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Taxinomia das categorias para o estudo realizado sobre utilizadores alvo (stakeholders).

III – Formulação do Estudo

Figura 24 – Análise SWOT sobre as

3.1.4 Taxinomia das categorias para o estudo realizado sobre utilizadores alvo (stakeholders).

3.1.4.1 Estabilização e descrição das cinco dimensões do estudo.

Através de uma análise abrangente sobre os diversos campos envolvidos neste estudo, ficou clara a vantagem da utilização de um método de investigação assente numa base dedutiva. Como não existe uma teoria que nos pudesse servir de ponto de partida, foi importante começar pela análise geral dos campos do Design e das metodologias de e-learning aplicadas ao projeto, de forma a refletir sobre a validade e extensão das premissas lançadas no início do estudo.

Na fase inicial do estudo recorremos ao método de investigação descritivo por se tratar de uma área de exploração que está pouco consolidada e que exigia a identificação dos principais fatores que caraterizam a nova realidade nos contextos de suporte on-line à aprendizagem colaborativa em Design.

Esta análise permitiu-nos conhecer melhor as caraterísticas e os comportamentos do público-alvo do estudo, compreender os factos e os eventos que consideramos estar associados a esses comportamentos, identificar as situações e a frequência com que ocorrem e estabelecer uma categoria para cada um dos diferentes fenómenos observados.

Das informações recolhidas nessa análise conseguimos congregar 5 categorias de informação que correspondem às 5 dimensões do estudo: (1) dimensão relativa ao perfil dos utilizadores, (2) dimensão respeitante à atividade projetual, (3) dimensão cognitiva, (4) dimensão social, (5) dimensão referente à qualidade da experiência e da utilização, tal como é possível observar na figura 30:

Figura 30 – 5 dimensões que estruturam as principais categorias do estudo.

Perfis dos Utilizadores:

Nesta dimensão procurámos reunir um máximo de informações que nos permitisse identificar

quem são os indivíduos-alvo do nosso estudo. Tal como enfatizam os investigadores Pruitt e Adlin

trabalhar com base em informações realistas e com dados efetivos, contribuindo para manter a sensação de se estar a colaborar com pessoas reais.

Através dos dados recolhidos no âmbito desta dimensão ambicionámos conseguir compreender a relação entre as suas motivações, hábitos, expetativas, constrangimentos, objetivos, prioridades e atividades chave com aspetos ligados às suas caraterísticas pessoais e experiência profissional anterior com sistemas tecnológicos on-line de suporte à aprendizagem.

Outro objetivo na recolha de dados nesta dimensão foi compreender melhor a relação entre estes dados com as informações recolhidas nas restantes dimensões do estudo, possibilitando um entendimento mais coerente de como cada tipo de utilizador (definido para cada persona) reage perante as outras personas e em diferentes contextos de interação. Este facto permitir-nos-ia antecipar os comportamentos dos utilizadores durante a definição da estratégia de design de interação do protótipo.

Atividade projetual:

Atendendo à importância das reais necessidades de professores e alunos nos contextos on-line de aprendizagem de projeto em Design, procurámos saber o que fazem para tirarem partido das metodologias de aprendizagem de projeto nos diferentes contextos universitários e qual o impacto tecnológico nessas práticas.

Nesta dimensão focamos a nossa atenção no levantamento de informações relativas à importância que estes atribuem às diferentes possibilidades tecnológicas de comunicar, colaborar, refletir e gerir documentos à distância através das LMS disponibilizadas pelas Universidades.

Aproveitando a análise feita por Jefferries (2009), na sua tese de doutoramento, sobre a importância da comunicação visual e da interação social no decorrer do projeto em Design, foi possível detetar algumas das principais necessidades no contexto de aprendizagem de projeto que enriqueceram os instrumentos de recolha de dados para esta dimensão.

Esta dimensão permitiu também identificar o nível de abertura de professores e alunos à uniformização de uma metodologia de suporte on-line à aprendizagem de projeto, tendo sido apresentada a metodologia project based learning (Boss e Krauss, 2007) como uma possibilidade a considerar.

Social:

A presença social constitui um conceito significativo quando se consideram métodos de ligação entre a interação interpessoal e a aprendizagem. Reconhecendo a importância da presença social apontada por Yamada e Kitamura (2011) como uma fator determinante no aumento da satisfação e da ligação emocional entre alunos e professores, criámos esta dimensão no sentido de validar as metodologias e ossistemas tecnológicosque os estudantes privilegiam para o trabalhocolaborativo e

porque o fazem. No estudo do processo de colaboração mediada por sistemas tecnológicos é

importante compreender a diferença entre interação e participação. Hérnandez-Serrano (2011, p.290) identifica a primeira como sendo “um elemento de mediação tecnológica e a segunda elemento cultural”.

Cognitiva:

Esta dimensão assume propositadamente um duplo enquadramento: por um lado, nos aspetos ligados ao argumento estratégico do design de interação adotado e, por outro, pelo contexto de aprendizagem que tem implicações cognitivas óbvias.

A importância dos diferentes níveis de processamento cognitivo introduzidos por Norman (2004, p.22) na reflexão estratégica sobre design de interação, é ainda hoje reconhecida e Alan Cooper atribui uma correspondência entre os 3 níveis de processamento cognitivo de Norman e os 3 tipos objetivos de utilização, tal como se apresenta na tabela 2 (ver na página seguinte).

Tabela 2 – Comparação entre a definição de objetivos de utilização e o processo cognitivo

(Cooper, Reimann e Cronin, 2007 – p.92).

3 Níveis de processamento cognitivo Donald Norman

3 Tipos de objetivos de utilização Alan Cooper

Visceral Objetivos experimentais

Comportamental Objetivos finais

Reflexivo Objetivos de vida

Segundo Alan Cooper os objetivos experimentais correspondem ao que as pessoas desejam sentir enquanto usam os produtos: “são simples, universais e pessoais” (Cooper, Reimann e Cronin, 2007, p.92). Segundo Cooper estes são os objetivos sobre os quais as pessoas encontram mais dificuldade em falar abertamente, por estarem ligados diretamente às emoções e aos sentimentos mais profundos (ou “viscerais”, como carateriza Donald (2004, p. 21)).

Por outro lado, os objetivos finais representam, para Cooper, o “resultado esperado pelos utilizadores que os motiva a executarem determinadas tarefas com os produtos” (Cooper, Reimann e Cronin, 2007, p.93). Estes objetivos influenciam o tipo de comportamento dos utilizadores face à experiência de utilização.

E os objetivos de vida estão ligados às “aspirações pessoais dos utilizadores que tipicamente estão por trás do contexto do produto a ser desenhado” (Cooper, Reimann e Cronin, 2007, p.93). Estes objetivos representam os desejos e as motivações de longa duração, que ligam os utilizadores aos produtos através da ponderação das vantagens de utilização que reconhecem nos produtos.

O processo cognitivo foi assumido nesta dimensão como um fator determinante no levantamento dos diferentes objetivos de utilização face aos sistemas tecnológicos de suporte on-line à

aprendizagem colaborativa de projeto em Design, e de como é feito o reconhecimento das vantagens e constrangimentos do processo de avaliação.

Qualidade de utilização e da Usabilidade:

Como base nas definições de objetivos da experiência de utilização e de objetivos de usabilidade apresentados por Preece, Rogers e Sharp (2002), recolhemos nesta dimensão um conjunto de informações, junto de alunos e professores, que nos permitiram compreender os fatores tecnológicos que os fazem adotar determinados sistemas em detrimento de outros e onde o fazem (a que sistemas tecnológicos recorrem).

Com estas 5 dimensões foi possível estabilizar um questionário que traduzisse, de forma abrangente, os objetivos do nosso estudo, tornando mensuráveis um conjunto importante de variáveis qualitativas. Este processo também facilitou o desenvolvimento de uma estrutura mais coerente e rigorosa para o questionário, permitindo organizar, normalizar e regular o equilíbrio lógico entre as diferentes categorias dos dados recolhidos.

Com a articulação das 5 dimensões no questionário deu-se forma a um instrumento de medida do grau de satisfação de professores e alunos face aos sistemas tecnológicos e às metodologias de suporte on-line à aprendizagem de projeto em Design. Através da avaliação desse grau de satisfação pretendíamos estabelecer uma perceção mais nítida dos factos que confirmam e os que desafiam o fundamento dos nossos pressupostos iniciais. Os resultados desse questionário facultaram dados importantes para o estabelecimento dos requisitos de design que antecederam a prototipagem.

As questões resultantes do questionário emergiram, por sua vez, da decomposição dos conceitos que cada dimensão envolve, passíveis de serem operacionalizados e medidos, tal como se desenvolve no ponto seguinte.

3.1.4.2 Articulação com as três áreas transversais ao estudo.

No sentido de enriquecer os resultados recolhidos através do questionário e facilitar o estabelecimento dos requisitos de design utilizados na modelação das personas, cruzámos as 5 dimensões com as 3 áreas que são transversais ao estudo, tal como se apresentam na figura 31 (ver na página seguinte):

Figura 31 – Interligação das 5 dimensões com as áreas transversais ao estudo.

Enquanto as 5 dimensões do estudo se focam na análise mais subjetiva dos principais fatores humanos que têm implicações na forma como são abordados os sistemas tecnológicos e as metodologias de suporte on-line à aprendizagem colaborativa de projeto, as 3 áreas caraterizam de forma mais objetiva as funcionalidades e os sistemas tecnológicos que granjeiam maior preferência entre professores e alunos. O balanceamento entre os fatores humanos e os fatores tecnológicos, não só permitiu enquadrar com maior detalhe as questões aplicadas através do questionário, como proporcionou um bloco de conhecimento suficientemente equilibrado para apoiar a integração de novos factos ao longo do estudo. Esta estrutura conferiu uma base sistémica a todo o trabalho de investigação realizado.

3.2 Desenvolvimento.

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