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4. Concelho de Borba

04.05. Sr.ª dos Convertidos CMP 426 / CNS

Também situado em vinha. Materiais muito escassos e dispersos, sem que seja possível determinar uma mancha mais concentrada. Alguma cerâmica de construção, incluindo tegulas. Possível pequeno sítio, muito afectado por lavras.

04.04. Freixo CMP 426

No topo da elevação fronteira à villa de Zumbrete encontra-se um sítio com materiais muito dispersos: unicamente imbrices, tijolos e alguns fragmentos de dolia. Mancha de 2000 m2, muito dispersa, mas também muito alterada e mexida pelo plantio da vinha existente,

que aqui rasga o afloramento. Foi encontrado um percutor.

Tem um enorme campo visual para todos os lados menos para Oeste, em que algumas elevações cortam a visibilidade. Muito exposta a norte.

Difícil de determinar a tipologia do local, dada a implantação tão atípica, e não foram encontrados elementos que confirmem inequivocamente a sua atribuição à época romana.

Referência: PDM Borba nº 13.

04.05. Sr.ª dos Convertidos CMP 426 / CNS 543

Referências antigas à existência de um sítio romano de grandes dimensões em torno do templo cristão (um dos vários que se encontram, isolados na paisagem, nesta zona de Alcaraviça). O sítio foi prospectado em várias ocasiões sem que nada fosse encontrado, embora a propriedade aqui se encontre muito dividida e nem sempre seja de fácil acesso.

Referência: Processo IGESPAR 86/1(115).

04.06. Cerca

CMP 426 / CNS 10786

Villa romana com uma história recente muito atribulada. Ameaçada pela expansão

urbana da cidade, foi intervencionada em primeiro momento por Ana Ribeiro, que aqui realizou uma escavação em sondagem que, pelos resultados, depois se ampliou para open

area. Desta fase resultou a publicação dos primeiros resultados em artigo mais amplo122. Em

processo conturbado, o sítio foi entregue a Artur Rocha, que em 2004 efectuou algumas sondagens que todavia não trouxeram qualquer avanço na leitura do local, dada a escassa área disponível na opção metodológica tomada. Da mesma forma, desta segunda fase não resultou qualquer publicação. Aparentemente, de então para cá o local foi entregue à sua sorte, eventualmente sacrificado pela prevista realização de loteamentos na área de implantação.

120 Na fotografia 17 está representado um molde de lucerna que então foi aqui recolhido; na fotografia 18

encontra-se um fragmento de terra sigillata clara D decorado com círculos concêntricos.

121 Designado no PDM (nº 11) de Borba como “Zambrete” e descrito como habitat, preferi a designação de

Moinho do Zurrague por ser este o topónimo mais próximo.

Desta forma, escrever sobre o local é uma tarefa complexa, porque em rigor nenhuma área estrutural foi claramente identificada, e porque a compreensão da unidade de povoamento não ficou completa.

A villa já havia ficado afectada pela construção de um loteamento na década de oitenta, que a terá rasurado em medida incerta. As futuras escavações vieram a revelar a superficialidade estrutural, o que muito terá contribuído para a erosão e depredação do local.

Na sondagem 1 foi recuperada parte da planta de um edifício que apresenta absides geminadas, revestidos interiormente a estuque de cor branca123. Não é fácil perceber a que

tipo de edifício pertenceriam, mas certamente a uma estrutura áulica, revestida parcialmente a mosaico, aparentemente monocromático de cor branca. Este pavimento sobrepunha-se a um outro em tijoleira, que se encontrava sobre um outro em opus signinum, testemunhando- se assim uma sobreposição estrutural, demonstrando o que parece ser um rápido ritmo de remodelações e de beneficiações neste espaço. Infelizmente, contudo, e apesar do mosaico, não é claro o ambiente estrutural que aqui decorreu. Um outro mosaico, em área anexa, apresentava já tesselas policromáticas.

Em intervenção posterior, não especificada, menciona-se que “Foi identificado, de igual modo uma possível estrutura hidráulica (caleira e tanque)”124. Não é claro se é a este

contexto que se refere “um muro/parede e um pavimento de opus signinum revestido com mármore em muito bom estado de conservação.”125 Em outro ponto, “Na sondagem

XCIX/104 as áreas construtivas - não interpretadas – apresentam uma ligeira alteração nos eixos construtivos, denunciando dois momentos. A mesma sucessão verificou-se na Sondagem CII-CIII/100-101.”126

Em resumo, portanto, não é clara, nem adiantada pelos autores das intervenções, a planta estrutural dos ambientes, sendo porém assumido que se trata de um sítio com uma diacronia complexa, eventualmente com um momento de profunda remodelação entre o Alto e o Baixo Império. Resulta relevante que na passagem da primeira para a segunda fase de intervenção não se note uma continuidade interpretativa, ou o propósito de adicionar informação ao conjunto já obtido, ou seja, a segunda fase decorreu sem qualquer articulação com a primeira, inviabilizando ainda mais a leitura estrutural.

Dada a superficialidade estrutural, o espólio foi relativamente escasso e sem a devida leitura estratigráfica. Apenas na notícia de 2003 se faz menção aos materiais recolhidos, estando essa situação ausente das memórias posteriores.

O espólio parece estar plenamente inserido em ambiente doméstico de recorte urbano. Numerosos fragmentos de terra sigillata e de cerâmica de paredes finas, “moedas, um alfinete de cabelo em osso e escassos fragmentos em vidro”127. Destaca-se a proporção

de terra sigillata com 157 registos em 543, um total muito significativo, e indiciador de um sítio com uma capacidade aquisitiva significativa.

O que foi o sítio da Cerca não é possível determinar em face de informação tão fragmentária. A planta aponta para um conjunto de compartimentos, dois deles absidados, eventualmente desenvolvendo-se em patamares, conforme a topografia do local sugere.

Uma epígrafe funerária daqui proveniente sugere a existência de um espaço de necrópole128.

123 Ribeiro, 2003: 51.

124 Rocha, 2004: ficha de sítio. 125 Rocha, 2004: 23.

126 Rocha, 2004: ficha de sítio. 127 Ribeiro, 2003: 52.

04.07. Vilares