. (DI_ SAcomp_26 maio, 2011| 19:45_I/F)

Os resultados obtidos levam-me a concluir que a utilização da internet, nomeadamente o uso de ferramentas de escrita colaborativa como instrumento para concretização de algumas tarefas, motiva, promove a reflexão e o debate de ideias o que enriquece cada formando e melhora a qualidade do trabalho final. (RF_ Professor Q)

As atividades (…) têm sido desenvolvidas com algumas das ferramentas que foram apresentadas durante a oficina de formação: google doc`s, mindmeister, prezi. Estas ferramentas, desconhecidas dos formandos, permitiram que os onze formandos desenvolvessem competências em TIC e levaram a que cada um iniciasse o seu percurso a nível do PC. (EF@_ 25 maio, 2011 | 10:17_Professor J)

Naturalmente registaram-se algumas dificuldades aquando da implementação dos materiais/atividades desenvolvidas na Oficina. A mais referida esteve relacionada com as falhas da rede de internet da escola, o que causou uma certa perturbação no desenvolvimento dos trabalhos em rede e adiando, em alguns casos, a própria finalização das atividades de aula:

Nesta fase da implementação da atividade as principais dificuldades diagnosticadas e sentidas foi o facto de a internet não funcionar com regularidade e eficácia, facto que dificultou a inscrição dos formandos na plataforma moodle, conduzindo a perdas desnecessárias de tempo na comunicação com os formandos e na implementação da atividade. (EF@_ 25 maio, 2011 | 15:27_Professor H)

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Também nos deparámos com alguns problemas, nomeadamente o mau funcionamento da Internet. Este foi para nós o principal obstáculo. (EF@_ 25 maio, 2011 | 1:30_Professor L)

Por vezes a Internet na Escola funciona mal ou nem sequer está operacional. Embora alguns alunos possuam Internet própria não todos, leva a que tenha sempre que existir plano B e C. (EF@_ 5 maio, 2011 | 11:34_Professor K)

E o que inicialmente foi perspetivado pelos professores como uma dificuldade para a utilização de ferramentas da Web 2.0 em contexto EFA – a língua inglesa – acabou por não ser relevante no momento de reflexão após a implementação ou, se existiu algum problema, este acabou por ser completamente ultrapassado pelos alunos. Na análise dos dados apenas encontramos a seguinte referência que dá conta de como os alunos facilmente se relacionaram com a ferramenta [prezi – ambiente de interação em língua inglesa]:

Mais ainda, quando relembro a reação dos nossos formandos, que se encontravam completamente embevecidos ao utilizar as ferramentas apresentadas. (…) na área de formação de CLC - Inglês, área “inglória” esta, pois por norma os formandos revelam sempre dificuldades na aprendizagem/ utilização de uma língua estrangeira. Contudo, com as novas ferramentas, e com a motivação dos formandos face às mesmas, estas dificuldades passaram de imediato para segundo plano.

(RF_ Professor G)

Outras dificuldades estiveram relacionadas com o tempo e o esforço cognitivo dos alunos, inerente ao desenvolvimento das respostas às questões orientadas para o desenvolvimento das capacidades de PC:

As professoras disseram que este primeiro momento da proposta de trabalho era exigente e por isso os alunos (como alunos preocupados em fazer bem) não tiveram tempo para terminar. Constataram também que as questões de inferência e estratégias e tácticas necessitaram mais tempo de resposta. Porém consideraram um trabalho necessário e útil no desenvolvimento de competências ao nível do espírito crítico. (DI_ SAcomp_18 maio, 2011| 19:45_I/F)

Acrescentou, ainda que no que diz respeito às questões do pensamento crítico os alunos demonstraram pouca consistência na argumentação e grandes dificuldades em decidir o que fazer. (DI_SGrupo 10_ 25 maio, 2011_I/F)

Apesar das dificuldades sentidas na implementação dos materiais, os professores não se sentiram desmobilizados. Antes, porém, consideraram que a experiência catalisou o prolongamento e divulgação do trabalho desenvolvido na Oficina para o próximo ano e a outros colegas da escola, como é dado a conhecer nas seguintes reflexões do diário da I/F:

Esta Acção, no geral, está a ser interessante e com bastante pertinência. Em minha opinião deveria continuar a discutir-se esta temática em grupos de interesse, embora tenhamos, por vezes, falta de tempo para dedicar à investigação das diversas portas abertas pela Acção. Espero que a comunidade grouply continue para além da Acção pois as discussões no fórum podem ajudar. Deveria ainda ser aberta a mais professores (…) Terminaram dizendo que este trabalho foi apenas um pequeno ensaio daquilo que poderá ser feito no próximo ano letivo.( DI_ SAcomp_19 maio, 2011 | 22:00_I/F) (…) comentaram que fizeram o possível tendo em conta o tempo de implementação, mas que gostariam de experimentar para o próximo ano a construção de prezi ou dipity num friso cronológico (…).(DI_ SAcomp_25 maio, 2011 | 22:00_I/F)

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(…) Este [professor P] prossegue e diz estar muito satisfeito com o trabalho desenvolvido; ele próprio sente vontade de aplicar estas novas ferramentas nas suas turmas do 3º ciclo. (DI_ SGrupo 10_25 maio, 2011_I/F)

Por outro lado, a análise dos dados permitiu-nos verificar que a metodologia adotada na Oficina (Tenreiro-Vieira, 1999) possibilitou a (re)construção de materiais/atividades de natureza PC/TIC de forma mais consistente, inserindo os professores em todo um processo de crescimento desde a reavaliação dos seus materiais/atividades até à sua (re)construção com orientação PC/TIC, como é evocado por alguns professores:

(…) a implementação das atividades obrigaram-nos ( a mim e à colega M) a partilhar tarefas; a pensar em conjunto as atividades que se apresentaram aos formandos; a ler muito sobre o PC e descortinar formas que induzissem o PC nos formandos. (EF@_25 maio, 2011 | 10:17_Professor J)

Foi uma aprendizagem inovadora, ajudando a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes e a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial.(RF_ Professor R)

(…)considero que esta oficina de formação veio dar resposta às necessidades pessoais manifestadas relativamente ao desenvolvimento de competências no âmbito da aplicação das TIC e do pensamento crítico, que já me permitiram produzir alguns documentos didáctico-pedagógicos e que no futuro, a nível pessoal e profissional, me serão muito úteis. (RF_ Professor A)

Neste sentido, o diário da sessão de grupo 10 reafirma não só a metodologia adotada, como direciona o impacte da oficina no desenvolvimento profissional na esfera da ética profissional. A título de exemplo:

(…)Termina dizendo [professor I] que esta oficina foi a melhor formação que já teve em toda a sua carreira profissional. Diz: “Apesar de ter terminado a minha formação inicial há cerca de uma década atrás, nunca pensei que estivesse tão desatualizado e tivesse tanto para aprender! A sessão em que a Sandra falou de como era fácil desocultar as competências dos alunos de cursos EFA fazendo uso do pensamento crítico e de como a sociedade precisava de pessoas observadoras, atentas, críticas, fez-me pensar no meu papel enquanto formador e co-responsável de uma sociedade melhor…”(DI_SGrupo 10_ 25 maio, 2011_I/F)

Assim, face à apresentação de resultados feita até ao momento, podemos dizer que a frequência desta Oficina, permitiu aos professores a tomada de consciência para a necessidade de mudança de práticas de ensino e formação em cursos EFA_NS e, muito especialmente, despertou para as possibilidades que os docentes têm à sua disposição para fazer essa diferença. As ferramentas da Web 2.0, no fim da Oficina, já não intimidam os professores, e o conhecimento da taxonomia de Ennis para a construção de questões orientadas para o desenvolvimento das capacidades de PC acabaram por retocar e energizar o saber desocultar as competências dos alunos/formandos. Assim, a operacionalização do Referencial de Competências-Chave ficou mais próxima das linhas orientadoras da Aprendizagem ao Longo da Vida.

Não somos mesmo os mesmos, como diz a Sandra. Foi uma formação que nos consciencializou para a necessidade de mudança e só posso concordar com o que diz a colega LG: devemos ensinar mais aprendizagem e menos ensino ao nível dos conteúdos... (…) Esta formação trouxe-nos essa

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consciência e com ela um conhecimento sobre ferramentas colaborativas que muito ajudarão na construção das nossas aprendizagens. (EF@_ 9 maio, 2011 | 1:28_Professor M)

Considero que o momento mais marcante nesta oficina foi a presença do Dr. Rui e a sua sessão sobre o pensamento crítico (muito bem introduzido pela Sandra na desocultação da presença do PC no referencial). Encontrei aqui algumas respostas para ler numa outra perspetiva o referencial de competências chave para os cursos de educação e formação de adultos de nível secundário (extensível aos do básico). (RI_ Professor I)

A palestra sobre o pensamento crítico e a necessidade de o desenvolver nos formandos ajudou-me a dissipar o receio de que o professor seria, a curto prazo, carta fora do baralho. De facto, a sua função mudou ou tem que mudar, e todos nós, que à partida somos avessos à mudança, temos que reflectir sobre os desafios que agora se colocam ao professor, que no futuro, não terá um papel menor, mas antes diferente, visando o desenvolvimento das capacidades selectivas e reflexivas nos formandos, usando, por exemplo, a Taxonomia de Ennis na elaboração das questões que lhes coloca, visando o desenvolvimento de capacidades do pensamento crítico. (RF_ Professor Q)

Neste contexto, os professores admitiram que este caminho teve início com os trabalhos da Oficina, concordando na sua maioria, que ainda existe muito trabalho para fazer, desde o experimentar outras ferramentas até ao aperfeiçoamento do trabalho com a taxonomia de Ennis no desenvolvimento de materiais/atividades para os cursos EFA-NS.

O número de horas de formação (…) foi o suficiente para servir de ponto de partida para um trabalho individual de aprofundamento, dado que abordou os aspetos mais importantes. (RF_ Professor Q) (…) continuarei a utilizar, mas quero aprofundar outras ferramentas, além do Google docs, que mais ou menos domino. (RF_ Professor K)

(…) o professor M acrescenta que quanto às ferramentas foi bom saber da panóplia que existe, e reconhece que está munida de um conjunto de ferramentas que podem fazer a diferença numa ou outra aula e o compromisso é continuar a experimentar, fazer coisas novas. (DI_SGrupo 10_25 maio, 2011_I/F)

(…) Não faltarão oportunidades para aplicar os conhecimentos descobertos durante esta formação. (RF_ Professor H)

Salientou-se, também, a iminente necessidade de trabalho colaborativo entre os professores, para a continuação da partilha, discussão de conceções e desenvolvimento de materiais/atividades.

É na própria sessão que estou a escrever este testemunho. Sinto que esta formação me satisfez plenamente, pois permitiu-me verificar que a Escola está agora mais consciente da necessidade de existir partilha; colaboração entre todos os agentes educativos.

(EF@_2 maio, 2011 | 18:20_Professor J)

Professor J avança que a estratégia (mapa de conceitos) de elaborar uma atividade integradora através de uma ferramenta colaborativa lhe parece ser uma prática a adoptar em futuros planeamentos para os cursos, uma vez que todos os elementos da equipa pedagógica podem dar o seu contributo (online). (DI_ SGrupo 10_25 maio, 2011_I/F)

Os trabalhos em que somos chamados a privilegiar a interdisciplinaridade ganham outra dinâmica e interesse. O espírito colaborativo em termos de investigação ganha um novo dinamismo e uma nova

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amplitude, atraindo todos os potenciais colaboradores integrados num processo de trabalho ou de investigação. Aqui ninguém pode ficar de fora, ninguém pode ser excluído ou auto-excluir-se. (RF_ Professor H)

Particularmente, alguns professores apelaram ao prolongamento do apoio da I/F para a implementação de novos materiais/atividades e/ou estratégias no contexto EFA, no próximo ano letivo:

Espero continuar a contar com o seu [o da I/F] apoio quando, em Setembro, implementar uma comunidade de alunos, utilizando uma plataforma de apoio como utilizámos nesta oficina. (RF_Professor B)

Aproveito, ainda, para agradecer o convite da Sandra Ferrão para frequentar esta ação de formação, sabendo que a sua ajuda não terminará no final da mesma, mas será apenas o início de um trabalho e em equipa, que dará os seus frutos ao longo da nossa, ainda longa, carreira profissional. (RF_Professor F)

Muitos dos parágrafos finais das reflexões dos professores impeliram a uma certa ação, filiando o trabalho individual de cada um com o compromisso de atender ao desenvolvimento das capacidades de PC dos alunos com a imersão de ferramentas da Web 2.0 no desenvolvimento de materiais/atividades em contexto EFA-NS. Neste sentido, podemos ler de forma muito clara a adoção da orientação PC/TIC dos professores no compromisso vigilante com as suas práticas em Educação e Formação de Adultos:

Apesar das dificuldades que surgiram, penso que a aplicação destas ferramentas colaborativas poderá ser de grande utilidade nestes cursos, cabe-nos a nós, formadores insistir na sua implementação, para que se tornem práticas habituais no processo de ensino-aprendizagem de modo a que, com o tempo, as dificuldades sejam ultrapassadas e a sua aprendizagem e utilização sejam aperfeiçoadas por todos. (RF_Professor A)

(…) A oficina de formação vai revelar-se fundamental para uma mudança na minha prática docente. Em primeiro, na forma como serão preparados os materiais e redefinidas algumas estratégias e, acima de tudo, na forma como passarei a ler e a trabalhar o referencial do Nível Secundário. Confesso que sou um crítico da forma como o referencial de CLC está estruturado, no entanto, encontrei no PC um farol para desenvolver de forma mais motivada as formações deste nível. (RF_Professor I)

(…) devem ser propostas aos formandos tarefas compostas por atividades para explorar diversas aplicações informáticas, a realizar na sala de aula ou autonomamente fora desta, individualmente ou em grupo. Cada tarefa proposta deve disponibilizar um leque diversificado de atividades e de procedimentos que promovam a reflexão necessária para abordar problemáticas que constituam um incentivo ao desenvolvimento do pensamento crítico e à criação do seu próprio conhecimento. (RF_Professor Q)

Não devemos esquecer a importância de, ao elaborarmos uma proposta de atividade, procurar desenvolver sempre a capacidade do Pensamento Crítico de acordo com a Taxonomia de Ennis(…). (RF_Professor N)

Por outro lado, e tendo em consideração o que já foi referido em relação ao trabalho colaborativo dos professores, a última linha de considerações vai ao encontro da importância da continuidade da comunidade EF@, criada a partir da Oficina de Formação, como “espaço” privilegiado de

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partilha, colaboração e presença de um grupo profissional empenhado em dar novos significados às práticas de Educação e Formação de Adultos, testemunhado nas seguintes reflexões finais dos professores:

(…) vamos transformando as práticas, prosseguindo o caminho e evoluindo? Assim, faço um apelo a todos os membros da comunidade Ef@: “Dêem-lhe vida, alimentem-na, não a deixem morrer” pois, só partilhando, colaborando, cooperando, podemos melhorar as nossas aprendizagens e as dos nossos formandos e “crescer” em conjunto. (RF_ Professor L)

É meu desejo que a comunidade criada na plataforma GROUPLY não termine. Considero que é um local de partilha privilegiado, em que poderei contar com alguns colegas e com os formadores para esclarecer futuras dúvidas e trocar de impressões. Sei que há muitas outras comunidades de partilha, bem mais desenvolvidas do que a nossa, mas há um elemento quase familiar na nossa comunidade, que não desaparece facilmente. Assim espero. (RF_ Professor O)

Espero que a comunidade grouply continue para além da Ação pois as discussões no fórum podem ajudar. Deveria ainda ser aberta a mais professores, embora os grupos funcionem bem na base da confiança, que se tem que construir, o que nem sempre é fácil. (RI_ Professor K)

Finalmente, constatamos que a Oficina de Formação proporcionou aos professores não só o