• Nenhum resultado encontrado

JMN JPEF

Etapa 1 Texto Original

8 Análise da Configuração Organizacional Administrativa da IPJA à luz do Modelo analítico

8.5 Sistema Técnico-operacional

De acordo com Alves (2003) o sistema técnico-operacional visa questões como: natureza das tarefas, fluxos de atividades e tecnologia prevalecente.

Com relação à natureza das tarefas e dos fluxos de atividades, chega-se à premissa de que a dinâmica da realização de cada função em uma entidade religiosa é diferente de qualquer outro tipo de organização. Pois, além da maioria daqueles que lá estão não serem remunerados, estes acreditam que tudo o que fazem dentro da Igreja é como se estivessem fazendo para Deus. Dizendo com outras palavras, existe o fator fé e os aspectos sobrenaturais naquilo que está sendo realizado.

Desse modo, os que estão participando de algum tipo de atividade na IPJA se sentem ‘chamados’ por Deus para esta missão. E este chamado, crê-se que vem presenteado pelo Senhor com os dons e talentos necessários para a capacitação de cada ‘crente’ para a realização de seu trabalho na Igreja.

Na referida comunidade cristã reformada, acredita-se que cada um dos seus membros faz parte do ‘Corpo de Cristo’ e desse modo deve utilizar os seus dons e talentos52 para que este corpo não sofra. Ou seja, tem como verdade o fato de que a partir do momento em que alguém possui um determinado dom ou talento e não o utiliza na Casa de Deus, faz com que aquela área fique descoberta e atinja toda a Igreja. Se formos, metaforicamente, associar a mesma com a parte da produção de uma organização, seria como se um dos trabalhadores não realizasse a sua função no momento em que era para fazer, e a linha de fabricação fosse prejudicada e, conseqüentemente, o produto final também. Em outras palavras, na IPJA (e, neste caso, mais ainda por ser uma igreja relativamente pequena) a partir do momento em que um ‘irmão’ não faz o que poderia fazer, por ter sido dotado para isso, o objetivo principal da mesma – ou seja, a adoração ao Senhor Jesus – termina ficando prejudicado.

Contudo, crê-se também que quando um dos membros não está realizando o seu chamado na Igreja como deveria, Deus chama outro e o capacita para assim fazer. Com isto, comprova-se algo que em nenhuma outra organizacional ocorre.

A partir daí, é percebido ainda que a lógica da uma entidade religiosa cristã reformada é diferente também no aspecto no que diz respeito à necessidade de ter pessoas tecnicamente bem habilitadas, pois para muitos o desejo de fazer algo dentro da Igreja é ‘nascido’ primeiramente no coração de cada um, como chamado de Deus. E, o mesmo, dito por quem já

52 Algumas vezes, como já dito anteriormente, esses talentos utilizados na Igreja, por algum dos seus membros,

o sentiu, é irresistível, uma vez que, algumas vezes, tal serviço é algo que nunca havia sido pensado anteriormente pela pessoa que um dia pudesse vir a execê-lo. Assim, percebe-se uma dinâmica bem diferente, onde muitas vezes ‘os leigos’ podem passar por diferentes entes organizacionais na mesma, como também está, ao mesmo tempo, realizando trabalhos voluntários em mais de um deles.

Exemplificando o caso da IPJA, já houve um membro, que ao mesmo tempo em que era diácono, era professor de Escola Dominical, participava do Foco de Ensino, como também exercia funções na diretoria da Mocidade; já outra, fazia parte: do ministério de expressão corporal, da diretoria da Mocidade, da recepção, da função de professora de Escola Dominical da sala de Adolescentes, da liderança do Foco de Marketing e da coordenação do Projeto Igreja Solidária; e ainda outra, acumulava: a liderança da Mocidade, a direção do Departamento Infantil, a função de professora de uma das salas de crianças, a participação no Ministério Shekinah, a coordenação do Foco de Capacitação de Líderes e a atividade de recepcionista.

Com tudo isto, é visto a multiplicidade de funções que os membros da Igreja podem ter nela. Como também, após um dos membros não se sentir mais chamado para a função que desempenhava na IPJA, ele tem a possibilidade de comunicar a decisão ao Pastor e, com isto, sair. E, se o mesmo sentir o desejo no coração de trabalhar em algum outro ‘ministério’ dentro da mesma, deve primeiramente comunicar este a algum participante do Conselho, ou, até mesmo, à liderança do ente organizacional em que assim quer servir. Com isto, verifica-se a flexibilização da estrutura desta entidade religiosa no que tange à natureza das tarefas.

Somado a isso, percebe-se a presença da iniciativa criadora e os vínculos sócio- afetivos nos membros da IPJA, em relação ao primeiro ponto, pela geração de novos Ministérios ocorridos na mesma, como o de Teatro (que iniciou no mês de março de 2008) e o espaço NARA que está sendo arquitetado; em segundo lugar, por ser um local onde estes tipos de relacionamentos, como visto na seção anterior, são bastantes incentivados, e ao mesmo tempo percebidos. Ou seja, as pessoas sentem prazer em estar juntas, se visitam, estreitam os laços de amizades e irmandade, enfim, gostam uma das outras. Tudo isso, faz com que os mesmos se sintam alegres pelo seu labor no engrandecimento da Obra de Deus.

Por fim, quando se fala da tecnologia prevalecente na Igreja, ela poderia ser comparada à volta da ‘oficina artesanal’. Nela, pois, não existe a necessidade de se trabalhar com ‘maquinário’ de última geração por não ser tratar de vender um produto ou serviço. Contudo a mesma não se ‘fecha’ para utilização de aparatos científicos de última geração que porventura possam ajudar no objetivo maior de propagar a palavra de Deus para todas as

criaturas. Pelo contrário, o que for útil e esteja ao alcance da IPJA será utilizado. Porém, o importante é que todos os membros da mesma trabalhem com alegria e integrados com o intuito de atingir o alvo do Evangelho.

O capítulo seguinte traz a análise da configuração organizacional-administrativa da IPJA à luz do modelo de Alves (2003).